capitulo nove.





– Garotos perturbados 
tem gostos problemáticos










Suba, eu estou mandando.

O olhei de cima a baixo e contornei a moto seguindo em frente e ignorando totalmente o fato dele ter agido como um babaca agora.

— Se você não subir eu posso ligar no colégio e dizer que tem um aluno fora do campus, já está tarde para alunas andarem na rua, não acha? - ele comentou enquanto andava com a moto atrás de mim.

Eu parei e me virei para encara-lo.

— Você não ousaria. - levantei o dedo.

— Será que não? - eu sabia que sim.

— Se quer tanto que eu suba, peça por favor então - cruzei meus braços e ele imitou meu movimento.

— Não - fez um pequeno bico com os lábios.

— Então eu terei que pensar em uma boa desculpa para entrar na escola hoje - comentei dando novamente as costas para ele. Ainda senti a moto me acompanhar e eu já estava começando a ficar irritada.

— Se alguma coisa acontecer com você eu não quero ficar com peso na consciência, então será que você pode subir na droga da moto?

— Palavras mágicas? - estendi meus braços para o alto.

— Sobe na moto, por favor? - ele disse cada palavra separadamente mostrando que estava sendo uma tortura para ele. Foi impossível esconder o sorriso que se formou nos meus lábios.

— Não.

Virei meu rosto ladino, se Suna pensava que ele podia ter o que quisesse e na hora que quisesse ele estava muito enganado. Eu ainda tinha uma lembrança muito clara dele no sofá mais cedo, e eu não iria me atrever a se aproximar mais dele do que já tinha permitido.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO - eu praticamente gritei quando senti o mesmo agarrar a minha cintura. — Me solta agora.

Suna me jogou em cima dos seus ombros e começou a caminhar em direção a sua moto, e eu bati freneticamente em suas costas.

— Não posso te soltar, se eu fizer isso você vai cair.

— Eu não me importo, me coloca no chão agora!

— Tudo bem, você que mandou.

Senti seu aperto deixar meu corpo que foi jogado para o lado em uma queda rápida, porém eu esperei o impacto do meu corpo ao chão mas ele nunca veio. Quando abri meus olhos, percebi que Suna ainda me segurava, porém dessa vez estava em seus braços, face a face com ele.

— Assustada?

Neguei com a cabeça dando uma pequena cotovelada no braço dele, que me puxou mais para ele.

— Você quer saber o que aconteceu comigo, não quer? - disse segurando meu pulso quando tentei me soltar de seus braços.

Eu hesitante concordei.

— Suba na moto que eu te contarei tudo quando chegarmos em casa.

Infelizmente eu me peguei rodeando a cintura de Suna enquanto corria em alta velocidade até sua casa.

ههههه







Quando Suna, abriu a porta da enorme cobertura que era o apartamento do seu irmão, meus olhos se arregalaram, o local que eu tinha visitado sexta passada estava totalmente destruído, havia móveis jogados para o canto, quadros quebrados e papéis espalhados pela casa toda.

— O que aconteceu aqui? - eu perguntei mas ele me ignorou.

Ficamos em silêncio por um tempo até ele me chamar para sentar do seu lado do sofá, e assim o fiz, ele brincava com os dedos no ar enquanto buscava palavras para me dizer alguma coisa.



— Sabe...- começou — aquele dia que eu te trouxe aqui, foi a primeira vez que entrei nesse apartamento depois da morte dele. - rodou o dedo mostrando que falava do seu irmão.

Eu iria respondê-lo porém ele continuou:

— Você tinha me perguntado por quê eu não subi e simplesmente peguei a chave do carro para irmos embora logo, porém eu não acho que teria conseguido entrar aqui sem você ao meu lado.

— Quando você entrou tão ingênua se acomodando pela poltrona enquanto ria, eu senti todo o clima ruim da casa ficar mais leve. Acho que só estou aqui de novo porquê você está aqui.

Minha respiração estava presa, meu estômago rodar, eu estava atordoada com a confissão tão repentina de Suna. Realmente para ele, a fatalidade com seu irmão deveria ser um gatilho enorme.


— Você se meteu em briga? Por que está todo machucado? - apontei para seus dedos e maçãs.

— Hoje completa cinco anos que meu irmão morreu, tive crises de ansiedade a semana toda, não fui à escola porque eu sinto que posso ter um ataque de pânico a qualquer momento.

— Entendo, eu posso te passar o que você perdeu se quiser - o olhei e ele negou e riu baixo para mim.

— No momento eu só quero que você fique aqui - ele passou de leve os dedos nos meu braços, senti meus pelos se arrepiarem.

— Eu estou aqui - virei para encarar ele — Você ainda não me disse porquê está tão machucado.



Vi que ele estendeu as mãos para mim, permitindo que eu a tocasse, passei meus polegares por ali. Seus metacarpos estavam inchados. Parecia que ele tinha socado alguém.


— Não foi nada, briguei com meu pai - ele deu uma risada cínica e eu arqueei as sobrancelhas.

— Não foi nada, olha como você está.

— Isso sempre acontece.

— Quer comentar sobre isso? - vi Suna buscar em seu bolso um cigarro bolado, e em alguns segundos estava aceso.

A luz da sacada iluminava a sala toda, porém foi apenas Suna acendendo o cigarro que eu senti tudo ficar mais claro. Eu poderia ficar o observando o dia todo.

— Nope, seria difícil entender - ele sobrou a fumaça em minha direção e senti o cheiro de maconha invadir minhas narinas.

— Acredite, eu entendo, meu pai também não é um dos melhores - ele estendeu seu dedo para tocar na minha bochecha porém o toque nunca chegou, ele apenas continuo ali me observando.

— Posso socar a cara do seu pai também, se você quiser - eu gargalhei.

— Me lembrarei disso caso precisar - comentei e ele riu alto, foi a primeira vez que ouvi o som de sua risada, acho que se tornou o meu som favorito.

— Dorme aqui comigo hoje? - ele comentou soltando a fumaça e se virou para mim. Mordi meu lábio.

— Eu-

Eu iria terminar mas ele me interrompeu balançando a mão na minha face.

— Eu não irei fazer nada demais hoje, eu só preciso de você aqui, agora - falou e se aconchegou no sofá deitando a cabeça sobre minhas pernas.

Seu olhos estavam fechados e seus lábios entre abertos abraçando o tabaco. Ele parecia bem tranquilo ali, e eu senti meu corpo todo ferver.

Eu olhei em seus dedos e percebi que ele estava tremendo um pouco, senti que Suna não estava tão bem quanto aparentava estar. Ele ainda escondia muita coisa de mim e eu sabia muito bem que ele não iria me contar, pelo menos não agora.

— Tudo bem.

Comentei enquanto olhava para cima, sentia que o oxigênio havia faltado em meus pulmões e por alguma razão meus dedos formigavam ao lado do meu corpo.

— Me diz o que você está pensando agora - abaixei meu olhar e ele me encarava firme.

— Me diz você primeiro - sussurrei.

— Em você.

Meu coração bateu forte contra meus pulmões enquanto eu respondia:

— Também estou pensando em você.




NOTAS DA AUTORA

hehehehehe vocês ficaram doidinhos quando eu disse que o próximo cap não era de uma maneira boa, amei a reações de você kkkkk. Porém eu sou legal e fiz um capítulo fofo porque depois é só ladeira a baixo 🙏🙏😔.

Desculpem não ter postando ontem, meu namorado veio em casa, e segundo ele eu só dou atenção para o Suna, ele praticamente arrancou o celular de mim, tive que dar atenção pra ele, infelizmente.

obs: vocês perguntando do bokuto no outro cap, gente que eu saiba bokuto morreu em in another life??????????? Akaashi foi apagar as lágrimas.
KKKKKKKKK to brincando gente, próximos cap vocês vão entender o role.

Enfim descobrimos o que rolou com o Suna, nosso bebê.

Bom talvez essa semana sai algum cap novo.

*desculpe erros ortográficos.

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