capitulo dezessete part 02.






Capítulo narrado por Suna Rintarou






— Eu vejo que há algo
queimando dentro de você.










   A lua iluminava toda a imensidão do campus, as estrelas compactuavam como multidões no meio de todo aquele céu. Por um momento eu desejei aquela visão para sempre, a luz do satélite berrava em cima da garota que há dias eu não conseguia tirar da minha cabeça. Não importava o que quer que fosse o meu dia, no final tudo me levava a ela.

Diz logo. - eu comentei enquanto andávamos lado a lado. Ela tinha os olhos perdidos e as mãos não parava quietas, eu sabia exatamente que alguma coisa rodava a ponta da sua língua.

— Não tenho certeza se eu perguntar você vai responder. - ela tocou de leve o seu queixo.

— Tente.

— Se não me prometer que vai me dar uma resposta verdadeira eu não vou perguntar. - [Nome] finalmente me olhou, e vi seus olhos se revirar.

Por dentro eu ri, só eu sabia o que eu tinha vontade de fazer quando ele revirava esses malditos olhos castanhos.

— Não gosto de prometer coisas. - era verdade, mas eu nunca dei uma resposta que não fosse verdadeira a ela.

— Bem... - ela começou mas parecia que não encontrava as palavras certas. Eu sabia exatamente o que ela queria perguntar, mas eu gostaria de ouvir da sua boca. — Aí eu não sei! - voltou a morder os lábios.

— Sim [Nome], foi o meu primeiro beijo. - dei de ombros sem muito o que falar.

Contato desnecessário demasiado com pessoas sempre me irritou, pessoas me tocando sem minha permissão sempre foi um trauma desde pequeno, e isso nunca mudou.

— C..como?eu lembro de ter visto você com algumas meninas naquela festa. - suas mãos levaram uma mecha mais clara de seu cabelo até a orelha, e eu olhei atento aquele gesto simples porém nela se tornava tudo.

— Estava me observando então? - arqueei uma sobrancelha vendo seu rosto corar.

Eu me lembrava claramente daquele dia, foi uma péssima semana. Era aniversário da morte do meu irmão, e como sempre meu pai queria tornar isso público como todo ano, com argumentos que seria bom para sua reeleição. Meu pai sempre esteve nos holofotes por ser parte da lei e da política, o que acabou por consequência levando meu irmão, minha mãe e eu junto a essa exposição toda. E no final a destruição da nossa família.

E era engraçado visto que, mesmo a nossa família tendo sido destruída por méritos dele, ele nunca mudou, continuo igual e na mesmice de todas as palavras nojentas e impuras que saia da boca dele. Naquele dia da festa nos brigamos, brigamos porque eu neguei fazer um depoimento em sentimentos a meu irmão. Desde novo sempre fiz judô com meu pai, ele era o professor e eu o aluno, mas aquele dia trocamos de posições. Eu nunca tive nenhuma compaixão por ele depois que minha mãe morreu, porém eu não queria ter batido nele, ainda acreditava na crença de pais e filhos, então eu corri.

Corri depois da empregada separar a briga, dirigi tanto em alta velocidade que o fio da vida passou na minha frente jurando que eu ia morrer, e naquele dia no fundo eu desejei que isso acontecesse. O sentimento foi desesperador e amargo, aquele gosto permaneceu na minha boca, e eu só precisava de um cigarro. O tabaco amenizava todo o ácido que se derramava pelo meu corpo e na mente, evitando a ansiedade que me dava tantas crises de pânico.

Todavia, eu apenas olhei os retrovisores da moto, e aquela maldita lua cheia me lembrou o sorriso dela, os olhos delicados e simples, combinando perfeitamente com cada detalhe daquele rosto, que eu decorei muito fácil na mente. E eu me peguei inconscientemente dirigindo em direção aquela festa, eu precisava dela, nem que fosse apenas para olhá-la de longe, e eu sabia que ela estaria lá. Talvez fosse alguma maldita conexão entre a gente, ou a porra da lua cheia que sempre estava onde ela estava, mas o meu corpo sempre me levava até ela.

Porém minha mente aquela noite não raciocinava direito, eu nunca bebi, porém eu sempre preferir as drogas ilícitas. E eu já estava chapado quando coloquei um alucinógeno na língua e sentei naquele sofá com Beatrice e Babel, eram primas de Akaashi, e meus lábios caíram no pescoço de uma, porém o gosto azedo do perfume dela, invadiu cada poro e me afastei deixando apenas que elas me tocasse. Não foi algo realmente banal, Babel me abraçou, enquanto Bea beijava meus ombros. Mas foi apenas isso, não houve beijo ou qualquer contato de carinho, e quando o meu olhar caiu no outro lado da quadra, foi bem em cima do corpo dela, e eu peguei fogo. Eu vi ela ir embora dali enquanto se afastava dos braços de Atsumu.

Aquele maldito a abraçava com muito toque e isso me irritava pra caralho.

Eu quase não lembro de nada naquele dia, porém eu sei que me afastei das duas e fui procurar por [Nome], meus olhos desejavam vê-la mais de perto. Eu queria poder ouvir o som da sua voz aquele dia. A casa lotada e cheirado a droga me fez sair, eu sabia que ela chegaria ali a qualquer momento, então eu esperei levando meu cigarro até os lábios se não ficaria louco em busca daquela garota. E como passes de mágica ela estava bem ali, parecia meio atordoada com o local, os cabelos bagunçados e o vestido até a metade das coxas que a deixava gostosa.

Se eu não tivesse um bom senso de moral eu tinha ferrado com ela ali mesmo. Até o cheiro dela me intrigava, e eu sentia meu pau doer só com isso. Meus dedos tocaram seu pescoço, desejando sentir a derme quente que ela exalava, enquanto o mel invadia minhas narinas. Eu queria tê-la beijado aquele dia. Foi a primeira vez que o meu corpo desejou tanto contato com outro assim. Mas o meu autocontrole foi maior, eu queria ela, mas ainda não estava na hora. [Nome] era boa demais para eu beija-lá chapado enquanto carregava dores no meu peito, e eu não queria isso, queria toca-la só quando estivesse tão leve quanto ela.

Então eu pedi apenas que ficasse comigo naquela noite, porque só a sua presença já me bastava.

— É, eu acho que estava te observando aquela noite. - ela sussurrou enquanto chegávamos no seu dormitório.

— Não se preocupe, a minha mãe me ensinou que não devemos beijar qualquer um. - eu toquei em seu nariz enquanto os meus lábios alcançou a sua bochecha.

Eu mordi ali, olhando o pescoço ainda avermelhado pela noite em minha casa, eu gostei de ver aquilo, não estava marcado exageradamente, se não se esforçasse nem dava para ver, porém eu sabia que foi a minha língua que tinha feito, e isso me excitava pra porra.

Eu deixei que a garota entrasse para o quarto. Seu corpo deixou o meu e naquele momento eu percebi uma coisa, a frase que eu nunca entendi mais novo, se encaixava completamente agora para mim.


[...] Narração sobre o passado.

Mamãe pincelava a tela de linha dourada enquanto eu repetia sem intenção seus movimentos. No final desenhamos juntos o sol se derramando em amores pela escuridão da lua. Era algo bonito mas incompressível para mim na época.

— O que significa mamãe? - eu perguntava enquanto admirava as íris amareladas dela. Minha mãe tinha um sorriso capaz de iluminar o mundo por dias.

— Significa que o sol está apaixonado pela lua, bebê. - ela apontava para o desenho enquanto eu agarrava suas bochechas rosadas.

— Eles vão se casar então? - minha concepção de casamento na época era totalmente nula, mas de alguma forma eu relacionava beijo com casamento, talvez fosse por ela sempre beijar meu pai e rodar a aliança na mesa jantar.

— Não querido, eles não podem se casar, um causaria a destruição do outro, então o amor deles se tornou apenas um fetish, algo incapaz de alcançar, pois sentimos a paixão que o sol exala pela lua e o desejo que a lua implora do sol, porém nunca se tornando real.

— E por que estão se beijando se o amor deles é algo inalcançável? - comentei derramando na época toda a tinta dourada em mim. Acho que desde pequeno eu sempre corri em busca do calor do Sol.

— Porque é o beijo que representa o amor Suna, você só pode beijar alguém se tiver sentimentos verdadeiros por ela.

— E se beijar alguém sem sentimentos? O que acontece com ela? - olhava para minha mãe enquanto ela percorria seu olhar ao quadro de papai, pintado exageradamente na parede da sala.

— Você se torna alguém vazio.

...


Eu nunca entendi aquela frase da minha mãe, até hoje. E quando [Nome] me olhou com os olhos marejados de desilusão naquela sala do diretor eu entendi porque se apaixonar por alguém é uma péssima solução. Não há só sentimento de paixão ali, a todos, e a tristeza e decepção são os que mais se fazem presente em uma relação.

"— Eu não acho, eu tenho certeza"


Meus ouvidos doeram, aqueles lábios que derramavam um doce toda vez que o som saia dali, agora eles jogaram veneno fervido. Foi inevitável eu não ficar com raiva, a cada palavra mais alto no meio da discussão, o ódio subia pelas minhas veias. Era óbvio que não tinha só o motivo daquela infeliz foto. Havia tudo, era uma discussão de sentimentos, e estávamos procurando motivos suficientes para ir embora antes que nos envolvêssemos mais.

Pessoas acreditam no que elas querem independente da verdade. E [Nome] já chegou em mim acreditando em apenas uma questão, e ela provou isso com cada palavra. Eu não iria implorar por achismo numa briga que já tinha fim. Não importa se a minha verdade era que eu não tinha nada a ver com aquilo ou com os boatos. Ela acreditava no oposto disso, e iria ouvir o que seus ouvidos desejavam.

Eu também sabia ser cruel.

"— Boa sorte para sair dessa, já que você não tem nenhum pai igual o meu, bolsista."

Derramei enquanto seus olhos se arregalavam para mim, um sorriso se prendeu nos meus lábios, agora eu tinha devolvido o veneno da sua boca, nossas línguas se tocaram mais uma vez, mesmo sem beija-la, eu sabia que ela sentia agora o mesmo que se quebrava em meu corpo. Decepção corria em meus ossos, e eu quis gritar em frustração, porém apenas andei lentamente pelos corredores brancos do colégio. Eu não me importaria mais com nada agora, me importei demais com a vítima e acabei me tornando o acusado.

Porém eu ainda estava irritada, não com [Nome], mas comigo. Eu queria correr em direção a ela e pedir desculpas mil vezes por tudo, mesmo sabendo que nada era realmente minha culpa, meu corpo era traiçoeiro da minha mente. E eu com certeza essa noite, me afundaria em qualquer tipo de droga que eu achasse pela rua.

O pior de tudo era que, [Nome] funcionava para mim, como o inferno de Dante, ela havia se tornando meu apocalipse interno. Ela era a melhor pessoa que eu já conheci, e a pior coisa que já me aconteceu.
















NOTAS:

Desculpa por esse capítulo meio bosta ok, odiei.

Desculpa também pela demora amores, como o aplicativo tava ruim pra mim eu aproveitei pra dar uma estudada.

Gente eu só queria me pronunciar aqui que, quando o Suna fala princess é um adjetivo para vocês interpretarem como quiserem ok, como no inglês ele fica neutro, eu preferi deixar assim, porque se encaixa nos dois pronomes!

A autora não corrigiu pois escreveu chapada, e não irei corrigir a sentimentos verdadeiros aqui!!!

Vocês perceberam que Suna e a personagem tem sentimentos ligados? Estão mentalmente conectados, dois gays avisem 🗣









Próximo capítulo mistérios serão revelados!!!

até lá, beijinhos.

*desculpe qualquer erro gramatical.

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