capitulo dezessete part 01.





— promessas sussurradas na chuva
são levadas pela
água.











Raiva.

Percorria cada poro do meu corpo, enquanto eu buscava o ar necessário que faltava em meus pulmões. O diretor berrava alguma coisa inaudível por mim, ao mesmo tempo em que eu encarava Suna com algumas lágrimas queimando em meus olhos. Mas eu não deixei que elas caíssem, o nó na minha garganta se tornava uma coleira de espinhos em volta enquanto em sentia o gosto metálico do meu sangue nos lábios, estava nervosa e precisava me acalmar mordendo eles.

Mas no final disso tudo, a culpa era minha, eu me avisei tantas vezes sobre isso, gritei comigo e praticamente jurei que não iria cair em nenhuma tentação, porquê no fim eu sabia que iria dar merda. E agora tinha dado, eu sentia toda a minha vida escorrer por água a baixo, enquanto eu descobria que Suna, havia espalhado uma foto nossa se beijando ontem no laboratório de ciências.

Esse com certeza deveria ser o meu castigo por não escutar a mim mesmo.

— Vocês estão entendidos? - Fuyki proclamava enquanto nos dois estávamos sentados em sua sala — Os dois estão aqui de novo e dessa vez infligindo uma regra erradica da escola, eu deveria expulsa-los.

Eu me desesperei com o final da frase, sentia meu estômago cair no chão pela sensação de medo.

— Diretor, não por favor... - minha voz morreu quando ele me cortou.

— Eu pedi para se afastar do Rintarou e agora você me aparece beijando ele, [Nome], sinceramente estou decepcionado.

Senti Suna me encarar, mas eu não tive coragem de olhá-lo, se fizesse eu sabia que choraria por um dia inteiro. Eu estava tentando parecer apática sobre toda essa situação, mas eu temia que quando meus olhos encontrassem os seus, eu desmoronaria.

— Os dois ficarão suspenso das aulas até marcamos uma reunião com seus pais, Suna está suspenso do clube de vôlei também e você ficará sem a vaga do teste enquanto não resolvermos essa situação. - comentou pegando duas folhas em seu armário.

— Quero que vocês me façam uma redação sobre o que aconteceu e o por quê disso ser tão errado. - ele apontou o dedo para o moreno.

Logo após, o diretor saiu da sala, nos deixando a sós enquanto pegávamos um lápis. Eu olhei para o papel mas não tinha força e nem vontade de escrever algo. Eu não sentia que fiz errado em beijar Suna, eu sentia que fiz errado em acreditar que realmente Suna queria me beijar.


— Vai me ignorar até quando? - ele se pronunciou e eu o olhei perplexa.

— Acha mesmo que eu quero falar com você agora? - uma raiva estava subindo por cada parte da minha derme.

— E por quê não? Uma foto nossa está correndo a escola, eu queria quebrar a cara da pessoa que fez isso.

Eu não me aguentei e bati o lápis na mesa.

— Para com esse teatrinho Rintarou, eu sei muito bem que foi você que espalhou essa maldita foto. - meus olhos tremiam enquanto eu via os dele vacilar.

— Acha mesmo que eu fiz isso, [Nome]? - sua voz baixa e calma me estressava em outro nível.

A frase cínica dele me deixou quase sem voz, no momento o que percorria dentro de mim era tanto sentimento com tantas palavras, que ali havia tanta vontade dentro de mim que eu não podia mais aguentar. Era como se estivesse a gritar mas nenhum som saísse da minha boca, então eu disse uma única coisa em voz alta, que me quebrou por dentro, todos os ossos do meu corpo se esfarelarem, enquanto meu joelho vacilava me deixando em estado de transe.

— Eu não acho Suna, eu tenho certeza!

E então tudo caiu, eu me sentia magoada, enganada e traída. Era óbvio que eu achava que Suna tinha feito isso, ele foi o primeiro a me cobrar sobre os boatos, depois quis desesperadamente encontrar um
culpado, o que me fez aproximar mais dele de uma maneira súbita. E então quando finalmente nos beijamos, uma foto disso é publicada no fórum do site da escola, não poupando nenhuma classe ver. Ontem, quando ele me deixou no meu dormitório eu fui dormir com o peito pesado mas quente e minha mente estava em confusão, gritando por respostas sem solução. Mas quando o sol chegou para todos e eu cruzei aquela maldita sala de aula, e olhei para aquela foto, tudo se encaixou perfeita-mente, Suna Rintarou só estava brincando comigo.


— Você não pode me acusar disso, por quê caralhos eu faria algo que me prejudicasse também? - ele se levantou.

— Porque você é da família Suna's, você consegue tudo o que quer não é? No final, não é como se você realmente fosse punido quando isso chegar aos ouvidos do seu pai.

Aquilo era uma verdade, e o que me fez cair a ficha que ele e eu vivemos em mundos totalmente diferentes e distintos. No final eu levaria a culpa pelo erro dos dois.

— Não mete a merda da minha família nisso, você está louca para resolver essa situação que simplesmente está jogando a culpa em mim, [Nome]

Eu me levantei agora, encarando fixamente a sua face enfurecida. Suas sobrancelhas estavam cruzadas, e seus olhos me alfinetavam como agulhas na carne. E pela primeira vez eu via um sentimento real vindo dele.

— Então me diz, por quê quis me beijar justamente ontem, por quê justamente em uma sala de aula, me diz Suna. - eu gritei sem coragem de encara-lo.

— Porra não é como se eu escolhesse um local para beijar alguém, para de me culpar por isso merda. - ele devolveu o grito. Parecíamos dois animais discutindo, ambos machucados e agressivos.

— Para de mentir, eu não consigo acreditar em você.

— Você nunca acredita não é? Nunca me ouve, eu não sei nem por quê ainda to' aqui tentando debater alguma coisa.

  O seu tom era ríspido e doloroso, por quê de alguma maneira eu sentia que não estávamos discutindo só pela maldita foto, sim, tinha algo a mais, eram sentimentos e emoções envolvidos pelas entrelinhas, e era por isso que doía tanto.

— Como você quer que eu acredite? Eu queria pensar em outro alguém mas tudo me leva a você. - ele não me respondeu e eu continuei:

— Por que você ficou tão preocupado em encontrar o culpado disso tudo? Você até brigou brutalmente com Atsumu - puxei meus cabelos para trás — Suna, eu só consigo perceber que isso tudo foi um jogo para você.

Eu o vi ficar inevitavelmente atingido, mas a sua expressão de raiva relaxou, e agora estava para mim impossível de ler ele.

— Tudo sempre tem que envolver o Miya né, incrível! - ele riu irônico e eu bufei.

— Caralho é você que sempre envolve ele, não eu. - aquela foi a primeira vez que eu mencionei um palavrão com tom de raiva.

— Aposto que ele veio correndo se justificando nos seus pés, para você não culpar ele, mas eu sei que ele, você desculparia não importando o motivo. 

O encarei nervosa, eu estava um pouco sem reação com a frase do moreno, Suna praticamente estava jogando assuntos sem sentidos para cima de mim, e eu me sentia posta em uma linha tênue entre os dois, porque um sempre envolvia o outro.

— Isso não importa Suna, o que interessa aqui é a merda daquela foto.

— Eu não espalhei aquela foto [Nome], e muito menos tirei aquela merda. - ele gritou.

Eu revirei meus olhos, a vontade de chorar tinha sumido a muito tempo, no momento eu não sentia nada, apenas um vazio que sucumbia cada átomo da minha derme, e isso me assustava. Pois eu não estava com raiva, eu estava frustrada, e não tinha nada que podia resolver isso.



— Tudo bem Suna, se não foi você, então quem foi? Quem mais além de nos sabíamos que estávamos naquela sala? - cruzei meus braços esperando uma resposta, mas ela nunca veio, porque não tinha.

Eu sentei novamente ignorando sua presença, o seu silêncio dizia muita coisa sobre o que ele não queria falar. Voltei a atenção para a minha redação, a partir de agora minha bolsa estava em risco, e eu não podia vacilar, porquê em qualquer deslize eu perderia minha vaga, se já não havia perdido depois de tudo isso.

— Então é isso, você simplesmente decidiu que eu sou o culpado de tudo?

— Não estou culpado você de nada Suna, mesmo eu achando que é você, eu não tenho provas suficientes para isso. - sorri irônica.

Eu ouvi sua risada em frustração e quando ele bateu a mão na mesa, meus olhos buscaram os seus assustados. Seus lumes queimavam como fogo, e o verde amarelado da íris estavam em um único tão agora. Era como veneno, porque me feriu de uma maneira inexplicável.



— Foda-se - ele jogou o papel da redação fazendo com que caísse no chão junto com a caneta.

— Se você quer tanto ouvir isso, então sim, eu tirei a merda daquela foto e espalhei boatos sobre você, foi divertido, realmente, bolsistas são uma ótima distração.

Seus olhos se distanciaram dos meus enquanto ele passava por mim. Por um momento, eu não quis acreditar nas palavras de dele, porquê eu não via nenhuma verdade ali, mas também eu não via nenhuma mentira.

— Boa sorte para sair dessa, já que você não tem nenhum pai igual o meu, bolsista.

Ele sussurrou e eu senti a maldade soprar em seus lábios, foi cruel e amargo, sua língua bateu áspero em cada frase direcionada a mim. Totalmente diferente do doce da sua boca quando nós beijamos. Aquilo era difícil de acreditar, o meu estômago sentia facadas atravessar cada órgão, e o amargo dos seus lábios se encheram pela minha boca, me dando vontade de vomitar. Agora eu finalmente sabia de fato quem era, Rintarou Suna.




Alguém cruel.












NOTAS:

Eu to chocada e passada!

Sera que Suna realmente é o culpado de todos os boatos e agora dessa foto? Enfim um capítulo tem beijo e o outro briga, parece até a personalidade dele.

E, bem, mamãe sempre diz, não confie muito no que é belo por fora, pois com certeza ele é horrível por dentro.

Esse capítulo teve bastante diálogo, o próximo terá mais narração e será com narração do Suna, não se assustem em!

desculpe erros ortográficos!!!

até o próximo, beijinhos!!!




obs: gente não esquece de dar estrelinha não por favor 🥺.

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