xxxii. hi! i'm lily...
Foi como uma facada no peito. Não, nem a facada no peito doeria tanto quanto essa traição. Minha mente vai para as lembranças com ele no 13. Ele falando de aborto, falando que Peeta nunca iria voltar, tudo isso foi para ele tentar me ter para ele? Gale, que foi meu melhor amigo, fez isso comigo? A pessoa que mais deveria me apoiar me traiu desse jeito? Eu me recuso a acreditar, mas tudo se encaixa. Tudo.
—Você não esperava isso, não é? — a voz do meu avô me tirou de meus pensamentos. — Por isso eu digo, meu pequeno rouxinol, amigos só causam problemas. Nós Snows não temos amigos, afinal, Snow cai como a neve...
—Sempre por cima de tudo... — completei a frase ainda em completo choque.
—Pelo menos uma coisa boa disso, ele fez você voltar para mim. — o mais velho passou o braço pelos meus ombros. — Se o resgate desse certo, você não estaria aqui.
Na verdade, eu estaria sim, independente se Peeta fosse resgatado ou não. Meu plano era vir para a Capital quando Peeta estivesse a salvo no 13 e acabar com tudo isso. O fato dele não ter sido resgatado só me deu um motivo principal de vir.
Mas o fato de Gale ter feito isso apenas para me ter para ele ainda me deixa em completo choque. Ele realmente achou que abortando a minha filha e deixando Peeta na Capital ia fazer eu ficar com ele? Acho que ele esqueceu que suas ações estavam mais me irritando do que fazendo eu me apaixonar por ele.
Minha mente foi para quando eu conheci ele. E quanto mais o conhecia, mais ele me lembrava o Jeremy. Quando eu estava com Gale era como se Jeremy estivesse do meu lado, era como se ele ainda estivesse vivo. Mas eu estava enganada sobre isso. Jeremy nunca iria me tratar que nem Gale estava me tratando. Jeremy nunca iria me trair desse jeito.
Meu avô e eu fomos para o carro e logo estávamos voltando para a mansão. No meio do caminho o sentimento de choque foi se transformando em raiva, e junto com ela veio a vontade de realizar uma vingança. Gale foi adicionado na lista onde Coin e meu avô estão, a lista do que merecem ser punidos por seus atos. O que Gale Hawthorne fez foi tração, não é? Então ele vai receber as devidas consequências por seus atos.
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—Você está linda hoje. — disse Peeta com um sorriso assim que me viu. — Na verdade, você está linda todos os dias.
Sorri de volta quando recebi o elogio. Peeta ainda estava no quarto hospitalar, a diferença é que agora ele não está mais amarrado na cama. O tratamento já está começando a dar mais efeito, agora eu posso ficar com ele por mais tempo sem se preocupar se o mesmo vai ter crise ou não.
Eu já comecei a usar roupas de grávida, e agora eu estava usando uma jardineira jeans longa com uma blusa branca por baixo, nos pés eu usava uma bota preta sem salto. Meu cabelo estava solto e meu rosto estava livre de maquiagem.
—Você parece estar melhor. — digo me aproximando dele.
—Eu estou. Os médicos disseram que eu irei receber alta amanhã. Ainda irei ter acompanhamento médico por causa do tratamento, mas pelo menos irei sair desse lugar. — Peeta parecia realmente animado em sair daqui. Quem pode julgar? Ele está há semanas aqui, amarrado e só desenha o tempo todo. — Como está a nossa filha? — perguntou.
—Nossa pequena opala está bem! A médica só disse para eu descansar mais e me alimentar bem.
—E você está fazendo isso? — fiz um sinal de mais ou menos com a cabeça.
—Eu estou me alimentando bem, agora essa tarefa é mais fácil já que os enjoos cessaram um pouco. Mas descansar é outra coisa...
—Quer me contar sobre?
Peeta se ajeita para o lado da cama dando espaço ao seu lado, indicando que era para eu me deitar com ele. Me aproximei da cama, tirei minhas botas e me deitei ao seu lado. Imediatamente o loiro me envolveu em seus braços, na mesma posição que a gente dormia junto quando eu tinha um pesadelo.
—Os pesadelos não me deixam dormir. — começo a explicar. — E sabe, eu sou a porta-voz da Capital agora e isso está consumindo minha cabeça. E também, e se a Capital vencer? O que será de nós três?
—Não pense desse jeito, Lily. — disse começando a acariciar meu ombro. — Primeiro, pense em nossa filha, pense em cuidar de vocês duas primeiro. Tudo vai dar certo.
Eu não posso contar meu plano para o Peeta agora, não aqui, já que tem médicos nos observando por trás do falso espelho. É melhor eu contar meu plano para ele quando estivermos cem por cento sozinhos.
—Já pensou em um nome para ela? — perguntou enquanto acariciava minha barriga. Neguei com a cabeça. — Eu achei que o nome dela seria Opala, pelo jeito que você a chama.
—Opala é só um apelido, não vejo como um nome fixo. — dou de ombros. — Até hoje eu não tive ideias. Eu quero um nome que tenha um significado especial e que combine com nós três, entende?
—É claro que eu entendo. — ele disse com um sorriso. — Ainda temos tempo.
É, realmente temos tempo. Falta alguns meses ainda para seu nascimento.
—Eu trouxe meu caderno de música. — digo mostrando para ele o caderno. — Eu lembrei de uma música que escrevemos na Turnê da Vitória, antes daquele ocorrido. Pensei que seria bom cantarmos ela de novo.
Ele sorriu.
—Então vamos cantar.
Eu abri o meu caderno na página onde escrevemos a música. Depois de ler mais uma vez, percebi que escrevemos uma música sobre nós e nem sequer percebemos.
—Só que dessa vez não vamos ter um piano e o meu violão está no meu quarto. Vai ter que ser só nossas vozes.
Peeta assentiu com a cabeça. Eu deixei meu caderno a vista para nós dois vermos a música para cantar. O loiro pousou a mão em minha barriga e logo ele começou a cantar sua parte.
I found a love for me
Darling, just dive right in and follow my lead
Well, I found a boy, beautiful and sweet
I never knew you were the someone waiting for me
'Cause we may be kids
But we're so in love
Fighting against all odds
I know we'll be alright this time
Darling, just hold my hand
Be my girl, I'll be your man (be my man)
I see my future in your eyes
Baby, I'm dancing in the dark
With you between my arms
Barefoot on the grass
Listening to our favourite song
When I saw you in that dress, looking so beautiful
I don't deserve this
Darling, you look perfect
Baby, I'm dancing in the dark
With you between my arms
Barefoot on the grass
Listening to our favourite song
I have faith in what I see
Now I know I have met an angel in person
You look perfect
I don't deserve this
You look perfect
Tonight
Após terminamos de cantar, senti a minha pequena opala começar a chutar, isso fez um sorriso surgir nos lábios do Mellark.
—Ela gostou, não é? — ele perguntou olhando para mim.
—Ao que tudo indica, sim. — eu sorri.
—Ei, você gostou da música, pequena? — Peeta começou a conversar com a barriga enquanto acariciava o local. — Papai não canta muito bem, mas em compensação a mamãe tem uma voz linda, não é? — um chute veio em resposta. — Ainda bem que você concorda.
Eu dei uma gargalhada ao ouvir aquilo. Pelo menos por um momento, eu estou feliz. Feliz porque o meu Peeta está voltando e está vendo nossa menina crescer. Que pelo menos no meio dessa guerra em que o país se encontra eu consigo ficar feliz. Parece que minha vida fica mil vezes mais colorida quando Peeta Mellark está aqui ao meu lado.
Ficamos desse jeito por longos minutos. Ele conversávamos com a barriga e eu cantava, fazendo com que os chutes ficassem mais frequentes. Quando os chutes cessaram e estava confortável nos braços de Peeta, peguei no sono. E dessa vez eu não tive nenhum pesadelo. Apenas um sonho muito bom onde Peeta, eu e nossa filha estávamos felizes lá na Campina do Distrito 12.
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—Senhorita Snow, sua bebê cresce muito bem. Mas é o que eu disse no outro dia, você precisa descansar mais, minha querida. — dizia a médica me olhando. — Depois do que aconteceu quando você estava no Distrito 13, os esforços e estresse desnecessários, você precisa ficar mais de repouso do que nunca.
—Vou garantir que ela faça isso. — disse Peeta segurando a minha mão enquanto me olhava.
Ele estava feliz que está acompanhando o primeiro ultrassom da nossa pequena. Finalmente ele recebeu alta há dois dias atrás, mas ainda está tendo acompanhamento médico por causa do tratamento, como ele havia dito aquele dia. Os médicos ainda limitam nosso contato, já que o tratamento ainda está em procedimento e de acordo com eles, não é muito seguro ele ficar perto de mim sem supervisão. Uma grande besteira. Sempre quando sabe que vai ter alguma crise, ele se isola e só volta quando está consciente de seus atos. É a única forma que o loiro achou de garantir minha segurança no meio dessa situação. O pior de tudo é que vai ser sempre assim. Ele não vai voltar a ser o mesmo Peeta de antes, não cem por cento. O tratamento só tira uma boa parte do veneno, mas não ele por completo. Meu Peeta ainda vai ter uma porcentagem do veneno em sua mente. Isso me faz ter uma parcela de culpa, se eu não tivesse atirado no campo de força, nada disso teria acontecido.
—Vocês dois formam um casal tão lindo. — falou a médica com um sorriso. — Vocês foram ótimos na entrevista de ontem.
Ah claro, ontem fizemos uma entrevista com Caeser que era para passar em todos os Distritos. Nessa entrevista contamos sobre nosso relacionamento, nossa filha e depois falamos sobre a rebelião, novamente sugerindo um cessar-fogo. Eu faria de tudo para ver a reação de Coin ao me ver na televisão todas as vezes que isso acontece. Ela deve se remoer de raiva ao ver que seu querido Tordo não está mais do seu lado. E o pior de tudo, ela não deve ter achado outro para cumprir o meu papel visto que os pontoprop de Tordo não estão mais sendo transmitidos. Nem mesmo pontoprops relacionados ao Distrito 13 e a rebelião estão sendo transmitidos. Eles sumiram por completo, com certeza devem estar fazendo algum plano para adentrar logo a Capital.
A médica deixou nós dois ouvirmos o coração da nossa menina, e dessa vez não foi só eu que chorei, parece que Peeta ficou bastante emocionado ao ouvir seu coração. Ele sorria de orelha a orelha e era bem nítido sua felicidade. Os ultrassom sempre foi a melhor parte da semana, porque eu via a minha pequena, saberia se ela estava bem ou não, e agora elas vão ser mais especiais ainda com Peeta ao meu lado.
A mais velha entregou alguns exames para eu fazer e novamente disse para eu descansar mais e me alimentar bem. Saímos da sala e começamos a andar em direção aos nossos quartos, quando vimos uma Effie com cabelos dourados e roupas vermelhas se aproximando de nós dois com algumas sacolas nos braços.
—Mais coisa para a bebê, Effie? — pergunto.
—Mas é claro! Eu disse que ela teria o melhor enxoval! — respondeu com um sorriso. — Vamos, quero mostrar tudo para vocês!
Nos encontramos com Cinna que estava indo na mesma direção que nós. Ele também estava com algo em mãos, mas diferente das sacolas de Effie, era mais uma caixa de presente. Resolvemos ir para o meu quarto, nós quatro nos sentamos em minha cama e começamos a ver o que os dois trouxeram. Primeiro abri a caixa de Cinna, onde havia dois vestidos, um vestido era azul com tule e com desenhos de lírios bordados pela roupa, o outro vestido era mais uma jardineira com as cores do arco-íris em tons pastéis. Peeta e eu abrimos juntos as sacolas que Effie trouxe. Muitos vestidos de babados, alguns com laços, outros com flores, com tule, e também havia alguns macacão, obviamente alguns também tinham babados. Effie também trouxe alguns laços e acessórios. De uma coisa eu tenho certeza, minha pequena opala vai ter muitas roupinhas.
—Eu já estou fazendo os preparativos para fazer o quartinho dela. Estou fazendo os planos para fazer o quartinho na sua casa no 12, mas se a guerra continuar até seu nascimento, vamos ter que dar um jeito de fazer aqui.
—Obrigada, Effie. Obrigada, Cinna — eu agradeci ambos com um sorriso. — Não são as coisas mais linda, Peeta?
O loiro olhou para as roupinhas e deu uma gargalhada.
—Ela vai se vestir como uma princesa por causa deles dois.
—Isso significa que ela vai ser muito bem vestida! Antes se vestir como uma princesa do que com aqueles uniformes horrorosos do Distrito 13!
—Os uniformes eram tão ruins assim? — perguntou o moreno.
—Eram terríveis, Cinna! Completamente sem cor e sem vida! Aquele lugar era deplorável! Ainda bem que voltamos para cá!
Eu ri do comentário de Effie. Eu também odiava os uniformes do 13, já que sempre preferi roupas mais coloridas e alegres. Aqueles uniformes traziam uma vibração de tristeza.
Mas não estamos aqui apenas para desfrutar das coisas boas que a Capital nos dá, como conforto, comida, e tudo mais. Eu tenho um objetivo, acabar com o meu avô e a presidente Coin de uma vez só.
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Eu acordei ofegante após um pesadelo, sem gritos e sem me debater dessa vez. Em meu pesadelo eu havia perdido minha filha enquanto fazia um pontoprop em um Distrito. Minha mão foi imediatamente para a minha barriga e senti o volume que ainda estava lá, fazendo eu respirar aliviada. Ela ainda está aqui, foi realmente só um pesadelo. Tentei dormir novamente mas não conseguia, eu me virava o tempo inteiro mas sempre tinha algum pesadelo para intervir em meu sono. Imediatamente senti falta do Peeta que dormia comigo e fazia meus pesadelos sumirem após me abraçar e me acalmar. Eles não estão me deixando dormir com ele, apesar do tratamento estar fazendo efeito, eles ainda tem medo do Mellark ter alguma crise e fazer algo comigo, o que é um pouco demais, o tratamento já está indo muito bem e já está quase finalizando, não tem porque isso tudo. Porém, agora não me importo com o que os médicos dizem, pelo menos não agora, tudo o que desejo é ficar em seus braços até pegar no sono novamente. Me levantei da cama e saí do meu quarto, indo para o de Peeta, ele provavelmente estaria acordado visto que não é tão tarde. Bati na porta e logo minha entrada é permitida, e eu entrei. Imediatamente o loiro me olhou preocupado, ele estava sentado em um banquinho de frente de seu cavalete de pintura, onde havia uma tela e as tintas estavam dando forma a pintura. Depois que recebeu alta, ele saiu um pouco do caderno de desenho e foi para as telas e tintas. Mas até hoje não vi uma arte completa sua.
—Ei. — disse se levantando, tirou seu avental que estava usando para pintar, o colocando em cima do banquinho e veio em minha direção. — Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — ele colocou uma mão na minha barriga enquanto a outra foi para o meu antebraço.
—Foi um pesadelo...
—Quer me contar sobre? — Peeta começou a me guiar até sua cama.
—Eu sonhei que havia perdido nossa filha. — começo a dizer enquanto sentamos em sua casa. — Eu estava fazendo um pontoprop em um Distrito, tentando aliar esse Distrito aos outros contra a Capital, foi quando eles se revoltaram e atiraram em mim, mais especificamente, na minha barriga. — minha voz ficou fraca na última frase.
—Foi só um pesadelo, tudo bem? — ele começou a acariciar minhas costas. — Nossa pequena opala ainda está aqui. — sua outra mão que estava em minha barriga começou a acariciar o local. — Ela está bem, está viva e segura. Nada de ruim vai acontecer com ela. — disse com um sorriso, fazendo eu sorrir também. Meu olhar vai para a pintura que estava no cavalete.
—O que está pintando? — pergunto quando não consegui decifrar a arte.
—Bom, eu não estava conseguindo dormir, então resolvi pintar, não sei realmente o que estou fazendo. — deu de ombros e eu ri.
—Parece que não é só eu que tive problemas para dormir. As vezes esse lugar me traz uma péssima sensação.
—Quando essa guerra acabar, vamos voltar para o 12 e criar nossa família lá. Vamos ser felizes com a nossa pequena opala e tudo vai dar certo.
Eu pretendo ter a minha pequena aqui na Capital visto que o 12 está completamente destruído, com exceção da Aldeia dos Vitoriosos, então eu só irei voltar para o 12 quando eu e a minha filha recebermos alta para ir.
—Hoje, Effie comprou mais roupinhas para ela. — digo me ajeitando na sua cama, ficando meio deitada meio sentada. Logo Peeta ficou ao meu lado na mesma posição que eu. — É um mais exagerado que o outro, cheio de lacinhos, flores e brilho, mas é a coisa mais linda. Ela também comprou mais acessórios para ela, muitos lacinhos de cores diferentes. Disse que não conseguiu escolher só um. — ele riu.
—Effie sendo Effie. — dessa vez eu quem ri. — Já era de se imaginar que a nossa filha vai ser muito mimada por ela. — a mão de Peeta foi para a minha barriga novamente, ele levantou a minha blusa deixando a barriga a mostra e começou a acariciar o local. — Está vendo meu amor? Você já tem pessoas que te amam demais. — falou com a barriga e novamente eu ri.
Foi questão de segundos quando senti o seu chute, um chute mais forte do que os outros. Ao decorrer dos dias que passam, os chutes vão ficando mais forte. Outro chute veio em seguida na mesma força.
—É, ela realmente puxou a força do pai. — digo com um sorriso. — É cada chute que fico indignada, como que um ser ainda na barriga consegue ser tão forte?
—Devemos lembrar que vocês duas sobreviveram a um raio. Não é de se esperar que ela vai ser forte.
É, ele está certo. Sobrevivemos a um raio, o que dá a entender que iremos sobreviver a qualquer coisa. Minha pequena opala realmente puxou a força do Peeta visto que não sou tão forte assim fisicamente.
O beijo que o loiro depositou na minha barriga fez cócegas, como todas as vezes que ele beija o local. Eu amo ver ele conversando com a barriga e a beijando. Se Peeta está sendo assim ainda com a nossa pequena em meu ventre, imagina quando ela nascer? Já imagino ele a ninando em seus braços fortes no meio da madrugada, brincando com ela. Peeta vai ser um ótimo pai, disso eu não duvido nem um pouco.
Eu olhei para ele enquanto o mesmo ainda acariciava a minha barriga, mas não demorou muito para seus olhos se encontrarem com os meus. Seus lindos olhos cor de mel que voltaram a transmitir doçura e gentileza, que voltou a ser o meu olhar favorito. Nossos rostos estavam bem próximos a ponto de sentirmos a respiração um do outro. Meu olhar foi em direção aos seus lábios e senti uma necessidade imensa de ter eles sobre os meus, então, não demorei muito para quebrar a distância entre eles. Apesar de surpreso com meu ato, Peeta retribuiu o selinho. Minha mão foi para o seu ombro enquanto a sua foi para a minha cintura. Eu pedi passagem para a língua e ele abriu os lábios permitindo a passagem. Nosso último beijo foi na arena, a última vez que senti seus lábios sobre os meus e nossas línguas dançando em uma dança sincronizada, e isso não mudou, nosso beijo ainda encaixa certinho, como se nossos lábios fossem feitos um para o outro. No começo o beijo era calmo mas foi se intensificando, o que fez eu sentir aquela sensação debaixo das pernas, do mesmo jeito que senti naquela noite quando fizemos nossa pequena opala, o mesmo desejo de tê-lo que só tive e tenho apenas com ele. Separei nosso beijo por alguns segundos e subi em seu colo, voltando a colar nossos lábios novamente naquele mesmo beijo intenso de antes. Minhas duas mãos foram para o seu ombro e sem perceber eu já estava rebolando em seu colo. O gemido que ele soltou no meio do beijo me causou arrepios. Ele colocou a outra mão em minha coxa e começou a acariciar o local e apertar levemente e eu já estava sentindo o volume que se formava em sua calça. Céus, eu quero tanto que ele realize esse desejo de tê-lo, assim como ele fez naquela noite. Quero que ele me leve ao céu assim como fez da última vez. Minhas mãos que estavam em seus ombros foram para debaixo da sua blusa e comecei a arranhar suas costas levemente enquanto ainda rebolava em seu colo. Seus gemidos entre o beijo aumentava mais ainda minha excitação. Separei nossos lábios e logo comecei a beijar seu maxilar, descendo os beijos para o seu pescoço.
—Lily... — ele disse ofegante e logo outro gemido baixo escapou de seus lábios. — Lily, não podemos. — sua frase fez eu parar com os beijos e olhar para ele confusa. — Você está grávida. — eu revirei os olhos quando ele disse isso.
—Não tem problema. — me aproximei de seu rosto para beijá-lo novamente, mas ele se afastou um pouco desconfiado. — É sério, não tem problema.
—A médica confirmou que não tem problema?
Não, não confirmou já que eu nunca perguntei isso para ela.
—Sim... — eu menti, o que fez ele arquear sua sobrancelha.
—Não mente. — disse olhando no fundo dos meus olhos, o que fez eu bufar. — Você sabe que não quero fazer nada que prejudique nossa bebê.
—Se você não confia em mim, então não posso fazer nada. — digo um pouco irritada enquanto saia do seu colo. — Boa noite, Peeta.
Eu estava prestes a sair da sua cama quando ele me puxou e colou nossos lábios novamente. Eu demorei um pouco para retribuir mas logo voltou a ser o mesmo beijo intenso e com uma certa urgência. Sem parar o beijo, ele me deitou na cama e ficou por cima de mim.
—Eu confio em você, Lily, é claro que eu confio. — ele disse ofegante quando nos separamos do beijo. — E se você diz que não tem problema...
Eu dei uma gargalhada, fazendo ele dar uma também. Logo seus lábios começaram a beijar meu maxilar, descendo os beijos para o meu queixo até chegar no pescoço, onde ele depositava beijos e chupava levemente o local. Aquele gesto me causava mais arrepios. Minhas mãos foram novamente para suas costas debaixo da sua blusa onde comecei a arranhar levemente o local.
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—Por favor, não diga que foi um erro que nem você disse naquele dia.
Eu estava abraçada com Peeta com minha cabeça em seu peito, onde eu ouvia seu coração acelerado, sua mão acariciava minhas costas nuas e a minha mão estava pousada em seu abdômen. Já havia se passado alguns minutos depois do ocorrido, ainda estávamos um pouco ofegantes e meu coração estava que nem o do loiro, completamente acelerado. Foi como da primeira vez, até melhor do que da primeira vez, e isso me fez esquecer o que está acontecendo lá fora Uma guerra, uma guerra que eu acabei causando sem querer. É questão de tempo até os rebeldes adentrarem a Capital e tudo acontecer.
—Nunca foi um erro. — eu disse. — Eu só estava com medo, confusa em relação aos meus sentimentos. Eu tive medo do meu avô fazer algo com você se eu ficasse ao seu lado. Não só com você, mas com todos que eu amo.
Um silêncio se instalou entre nós dois, até que Peeta o quebrou depois de alguns segundos.
—Eu sei que pode não ser o momento ideal para perguntar isso, mas... — ele respirou fundo antes de continuar. — Você me ama. Verdadeiro ou falso?
Eu posso estar confusa sobre muitas coisas, mas com certeza essa era uma pergunta que eu tinha a total certeza da resposta.
—Verdadeiro. — eu respondi.
Novamente o silêncio se instalou entre nós dois. Mas dessa vez fui eu que o quebrei.
—Tudo o que eu fiz, até agora, sempre foi porque eu amo você, Peeta. — comecei a falar. Percebi que era o momento perfeito para falar do meu plano para ele. — Eu tenho um plano. — eu levantei minha cabeça para olhá-lo e ele me olhava atentamente, prestando atenção no que irei dizer. — Eu nunca quis ser o Tordo, mas apenas fui o Tordo para te salvar, para que você ficasse no Distrito 13 em segurança. Depois eu ia vir para a Capital e fazer meu avô pagar por tudo o que fez do meu jeito. Mas acabou que você não foi resgatado, então eu vim te salvar, eu mesma, pessoalmente. Eu pretendia esperar você receber o tratamento do telessequestro para eu finalmente agir. Agora que o tratamento está quase no final, posso começar a agir.
—E o que você pretende fazer agora? — perguntou.
—Amanhã meu avô vai ficar fora do escritório, pelo menos foi o que eu ouvi dizer, parece que vai ter alguma reunião ou algo assim. Irei até o seu escritório e irei procurar algumas informações necessárias para começar a agir.
—Eu vou te ajudar. Iremos fazer tudo isso juntos.
Eu sorri.
—Sim, juntos.
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No dia seguinte, como eu imaginava, meu avô não estava no escritório. Peeta e eu entramos no local e nós dois começamos a procurar por algum documento importante que possa incriminar ele. Preciso de um desses documentos para conseguir o incriminar. Por ser neta do presidente Snow, obviamente eu tenho vantagem para o acusar de algum crime que ele fez. Com isso, irei eliminar a Coin e em seguida irei eliminar ele também.
Eu comecei a procurar nas gavetas de sua mesa, até que um documento chamou minha atenção, na verdade, foram dois que me chamaram atenção. Um realmente era um documento para o incriminar, que são listas de pessoas que ele assassinou ao longo de sua vida. Mas o outro não era sobre meu avô, era sobre mim, tinha meu nome ali. Comecei a ler o papel atentamente, e logo percebi que era minha árvore genealógica, mas não só dos Snows, mas a minha árvore genealógica completamente. Havia o nome de todos os meus antepassados até chegar a mim. Por que que o meu avô me escondeu isso? Ele mesmo dizia que não sabia nada sobre minha família verdadeira. Um nome em específico me chama a atenção e imediatamente reconheci quem seria a dona de seu nome.
Tigris Snow.
Eu já a vi na televisão, ela era estilista dos Jogos. Eu sei que ela está viva já que devo ter a visto em uma loja aqui perto. Será que ela sabe sobre minha família verdadeira? Pela ordem de nascimento, Tigris deve ter feito parte da vida do meu avô por bastante tempo, ela deve saber de algo.
—Lily? — a voz de Peeta me tirou de meus pensamentos. — Aconteceu alguma coisa?
Apesar do choque em que eu me encontrava, apenas neguei com a cabeça rapidamente.
—Eu achei um documento que pode me ajudar. — digo erguendo o outro documento. — Podemos sair daqui.
O loiro assentiu com a cabeça e não demoramos muito para deixar a sala. Não havia indícios de que alguém mexeu nas coisas do meu avô, então era impossível ele saber que nós dois estávamos lá.
Eu estava ansiosa para ver essa Tigris, por isso disse a Peeta que iria sair rapidinho para resolver uma coisa. Pedi a ele para esconder o documento e assim fui em direção a saída da mansão. Eu escondi o papel onde estava minha árvore genealógica no meu casaco para ninguém desconfiar. A possível loja de Tigris não era longe da mansão, fica a uns cinco quarteirões daqui. Eu andava em passos rápidos e meu coração batia acelerado. As ruas estavam um pouco vazias mas ainda havia lojas abertas. Era um dia frio e estava nevando, então eu fechei mais o meu casaco e comecei a andar mais rápido ainda. Eu já estava com um pouco de calor quando cheguei na porta da possível loja de Tigris. Respirei fundo e hesitei antes de entrar no comércio. E bingo! Era ela! Está do jeito que eu me lembro quando a vi na televisão. Ela tinha a pele muito puxada para trás e recebeu uma tatuagem de listras pretas e douradas. O nariz foi achatado até praticamente deixar de existir. Eu já vira bigode de gato em pessoas na Capital antes, mas o dela é muito mais comprido. E o resultado é uma máscara grotesca e semifelina que agora estava me olhando enquanto estava sentada em sua mesa. Obviamente ela deve ter me reconhecido, afinal, quem não me reconheceria?
—Oi! — eu a cumprimentei com um sorriso. — Eu sou a Lily...
Ela ainda me olhava mas dessa vez seu olhar era de confusão. Entendo sua confusão, quem se apresentaria assim? Eu respirei fundo antes de me apresentar com o nome que eu vi na minha árvore genealógica.
—Lily Gray Snow.
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Peço perdão pela demora, mas juro que teve motivo. Eu estava editando vídeos para as minhas fanfics de Jogos Vorazes para postar no tiktok, por isso não postei esses dias😃
Confesso que eu ia separar esse capítulo em dois, mas aí eu pensei que iria ficar muito chato apenas cenas da Lily com o Peeta e por isso coloquei esse plot no final.
Enfim, vamos falar do capítulo agora:
Tivemos MUITAS cenas do nosso casal principal! Na verdade quase o capítulo inteiro foi eles dois😃
Confesso que fiquei com MUITA vergonha escrevendo aquela cena deles KALAKAKKAKAKA mas eu pensei "vei, eles já sofreram tanto, eles merecem uma cena feliz" e pronto, escrevi, só que não sei se ficou muito bom KAKAKAKAKKAKA
Provavelmente algumas pessoas já deviam imaginar o plot do final, e eu tentei ao máximo desviar o assunto KAKAKAKKAKAKAKKAA e na minha cabeça é um dos maiores plots da fanfic. E sim, a Tigris no próximo capítulo vai ser MUITO importante, por isso quis colocar ela na fanfic, bele? Bele!
Esse capítulo foi bem feliz e fofinho, mas o próximo vai ser só choro🥲
Avisando aqui a todos vocês que leem fanfics de Jogos Vorazes que eu publiquei o capítulo introdutório da fanfic do Finnick! Provavelmente irei demorar para postar os capítulos (logo vocês irão saber o porquê) mas já postei o capítulo introdutório para vocês adicionarem na biblioteca.
Quero desde já agradecer que a fanfic está quase chegando nos 700 votos! Muito obrigada a todos que estão apoiando a fanfic SÉRIO! Isso me motiva a continuar ainda mais🫶🏻
Peço perdão pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los mas tem vezes que passa despercebido.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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