xxx. i didn't know
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A enfermeira tirou o colar cervical do meu pescoço e começou a apertar o local para examinar, o que fez eu recuar um pouco por causa da dor que causou.
—Desculpe. Eu sei que está meio sensível. — ela disse. Eu ainda fazia uma careta a cada vez que ela apertava o meu pescoço, o examinando. — Vamos testar sua voz agora. Repita comigo, querida: meu nome é Lily Snow e eu sou da Capital.
Capital? Mas eu não sou da Capital. Eu sou do Distrito 12, onde nasci e cresci. Porém não irei corrigi-la, deixe assim. Respirei fundo antes de repetir o que ela disse.
—Meu... — minha garganta doeu quando tentei falar e minha voz não saiu.
—Sem pressa. Suas cordas vocais ainda estão bem inchadas.
—Meu... — minha voz começou a sair um pouco fraca. — nome... é... Lily... Snow... — eu falei com dificuldade. Olhei para Cinna que estava ao meu lado. — Eu... — minha garganta doeu e acabei tossindo. — Eu... quero... falar... com... ele... — ainda dizia com certa dificuldade.
—Não é seguro. — começou a dizer. — Ele não está consciente de suas ações, apesar dele estar preso em sua cama, ainda sim não é seguro.
—Me... deixe... apenas... vê-lo... Por favor...
—São ordens do seu avô, senhorita Snow. — disse a médica e eu a olhei um olhar desconfiado.
—Ela está certa, seu avô ordenou que não fosse ver Peeta por enquanto até ele dar a segunda ordem.
E quando vai ser essa segunda ordem? Quando ele for tratado do telessequestro? Eis a questão, quando ele vai ser tratado do telessequestro?
Fiz um sinal com a mão, como se eu estivesse escrevendo, logo Cinna pegou o quadro branco com o marcador. Comecei a escrever no quadro.
"E quando ele estiver dormindo? Ele não poderá fazer nenhum mal a mim e a nossa filha enquanto dorme." mostrei o quadro para eles assim que escrevi.
—Vamos ver se seu avô concorda.
—Ele só está preocupado com você, seu avô não quer perder a neta. — disse a mulher.
Na verdade ele não quer perder a porta-voz dele, isso sim. Porque se ele não quisesse me perder, ele não teria me colocado na arena novamente e ter feito Peeta quase me matar.
A médica não demorou muito em meu quarto hospitalar e então logo foi embora, deixando apenas Cinna e eu. Eu queria ver o Peeta, pelo menos de longe.
"Pelo menos me deixe vê-lo de longe, não preciso nem entrar em seu quarto." mostrei o quadro para Cinna, este que suspirou.
—Vamos lá, eu te levo. — disse e eu sorri.
Eu me levantei da cama e saímos do quarto hospitalar. Andamos pela ala hospitalar que havia na mansão, e não demorou muito para chegarmos no quarto de Peeta. Em seu quarto, havia uma janela grande que dava visão a ele, mas por dentro a janela era como se fosse um espelho, disseram que isso é para ficar o observando. Peeta estava preso em sua cama, apenas na cintura, ele segurava um caderno de desenho e desenhava atentamente. Coloquei minha mão no vidro enquanto o observava. É tão estranho ele estar tão perto mas ao mesmo tempo tão longe de mim. Senti meus olhos se encherem de lágrimas e logo elas começaram a cair. Eu preciso desempenhar o meu papel, preciso fazer isso para ter o meu Peeta de volta.
—Quando for a hora certa, eles vão deixar você visitá-lo. — Cinna tentou me tranquilizar. — Fique firme, Garota Arco-Íris, lembre-se que ainda aposto em você.
Eu dei um sorriso fechado para ele e voltei a olhar para Peeta. Infelizmente, por mais que eu não queira, eu tenho que vê-lo assim, de longe, com uma parede nos separando. Respirei fundo e comecei a andar até o meu quarto hospitalar enquanto Cinna me seguia. Irei conversar com meu avô para ver se consigo visitar o Peeta enquanto ele dorme, ele não vai fazer mal nenhum a mim quando estiver dormindo, certo? Pelo menos é o que eu acho.
Ao chegar no meu quarto, me deitei na cama novamente. Não sei quando irei receber alta para ir para um dos quartos da mansão, mas creio que vai ser logo.
—Lily! — ouvi a voz animada de Effie adentrando o quarto. Olhei em sua direção e ela estava com um sorriso enorme no rosto e algumas sacolas de compras nas mãos. — Tenho algumas coisas que provavelmente vai te animar. — a mesma colocou as sacolas em meu colo, eu fiquei confusa. — Sei que não é o momento certo para isso, mas sua bebê precisa de um enxoval, o melhor enxoval, isso é só o começo, ainda irei comprar mais.
E as lojas estão abertas mesmo com essa rebelião? Bom, não duvido de nada. Comecei a olhar o conteúdo das sacolas e meus olhos começaram a se encher de lágrimas assim que vi as roupinhas de bebê. A primeira roupa que peguei foi um vestido rosa com vários laços, bem estilo de princesa. A outra roupa foi um vestido com as cores do arco-iris em tons pastéis. As próximas roupinhas que vi tiveram o mesmo estilo das duas primeiras, vestidos de princesa e alguns bodys de bebê, a maioria sendo em tons de rosa, lilás e azul claro, tem um vestido que é da cor laranja, parecendo o pôr do sol, imediatamente me lembrei de Peeta visto que é sua cor favorita, e pronto, se antes as lágrimas já queriam cair, elas começaram a cair sem parar. Pensei em como Peeta iria ficar feliz de ver essas roupinhas de bebê junto comigo.
—Obrigada, Effie. — a agradeci com a voz fraca e rouca enquanto olhava para ela, com lágrimas nos olhos e um sorriso fechado nos lábios. — São lindos.
—Sua bebê merece ter o melhor enxoval, ainda mais por ter uma mãe como você. — ela sorriu e segurou a minha mão. — Vou perguntar para o seu avô se posso colocar os móveis de bebê no seu quarto, e depois, quando tudo isso acabar, a gente leva tudo para o 12, tudo bem?
—Mas... — vi que minha garganta estava voltando a doer e peguei o quadro branco.
"Essa guerra vai durar até o nascimento dela? Eu só estou de dezesseis semanas." mostrei o quadro para eles dois.
—Não sabemos o dia de amanhã, pode tanto durar até semana que vem ou meses. — disse Cinna.
"Eu irei ter minha bebê aqui na Capital. Depois que ela nascer, irei voltar para o 12." novamente mostrei o quadro para eles.
—Bom, até lá iremos decidir se vamos fazer o quartinho aqui na mansão ou na sua casa no 12. — disse a mulher de cabelos roxos. — Mas eu garanto que sua filha vai ter o quartinho de bebê mais lindo.
Eu sorri para ela em agradecimento. Se depender de Effie esse realmente vai ser o enxoval mais lindo, e é uma coisa que ela vai amar fazer, disso eu tenho certeza.
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—Seu avô permitiu sua visita enquanto Peeta estiver dormindo. — disse Effie. — Quando eu fui visitar ele, o mesmo me deu esses desenhos.
Eu já havia recebido alta do hospital e minha garganta já havia melhorado e minha voz voltou ao normal. Eu já estou com dezessete semanas e Effie já está comprando muitas roupinhas para a pequena opala, essa que ainda não tem nome. Quando Peeta melhorar, quero decidir junto com ele.
Effie me entregou os desenhos que ela mencionou e eu comecei a olhar. O primeiro desenho era eu na praça do Distrito 12 com meu vestido com babados de arco-íris, eu estava com meu violão em mãos e um sorriso nos lábios enquanto cantava, e esse foi os dois próximos desenhos, mudando apenas o cenário, mas o quarto desenho começou a mudar, eu não estava mais com a feição alegre e com o violão em mãos, nem mesmo com o vestido com babados de arco-íris, eu estava com roupas em tons de preto e meu rosto estava diferente, meus olhos estavam vermelhos e eu estava com uma feição assustadora. Os próximos desenhos foram piorando e algumas delas tinham frases como "você é um monstro", "você é um bestante". Senti as lágrimas começaram a se formar e a cair sem parar, ele me vê assim agora. Meu avô tirou meu Peeta de mim e só vai devolvê-lo se eu fizer o que ele manda. Mas o que Coriolanus Snow não espera é que eu estou planejando uma ótima forma dele pagar por tudo o que fez.
—Eu sinto muito, querida. — lamentou com um sorriso triste. — Mas lembre-se que se você seguir seu plano certinho, o Peeta vai voltar a ser o mesmo de antes.
Eu assenti com a cabeça enquanto as lágrimas ainda caiam sem parar.
—Eu não queria te dizer isso, mas quando eu disse que você estava grávida e que vocês iriam ter uma filha, ele surtou, de uma forma bem ruim. — Effie disse com uma feição triste. — Disse que ele nunca iria ter um bebê com um monstro como você.
Eu sei que ele está falando isso por efeito do telessequestro, mas isso de certa forma machuca e muito. O meu Peeta nunca diria isso, ele iria ficar feliz com a notícia da gravidez e que ia ser pai. Mas esse Peeta me odeia e me acha um monstro, um bestante. Talvez se eu tivesse realizado meu plano antes, os efeitos do telessequestro seriam mínimas, ele não sentiria tanto ódio de mim, certo?
—Vamos lá, agora você tem exame para ver a sua pequena. — ela disse com um sorriso e me levantou. — Não vejo a hora de chegar o dia de ver o rostinho dela pelo ultrassom! Tenho certeza de que ela vai ser muito linda!
Eu ri quando ela disse isso. Também não vejo a hora de ver seu rostinho, tanto pelo ultrassom tanto quando ela nascer. Sei que falta alguns meses ainda, mas mesmo assim a ansiedade de ver ela cresce a cada dia que se passa, a cada dia que escuto seu coração e escuto que ela está bem. Minha pequena opala é forte e saudável, é o que os médicos falam e dá para perceber. Sobrevivemos naquela arena e ainda fomos atingidas por um raio, qualquer coisa que acontecer vai ser fácil para nós duas.
Na ala hospitalar, a médica disse que eu preciso descansar mais e ter uma boa alimentação, agora vai ser mais fácil visto que não vou mais para a guerra já que aqui na Capital só preciso ser sua porta-voz, pelo menos é o que eu acho. E novamente eu chorei quando ouvi seu coração, mas dessa vez chorei mais do que o normal, porque eu imaginei Peeta do meu lado vendo essa cena com um sorriso enorme no rosto, tudo o que eu mais queria era que essa cena se tornasse realidade, mas acho que isso vai demorar um pouco visto que ele me odeia e quer me matar a todo custo.
—Bom, o que acha de brownie com sorvete? — sugeriu Effie enquanto andávamos até o meu quarto. — Lembro que você disse lá no 13 que queria comer isso.
Eu não tinha oportunidade de realizar alguns desejos de grávida no 13 visto que a alimentação era bem restrita. Agora na Capital consigo fazer isso sem problemas.
—Dois, com bastante sorvete de creme e com morango, por favor. — digo com um sorriso, isso fez a mais velha sorrir também.
—Me espere no seu quarto que irei levar para você.
Assenti com a cabeça e voltei a andar até o meu quarto enquanto Effie ia até a sala de jantar pedir para os funcionários a sobremesa.
—Meu pequeno rouxinol. — me assustei ao ouvir a voz do meu avô no corredor. Ele caminhou em minha direção com um sorriso nos lábios. — Está tudo bem com você e com a minha bisneta?
Estranhei imediatamente sua pergunta. Por que ele está perguntando isso? Ele que ameaçou fazer mal a ela e ainda fez Peeta quase me matar. Imediatamente coloquei a mão em minha barriga para protegê-la de alguma forma.
—Sim. — respondi simplista.
—Ela está crescendo. — disse olhando para a minha barriga ainda com um sorriso. — Posso? — começou a direcionar sua mão em direção ao local e imediatamente me afastei.
—Não. Não gosto que toquem. — digo com um tom de voz seco.
—Entendo. — ele pareceu não ter gostado muito, mas nem me importei. — Visto que está melhor daquele incidente com Peeta, você irá fazer uma entrevista com Caeser Flickerman amanhã a noite. Depois irei levar os cartões com o que você deve dizer. Trate de não falhar, já que você sabe o que está em jogo.
Assenti com a cabeça.
—Não irei falhar. Posso ir agora? — apontei para a direção que eu estava indo.
O mais velho concordou e eu voltei a andar em passos rápidos até o meu quarto. Assim que entrei no local, fechei a porta e me sentei na cama. Ele finge que se importa com a minha bebê e comigo, é claro que ele finge. Se ele realmente se importasse, não teria me colocado na arena de novo, não teria me ameaçado naquele dia quando vim aqui para distraí-lo enquanto a missão de resgate estava ativa, e não teria feito Peeta tentar me matar. Ele só me quer ao seu lado para acabar com essa rebelião, assim como Coin me queria ao seu lado para unir os Distritos, derrubar a Capital e dar a presidência para ela. Respirei fundo e olhei para o piano que havia no meu quarto, me levantei da cama e fui até o objeto, me sentando no banquinho. Meus dedos se encontraram com as teclas e logo eles começaram a se movimentar criando uma melodia. Logo a inspiração para uma música veio em minha mente, o que fez eu pegar meu caderno de música e anotar as ideias que estava tento enquanto tocava o piano. Ouvi batidas na porta e permiti sua entrada visto que deveria ser Effie, e era ela mesmo, com uma bandeja mesa em mãos onde havia três pratos, dois com um brownie com sorvete cada e o outro com os dois do jeitinho que eu pedi, também havia três colheres de sobremesa lá.
—Bom, peguei para Cinna também visto que provavelmente ele vai aparecer aqui daqui a pouco.
Me levantei do banquinho do piano e me sentei na minha cama novamente, Effie veio em minha direção e colocou a bandeja mesa em cima da cama e se sentou a minha frente. Logo peguei a colher e comecei a comer o meu brownie, o suspiro de prazer foi instantâneo quando senti o gosto de chocolate em meu paladar. Uma coisa boa da Capital: a comida daqui é mil vezes melhor do que a do 13. Lá só podíamos comer aquelas comidas sem graça e com porções limitadas, tendo apenas água como bebida, não que seja ruim beber água, mas nesse quesito Effie estava certa, aquele lugar é deplorável. Eu comia a sobremesa devagar e saboreava cada colherada, finalmente um desejo de grávida que pude realizar. Foi questão de segundos quando senti uma pequena pontada no pé da barriga, o que fez eu estranhar no mesmo instante mas aconteceu de novo.
—O que foi, querida? — perguntou Effie preocupada ao ver minha feição confusa no rosto.
Mas eu apenas fiquei quieta esperando aquela pontada aparecer novamente quando aconteceu. Foi aí que a ficha caiu. Mas é claro! São chutes! Os primeiros chutes da minha pequena opala. Um sorriso surgiu em meus lábios enquanto sentia as lágrimas surgindo em meus olhos. Lágrimas de felicidade dessa vez.
—Ela está chutando, Effie! — digo animada. Isso fez a mais velha sorrir. — Ela está chutando!
—Posso sentir? — perguntou e eu imediatamente assenti com a cabeça. Peguei a sua mão e coloquei onde havia sentido os chutes, não demorou muito para ela chutar novamente. O sorriso de Effie se alargou. — Meu Deus, Lily! Parece que foi ontem que descobrimos que você está grávida! — ela disse com sua voz começando a ficar embargada. — Ela está crescendo tão rápido!
Sim, ela está crescendo rápido, muito rápido. Realmente parece que foi ontem que recebi a notícia de que estou grávida, e apesar de ter descoberto um pouco tarde, ainda sim está passando rápido. Se continuar nesse ritmo, logo ela vai estar em meus braços. Logo meu sorriso se desmanchou quando lembrei de Peeta novamente, e as lágrimas que eram de felicidade começaram a ser de tristeza.
—Peeta ficaria tão feliz de ver isso... — digo com a minha voz começando a ficar fraca. — Sei que eu deveria ficar feliz a cada dia que vejo minha pequena crescendo bem, mas qualquer coisa relacionada a ela me faz lembrar dele... Eu tento não ficar triste para não afetar a minha bebê já que ela sente tudo o que eu sinto, mas tem vezes que eu não consigo controlar. — eu funguei enquanto as lágrimas começaram a cair.
—Eu sei minha querida. — ela segurou minha mão. — É claro que você vai se lembrar dele toda vez que você faz qualquer coisa relacionada a sua filha, já que essa menina, sua filha que está em seu ventre é a prova desse amor do Peeta para você.
—O Peeta de agora me odeia e nem mesmo me quer por perto. E ele só vai voltar a ser o Peeta que me ama quando meu avô decidir que eu fiz o meu papel direito.
—Enquanto isso, você faz o seu papel para salvá-lo, para ele ficar ao seu lado novamente. Seu avô vai ver o seu esforço e vai realizar o tratamento dele. Você vai conseguir, você consegue tudo. Venceu os Jogos Vorazes com quatorze ano, sobreviveu ao Massacre Quaternário estando grávida, mesmo sem saber, mas sobreviveu, aguentou aqueles pontoprops estando completamente desestabilizada mentalmente e passando mal por causa da gravidez. Fazer algumas entrevistas e ficar ao lado do seu avô para salvar o Peeta, vai ser fácil para você.
—Obrigada Effie. — a agradeci e eu sorri.
Ouvimos batidas na porta e permiti sua entrada porque poderia ser Cinna. E era ele. O mesmo segurava uma caixa de presente em mãos e em cima dessa caixa havia um vestido. Ele se aproximou da cama e se sentou do outro lado da cama, ficando de frente para mim.
—O que aconteceu? — ele perguntou ao ver nós duas.
—A bebê deu os primeiros chutes. — respondeu Effie com um sorriso.
—Sério? — eu assenti com a cabeça. — Posso sentir?
—Se ela chutar de novo. — digo pegando sua mão e a colocando em minha barriga, onde estava sentindo os chutes, segundos depois ela chutou novamente. O mais velho deu um sorriso assim que sentiu o chute.
Ver aquela cena me fez ficar feliz de novo. Sentir os chutes da minha pequena está me fazendo ficar feliz, me faz perceber que eu vou ser mãe e que logo logo ela vai estar aqui comigo. Minha pequena opala me mantém firme para continuar, para continuar por ela e por Peeta.
—Bom, eu tenho uma surpresa para você. — ele pegou o vestido que estava em cima da caixa de presente e só então percebi que era o meu vestido com babados de arco-íris, o que fez eu ficar um pouco surpresa.
—Eu achei que havia o perdido no Centro de Treinamento. — digo pegando a roupa e a olhando ainda um pouco surpresa.
—Eu consegui achar, foi por sorte. E eu sabia que ele é importante para você, por isso eu o trouxe aqui.
—Obrigada Cinna. — digo com um sorriso enquanto o olhava. — Mas só irei poder usar depois que meu corpo voltar ao normal quando minha pequena nascer, por causa da barriga ele não vai caber.
—Eu sabia disso e por isso tenho outro presente para você.
Ele me entregou a caixa e eu a abri imediatamente. Lá estava um vestido igual ao que eu tenho, porém em um tamanho maior, especialmente para uma grávida usar. Embaixo do vestido havia outro exatamente igual mas no tamanho de roupa de bebê.
—Acho que vai ser legal ver vocês duas combinando. — disse com um sorriso.
—Eu amei, Cinna. Muito obrigada. — eu sorri. — Nós duas iremos usar muito, pode ter certeza.
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Já era de noite quando eu estava indo para o quarto hospitalar de Peeta. De acordo com os médicos, ele estaria dormindo e seria o momento perfeito para vê-lo mais de perto, sem ser pela janela do corredor. Cinna estava indo comigo para o caso de acontecer algo, aí ele pode interferir. Eu usava o vestido que Cinna havia me dado, e ficou perfeito, com certeza vai dar para usar quando a barriga crescer mais. Respirei fundo ao chegar na porta do quarto e entrei. Peeta realmente estava dormindo, ele usava as roupas brancas de hospitalar e tinha uma feição serena enquanto dormia, seus machucados estavam melhorando. Em cima da mesa de cabeceira ao lado da sua cama tinha dois desenhos, do mesmo jeito daqueles desenhos que Effie me mostrou, a diferença é que um deles foi feito recentemente, novamente aquele desenho indicando que eu seria um monstro em sua visão. Respirei fundo de novo para não começar a chorar.
—Oi. — digo docemente enquanto me aproximava da cama. — Sei que você não vai me ouvir e muito menos me ver, mas vim aqui te visitar. Sei que você me acha um monstro agora e quer a todo custo me matar, e é por isso que estou aqui enquanto você dorme. — eu segurei sua mão e comecei a acariciar o local. — Sabe, vamos ter uma filha, quem diria que aquela noite iria resultar nisso, não é? — dei um riso fraco. — Ela deu os primeiros chutes hoje e imaginei o quanto que você ficaria feliz em sentir os chutes dela, eu sempre imagino a sua felicidade em ver seu crescimento, ouvindo seu coração. Mas você só vai poder ver tudo isso quando receber seu tratamento, e espero que seja logo. Eu sinto sua falta, Peeta. — senti o nó se formar em minha garganta mas respirei fundo. — Eu escrevi uma música antes de vir para cá, escrevi ela para você, e mesmo que você não irá ouvir, eu irei cantar.
Novamente eu respirei fundo antes de começar a cantar.
I was fine before you walked right through that door
And now I'm something more than I ever imagined
I was so sure I knew exactly who you were
But you were something more than I ever imagined
In your arms, I'm safe and sound
You turn my world right upside down
But all the hell we've been through had a purpose
Together we are chaos and it's perfect
Always thought those feelings, they were stories not made for me
It's terrifying, but I'm pretty certain it's worth it
I didn't, I didn't know what love could, what love could be
Until you, until you loved my everything
The good, the bad, the in between
I didn't know you were something I could need
Until you, until you loved my everything
The good, the bad, the in between, all of me
I was fine before you kissed me on the forehead
Held me 'til the mornin', never imagined
In your arms, I'm safe and sound
You turn my world right upside down
But all the hell we've been through had a purpose
Together we are chaos and it's perfect
Always thought those feelings, they were stories not made for me
It's terrifying, but I'm pretty certain it's worth it
I didn't, I didn't know what love could, what love could be
Until you, until you loved my everything
The good, the bad, the in between
I didn't know you were something I could need
Until you, until you loved my everything
The good, the bad, the in between, all of me
Eu me aproximei mais dele antes de cantar a próxima estrofe. Minha mão livre foi em direção ao seu rosto e começou a acariciar o local. Meus dedos acariciavam sua bochecha, sua testa, até mesmo seus cabelos. Eu olhei diretamente para seus olhos que estavam fechados e comecei a cantar a próxima estrofe com um sorriso pequeno nos lábios.
I could die in your eyes for the rest of my life
I could die in your eyes until the end of time
I didn't, I didn't know
I didn't, I didn't know
I didn't, I didn't know
I didn't, I didn't know
I didn't know, I didn't know
Eu só percebi que estava chorando quando senti algumas lágrimas começarem a cair. Um soluço escapou de meus lábios e eu comecei a fungar por causa do choro.
—Me desculpa, eu sei que errei com você e sei que deveria ter te salvado o quanto antes, eu não deveria ter atirado no campo de força, eu deveria ter me matado para você sair vivo da arena são e salvo. Tudo isso é minha culpa. — outro soluço escapou. — Eu irei nos salvar, tá? Você vai voltar a ser o meu Peeta logo logo, eu só preciso fazer uma coisa para isso acontecer. Você irá ver nossa filha nascer e irá ser um ótimo pai. Nós três iremos ser felizes no 12 quando essa guerra acabar. Eu amo você, Peeta, e irei fazer tudo isso por você, por nós.
Meus lábios se aproximaram de sua bochecha e depositei um selar ali. Depois de alguns segundos o olhando, me afastei da sua cama e saí do quarto. Passei direto por Cinna e andei em passos rápidos até os meus aposentos. Apesar de ter visto Peeta de perto, ainda não supriu a saudade que sinto dele. Tudo o que eu queria naquele momento era deitar na minha cama e dormir. Pelo menos em meus sonhos eu estou nos braços de Peeta enquanto ele me consola quando acordo de um pesadelo, pelo menos em meus sonhos nós dois somos felizes.
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Primeiro quero pedir mil perdões pela demora da postagem do capítulo novo e peço mais perdão ainda se o capítulo estiver chato e ruim. Essa semana está bem corrida para mim, a sogra da minha mãe está aqui em casa e está sendo UM INFERNO!!!! Além de que agora eu tomei vergonha na cara e estou indo todos os dias para a escola, e por mais que tenha algumas aulas vagas eu não consigo escrever por causa do barulho, eh laia🤡 e quando eu chego em casa e tenho tempo a tarde e eu prefiro dormir e descansar, enfim, peço desculpas🥺 mas em compensação, mais de 4k de palavras!
Confesso que eu quase chorei escrevendo esse capítulo, eu não aguento mais ver minha menina sofrer gente socorro😭
Esse capítulo foi mais triste? Sim, foi! Mas foi porque eu não quis colocar o que eu queria colocar nesse capítulo aqui e resolvi deixar para o próximo capítulo😃
Inclusive eu estava juntando as ideias E FALTA POUCO PARA O FINAL DA FANFIC😭😭😭 meu Deus, passou tão rápido, nem imaginei que iria acabar tão rápido😭😭 enfim, pretendo postar o capítulo introdutório da fanfic do Finnick até semana que vem! Só preciso fazer a capa e a playlist, de resto é só postar😃
Neste capítulo vemos a relação incrível da Lily com o Cinna e a Effie e é por isso que eu quis que o Cinna ficasse vivo, para além da Effie a Lily ter outro suporte, já que o Haymitch está no 13 (e também porque eu não queria matar o Cinna e quis dar um jeito de mantê-lo vivo nessa fanfic🙂)
A pequena opala deu os primeiros chutes🥺 ela ainda não tem nome, porque a Lily ainda não escolheu, MAS logo logo o nome dela será revelado🙂
No final tivemos a Lily cantando para o Peeta, eu escutei essa música depois de um tempo e vei É MUITO ELES TOTAL!!!! A Lily super escreveria e cantaria essa e por isso veio essa ideia, que inclusive eu quase chorei só de imaginar essa ideia🤡
Meu deixa eu falar algo para vocês que aconteceu hoje na escola. Meu professor favorito de lá é o professor de matemática (vulgo matéria que mais odeio) ele me dá aula desde 2022, que foi quando eu fui para a escola que eu estou e desde então ele sempre foi muito receptivo comigo e tals, ele é incrível e explica a matéria muito bem, até mesmo quem tem muito mais dificuldade em matemática consegue entender a explicação dele e ele fica do seu lado até você entender a matéria, ele também é ótimo para dar conselhos sobre a vida e conversa com você sempre que precisar. Aí tá, hoje foi a primeira aula do ano que eu tive dele aí ele disse bem assim "Duda, eu fico tão feliz que você vem as minhas aulas, porque sempre quando eu entro e vejo esses alunos que não quer nada com nada me desanima, mas só de te ver eu fico feliz." Aí eu "por que? Eu trago uma energia boa?" Aí ele e outra menina falaram "é claro!" Juro, fiquei tão feliz! Ele vai ser o professor que nunca irei esquecer na minha vida🥹
Oficialmente a fanfic chegou nos 600 votos! Sério gente MUITO OBRIGADA MESMO a todo o carinho que vocês estão dando para a fanfic, isso me motiva a cada vez mais continuar postando as fanfics que tenho em mente para postar🥹🩵🩵
Peço desculpas se tiver algum erro ortográfico ou algum erro do próprio wattpad, porque meu Deus, hoje ele tá que tá! Tento ao máximo evitá-los mas tem vezes que passa despercebido.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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