xxvii. the show's not over until the mockingjay sings
—É uma piada, não é? Vocês estão brincando comigo. — começo a dizer já com os olhos se enchendo de lágrimas. — Por favor, me diz que é piada e que ele está aqui, por favor...
—Queria dizer que é piada, Lily, eu realmente queria. — lamentou Katniss. — Nós o procuramos mas ele não estava lá. Peeta ainda está na Capital, mas não sabemos se ele está com vida. Me desculpa.
Eu me recusava a aceitar. Peeta ainda está na Capital, ainda está nas mãos do meu avô, onde ele pode receber qualquer tipo de tortura. Minhas pernas ficaram fracas e cai de joelhos no chão. Katniss logo se abaixou e me abraçou de lado enquanto eu chorava desesperadamente. Eu o perdi realmente? É, eu o perdi.
—Calma, ele deve estar vivo, vamos organizar um outro plano de resgate quando tivermos notícias. — ela tentou me acalmar.
Outro plano de resgate? Isso se tiver outro plano de resgate. Duvido que a Coin vá resgatar o Peeta. Ele ainda está lá, na Capital. Vivo ou morto, mas ainda está lá. Tudo o que eu estava mais ansiando era correr até os seus braços e o abraçar com força, contar a ele sobre a nossa pequena e ver seu sorriso. Mas esses planos foi por água abaixo, ele não está aqui. E se ele estiver morto? Eu ser o Tordo colocando a minha vida e a vida da minha bebê em risco foi uma completa perda de tempo? Eu me recusava a acreditar nisso.
Não queria mais ficar na ala hospitalar, então me levantei e caminhei em passos rápidos para o meu compartimento. Minha visão estava um pouco embaçada devido às lágrimas. Ao chegar no compartimento, me sentei na cama e abracei meus joelhos, começando a chorar. Como sua cela estava vazia? Se Johanna e Annie estavam lá, ele também deveria estar, não é? Isso está confuso! Bastante confuso! O pior de tudo é que ele ainda está lá na Capital, nas mãos do meu avô que pode matá-lo a qualquer momento. Escutei a porta do compartimento se abrindo e meu olhar foi para a pessoa que entrou. Gale.
—Como que a cela estava vazia, Gale? — pergunto com a voz embargada. — Era para ele estar lá, por que só as meninas estavam lá?
—Olha. — começou a dizer se sentando na minha cama. — Não sei te dizer, talvez devem ter errado a informação. Não temos mais o que fazer, Lily, provavelmente ele vai morrer na Capital, do que vai adiantar chorar agora? Devemos começar os preparativos para ir para a Capital e acabar com tudo isso.
—E o Peeta? Katniss disse que vão realizar outro plano de resgate, e... — fui interrompida.
—Eles não vão fazer outro plano. Não podemos perder tempo, devemos agir o quanto antes. E quem sabe, ele fique vivo depois de tudo isso?
—Ele não vai ficar vivo, Gale. Se meu avô não o matar, os rebeldes irão.
—Então, você vai ter que seguir em frente. Daqui a pouco vamos para a guerra, Lily. Devemos nos preparar para isso. — ele segurou a minha mão.
—Eu não vou para a guerra, Gale. Eu não quero ir. Não quero colocar a vida da minha bebê em risco.
—É por isso que o aborto seria a melhor solução. Você não vai colocar a vida dele em perigo se você fizer isso.
—De novo esse assunto? Já disse que não vou abortar! — respirei fundo para não me exaltar. — Eu vou ter a minha filha, é o que Peeta iria querer também se estivesse aqui.
—É mas ele não está! — ele alterou um pouco o seu tom de voz o que já fez eu soltar a minha mão da sua imediatamente. — Lily, acorda para a vida! Isso aqui não é suas músicas, aqui é a vida real! Peeta não vai estar aqui para te ajudar a ter essa bebê! Eu só quero te ajudar, porque eu amo você, Lily Snow! — o moreno segura minha mão novamente. — Essa criança vai nascer sem o pai, e mesmo se Peeta estivesse aqui, será mesmo que ele iria assumir? Você já deveria abortar essa criança antes que ela te prejudique no futuro!
Sua mão vai em direção ao meu rosto e ele acaricia a minha bochecha com o polegar. Gale se aproxima mais de mim com os olhos fechados, indicando que ia me beijar. Antes de seus lábios tocarem os meus, dei um tapa meio forte em seu rosto e me levantei da cama, me afastando dele. Sua mão vai para o local acertado onde já tinha uma marca avermelhada aparecendo.
—Está louco?! Você fala que me ama mas se me amasse de verdade estaria me apoiando e não falando para tirar a única coisa que está me mantendo viva nessa droga de mundo! — exclamei. — E Peeta iria assumir sim se estivesse aqui. Você fala essas coisas dele mas nem sequer conhece o homem incrível que ele é! Aliás, você deveria aprender com ele, sabia? E nunca mais fale de aborto comigo, eu já decidi, eu vou ter a minha filha, independente do que acontecer. — Gale estava surpreso com o jeito que falava com ele. — Se você fosse meu amigo de verdade, você iria entender o meu lado, diferente do que está fazendo. Você iria me apoiar, iria gostar de me ver feliz. Mas você está parecendo um completo estranho agindo desse jeito. Agora sai daqui. — digo apontando para a porta do compartimento.
—Mas, Lily... — o interrompi.
—Sai daqui! — digo alterando meu tom de voz.
Ele sem muita escolha, se levantou da cama e saiu do compartimento, batendo a porta com força em seguida. Me sentei na cama novamente e respirei fundo. Não quero me estressar, não posso me estressar. Peeta ainda está na Capital e se eu não fizer algo para salvá-lo, ele vai morrer, de um jeito ou de outro ele vai morrer. Se ninguém vai resgatá-lo, então eu mesma irei, do meu jeito. Minha filha vai sim crescer com o pai por perto e eu vou ter sim a chance de falar para ele que o amo. Terei que colocar meu plano em prática mais cedo do que eu esperava.
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—Lily! — Annie disse o meu nome com um sorriso assim que me viu. Eu iria fazer o ultrassom da semana para ver a minha pequena e aproveitei e fui visitar a Annie. Finnick estava com ela.
—Annie. — eu sorri. — Está melhor? — pergunto quando estava perto dela. Ela assentiu com a cabeça. — Imagino o quanto deve ter sido difícil, viver tudo aquilo na Capital.
—Bom, graças a você estamos aqui, e bem. Finnick disse que você fez um acordo com a presidente para ser o Tordo, e isso incluía nosso resgate. Muito obrigada, Lily, de coração. — ela disse segurando a minha mão e logo olhou para a minha barriga. — E parabéns pelo bebê! Uma pena que ele ou ela vai ter que nascer no meio dessa situação. — seu tom de voz era um pouco triste. — Está de quantas semanas? É menina ou menino? Já tem nome?
—Acabei de completar quatorze semanas. E é uma menina. Não, não tem nome, mas eu a chamo de pequena opala. — respondo suas perguntas com um sorriso.
—Vai ser uma menina linda e muito amada, isso eu tenho certeza. — ela sorriu.
—Inclusive, está indo para o ultrassom? — Finnick perguntou e eu assenti com a cabeça. — Eu vou com você. — disse se levantando da cadeira ao lado da cama de Annie.
—Não, Finnie, não precisa. — digo levantando a mão para o impedir. Não quero que ele se afaste de Annie, ela precisa mais dele do que eu.
—Eu faço questão, Lily. — ele diz se aproximando de mim. Eu apenas o puxei para um pouco longe da cama de Annie para ter uma pequena conversa.
—Olha, Finnick, eu sei que você prometeu que ia me acompanhar e cuidar de mim já que Peeta não está aqui. Mas a Annie precisa de você, mais do que eu. Não quero que você a deixe sozinha.
—E você vai para o ultrassom sozinha?
—Não, Katniss vai comigo. Está tudo bem. Prefiro que você fique com Annie do que ir comigo. — eu sorri para convencê-lo disso, e parece que deu certo.
—Se você diz. Mas quando precisar, eu irei, sabe que Annie vai entender.
—Eu sei disso. Obrigada.
Eu me despedi de Annie e Finnick antes de ir para a sala onde faria o ultrassom. Katniss já me esperava e fomos até a sala. Ao chegar, foi o mesmo processo de toda semana, conversei com a médica sobre a gestação e logo comecei a fazer o ultrassom. Eu olhava atentamente o monitor, a bebê cresceu mais e dava para perceber pelo tamanho da minha barriga que também crescia. Seu coração ainda batia forte e acelerado, indicando que ela estava bem. Minha mente vai para Peeta novamente, imaginando como seria se ele estivesse aqui ao meu lado, acompanhando todo o crescimento do bebê. Ele ficaria tão feliz, realmente ficaria. Se ele tivesse sido resgatado, esse seria o primeiro ultrassom que ele iria acompanhar. Dessa vez eu deixei uma lágrima solitária deslizar pelo meu rosto, sem me importar se estariam olhando ou não.
—Olha, senhorita Snow... — a médica começou a dizer. — Sua bebê ainda cresce bem e saudável, mas você tem que tomar cuidado, você precisa ficar mais de repouso, se alimentar bem, não se estressar, caso o contrário, você pode ter um aborto espontâneo ou um parto prematuro. — ela dizia isso preocupada. — Sabe que não é isso que queremos, não é? — assenti com a cabeça imediatamente. — Sei que essa situação é complicada, mas pense em vocês duas primeiro antes de fazer alguma coisa que possa te prejudicar e prejudicar a sua filha. Você consegue. — a mais velha sorriu.
—Obrigada.
A médica deu mais conselhos sobre o que fazer na gestação, depois deu as imagens do ultrassom e logo fui liberada. Eu só pensei na nossa conversa. Essa coisa de Tordo, Peeta na Capital só está me trazendo problema, se eu não tiver um aborto espontâneo, eu posso ter um parto prematuro se eu não me cuidar. Isso seria tão mais fácil de lidar se Peeta estivesse aqui.
—Ei. — a voz de Katniss me tirou de meus pensamentos. — Essa situação é complicada, e eu entendo que se Peeta estivesse aqui o peso seria menor para você. Mas estamos aqui para te ajudar, vou tentar convencê-los a fazer outro plano de resgate, e...
—Nada de outro plano de resgate, Katniss. — a interrompi. — Eu já iria para a Capital, você sabe disso, eu iria para a Capital para derrubar meu avô do meu jeito, sem arriscar a minha vida e a da minha filha em uma guerra. Agora tenho um motivo a mais e o principal para ir, dessa vez quem vai ir resgatar o Peeta vai ser eu.
—É perigoso você ir sozinha. — ela disse preocupada.
—Não mais perigoso do que isso. — dou de ombros. — Eu irei com outra pessoa, e já tenho alguém em mente. Não irei pedir para você ir comigo porque você tem sua família, e nem Finnick já que Annie está aqui. Apesar de ser uma ótima pessoa, não acho que Haymitch seria indicado, então irei chamar a Effie, já que o sonho dela é sair daqui e com certeza ela vai me ajudar com isso.
—E ela já sabe disso? — neguei com a cabeça. — Bom, ela vai ficar feliz. Esses dias ela queria fazer de tudo para fazer o melhor enxoval para a pequena opala, ir para a Capital vai realizar essa vontade dela. — nós duas rimos.
—Se não se importar, irei falar com ela agora.
Me despedi da morena e logo fui para o compartimento de Effie. Ela quase nunca saia de lá visto que ainda tem vergonha do jeito que está se vestindo. Bati na porta antes de entrar e logo a mais velha permitiu minha entrada. Effie sorriu ao me ver e veio em minha direção, me abraçando.
—Minha querida, que bom te ver! — disse se separando. — Eu soube o que aconteceu. Eu sinto muito, sei que era para Peeta ter sido resgatado junto com as outras.
—Está tudo bem. — dou um sorriso fechado. — Inclusive, era sobre isso que iria falar com você.
Nos sentamos em sua cama e logo comecei a explicar meu plano para ela. Desde o que eu havia planejado no início se Peeta fosse resgatado e tivesse seguro aqui no 13 até as mudanças que tive que fazer por causa desse imprevisto. Effie prestava atenção em cada detalhe e seu rosto iluminou quando eu perguntei se ela iria querer ir comigo para a Capital realizar esse plano.
—É claro que eu vou, Lily! Não vejo a hora de sair desse lugarzinho! — eu ri. — Eu irei te ajudar no que precisar, e também irei comprar as coisas para o enxoval da sua bebê. Vai ser a coisa mais linda do mundo!
Novamente eu dei uma gargalhada. Effie sendo Effie, ela nunca vai mudar. E confesso que amo ver ela feliz desse jeito.
—Eu irei colocar a primeira parte do plano em prática hoje a noite. Quando eu tiver mais detalhes, eu te falo. — ela assentiu com a cabeça.
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Eu estava no meu compartimento com as Everdeen. Todas já estavam dormindo, exceto eu, é claro. Eu estava com meu caderno de música em mãos e uma caneta. Respirei fundo e comecei a escrever na folha em branco.
"Querido vovô,
Primeiramente, quero pedir desculpas por ter sido uma péssima neta, justo com o senhor que me deu uma casa para morar e o melhor dos confortos, cuidou de mim quando eu não tinha mais ninguém ao meu redor. Eu não estava consciente sobre mim mesma quando atirei no campo de força, os hormônios da gravidez não me deixaram pensar direito. Eu só queria salvar Peeta acima de tudo, e iria morrer se fosse preciso, mas acabei me descontrolando e minhas ações levaram a tudo isso.
Eu nunca quis ser o Tordo, nunca quis criar essa rebelião, o senhor sabe muito bem disso. Tudo o que eu queria era realmente manter Peeta vivo, desde o início, desde o incidente com as pílulas. Tudo foi apenas com esse propósito, não em criar uma rebelião contra o senhor.
Em uma forma de mostrar que realmente estou arrependida e para aceitar o meu perdão, venho por meio desta carta dizer que quero estar ao seu lado, irei fazer tudo que o senhor mandar eu fazer, desde ser a porta-voz da Capital ao lado do Peeta, até mesmo em outra coisa, contanto que aceite o meu pedido de desculpas.
Mas é claro, que terei algumas condições para isso, garanto que são coisas simples que o senhor pode fazer:
A certificação de que as Everdeen, os Hawthorne e os Vitoriosos ficarão vivos e seguros.
Que Effie Trinket me acompanhe para a Capital caso o senhor aceite minha proposta. Ela também não sabia de nada em relação a rebelião, não tem porque a punir, certo?
Que eu tenha uma boa equipe médica para acompanhar minha gestação.
A segurança de Peeta e a certificação de que não irá fazer nada contra ele por minha causa.
Caso eu não cumpra com os seus propósitos, poderá me matar sem dó e nem piedade, contando que deixe minha filha viva aos cuidado de Peeta.
Espero ansiosamente por sua resposta.
Atenciosamente, seu pequeno rouxinol."
Eu realmente nunca quis ser o Tordo, mas eu tive que ser para a salvação de Peeta, mas já que não deu certo, irei fazer o que teria feito desde o início. Não confio na Coin, ela realmente só quer me usar para duas coisas: para juntar os Distritos contra a Capital e para dar a presidência a ela. Mas o que a presidente Alma Coin não sabe é que eu tenho outras cartas na manga. De que lado eu estou? Do meu lado. Eu sou a única que pode acabar com tudo isso, trazer a paz para Panem. Eu sou o arco-íris desse mundo sombrio que esse país se tornou. Irei salvar o Peeta e de brinde irei salvar toda Panem de duas pessoas que se acham bons presidentes. Coriolanus Snow e Alma Coin não sabem quem eu sou e estão longe de saber. Eles não sabem a serpente que meu avô criou enquanto me criava na Capital. Eu só estava esperando o momento certo para dar o bote.
É como ouvi dizer lá no 12, o show só acaba quando o Tordo canta. Se eu sou o Tordo, então toda Panem vai ouvir minha voz quando o grande show acabar.
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Primeiramente quero pedir desculpas pela demora. Quarta eu tive participação no salão/igreja, como queiram chamar, e tive que treinar para isso. Era para esse capítulo ter saído mais cedo, mas por causa de uns probleminhas (contei no mural) eu acabei atrasando o capítulo, mais uma vez perdão🥲
Avisa que é Lily Snow a maior😻🙌🏻
Gente, próximo capítulo vai ter um plot que nem eu imaginei que iria fazer! Não irei dizer muita coisa para não dar spoiler🤫
Vou ser bem sincera com vocês, eu tô AMANDO a Lily na era Reputation dela, juro! Ela iria para a Capital com um objetivo e após esse rolo do resgate o objetivo mudou. Ela mesma vai salvar o Peeta. A questão é, será que vai dar certo?
Vou falar outra coisa para vocês, EU TO MUITO ANSIOSA PARA COMEÇAR A POSTAR A FANFIC DO FINNICK, JUROOOO!! Eu tô tendo umas ideias bem legais para ela🙂
Outra coisa: em minha opinião, se a Lily não fosse a protagonista, ela super seria uma vilã, não irei dizer muita coisa mas isso é apenas o começo do que ela vai fazer, e já sabem, ela é neta do Snow, então...
Peço desculpas pelos erros ortográficos, tento ao máximo evitá-los mas tem vezes que passa despercebido.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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