xiii. if it weren't for the baby

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Peeta e eu conseguimos a pontuação máxima na avaliação dos tributos, o que poderia ser bom e ruim ao mesmo tempo. Bom pelas chances de termos mais patrocinadores e ruim por sermos os alvos principais dos outros tributos, mais do que já somos.

Já era de noite, não muito tarde, quando tive uma ideia de algo para Peeta e eu fazermos na entrevista. Sai do meu quarto e fui para o seu, com certeza ele devia estar acordado. Bati na porta do seu quarto, logo minha entrada foi permitida e entrei em seu quarto, o loiro estava sentado no pequeno degrau que havia de frente para a janela, com um caderno de desenho e lápis em mãos, parecia desenhar alguma coisa. Ele me olhou assim que entrei e deu um sorriso fraco.

—Não consegue dormir? — perguntou.

—Na verdade, eu nem sequer tentei dormir. — me aproximei dele e me sentei a sua frente. — Também não consegue dormir? — ele negou com a cabeça.

—Daqui dois dias vamos estar na arena de novo, amanhã tem a entrevista.

—Falando na entrevista. — mudei de assunto, fazendo ele prestar atenção em mim. — Eu tive uma ideia para nós dois fazermos.

—E qual seria a ideia?

—Bom, com certeza o Caeser vai falar do nosso casamento, eu irei demonstrar estar bastante triste sobre isso, aí você vem depois e joga uma bomba. — seus olhos se arregalaram e logo percebi o sentido que a frase saiu. — Modo de falar, não é uma bomba de verdade. Ah, você me entendeu, né? — ele deu uma gargalhada.

—Entendi sim. Mas essa bomba seria algo como uma gravidez falsa só para dar um susto? — disse em forma de piada, mas assenti com a cabeça, o que fez ele ver que era isso que eu estava pensando. — Espera, é isso mesmo? Eu falei brincando!

—E você leu a minha mente! Os outros tributos irão fazer de tudo para cancelarem os Jogos, nós devemos fazer o mesmo. Quais seriam as chances do público fazer um protesto contra os Jogos quando você anunciar que eu, a neta do presidente e consequentemente a queridinha da Capital, estou grávida? Pode não dar certo, mas tem grandes chances de dar. O que me diz?

Peeta ficou um pouco pensativo antes de responder.

—A ideia é boa, vamos seguir. — ele sorriu. — Isso se você não me atacar se novo que nem da última vez.

—Qual é, sabe que isso aconteceu porque você me pegou desprevenida! Se você tivesse me falado que iria fazer isso, eu não teria te atacado!

—Eu só segui o meu coração, eu não havia planejado isso nem mesmo com Haymitch. Eu só cheguei lá, e falei. Não está sendo como agora, que estamos planejando o que vamos fazer na entrevista. Foi algo totalmente sincero e verdadeiro.

Ai, novamente isso. Novamente ele diz sobre seus sentimentos por mim. Isso é algo que me deixa completamente culpada. O fato de eu não ter os mesmos sentimentos e o jeito como ele fala, um jeito tão sincero e verdadeiro, com brilho no olhar, me faz sentir tão culpada. Tá, eu amo ficar ao seu lado, amo sua companhia, amo o jeito que ele cuida de mim quando acordo de um pesadelo, amo o fato de como me sinto confortável ao seu lado. Mas na minha cabeça só passa essa coisa dos Jogos e o quanto que quero salvar Finnick e ele naquela arena a todo custo, um dos dois vai sair vivo de lá, independente de como isso vai acontecer. Se eu morrer, meu avô vai deixar todos em paz, visto que eu não vou estar mais viva para deixar todos ao meu redor em perigo.

—Mas, como agora é algo planejado, vejo que você não vai ter reação precipitada. — disse dando um riso fraco. — Vai conseguir fingir na frente das câmeras quando eu disser isso?

Eu dei uma pequena gargalhada.

—Eu sou uma performer, Peeta. Eu canto, toco, danço, e consigo ser uma ótima atriz quando quero ser uma, e melhorei nessa habilidade depois que vim morar com meu avô. Fica tranquilo em relação a isso. — meu olhar vai para o caderno em suas mãos. — Você estava desenhando antes de eu chegar, não é? O que estava desenhando?

Peeta ficou um pouco sem jeito quando perguntei isso, parecendo um pouco constrangido.

—Não precisa ter vergonha, eu não vou rir de você. Eu prometo. — eu sorri para lhe dar mais confiança, mas só vi suas bochechas começar a ter um tom avermelhado.

—Não é isso... É que... É meio vergonhoso te mostrar.

—O padeiro teve coragem de cantar ao meu lado mas não tem coragem de me mostrar um desenho? Eu sei que você é bom nessa arte, soube que você confeitava aqueles bolos lindos na padaria.

—Como soube disso? — perguntou um pouco surpreso, acho que ele não esperava que eu soubesse algumas coisas sobre ele sem ele próprio me contar.

—É meu segredo, você nunca vai saber. — dou uma piscadela, isso fez ele dar um riso fraco. — Falando sério, eu ouvi algo sobre e perguntei a Katniss se ela sabia sobre isso e ela disse que você disse para ela quando ela te viu na estação de camuflagem no Centro de Treinamento. — ele disse um "ah sim" baixo. — Bom, agora que eu sei dos seus dons de pintor, pelo menos em bolos, não tem problema eu ver, não é?

Ele respirou fundo.

—Promete não me achar um louco?

Eu dei uma gargalhada.

—Claro que não, Peeta! Por que eu te acharia louco?

Meio hesitante, ele me deu o caderno. Olhei para o desenho e senti meu coração acelerar ao ver. Era eu. Eu estava com o violão em mãos com um microfone na frente na praça do Distrito 12, com meu vestido com babados de arco-íris, meus cabelos soltos, a bota preta que eu sempre usava em qualquer ocasião. Não era a Lily Snow, vitoriosa do Jogos Vorazes, a neta do presidente Snow, nesse desenho eu era apenas a Lily, a garota sem sobrenome que vivia com um grupo de cantores chamado Bando que virou sua família, que cantava para animar as pessoas daquele Distrito tão triste, a Lily que, por mais que a condição financeira era péssima, era feliz. Feliz porque tinha alguém que amava ao seu lado, feliz porque sua saúde mental não foi estragada pelos Jogos Vorazes e pelos traumas que veio a seguir. Sinto falta da minha eu de antes dos Jogos, eu tinha minha família e eu era feliz apesar das dificuldades. Limpei rapidamente uma lágrima que caia, mas não adiantou muita coisa já que várias começaram a cair de uma vez só.

—O que houve? Não gostou? — perguntou Peeta, visivelmente preocupado. Olhei para ele com meu rosto molhado pelas lágrimas.

—Eu amei. — digo com um sorriso fechado em meio às lágrimas. — Me fez lembrar da época que eu realmente era feliz, por isso fiquei assim. — aponto para o meu rosto e eu funguei, rindo fraco em seguida. — Estou muito sensível ultimamente, o que é completamente normal visto a situação em que estamos agora. Ameaças do meu avô, Jogos...

—Eu entendo. — ele diz colocando a mão em meu ombro. — Chorar faz bem na maioria das vezes. Ainda mais quando uma pessoa está guardando os problemas por muito tempo. — o loiro sorriu e isso fez eu sorrir também. — Se gostou do desenho, pode ficar para você.

—Peeta, você está me dando um desenho quando estamos prestes a entrar em uma arena onde provavelmente um de nós dois ou nós dois pode estar morto em alguns dias?

—Bom, se você voltar... — ele diz pegando o caderno delicadamente da minha mão e pegando a folha que estava o desenho que ele fez de mim, me entregando. — Ele vai estar te esperando. Lembre-se de mim quando o ver, combinado? — assenti com a cabeça.

—Eu não tenho nada para te dar... — digo um pouco desanimada. Queria que dar a Peeta algo que o faça lembrar de mim caso ele volte vivo, caso não, ele vai voltar vivo.

—Os momentos ao seu lado são mais do que o suficiente.

Os momentos ao meu lado não vão ser suficiente, mesmo que ele mesmo diz isso. Memórias nunca vão ser o suficiente para se lembrar de uma pessoa, ainda mais se é de alguém que você gosta. Olhei para o meu pulso e vi a minha pulseira de lírios que eu nunca tiro para nada, mas agora vai ter um motivo para eu ficar sem ela. Tirei a pulseira do meu pulso e estendi minha mão para Peeta me dar a sua. Isso o fez ficar confuso até perceber o que eu estava querendo fazer.

—Não, Lily, essa pulseira parece ser muito importante para você!

—Está aí mais um motivo para eu te dar ela. — visto que ele não me daria a sua mão, a puxei delicadamente para mim e comecei a ajeitar a pulseira em seu pulso. — Se eu não voltar viva, essa pulseira vai fazer você lembrar de mim, visto que eu sempre a uso e praticamente a flor é meu nome. — terminei de ajeitar a pulseira em seu pulso, mas ainda não soltei sua mão. — Por favor, se puder nunca tirar e cuidar dela, ficarei muito agradecida. É uma parte de mim que estou confiando a você.

Ele sorriu enquanto olhava para a pulseira.

—Prometo que irei cuidar dela assim como cuidaria de você se tivesse mais tempo.

—Você já cuida muito bem de mim. Já me deu dinheiro quando eu mais precisava e me ajuda quando acordo dos meus pesadelos.

—Não é o suficiente... — disse abaixando a cabeça, um pouco desanimado. Coloquei minhas mãos em seu rosto e fiz ele olhar para mim novamente.

—Mas para mim é. — eu sorri. — Mais do que o suficiente.

Isso o fez sorrir novamente.

—Obrigado, Lily. — disse ainda com um sorriso. — De verdade.

—Sou eu quem deveria te agradecer, Peeta. — eu sorri e sem perceber, o abracei, demorou alguns segundos para ele retribuir, provavelmente deveria estar surpreso com meu ato repentino. — Se eu morrer naquela arena, saiba que irei morrer com ótimas memórias em relação a você.

E é verdade. Irei morrer, mas pelo menos terei ótimas memórias. Não só com Peeta, mas com Finnick, Katniss, Prim, Gale, minha família que infelizmente não está mais aqui. Apesar de ter vivido em um ambiente triste, solitário, sombrio após minha vitória nos Jogos, encontrei uma luz, as pessoas que trouxeram luz a minha vida após a perda da minha família, são momentos felizes que vieram em um ótimo estágio da minha vida onde só se encontravam traumas e problemas.

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—Um vestido de casamento? — perguntei quando vi o vestido.

Já é a noite da entrevista. Minha equipe de preparação fez minha maquiagem e meu cabelo. Minha maquiagem era um esfumado com as cores do arco-íris com glitter e alguns desenhos de brilho na cor branca, um delineado gatinho e um gloss avermelhado com algumas partículas de brilho. Meu cabelo estava solto jogado para o lado direito e havia uma presilha dourada com algumas pedras e flores - não de verdade - do lado esquerdo prendendo alguns fios para deixar meu cabelo apenas do lado direito. Minha equipe de preparação já havia chorado tanto com a minha ida aos Jogos que por parte me causou um pouco já que tive que tentar consolá-los.

—O seu avô insistiu, mas eu fiz algumas alterações. — Cinna disse e eu olhei para ele com um sorriso.

Enquanto Cinna me ajeitava, fiquei assistindo a entrevista dos outros tributos na televisão que tinha lá.

—Meu Deus, quem que acredita nisso? — pergunto ao ver Cashmare tentando chorar.

—Acredite, todo mundo. — ouvi a voz de Haymitch e olhei para trás. Effie e minha equipe de preparação estavam chorando junto com a mulher. — Esses Vencedores estão com raiva, Lily. Dirão qualquer coisa para tentar impedir os Jogos. Sugiro que você faça o mesmo.

Peeta e eu já havíamos conversado sobre nossa entrevista. Eu treinei bastante para tudo dar certo, e eu espero que dê tudo certo mesmo.

As outras entrevistas passaram. Beetee questiona a legalidade do Massacre. Finnick faz uma declaração de amor para Annie, mas parece que só Mags e eu sei disso, e sua declaração recebe um coro no final. Johanna Mason estava com tanta raiva do Massacre que xingou todo mundo, não gosto dela, mas queria eu xingar todo mundo assim.

—Acho que terminei. — disse Cinna me olhando.

—Por favor Cinna, não chore, já vi pessoas chorando demais hoje. — digo e ele ri.

—Não se preocupe. Eu sempre canalizo minhas emoções para o trabalho. Assim não causo mal nenhum a ninguém além de mim mesmo.

—Obrigada. — eu sorri. — Vai ter chuva e holofote em mim hoje?

—No final, mas quando a chuva vier sobre você, comece a rodopiar, você vai entender o porquê depois. — assenti com a cabeça.

—Um minuto. Ela está pronta? — ouvi a voz de Effie se aproximando e logo a olhamos. Ela estava com os olhos lacrimejando. — Oh Lily. — ela se aproxima de mim. — Teria sido a mais linda das noivas!

—Obrigada Effie. — sorri.

—Vamos mostrar a eles o que é a verdadeira beleza.

Ela me leva até atrás do palco até eu esperar anunciarem a minha entrada. Vejo Johanna reclamando algo com sua estilista.

—Está linda, Lily! Vão adorar você, mais do que já adoram! — disse Effie ajeitando meu vestido. — E há muitos patrocinadores na plateia, então trate de agir com naturalidade. Pareça o mais feliz possível! Sei que consegue!

—Sério? Um vestido de casamento? — disse Johanna me olhando.

—Vovô me obrigou a vestir. — por parte isso vai ser ótimo para o que Peeta e eu estamos planejando fazer. Obrigada vovô, ajudou muito no meu plano!

—Então o faça pagar por isso. — ela disse com um sorriso fechado.

—Senhoras e senhores, sejam bem-vindos. — ouvi a voz de Caeser. — Ela é a famosa Garota Arco-Íris. A Vencedora da septuagésima segunda edição dos Jogos Vorazes E a neta do nosso amado presidente. Lily Snow!

Caminhei até o centro do palco enquanto todos vibravam em animação ao me ver. Caeser segurou na minha mão me conduzindo para o centro.

—Lily Snow! Você está maravilhosa! Ela não está, pessoal? — a plateia bateu palmas e aos poucos se acalmando. — Bem, Lily, esta é uma noite muito importante e emocionante para todos nós. Você não concorda? — ele coloca o microfone próximo a minha boca.

—Não vá chorar agora, Caeser. — as pessoas riram, fazendo o apresentador rir também.

—Não garanto. Você me conhece!

—Nem assim eu acreditaria em você. — falei, os fazendo rir novamente.

—Adoro ela! A Garota Arco-Íris é tão atrevida! — ele sorriu. — Mas Lily, um assunto mais sombrio. Acho que todos nós estamos mais do que desapontados por causa de um certo casamento que não se realizou. Não é, amigos? — a plateia fez um coro concordando. — Que pena. Mas é correto assumir que esse é o vestido que você teria usado na ocasião, sim ou não?

—Sim. Vovô achou que todos queriam vê-lo.

—O seu avô, como sempre, tinha razão. Não é, amigos? — a plateia aplaudiu. — Eu adorei! Vocês não amaram, amigos? — eles continuaram aplaudindo. — É demais! Maravilhoso! Pode nos dar as honras? — ele me incentivou a ir para frente enquanto ia para perto da parede onde supostamente estaria o botão para ligar a chuva e o holofote, e assim fiz.

Parei no centro do palco e olhei para Cinna por alguns segundos. Ele assentiu e comecei a rodar lentamente assim que a chuva começou a cair sobre meu vestido. Quando ouço os gritos da multidão, acho que é porque o vestido deve estar se transformando em um vestido arco-íris como na última vez. Então reparo que uma coisa está se erguendo ao meu redor. Pontos brancos. Como se fossem papéis voando quando são atingidos, molhados e destruídos pela chuva. Achei que era impressão minha quando vejo que a chuva esta destruindo o meu vestido. Começo a entrar em pânico quando os pontos brancos começa a vir ao meu redor em maior quantidade. Pedaços de seda preta voam pelo ar, e pérolas começam a cair no palco. De alguma maneira, estou com medo de parar e ver a ruína que a chuva fez no vestido, mas sei que Cinna deve estar por trás do que quer que esteja acontecendo. Então, continuo girando e girando. Por um átimo de segundo, estou arquejando, completamente engolfada pela chuva que agora parece ser real, diferente da outra vez. Então, de imediato, a chuva para, e o holofote brilhante brilha em minha direção. Começo a parar lentamente, imaginando se estou nua e por que Cinna resolveu destruir o meu vestido de noiva.

Mas eu não estou nua. Meu vestido que antes era branco, agora era preto feito carvão com algumas penas ao redor. Surpresa, levantei meus braços, deixando a mostra minhas asas, que assim que as deixo a mostra, o vestido que antes era preto começou a se transformar lentamente nas cores vibrantes do arco-íris, começando pelas asas e indo até o final do vestido. Asas? Isso só significa uma coisa.

—Oh meu Deus! É um pássaro. Tem penas. É como um pássaro. É como um...

—Como um Tordo. Só que um Tordo colorido. — digo olhando diretamente para as câmeras.

—Seu estilista se superou dessa vez não é? Que teatralidade! Cinna! Faça uma referência! — vejo meu estilista na plateia se levantando e fazendo uma referência e mandando um beijo para as câmeras.

Caeser me direcionou para a fileira dos Vitoriosos que estava atrás de nós. Logo comecei a ligar os pontos. A minha conversa com Cinna alguns minutos antes da entrevista.

"Eu sempre canalizo minhas emoções para o trabalho. Assim não causo mal nenhum a ninguém além de mim mesmo."

O símbolo da rebelião é o Tordo, Cinna acabou de me transformar em um Tordo, um Tordo colorido, mas ainda sim um Tordo, e só eu sei que problemas ele pode ter por causa disso. Problemas muito graves, que podem variar de torturas até mesmo a própria morte. Sei que meu avô não vai deixar isso passar impune.

Céus, Cinna, o que raios você fez?

Caeser anuncia a entrada de Peeta e o mesmo aparece no palco com seu terno branco. Comecei a me preparar para atuar quando ele começar a falar.

—Mas Peeta... — disse o homem de cabelos lavanda. — O casamento, o matrimônio, jamais acontecerá.

—Na verdade nós nos casamos. Em segredo. — eu mantive uma expressão feliz e emocionada no rosto enquanto escuto o coro da plateia.

—Um casamento secreto? Nos conte mais!

—Nosso amor deve ser eterno. — nesse momento fiz meus olhos se encherem de lágrimas e uma cair, eu a limpei rapidamente, acho que estou empenhando bem meu papel.

—Claro! — disse Caeser.

—Sabe, Lily e eu temos sido mais felizes que a maioria. E eu não teria nenhum arrependimento, se não fosse... se não fosse... — ele disse com receio em sua voz. É agora.

—Se não fosse pelo o que? — insistiu o apresentador.

—Se não fosse pelo bebê.

E boom! A bomba foi jogada. Uma bomba que aniquila os esforços de qualquer tributo que veio antes de mim. Minha expressão se tornou uma expressão triste e minha mão foi para a minha barriga, para se caso a câmera focar em mim. A plateia começou a gritar dizendo para cancelar os jogos por causa do bebê. Caeser não conseguia mais controlar a plateia, por isso sussurrou no ouvido de Peeta e logo o mesmo veio para o meu lado, ele me deu un selinho e me abraçou logo em seguida. Quando nos separamos, ele estava com uma mão em minha cintura e a outra pousada na minha mão que estava na minha barriga. As pessoas ainda gritavam pedindo para cancelarem os Jogos.

Agora, para todo mundo, estou grávida.

E então acontece. Ao longo de toda a fileira, os vitoriosos começam a se dar as mãos. Alguns de imediato, como os morfináceos, ou Wiress e Beetee. Outros ainda sem muita certeza, porém capturados pelas demandas daqueles que estão ao lado, como Brutus e Enobaria. Todos nós levantamos a mão, deixando a plateia mais agitada. As luzes logo se apagaram e a transmissão foi cortada. Mas não adiantou nada. Todo mundo viu.

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—Eu os conheço, eles não vão cancelar, mesmo com o que fizemos. — digo.

Peeta e eu estávamos esperando na sala por alguma notícia. Haymitch, Katniss e Effie foram ver o que o final da entrevista de Peeta resultou. Sinto o olhar dele sobre mim e ele segura a minha mão.

—Vai dar tudo certo. — ele segura minha mão para tentar me passar conforto. Apenas sorri para ele. — A ideia foi genial, nós dois fomos muito bem. Vamos esperar para ver o que vai acontecer.

Assenti com a cabeça. Logo ouvi passos se aproximando e segundos depois, Haymitch, Katniss e Effie aparecem na sala. Nos levantamos imediatamente.

—A ideia da gravidez foi genial. — diz Haymitch.

—Mas infelizmente os Jogos vão continuar. — Katniss disse. — Isso é tudo por agora.

—Já era de se esperar. Meu querido vovô não iria cancelar os Jogos por causa da gravidez da neta que está causando problemas. — dou de ombros.

—Presente para os meninos. — Effie estende uma pequena caixa preta para Haymitch e outra para Peeta.

—O que é isto? — perguntou o mais velho abrindo a caixa, revelando uma pulseira de ouro.

—Sua recordação, lembra? Cabelo para mim, broche para a Lily, pulseira de katniss para a Katniss, pulseira de ouro para você. E para Peeta, o medalhão de que havíamos falado.

—Obrigado Effie. — Peeta disse com um sorriso.

—Somos uma equipe. Não somos? — ela estava quase chorando, e isso estava fazendo meus olhos se encherem de lágrimas também. — E tenho muito orgulho dos meus Vencedores. — ela abraça Peeta. — Muito orgulho. — ela me abraça em seguida, com certa força e eu retribui na mesma intensidade. Effie acabou se apegando a minha, isso é fato, e eu também me apeguei a ela. Foi Effie que cuidou de mim enquanto meu avô estava ocupado demais para se preocupar com a própria neta. — Vocês são tão... — começou a dizer quando nos separamos. — Vocês dois mereciam um destino bem melhor. — lágrimas começaram a cair de seus olhos e isso fez com que elas começassem a cair dos meus também.

—Obrigada Effie. — digo com a voz embargada.

—Eu realmente sinto muito. — ela deu um último olhar para nós e logo saiu do cômodo.

Meu olhar parou em Katniss, que por mais que não aparentava, estava tão mal quanto todos nós, me aproximei dela e nos abraçamos.

—Saiba que irei morrer naquela arena com ótimas lembranças em relação a você e sua família. — nos separamos, mas eu ainda olhava para ela. — Eu amo você Katniss, você é a melhor amiga que eu tive nesse pouco tempo! Obrigada por me deixar fazer parte da sua família.

—Não fale isso, você vai sair de lá. Confio em você! — nos abraçamos novamente.

—Você sabe muito bem que não. — sussurrei em seu ouvido, isso fez ela me abraçar mais forte.

Assim que nos separamos, meu olhar vai para Haymitch. Vejo Katniss sair do cômodo, deixando apenas Peeta, eu e o loiro mais velho.

—Obrigado Haymitch. — disse Peeta o abraçando. — Por tudo.

—Algum último conselho? — perguntei quando eles se separaram.

—Fiquem vivos. — ele disse com um sorriso fechado e começou a andar em direção a saída.

—Haymitch, espera. — me aproximei dele, fazendo ele me olhar, e o abracei. — Lembre-se do nosso acordo. — sussurrei em seu ouvido e me separei, o olhando. — Faça de tudo para manter ele vivo. — continuei sussurrando. — Me prometa.

—Certo. — ele disse no mesmo tom de voz que eu. — E Lily, quando estiver na arena, lembre quem é o verdadeiro inimigo.

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Seis e vinte da manhã e a bonita aqui postando capítulo, socorrooooooo. Pior, EU TENHO CURSO HOJE MEU DEUUUSSS.

Enfim, não iremos falar de mim, e sim desse capítulo que AMEI ESCREVER!!

GIF novo do nosso casal e irei falar uma coisa para vocês, se tudo der certo, o próximo capítulo vai ter como mídia principal uma edit de foto que fiz, não quer dizer que não irá ter mais os GIFs, VAI SIM, mas eu gostei tanto da edição que vou deixar como mídia principal dos capítulos, com exceção daqueles capítulos que vão ter GIFs personalizados.

A cena do Peeta dando o desenho para a Lily e a Lily dando sua pulseira favorita para ele me deixou muito boiolinha, amo muito esses dois🥹💜

A bomba do bebê foi jogada e sim, a Lily e o Peeta combinaram isso, como a Lily sabe ser uma performer e atuar, então não teria problema em ser algo combinado entre ela e o Peeta.

Um Tordo colorido? Temos! Porque afinal, é da nossa Garota Arco-Íris que estamos falando🌈✨️

Abaixo vai estar as imagens da inspiração da maquiagem do olho da Lily assim como a presilha que ela usou:


Peço desculpas se tiver algum erro ortográfico, tento ao máximo evitá-los, mas tem vezes que passa despercebido.

Acho que não tenho mais nada para falar aqui. Se caso tiver, falo no próximo capítulo.

Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️

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