x. the quarter quell
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Não sei por quanto tempo que eu dormi, mas tenho certeza que foi por pouco tempo. Eu ainda me sentia cansada, mas eu não conseguia dormir. Pesadelos, culpa, ansiedade, tudo me consumia e impedia meu sono. Respirei fundo e me levantei, indo para o banheiro. Levei um susto ao ver meu próprio rosto, estava inchado e com um corte perto do olho, talvez um pouco de neve deve ajudar. Devo ter demorado mais do que deveria demorar no banho. O anúncio do Massacre Quaternário seria daqui algumas semanas e confesso que isso é um dos motivos da minha ansiedade. Vai ser mais um ano como mentora dos tributos do 12, dessa vez com Katniss e Peeta ao nosso lado, aos poucos estou me acostumando com isso, infelizmente nossas crianças podem morrer na arena até mesmo se ajudarmos. Sai do banheiro e me arrumei, uma jaqueta de couro preta com uma calça jeans escura, uma camiseta branca e uma bota de cano curto preta. Ajeitei meu cabelo com os dedos e fui para a casa das Everdeen, precisava ver como Gale estava. Peeta não estava mais na minha casa, com certeza deve ter ido embora enquanto tentava dormir. É, dessa vez eu realmente estraguei tudo entre nós dois. Bati na porta da casa das Everdeen assim que cheguei, e logo fui recebida pela senhora Everdeen.
—Lily! — ela disse com um sorriso. — Entre!
Ela me deu passagem para entrar e eu entrei. Fui direto para onde Gale está e ele dormia profundamente ainda. Parecia que estava bem.
—Precisamos de mais neve para os ferimentos. — disse a senhora Everdeen indo para a porta com um pote em mãos. Fui em sua direção e segurei o pote em suas mãos.
—Eu vou lá pegar. — eu sorri.
—Lily, não precisa, pode ficar com ele.
—Eu insisto.
Parece que ela não quis debater comigo, apenas me entregou o pote. Fui para a porta e saí da casa, ajoelhei no chão e comecei a pegar a neve e colocar dentro do pote. Vários pensamentos começaram a aparecer em minha mente. Meu avô com raiva de mim por causa do que fiz para salvar Peeta e Katniss da arena, minha discussão com ele depois da festa, Peeta com raiva de mim, e com razão, Gale sendo chicoteado. Tudo isso fez eu sentir raiva. Como podemos viver em um país como este? Que nos trata como animais, que levam as crianças para os Jogos Vorazes como punição apenas para mostrar o poder da Capital, para mostrar quem eles realmente são. E agora um levante pode acontecer por causa do que eu fiz, porque claro, se a neta do presidente desafiou a Capital, o que faria dos Distritos fazerem o mesmo?
—Parece que alguém está com raiva. — ouvi a voz de Prim e olhei em sua direção. Ela descia as escadas e se ajoelhou ao meu lado. — Seu rosto está melhor?
—Eu não me importo com meu rosto. — digo, voltando a colocar a neve no pote, e só agora percebi que colocava a neve com certa força por causa da raiva. — Como podemos viver assim? Como alguém pode viver assim?
—Não é vida, mas, desde os últimos Jogos, alguma coisa está diferente. Eu vejo isso.
—O que você vê? — pergunto a olhando.
—Esperança.
—Você sabe que tudo que eu fizer pode refletir em você, Katniss e sua mãe, não é? Eu não quero que se machuquem.
—Você não tem que me proteger. Ou proteger a Katniss ou nossa mãe. Nós estamos com você. Somos sua família agora.
Aquilo de certa forma me comoveu e confirmou algo que eu já suspeitava. Elas me consideram como família. Eu a abracei, e ela retribuiu. Prim é como se fosse a irmã mais nova que eu nunca tive, assim como Katniss, quero protegê-la mais do que tudo.
—Obrigada. — digo de um jeito doce e sincero.
—Nós te amamos muito, Lily, saiba disso.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e logo uma desceu pelo meu rosto.
—Eu também amo muito vocês.
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"Queria te entregar pessoalmente, mas infelizmente não consegui. Tentei fazer com cada mínimo detalhe que você pediu e acho que deu certo!
Com amor, Effie♡♡"
Eu ri dos corações que ela desenhou. Peguei a caixa azul marinho de tamanho médio que veio o que eu pedi. Havia peço para Effie um presente para dar para Katniss, já que na Capital é o melhor lugar para fazer esse presente. Não quis demorar para entregar, sai de casa e fui até a casa de Katniss, bati na porta e sou recebida por Prim, que sorriu ao me ver.
—Oi Prim! — eu sorri. — Katniss está aí?
—Acabou de sair para a floresta.
—Ah sim, obrigada!
Ela apenas assentiu e eu comecei a andar em passos rápidos para a floresta. Atravessei a cerca do 12, que sempre está desligada, e adentrei a floresta. Ou ela estaria no lago ou estaria no nosso outro ponto de encontro. Vi que ela estaria no lago quando vi que ela não estava no outro ponto de encontro. E bingo, ela estava lá, sentada olhando para a paisagem. Me sentei ao seu lado e isso fez com que ela assustasse.
—Meu Deus, Lily! Avisa quando chegar! — se exaltou e eu ri.
—Desculpa. — digo ainda rindo.
—Está perdoada, mas não faça mais isso! — ela disse e deu uma gargalhada. — Como soube onde eu estava?
—Prim. Fui te procurar na sua casa e ela disse que estava aqui. — peguei a caixinha e entreguei para ela. — Queria te entregar isto.
Ela pegou a caixinha da minha mão e a abriu, pegando o objeto que estava dentro. Era uma pulseira dourada com pingentes de katniss, a flor que inspirou no nome dela. Katniss me olhou com brilho no olhar.
—Por que...
—É para combinarmos. — erguia meu braço e abaixei um pouco a manga da jaqueta, deixando amostra meu pulso com a minha pulseira prata de lírios que nunca mais tirei. — É algo como se fosse uma pulseira da amizade.
—Obrigada. — ela diz de um jeito doce e sincero, e eu sorri. Ela colocou a pulseira no pulso.
—Ficou perfeita!
—Ficou mesmo! — ela sorriu. — Esse presente melhorou minha manhã.
—Por que? Ela estava ruim?
—Ruim é muito forte. É só os pensamentos me atormentando. O Massacre Quaternário logo está aí e é meu primeiro ano como mentora. Meu medo é da minha irmã ser sorteada de novo.
—Ela não vai ser! Prim vai atingir seus dezoito anos sem entrar naquela arena. Nem que eu tenha que manipular aquele sorteio, mas ela não vai!
—Você manipularia o sorteio só para salvar a minha irmã?
—Claro! Nem que eu morra por isso!
Novamente aquele brilho em seu olhar apareceu. Ela me abraçou e eu retribui. Katniss e Prim são minhas irmãs de consideração, e eu faria de tudo por elas duas. E usar meu possível poder como neta do presidente pode ajudar, nem que isso me cause a morte certa.
—Obrigada. — ela disse quando nos separamos. — Eu estava muito enganada sobre você quando te vi pela primeira vez. Eu achava que você era igual a eles, mesmo você tendo vindo do Distrito 12.
—Não sou igual a eles. Acho que os Jogos Vorazes é algo que não deveria existir. É uma coisa fútil, uma coisa horrenda. É um exagero, não tem necessidade de enviar as crianças dos Distritos para se matarem, ainda mais que tem Distritos, como o 12, que não tem recursos e o treinamento necessário para vencer. Nosso país é injusto e nosso presidente mais ainda! — não havia percebido que alterei o tom de voz por causa da raiva que crescia dentro de mim. Isso deixou Katniss um pouco chocada.
—Parece que não foi só eu que tive pensamentos ruins. O que aconteceu?
Respirei fundo. Por parte queria guardar todos esses problemas para mim, mas estou vendo que se eu não contar, vou acabar explodindo na hora errada.
—Massacre, os Jogos, meu avô, Gale, Peeta...
—O que aconteceu com você e Peeta? Vocês estavam amigos no trem.
—É, mas no dia da festa eu tive uma pequena discussão com meu avô. Ele me ameaçou dizendo que eu sofreria as consequências. Não liguei muito no começo mas depois percebi que todos ao meu redor poderia sofrer as consequências. Por causa disso eu fui muito idiota com o Peeta e agora ele não quer mais ficar do meu lado. — não quero falar da minha noite com Peeta, isso é algo que deve ficar entre nós dois. — E eu o entendo, claro que eu o entendo. Mas eu sinto falta dele, entende?
—Entendo, por mais que eu nunca tenha passado por isso. — disse. — Sabe, a solução é tentar pedir desculpas e explicar seus motivos. Peeta com certeza vai entender, por mais chateado que ele esteja.
—Será mesmo?
—Pelo o que eu vi dele, sim. Ele vai lá em casa hoje dar os pães para nós, se formos agora, provavelmente ele estará lá, aí vocês conversam.
Eu sorri. Eu deveria ter falado sobre isso com Katniss faz um tempinho.
—Obrigada, Kat.
Ela apenas sorriu e se levantou, fazendo eu levantar também. Começamos a andar de volta para a cerca do 12. Ao passarmos por ela, caminhamos até sua casa. Espero mesmo que Peeta esteja lá ou que ainda vá, não quero perder essa oportunidade. Katniss abriu sua casa quando chegamos e entramos. Prim veio nos cumprimentar assim que nos viu. Perguntei por Peeta e ela disse que ele havia acabado de ir embora. Fiquei triste no mesmo instante. Não vai ser hoje que teremos nossa conversa.
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Alguns dias se passaram, mais especificamente, um mês. Gale havia se recuperado bem e meu rosto já estava bem melhor. Não consegui ter minha conversa com Peeta, não sei se realmente não estamos conseguindo nos encontrar ou se ele está me evitando, e confesso que não o procurei para fazer isso. Hoje seria o anúncio do Massacre Quaternário e confesso que estava nervosa. O primeiro que teve os tributos foram escolhidos pelos próprios habitantes do Distrito, o segundo, o qual Haymitch venceu, foram o dobro de tributos, quarenta e oito ao total. Eu estava na sala sentada no sofá esperando o anúncio começar. O meu avô aparece no palanque para começar o discurso.
—Senhoras e senhores este é o septuagésimo quinto ano dos Jogos Vorazes. E foi determinado no regulamento dos Jogos que a cada vinte e cinco anos, haveria o Massacre Quaternário, para manter fresca em cada nova geração a memória daqueles que morreram na rebelião contra a Capital. Cada Massacre Quaternário se distingue por Jogos de um significado especial. E agora por ocasião do septuagésimo quinto aniversário do sufocamento da rebelião, celebramos o terceiro Massacre Quaternário. — ele tirou um pequeno papel de um envelope e continuou a falar. — Como uma lembrança de que mesmos os mais fortes não podem sobrepujar o poder da Capital, — eu cheguei meu corpo mais para frente, estava tensa, eu sentia que algo ruim estava por vir. — assim sendo, nos Jogos do terceiro Massacre Quaternário, os tributos do sexo masculino e feminino serão escolhidos dentro de um grupo de Vencedores existentes em cada Distrito.
Foi como um balde de água fria. Senti uma ânsia de vômito e uma tontura surgir. Grupo de Vencedores existentes? Entendi imediatamente o que significa. O Distrito 12 tem quatro Vitoriosos vivos para serem escolhidos, dois do sexo feminino e dois do sexo masculino. Katniss acabou de voltar da arena, não irei permitir que ela volte novamente.
Me levanto do sofá, meio desnorteada e segurando totalmente a vontade de chorar, subi para o meu quarto, ao entrar peguei um sapato no chão e lancei no espelho que havia lá enquanto gritava de raiva, o espelho se quebrou em pedaços, variando de pedaços grande, médios e pequenos. Pensei que isso iria me trazer algum alívio mas não adiantou nada. Cai de joelhos no chão enquanto eu chorava sem parar. Só existe um jeito de Katniss não voltar para a arena, eu indo em seu lugar. Ele sabia, ele sabia disso. Ele vai me matar e esse foi o jeito que ele vai conseguir. Cai de joelhos no chão enquanto chorava e tentava recuperar minha respiração, sem acreditar no que estava acontecendo. Ele realmente tem coragem de me matar, a própria neta. Preciso tirar satisfação com ele. Não sei quanto tempo que fiquei tentando me recuperar, mas assim que consegui, me levantei, ainda um pouco desnorteada. Fui para o escritório e rapidamente peguei o telefone, discando o seu número. Demorou alguns minutos até alguém atender.
—Surpresa com a notícia? — ouvi sua voz, uma voz sinica e irônica.
—Perdeu a cabeça de vez?! — digo alterando meu tom de voz. — Me mandar para a arena de novo?! Sério?! O senhor quer realmente me matar?!
—Abaixe seu tom de voz quando for falar comigo, Lily Snow. — disse, visivelmente irritado por causa do meu tom de voz. — Você achou mesmo que ia sair ilesa depois de tudo que fez?
—Por que isso?! Por que não me punir de outro jeito?! Por que envolver as pessoas que eu amo?!
—Enquanto você não se comportar, todos ao seu redor irá sofrer as devidas consequências ao seu lado. Se você não tivesse feito o que fez, nada disso estaria acontecendo. — ele deu uma pequena gargalhada. — Essa punição vai ser mais do que o suficiente. Como vai se defender na arena? Acha mesmo que seus amigos vão te proteger que nem aquele outro inútil que foi com você? Acredite, meu rouxinol, você vai ser a primeira a morrer naquela arena.
Meu avô não sabia dos treinamentos que havia tendo com Finnick as escondidas. Ele está muito enganado se acha que irei ser a primeira a morrer naquele jogo sangrento.
—Vamos ver.
Não esperei ele falar mais nada e desliguei o telefone, o colocando na mesa com força. Estava com mais raiva do que tristeza, sem acreditar que ele teve essa coragem. Eu sei que Finnick vai conseguir se virar na arena, ele é forte, inteligente, e... Meu Deus! Peeta! Quais as chances dele ir comigo? Preciso falar com Haymitch. Sai de casa correndo, indo para a casa de Haymitch, essa que entrei sem bater na porta. Não me surpreendi ao vê-lo bebendo em uma poltrona.
—Aí está ela. — disse quando me viu. — Finalmente a ficha caiu? — disse rodando a garrafa cheia em sua mão. — E o que veio fazer aqui? Veio me pedir para... morrer?
—Eu vim para beber. — digo me sentando na poltrona a sua frente enquanto pegava a garrafa.
—Ah, enfim uma coisa que posso ajudar. — eu bebi o líquido, que desceu queimando pela minha garganta. Isso fez eu fazer uma careta. — E se eu disser que, Peeta estava aqui há quarenta e cinco minutos atrás implorando para salvar sua vida e você só aparece agora.
É aí que eu percebo que realmente sou egoísta. Enquanto o machuco com palavras e nem sequer faço o esforço necessário para pedir desculpas, ele ainda pensa em mim e se preocupa comigo.
—Significa que temos que salvá-lo.
—Você poderia viver cem vezes e nunca merecer aquele garoto.
—Sim, você está certo. Eu não mereço ele, tudo o que eu faço é machucá-lo. — digo séria. — Ninguém decente vence os Jogos.
—Ninguém vence os Jogos, ponto. Há sobreviventes.
Antes de eu falar alguma coisa, ouvimos a porta se abrir e fechar, logo a figura de Katniss aparece no cômodo. Ela estava visivelmente desnorteada assim como eu estava alguns minutos atrás.
—Olá, queridinha! Quer se juntar a nós?
Ela se senta na poltrona ao meu lado e me olha um pouco séria.
—Sei o que vai dizer e já digo que não. — digo antes dela falar alguma coisa. — Não irei deixar você ir em meu lugar.
—Você vai fazer o que seu avô quer? Morrer?
—Sim, eu irei, porque é o que ele quer! — meu tom de voz era firme. — Katniss, eu não tenho motivos para voltar. Você tem sua família, Gale. Eu só tenho um avô problemático e muitos problemas, por que irei deixar você ir em meu lugar? — voltei a olhar para Haymitch. — Sobre o Peeta, ele tem que sobreviver, junto com Katniss. Eu irei para a arena no seu lugar. — aponto para Katniss e a olhei. — Se seu nome for sorteado, irei ser voluntária, mas se meu nome for sorteado, não quero, de jeito nenhum, que você seja voluntária. Está entendido?
—Mas, Lily... — a interrompi.
—Está entendido? — reforcei a pergunta. Ela desistiu de discutir e apenas assentiu com a cabeça. — Temos que fazer de tudo para salvar o Peeta também. — digo olhando para Haymitch.
—Muito bem, se chamarem o nome dele, serei voluntário em seu lugar.
—Haymitch, muito obrigada! — digo segurando sua mão.
—Mas, se meu nome for chamado e ser voluntário em meu lugar, não há nada que eu possa fazer.
—Pode ajudá-lo na arena, como fez comigo e com a Lily. — sugeriu Katniss.
—Acho que esses Jogos vão ser diferentes.
—Não importa. Faça o que for preciso. — meu tom de voz continuava sendo firme. — Peeta vive, não eu. Me prometa.
Ele fica pensativo por alguns segundos. Mas acabou assentindo com a cabeça.
—Tudo bem.
—Promete?
—Prometo, passarinha. — ele deu um sorriso fraco.
Olhei para Katniss novamente, essa que estava com um olhar triste. Segurei sua mão e sorri.
—Está tudo bem, Kat. Talvez a morte naquela arena seja realmente meu destino.
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—Deveríamos ter fugido como você disse.
Era o dia da Colheita. Gale e eu estávamos na floresta, preciso passar os últimos minutos restantes com ele em nosso lugar de conforto além dos outros minutos na despedida. Lágrimas ameaçaram cair, mas respirei fundo para isso não acontecer. Queria estar sozinha no trem para chorar como nunca enquanto toco meu violão. As emoções explodiam dentro de mim e só percebi minhas ações quando me aproximei dele e selei nossos lábios, Gale ficou confuso no começo mas retribuiu. O selinho foi rápido e eu estranhei o fato de não me arrepender desse ato.
—Preciso ir, a Colheita começa daqui a pouco.
—Vou estar lá.
Sorri para ele e comecei a andar para me preparar para a Colheita. Optei por usar meu vestido com babados de arco-íris que sempre usei nas Colheitas quando ainda tinha chances de ser sorteada. Nos pés uma bota de cano médio com salto baixo na cor preta e deixei meu cabelo solto. No meu pulso estava a minha pulseira de lírios que não tiro por nada. Pelo menos um pouco de cor para tentar esquecer o fato de que irei morrer daqui alguns dias.
A praça estava cheia como toda Colheita, estava segurando ao máximo a vontade de chorar. Nós quatro estávamos sendo acompanhados por Pacificadores. Estava nervosa, com medo do que ia acontecer, eu ia para a arena de um jeito ou de outro, e isso aumentava o meu nervosismo. Vi Prim junto com a sua mãe e Gale enquanto ia para o palco. Subimos no palco, Katniss e eu ficamos do lado esquerdo de Effie, que estava com uma peruca loira e um vestido de borboletas, e Peeta e Haymitch no seu lado direito.
—Bem vindos, bem vindos. — ela começou a dizer. — Estamos celebrando o septuagésimo quinto aniversário e o terceiro Massacre Quaternário dos Jogos Vorazes. — ela tentava ser animada, mas dava para ver pela sua voz que não estava. — Como sempre, as damas primeiro. — Effie caminhou até a bola de vidro onde continha dois papéis, ela pegou um e voltou para o microfone. — O tributo feminino do Distrito 12 é... — ela abre o papel. — Lily Snow.
Uma lágrima caiu e eu olhei para Effie, essa que deu um sorriso triste para mim. Sei o quanto que ela deve estar mal, Effie praticamente me considera como filha, assim como a considero como mãe. Quando eu ia andar para o seu lado, senti Katniss segurar minha mão e olhei para ela.
—Não faça o que está pensando em fazer. — digo baixo.
Soltei minha mão da sua delicadamente e caminhei até o lado de Effie.
—Maravilhoso. — ela disse. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. — Agora os homens. — Effie vai até a outra bola de vidro, que também continha dois papéis. Olhei para Haymitch e ele assentiu com a cabeça ao perceber o que eu quis dizer. Effie pega um papel e volta para o microfone. Volto a olhar para um ponto fixo no meio do lugar — O tributo masculino do Distrito 12 é... — ela abre o papel. — Haymitch Abernathy.
—Eu me ofereço como tributo. — a voz de Peeta fez eu o olhar rapidamente. Vejo Haymitch segurando o seu braço, tentando o impedir, mas ele apenas se solta e vai para mais perto de Effie. Mais lágrimas começaram a cair. Eu não acredito! Por que ele fez isso?!
—Muito bem. — disse Effie após alguns segundos de silêncio. — Os tributos do Distrito 12. Lily Snow — ela toca o meu ombro. — e Peeta Mellark. Bem, só nos resta...
Ela para de falar, não entendi bem o motivo e olhei para a plateia, a mãe de Katniss havia começado o nosso sinal de três dedos, seguida por Prim, Gale e todos começaram a segui-los. Ergui meus três dedos médios para acompanhar, Peeta também fez esse sinal, assim como Katniss e Haymitch também. Sinto alguém segurar meu braço com força e começar a me puxar.
—Mas, mas, mas... — tentou dizer Effie.
—Lily! — ouvi a voz de Prim ao longe. Não tive tempo de me despedir dela!
—Preciso me despedir! — digo para Thread, que estava me puxando.
—Mudanças de planos, direto para o trem!
—Não, mas eu preciso me despedir!
Ele não me ouviu, apenas continuou me puxando. Ouvia Prim me chamando e eu gritei um adeus antes de ir para a estação. Meu plano foi tudo por água abaixo. Era para Peeta ter ficado. E agora estamos indo para essa arena juntos. Diferente da última vez que fui, não irei deixar que ele morra em meu lugar assim como Gavin fez, nem que eu me mate para ele sair vivo.
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Quatro da manhã e a bonita aqui postando capítulo😻 o horário que irei começar a acordar daqui alguns dias é o horário que posto capítulo e vou dormir, nem sei como vou fazer na volta às aulas KAKAKAKAKKAKAKAA
GIF novo dos nossos protagonistas! Esse aí deu trabalho KAKAKAKAKKA queria um GIF personalizado para esse capítulo e afins, acho que consegui deixar ele bom por mais que eu quisesse que ele ficasse perfeito🤡
O anúncio do Massacre aconteceu e Peeta e Lily não se resolveram! Prometo que isso logo logo vai acontecer😃
Primeiro beijo de Lily e Gale! Ninguém apoia esse casal e nem mesmo eu apoio #TeamPeeta😻
Também vimos um pouco de como vai ser a relação da Lily com a Prim, que sim, vai ser de irmãs, e isso vai ser mais falado ao decorrer da fanfic😃
Peço desculpas se os capítulos não estiverem ficando bons e tals, juro que estou dando o meu melhor!
Peço desculpas se tiver algum erro ortográfico, tento ao máximo evitá-los mas as vezes passa despercebido.
Quero oficialmente agradecer aos 200 votos! Sério MUITO OBRIGADA a todos pelo carinho! Isso me motiva cada vez mais a continuar com a fanfic🫶🏻
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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