viii. nightmares


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Alguns dias se passaram e estávamos chegando no Distrito 9. Tudo ocorreu bem no Distrito 11 e 10. Cada minuto que estávamos perto do 9, mas nervosa e ansiosa eu ficava, era o Distrito de Dawn. Lembro como se fosse ontem quando eu estive aqui na minha Turnê. Eu não conseguia falar naquele dia, olhar a família de Dawn, sua mãe com seus dois irmãos mais novos, me partia o coração ao vê-los daquele jeito. Mas, mesmo assim consegui falar o discurso como deveria falar, porém depois o discurso foi tomando outro rumo, acabei falando demais sobre a Dawn e isso fez com que um homem na multidão fizesse o sinal de três dedos, eu achei que não seria nada demais até os Pacificadores o pegarem e depois o matarem na minha frente. Aquilo foi horrível, mas ainda sim tive que continuar com o discurso como se nada tivesse acontecido. Tive uma crise de choro assim que cheguei no trem. Desde então, esse lugar só me traz más lembranças.

Peeta e Katniss estavam no palco fazendo seus discursos e eu os via na pequena televisão que havia na sala onde está eu, Haymitch, Effie e Cinna. Eles estão indo muito bem, mais do que eu imaginava. Novamente as lembranças da morte de Dawn e da morte do homem veio a minha mente. Não percebi que estava tremendo, e quando percebi me afastei do pessoal e fui para um canto mais afastado. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas e elas começaram a cair. Eu sentia culpa, a morte do homem foi culpa minha, se eu não tivesse falado sobre Dawn, nada disso teria acontecido com ele. Se eu não tivesse deixado Dawn sozinha, ela não teria morrido daquele jeito.

—Passarinha? — ouvi a voz de Haymitch atrás de mim e me virei para ele, o fazendo ficar com um semblante preocupado. — O que houve?

Eu não consegui falar nada, apenas comecei a soluçar e chorar descontroladamente. Haymitch se aproximou de mim e me envolveu em seus braços, começando a acariciar meus fios de cabelo.

—Este lugar te traz péssimas lembranças, não é? — assenti com a cabeça. — Vai ficar tudo bem, passarinha, tudo vai ficar bem, estamos aqui com você.

O abraço de Haymitch me lembra os abraços de Deena, era como se o abraço de Haymitch me acalmasse assim como Deena me acalmava quando estava em um dia ruim. Não sabia exatamente como era uma boa relação paterna visto que meu avô nunca foi uma boa figura paterna como deveria ser, Haymitch é o mais próximo que tive de ter um pai.

—Eu sei que é difícil, sei que sempre que você vier aqui quando um tributo do nosso Distrito vencer vai ser complicado para você, mas pense que é por pouco tempo. Tente não pensar muito em coisas ruins e tudo vai ficar bem. Eu prometo.

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Mais alguns dias haviam passado e estávamos próximos do Distrito 3. Em Distritos que seus mentores ficavam juntos dos tributos no palco, eu tentava demonstrar estar completamente apaixonada por Peeta, mas parece que isso não está dando muito certo. Quando Peeta citava meu nome e nosso romance eu ouvia palavras de ódio contra mim, agora não sei se é porque sou neta do presidente ou se eles não acreditam na nossa história de amor. Minha conversa com meu avô ainda era um segredo meu, e pretendo deixar assim.

Em meus sonhos, eu estava com meu avô no jardim tomando um chá da tarde, com certeza deveria ser depois da Turnê da Vitória. Ele se levantou e começou a ajeitar meus cabelos negros enquanto segurava uma rosa.

—Você nunca irá me decepcionar, não é meu rouxinol? — perguntou ele enquanto acariciava meus cabelos.

—Não vovô. — digo baixo.

Ele ficou quieto por alguns segundos enquanto acariciava meus cabelos. Eu já estava ficando um pouco aflita por causa dessas perguntas. Não sei se meu papel de menina apaixonada deu certo e o convenceu disso.

—Então, por que não conseguiu fazer um papel simples? — disse ele com irritação em sua voz. — Por que os rebeldes não pararam com isso? Você é uma inútil! — disse puxando meus cabelos.

Abri os olhos puxando o ar com força para ver se eu recuperava minha respiração, olhei para o lado apenas com o olhar e meu avô estava sentado ao meu lado. Sua mão foi em direção ao meu rosto e começou a acariciar o local. Meus olhos se encheram de lágrimas e elas começaram a cair.

—Você não entendeu, meu rouxinol? — perguntou com um sorriso maléfico nos lábios. — Eu disse para você me convencer de seu relacionamento com Peeta para conter os rebeldes, caso contrário, iria matar todos que você ama. — ele deu uma gargalhada maldosa. — Agora pode dizer adeus as pessoas que você ama.

Comecei a soluçar e chorar descontroladamente enquanto via meu avô com aquele mesmo sorriso maléfico e risos maldosos enquanto ele acariciava meu rosto. Ouvi a porta do meu quarto se abrir e alguém entrar no local.

—Lily. — ouvi a voz de Peeta me chamar.

Demorou alguns segundos quando ouvi seus passos apressados até minha cama e senti o a outra parte se afundar.

—Lily. — me chamou enquanto me balançava para tentar me acordar.

A risada maldosa do meu avô cessou e eu só ouvia Peeta me chamar para acordar daquele pesadelo. Me levantei enquanto gritava e chorava. Segurei sua blusa com força enquanto mais lágrimas caiam sem parar. Peeta estava me segurando levemente pelos braços e me olhava com um olhar preocupado.

—Fuja. — digo com a voz fraca. — Fuja para o mais longe que você puder. Ele vai te matar, vai matar todos nós.

—Está tudo bem, Lily, está tudo bem. — disse com uma voz doce tentando me acalmar.

—Por favor, vá embora daqui! — gritei, segurando com mais força sua blusa.

Não queria que ele fosse embora, queria ele do meu lado, queria ouvir sua voz, cantar com ele como havia prometido, mas com meu avô querendo matar todos ao meu redor se eu falhar, é melhor ele fugir para sua proteção. Prefiro ficar longe dele do que ver sua morte por algo que é minha culpa. Não quero perder mais alguém.

Mas, ao invés de ele ir embora, Peeta me envolveu em seus braços em um abraço forte e reconfortante. Eu chorava em seus braços enquanto dizia para ele fugir o mais rápido o possível. Medo. Era o que eu estava sentindo. Medo de perdê-lo, medo de perder todas as pessoas que amo por minha causa. Medo do meu avô.

—Está tudo bem. Não irei sair daqui. Ficarei aqui com você.

—Vai ficar comigo mesmo eu sendo um perigo para você? — pergunto entre soluços.

—Sempre.

Sua mão segurou a minha enquanto a outra fazia acariciava meus cabelos e minhas costas. Eu conseguia ouvir seu coração, estava agitado e acelerado, assim como meu. Aos poucos o choro foi cessando e o sono começou a me consumir novamente. Meus olhos pesaram e se fecharam, fazendo eu voltar a dormir.

Não sei que horas era quando acordei. Abri os olhos e ainda estava nos braços de Peeta, a diferença era que agora estava deitados, com minha cabeça em seu peito. Olhei para seu rosto e ele já estava acordado. Minha mente vai para a noite anterior e imediatamente senti vergonha por ele ter me visto daquele jeito. Me levantei, ficando meio sentada, meio deitada na cama.

—Me desculpa. — digo com a voz baixa. — Foi só um pesadelo.

—Está tudo bem, eu também tenho pesadelos. — disse com sua voz doce. — Isso é normal.

Antes de ir para os Jogos, eu dormia com Jeremy, Aimee, Betsy e Deena, todos em um cômodo só, então se eu tinha algum pesadelo, um deles estavam prontos para me consolar. Após minha vitória nos Jogos e da minha mudança para a Capital, comecei a dormir sozinha. Alguns pesadelos eu acordava aos gritos e outros eu simplesmente ficava sem ar, mas sem gritos, a diferença é que não tinha ninguém para me consolar.

—Por que gritou para eu fugir? — perguntou. — Tem haver com seu pesadelo? — assenti com a cabeça. — O que houve, Lily? — seu tom de voz era preocupado.

Queria continuar mantendo minha conversa com meu avô em segredo, mas Peeta precisa saber, só assim podemos evitar qualquer coisa ruim que possa acontecer.

—Meu avô me fez uma pequena visita antes da Turnê. — começo a dizer. — Disse que tem alguns Distritos que não acreditam na nossa história de amor. Ele não está muito feliz com algumas atitudes minha e conta comigo para fazer todos acreditarem no nosso relacionamento amoroso. Caso eu falhar, ele vai matar todas as pessoas ao meu redor, você, Finnick, Gale, Katniss, todos. — olho para ele. — Em meu pesadelo eu havia falhado, então ele disse que ia matar todos.

—Por que não me disse isso antes? Poderíamos ter evitado muita coisa.

—Eu não tive muita escolha. Não quero perder vocês. Se for para alguém morrer, que seja eu.

Um silêncio se instalou naquele quarto, Peeta parecia estar aderindo toda a informação já que olhava para um ponto do quarto com um olhar pensativo.

—Vamos fazer eles acreditarem. — disse me olhando. — Participe com nós nos discursos, vamos demonstrar estar apaixonados e que somos um casal perfeito. Vamos fazer de tudo para que nada de ruim aconteça, tudo bem?

—Obrigada, Peeta. — digo com um sorriso fechado nos lábios, demonstrando total agradecimento. Ele sorriu de volta.

—Se você cair, eu irei junto com você. Ficaremos juntos nessa até mesmo se der errado. Só não esconde mais nada de mim, certo?

—Certo. Mas por favor, não conte isso para ninguém.

—Não irei, eu prometo. — disse erguendo seu dedo mindinho, dei uma gargalhada e entrelaçamos nossos mindinhos, selando a promessa.

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—Snow está nos observando. — disse Haymitch. Nós quatro estávamos em um vagão do trem. O mais velho disse que queria ter uma conversa importante com nós. Eu comecei a ficar ao lado de Peeta nos discursos e tentávamos demonstrar sermos um casal. — Se conta com vocês para pacificar os Distritos, acreditem, ele não deve estar feliz. Em vez de vocês dois — ele aponta para mim e para Peeta. — estarem apaixonados, vocês parecem estar recitando um manual de perfuração. A única que está se dando um pouco bem nessa situação é a Katniss, mas não é ela que tem que mostrar o relacionamento amoroso de vocês para pacificar os Distritos.

—Tente ler o que Effie escreve para nós. — Peeta murmurou.

—Diga isso ao presidente Snow quando o vir daqui dois dias.

—Aceito sugestões.

—Podemos nos casar. — digo.

—Isso não está ajudando. — disse Haymitch, senti o olhar de Peeta sobre mim.

—Estou falando sério. Iremos ficar nesse trem pelo resto de nossas vidas, isso vai acabar acontecendo futuramente. Por que não acontece agora? — Haymitch deu um riso fraco.

—Isso vai ser marcante. Eu concordo. — ele disse e olhou para Peeta, isso fez eu o olhar também.

—Sim, claro. Vamos fazer isso. — falou rápido e se levantou indo para outro vagão.

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Quando se pensava ter chegado ao limite da emoção antes de um Massacre Quaternário muito especial. Nossos dois amantes letais, minha expressão favorita, — ele disse olhando para a plateia e riu em seguida. — do Distrito 12 surpreenderam com uma novidade no seu romance. Vamos dar uma olhada.

A cena de Peeta me pedindo em casamento passou na televisão do vagão em que eu estava me arrumando para a festa no palácio presidencial. Eu sentia pena de Peeta por sustentar um relacionamento falso sendo que ele provavelmente tinha sentimentos reais por mim. Me pergunto se as pessoas estão acreditando, e estou torcendo para que sim.

Nós três saímos do trem e fomos em direção ao Palácio Presidencial. Cinna me deixou extravagante, parecendo uma princesa apesar de não ser exatamente um vestido. Eu usava um cropped, que não parecia um cropped, de manga curta, uma calça um pouco bufante com sobressaia, uma espécie de véu que ficava preso em meu cabelo, este que estava com um rabo de cavalo baixo com bolhas, este véu ficava preso no meu cabelo e ia até meus pés, mas suas pontas ficavam presos em meu dedo em uma espécie de anel, fazendo com que se eu levantasse as mãos ele levantava também, toda a roupa era na cor azul turquesa com detalhes em dourado, usava também um par de brincos e um colar, também azul turquesa, nos pés uma sandália de salto alto, da mesma cor que a roupa, minha maquiagem era um esfumado marrom simples com um pequeno delineado e batom vermelho. Na cabeça eu usava uma coroa dourada com detalhes azul turquesa.

—O Palácio Presidencial. A festa do ano. Olhos radiantes, queixos para cima, sorriso nos lábios. E eu falo com você, Katniss. — ela diz apontando para a morena ao seu lado. — Haverá fotógrafos, entrevistas. Todo mundo estará lá para festejar vocês. Meus vencedores! — ela disse animada enquanto subimos as escadas. Ela para por alguns segundos. — Assimilem tudo isso crianças. — ela se vira para nós. — Isso é tudo para vocês. — ela aponta para cada um de nós três. Não entendi porque ela apontou para mim, me incluindo, sendo que na verdade tudo isso era para eles dois.

—Que acolhedor. — disse Peeta.

—Atitude! — ela disse e se vira novamente. — Vamos lá!

Começamos a andar em direção a entrada da mansão, todos festejam nós três, uns tocavam em nossas roupas e até em nós mesmos, eu sorria o tempo inteiro para parecer agradável, por mais que aquela situação fosse completamente desconfortável. Aquelas pessoas eram tão extravagantes e exageradas como Effie e por parte ainda não consegui me acostumar com seu estilo. Agradeci mentalmente quando conseguimos entrar na casa. Peeta entrelaçou seu braço com o meu e caminhamos pela casa com Katniss ao nosso lado. Ficava com pena dela sendo nossa "vela" e percebia que ela estava desconfortável com essa situação. Se eu pudesse nem estaria aqui com eles, preferia que eles dois fossem as estrelas da noite, como deveriam ser.

Algumas horas se passaram e aquela festa estava começando a ficar entediante. Procurei Katniss na multidão e assim que a achei, me afastei de Peeta o deixando com duas pessoas da Capital. Me aproximei dela e a puxei para a pista para dançamos juntas. Isso fez eu me divertir e parece que ela se divertiu também. Não queria a deixar desconfortável, quero que ela se sinta bem aqui, por mais que seja um pouco difícil.

—Você não deveria deixar seu noivo sozinho. — disse.

—É, não deveria, mas também não posso te deixar sozinha. Eu sei como essas festas são. Sei que está completamente desconfortável ao lado de todas essas pessoas. — rimos.

—Não precisa se preocupar comigo, eu estou bem. — ela sorriu. — Eu fico com Effie, pode ir lá.

—Tem certeza? — ela assentiu com a cabeça. — Depois eu volto para te fazer companhia.

Nos afastamos e eu voltei para onde Peeta estava, ele ainda conversava com as duas pessoas da Capital que deixei ele conversando, me aproximei e fiquei ao seu lado.

—Aqui, experimente esses! — disse a mulher de cabelos vermelhos estendendo um prato com macarrons. Imediatamente peguei um da bandeja para comer.

—Por favor, eu não aguento mais comer. — disse Peeta com um sorriso fraco.

—Aqui, beba isso! — o homem de cabelos azuis disse estendendo uma taça com um líquido lilás. Nunca havia visto esse líquido.

—O que é isso? — perguntou Peeta segurando a taça.

—É para quando está cheio. — respondeu o homem, mas parecia que Peeta ainda não entendeu.

—Te faz vomitar! — foi a vez da mulher falar. — Aí pode continuar comendo!

—Qual seria a outra forma de comer de tudo? — o homem disse.

Parece que Peeta ficou extremamente incomodado com isso e eu também fiquei. Eu não sabia da existência desse líquido, e a existência dele só me faz ter certeza que esse país é injusto. Quando eu for a presidente, irei mudar tudo isso.

—Acho que está na hora de dançar. — disse entregando as coisas para o homem. Ele me olhou e estendeu sua mão para mim. — Lily.

Segurei sua mão e ele me levou para a pista. Peeta coloca uma mão em minha cintura e a outra fica entrelaçada com a minha, coloco minha mão livre em seu ombro e começamos a nos movimentar no ritmo da música lenta que tocava.

—As pessoas passam fome no 12, e aqui eles vomitam para comer mais. — ele murmurou. — Sabia da existência desse líquido?

—Não. — dou um riso fraco. — Esse país é injusto. Por parte não vejo a hora de ser presidente para acabar com tudo isso.

—E você quer seguir os passos do seu avô?

Essa é a questão, eu sempre quis viver da música, ser livre, era isso que me fazia feliz. Cantar, dançar, tocar, sempre foi minha vocação.

—Não. Mas acho que não tenho muita escolha, certo?

—É, aparentemente não. — rimos.

—Lily! Peeta! — ouvimos a voz animada de Effie, nos separamos ao ver que ela estava acompanhada além de Katniss. — Quero apresentar a vocês Plutarch Heavensbee. Idealizador Chefe dos Jogos! Sucessor de Seneca Crane!

Ah que ótimo!

—Que legal, mais um para lascar com a gente. — disse Peeta e acabei não segurando a gargalhada que escapou.

—Peeta! — Effie o repreendeu, mas o homem riu também.

—Posso? — ele pergunta para Peeta, mas apontando para mim. Imediatamente fiquei séria.

—Essa pergunta deveria ser feita diretamente para mim, não acha?

—Lily! — Effie me repreendeu, mas Plutarch apenas ri.

—Mas eu aceito, obrigada por me perguntar. — dou um sorriso irônico.

Peeta, Katniss e Effie se afastam de nós. O mais velho se aproxima de mim e segura minha mão e começa a me guiar no ritmo da música. Não gosto de toque físico a não ser de pessoas ao meu redor. Parece que esse Plutarch entendeu e não se aproximou muito.

—Está gostando da festa?

—Muito exagerada e sufocante para o meu gosto.

—É apavorante. Deixando os valores morais de lado, dá para se divertir.

—Então, está se divertindo?

—Sou Idealizador Chefe. Diversão é o meu trabalho.

—Pensava no que houve com Seneca Crane. Muito divertido.

—Ele decidiu parar se respirar.

—Decidiu?

—Era isso ou as pílulas. — senti um arrepio na espinha quando as pílulas foi mencionada. — Idealizador Chefe nunca foi o mais seguro dos empregos.

—Então, por que está aqui?

—Fui voluntário.

—Por que?

—Ambição. Trazer significado para os Jogos.

—Os Jogos nunca vão ter outro significado além de trazer medo e de nos assustar. É para isso que eles servem.

—Talvez você tenha me inspirado a voltar.

Plutarch dá um passo para trás e puxa do bolso do colete um relógio de ouro preso a uma corrente. Ele abre a tampa com o dedo, verifica a hora e franze a testa.

—Preciso ir andando. — ele vira o relógio para que eu possa ver o visor. — Começa à meia-noite.

—O que começa... — digo, mas então algo me distrai. Plutarch passa o polegar sobre o visor de cristal do relógio e, por um instante, uma imagem surge, brilhando como se estivesse iluminada por uma vela. Mais um tordo. Exatamente como o broche em meu vestido. Só que esse desaparece. Ele fecha o relógio. — Muito bonito — digo.

—Ah, é muito mais do que bonito. É singular — diz ele. — Se alguém perguntar por mim, diga que fui para casa dormir. Tenho uma reunião, mas elas devem ser mantidas em segredo. Mas pensei que seria seguro contar pra você.

—Com certeza. Seu segredo está seguro comigo — digo.

Enquanto apertamos nossas mãos, ele se curva ligeiramente, um gesto comum aqui na Capital. Uma música alta começou a tocar.

—A saudação presidencial. Nos vemos por aí Lily. — por fim, ele sumiu no meio da multidão.

—Venha Lily! — ouvi a voz de Effie. — Seu avô está aguardando!

Ela me empurra para o lado de Peeta, fazendo nós dois entrelaçarmos nossos braços novamente. Katniss caminhava ao meu lado.

—Acha que convencemos ele? — o loiro sussurrou para mim.

—Não sei mais o que podemos fazer se caso não. — disse no mesmo tom.

Nós paramos na frente da plateia enquanto batemos palmas. O meu avô aparece em uma pequena sacada, fazendo as palmas aumentar, mas logo elas cessaram.

—Esta noite, neste último dia da Turnê deles, quero dar as boas-vindas aos nossos dois Vencedores. Dois jovens que personificaram nossos ideais de força e valor. E eu, pessoalmente, quero parabenizar um deles e a minha querida neta pelo anúncio de seu noivado. — as pessoas aplaudiram, fazendo Peeta e eu sorrir em agradecimento. — O amor de vocês nos inspirou e vai nos inspirar todos os dias pelo resto de suas vidas. — ele levantou sua taça e fogos de artifícios começaram a estourar no céu atrás de nós.

Me virei junto com a multidão para ver a chuva de fogos, mas logo olhei de volta para o meu avô, que também me olhava, ele fez um não com a cabeça e logo entendi seu recado, fazendo com que meu coração apertasse. Não importa o que eu faça, ele nunca vai perdoar o que eu fiz na arena. Não consigo mais ver esperanças de que tudo irá ficar a salvo, tudo que eu vejo é a morte de todas as pessoas que amo, mais uma vez. Agora o que penso é se eu deveria ter me matado no lugar de Gavin para ele sair vivo. Teria sido mais simples.

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Meu Deus eu amando demais escrever essa fanfic, juro para vocês! Estou com um plot e ideias incríveis (pelo menos para mim) e confesso que estou muito ansiosa para escrever!

O único spoiler da fic que dou: NÃO irei matar o Finnick nessa fanfic, assim como em todas as fanfic de Jogos Vorazes que irei escrever no futuro! Então fiquem tranquilos em relação a isso.

O outfit que descrevi foi o outfit INCRÍVEL que a Naomi usou como Jasmine no live-action, juro que achei que ele seria perfeito para a festa da Capital!

digo uma coisa, se agora está começando a ficar ruim, se preparem que só vai ficar pior😻

Peço desculpas se tiver algum erro ortográfico, tento ao máximo evitá-los, mas tem vezes que passa despercebido.

Mais uma vez peço desculpas se a Katniss não está aparecendo muito nessa coisa da Turnê, estou fazendo algumas adaptações para adaptar a Lily que é a nossa protagonista, então não estranhem🫶🏻

Acho que não tenho mais nada para falar aqui, caso tiver, falo no próximo capítulo.

Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️

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