Capítulo XXXI
⊱⋅ ────── ❴ • ✿ • ❵ ────── ⋅⊰
Mas quando vibrar a última balada
Da tarde e se calar a passarada
Na bruma sepulcral que o céu embaça
⊱⋅ ────── ❴ • ✿ • ❵ ────── ⋅⊰
— Epa, se arrepender do que? — Pergunto quando chego no lugar que marquei de encontrar Edward e Bella, perto do campo aberto onde iria rolar a batalha. O dia estava claro, mas eu podia sentir o cheiro de chuva chegando, o que me fazia querer ir o mais rápido para onde Bella acamparia, para me proteger da chuva. — Vim correndo, não consegui pegar a conversa inteira.
Bella se assusta, retraindo a mão e me olhando com o rosto vermelho. Abro um sorriso malicioso na direção dela, hm...
— Não é isso que você está pensando! — Bella se defende, levantando as mãos em um gesto para eu parar. — Pelo amor de Deus, Ada, você só pensa nisso?
— Vocês estavam sozinhos a noite toda, quer que eu pense o que? Oi, Draculaura. Bom te ver. — Dou dois tapinhas no braço de Edward, o cumprimentando, e depois volto o olhar para Bella. — Sobre o que vocês estavam falando?
— Olá, Ada. — Edward diz, cordial, um sorriso leve brotando em sua boca. — Acho que Bella tem uma novidade para te contar.
Viro meu rosto para minha irmã, curiosa. Levanto a sobrancelha esquerda, questionando ela em silêncio, enquanto cruzo os braços e espero sua resposta.
— Edward me pediu em casamento.
— Espera, o que? — Abro a boca, surpresa, meus braços caindo ao lado do meu corpo. — Merda, você está grávida mesmo ele estando morto?!
Bella cruza os braços para o namorado, encarando-o.
— Eu disse que casamento aos dezoito quer dizer gravidez.
— Alô? É claro que quer dizer gravidez! Se não é gravidez, são jovens religiosos que querem casar para trepar sem peso na consciência! — Falo o óbvio, arregalando os olhos para mostrar o quanto aquilo era irreal.
— Ada! — Bella protesta, por causa do meu linguajar.
— Qual é, Bella, agora você é uma moça noiva! Tem que se acostumar com uma palavra simples como trepar! — Reviro os olhos. — Tem medo da palavra? Escute: trepar, sexo, fodelância vespertina, molhar o ganso, chegar aos finalmentes, coito, foda...
Bella cobre minha boca com as duas mãos e eu caio na risada.
— Pelo amor de Deus, Ada, só... cala a boca.
Edward ri baixo de nós duas, negando com a cabeça.
— Para os vampiros, casamento é uma forma de dizer o quanto amamos um ao outro, e queremos passar a eternidade ao lado da pessoa que escolhemos. — Ele diz calmamente e eu reviro os olhos, novamente.
Tiro a mão de Bella da minha boca e olho para o céu, querendo cortar o papo meloso. Uma hora ou outra esses dois iriam casar, a surpresa foi apenas por que era... recente? Porra, um ano de namoro no máximo? Menos, talvez, já que ele deu um sumiço na Bella?
— Precisamos ir, vai cair chuva já, já.
— Sim. — Edward concorda comigo, ele e Bella trocam um beijo rápido de despedida. — Já marcamos o território com o sangue de Bella. Por favor, cuide dela, Ada.
Assinto, sem necessidade de falar uma afirmativa. Ele sabia que eu cuidaria de Bella. Ele corre para longe, sumindo de nossas vistas e me viro para minha irmã, abrindo os braços para que ela venha para o meu colo.
— Vamos lá?
Demora um pouco para que cheguemos onde Edward tinha armado acampamento, já que esse boçal infernal decidiu que era uma boa ideia fazer em uma das planícies de uma montanha. Quando chegamos, Edward está lá, brilhando e saudando o sol que desaparecia entre as nuvens, dando lugar para o crepúsculo. Desci Bella do meu colo, sentindo os braços dormentes pelo peso carregado por tanto tempo.
Eles se abraçam dramaticamente e eu finjo colocar o dedo na goela, fazendo sons de vômito.
— Pelo amor de Deus, vocês acabaram de se ver.
— Demorou, Ada. Ficou cansada? — Edward pergunta zombeteiro, agarrando a cintura de Bella.
— Claro que demorei, idiota. Olha onde você decide montar acampamento, porra. Acha que sou o que? — Estralo os ombros, que estavam incomodados com o peso extra carregado. — Da próxima vez, vê se não arma a barraca em cima de uma montanha. Tá achando que é o Smaug, cacete?
— Não vai ter uma próxima vez. — Bella fala séria e eu reviro os olhos para ela.
— Que seja. Só tem essa barraquinha aí? — Olho a barraca branca, e faço careta. — Não vai caber nós três.
— Não vai lutar?
— Ada vai ficar aqui durante a noite, de prontidão, como uma ligação com a alcatéia. — Edward diz, repassando o plano que tínhamos combinado por mensagem durante a madrugada.
— Seth vai assumir meu posto de manhã. Finalmente consegui tirar o moleque da briga, ele não está contente mas que se foda. — Dou de ombros. — É melhor entrar antes que chova. Já sentiu o cheiro de cachorro molhado? Aliás, trouxe cobertores suficientes, Fadinha? Bella vai congelar. Vi no noticiário que a neve vai vir junto com a chuva.
— Como você fala... — Edward revira os olhos, abrindo o zíper da barraca.
— Vai se foder. — Reviro os olhos.
A chuva é passageira, mas a neve perdura até a madrugada. Uma certa hora da noite, saio da barraca e vou para o lado de fora. A natureza chamava e eu iria mijar na cara dela. Como odeio acampamentos, inferno. Quando volto, escuto o tilintar de dentes de Bella do lado de fora, assim como sua respiração descompassada pelo frio.
— Devia ter escolhido um lugar mais baixo. — Edward fala para Bella, parecendo culpado, e Bella murmura que está bem, me fazendo querer esmurrar ela por não colocar o bem-estar dela em primeiro lugar.
Reviro os olhos, puxando o zíper e entrando na barraca.
— Pra alguém tão velho, você é muito burro, Cullen. Sai pra lá, Bella. Me dá espaço. — Puxo o cobertor de Bella, tirando a camiseta que usava e ficando só de shorts e top esportivo. Me enfio debaixo das cobertas e logo Bella se agarra a mim e, aos poucos, seu treme-treme para, dando lugar ao sono profundo.
Me ajeito no saco de dormir e puxo a coberta, me ajeitando melhor.
— Obrigado por estar aqui. — Ele sussurra e eu levanto a cabeça, vendo seus olhos dourados tremeluzirem na luz fraca da lanterna. — Não sei o que faria se você não estivesse aqui...
— Não precisa agradecer. — Faço um gesto de desdém. — Bella é minha irmã antes de ser sua namorada, eu não me importo de servir de aquecedor.
Ficamos em um silêncio estranho, com o ressonar de Bella soando baixinho entre nós. Do lado de fora, os ventos castigam a barraca e faz um ruído severo e, por um momento, o pensamento de correr durante a neve caindo me foi muito agradável. Correr, para longe o suficiente. Longe dessa batalha iminente, longe de Jacob, longe das responsabilidades. Largar a vida humana que era sofrida demais, e me entregar ao meu instinto animal. Mas, no fim, o pensamento foi embora tão rápido quanto veio. Eu não poderia, não tinha coragem o suficiente. Não tinha forças o suficiente.
— No começo... — Edward falou baixo, chamando minha atenção. Levantei meus olhos para ele, curiosa com o que iria falar. — Eu achei que ir embora e deixar Bella fosse uma boa escolha. Deixar a vida humana dela seguir seu curso, Jacob poderia dar uma família à ela, uma vida completa e feliz. Mas só o pensamento me dilacerava por dentro.
Travei o maxilar e o olhei séria.
— Acho que é um pouco cruel você jogar na minha cara que Jacob e Bella teriam uma chance, caso você ficasse longe por mais tempo.
— Não estou jogando na sua cara. — Ele levanta os ombros, os olhos perdidos, organizando seus pensamentos. — Sua mente está com o paredão levantado há quase uma semana, por isso sei que não está bem. Suas emoções tomam controle do seu dom, quanto mais abalada, mais você fica inacessível para mim.
— Vou viver abalada então, pra que você não fique xeretando na minha mente.
Ele ri fraco, acenando que não com a cabeça.
— Não é sobre isso, Ada. É sobre o quão ferida você está, e o quanto você esconde isso. Seu imprinting está por um fio, e você está sentindo na pele isso. — Edward me encara com seriedade. — Antes, você subiria até aqui sem se cansar, e hoje você estava quase morrendo. Seu fôlego diminuiu, sua força. Sam está preocupado com isso. Ele teme que vocês tenham rejeitado o imprinting.
Fico quieta com o que ele diz, mas no final minha resposta é o silêncio. O que ele queria que eu falasse? Que tenho sentindo dores de cabeça horríveis? Que, às vezes, meu corpo começava a tremer do nada e que meu corpo parecia estar cada vez mais quente? Eu não queria falar em voz alta tudo isso, pois vinha ignorando.
Logo a manhã surge e no primeiro raio que alcança a montanha, ouço barulhos de passos pesados na neve. Cheiro o ar, querendo saber quem se aproximava e não precisei fazer duas vezes, por que o cheiro de Seth era muito característicos.
Saio de dentro do saco de dormir de Bella e deixo a barraca junto com Edward, vendo que o garoto vinha na sua forma humana e parecia carrancudo, pois tiramos sua chance de lutar contra vampiros pela primeira vez.
Reviro os olhos para o bebezão.
— Vou indo, então. A matilha está me esperando. Cuidado, Seth. — Beijo sua testa, logo indo correndo para onde combinei de me encontrar com os outros.
Sam repassa nossos planos de batalha junto à Jasper, e depois nos transformamos, ficando escondidos entre as árvores para ser um elemento surpresa. Ao meu lado, Paul, Quil e Embry parecem animados para matar alguns vampiros, ao contrário de Leah que está preocupada com Seth, Sam que está preocupado com a matilha e com Emily, Jared preocupado com Kim e sua família e Jacob, que me olhava com seus olhos castanhos e estava preocupado comigo.
Ignorei seus pensamentos, me concentrando em ouvir melhor o que estava à minha volta e me focar no cheiro do ar, preparando-me para receber a explosão de cheiro de vampiro no meu nariz.
No começo do campo aberto, a família Cullen está preparada, só esperando nossos inimigos chegarem. Podíamos ouvir a vibração no solo e, por sorte, os recém-criados estavam seguindo o rastro deixado por pela.
Quando a multidão de vampiros entram na clareira, os Cullen não hesitam em correr até eles, aplicando o primeiro golpe. O barulho de membros sendo quebrados e destroçados era estranho e me trouxe arrepios, já que pareciam copos sendo lançados ao chão.
Se preparem. Sam avisa e eu reteso meus músculos, pronta para pular e grudar meus dentes em alguns vampiros.
*×*
[ n o t a s ]
e com isso encerramos nossa maratona! dia 7 concluído com sucesso!
tô bem contente comigo mesma por ter conseguido postar todos os dias sksksk
até dia 30, amorecos. beijinhos!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top