Capítulo XXV
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Mude a sua mente e mude de novo,
porque nada é permanente.
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aviso: este capítulo será em dois
pontos de vista, intercalando entre
Ada e Jacob.
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ADA SWAN
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— Você vai na festa na casa dos Cullen, Ada? — Jessica pergunta quando encontro com ela antes da cerimônia de formatura. Ela estava elegante com a beca de formanda e, como sempre, não conseguia parar de falar sobre as novidades.
Mas, dessa vez a novidade me interessava e assenti, totalmente animada.
— Sim! — Quase urro, os olhos bem abertos e um sorriso de orelha à orelha. — Meu corpo pede por música alta, comida à vontade e bebidas!
— Como senti sua falta na cidade, Adazinha! — Jess me abraça, pulando e eu pulo junto com ela, animada. — Bella não sabe como ser adolescente!
— Bella nasceu com oitenta anos, Jess. — Rio, abraçando minha amiga de volta.
O diretor chama Jess, que logo se despede e vai para as cadeiras onde os formados ficariam. Bella já estava lá, usando sua beca. Toda a família Presas já estava aqui, prontos para poder prestigiar a formatura de Edward, Alice e Jasper, como se não tivessem feito isso milhares de vezes no passado.
Passo por eles, e o chefe do clã sorri para mim, junto de sua esposa que me cumprimenta. Sorrio sem mostrar os dentes, dizendo um olá breve e continuo meu caminho. Reviro os olhos, procurando por Charlie e o encontro duas fileiras atrás de Bella, segurando uma câmera em mãos, pronto para filmar o momento da sua filha mais velha.
Vou até ele e me sento ao seu lado.
— Veio preparado, papai coruja. — Faço graça, me recostando na cadeira e cruzando os braços. Queria poder colocar as mãos nos bolsos, mas por ser uma ocasião especial, eu estava usando um vestido cinza e longo, de mangas curtas e com duas aberturas dos lados que iam até o joelho. Nos meus pés, meu all-star branco e preto deixava o look ainda mais estiloso.
Nunca fui de usar vestidos longos, por ser pequena, mas desde que ganhei pelo menos vinte centímetros depois da transformação, eu podia usar e abusar de saias mais longas.
Charlie me repreendeu com o olhar, mas logo voltou a olhar para sua câmera e ver se estava tudo nos conformes.
— Logo você vai estar se formando, Ada, e pode ter certeza que vou fazer a mesma coisa.
Sorri para ele, deitando minha cabeça em seu ombro e vendo Jessica super ao palco para começar a fazer seu discurso de oradora. O discurso de Jess é bonito e inspirador, e arranca palmas de todos os alunos e pais quando acaba. Sorrio para minha amiga, ficando de pé junto de alguns pais e bato palmas. Realmente, ela tinha se superado dessa vez.
Logo começam a chamar os nomes e Charlie liga sua câmera, posicionando em um ângulo bom e esperando que chamem Bella, o que não demora a acontecer. Ela se levanta e sobe no palco, indo até o diretor e o vice, que entregavam os diplomas. Ela pega o papel enrolado, cumprimenta o Sr. Harris e olha para frente, para a foto de escola.
Papai pede que eu segure a câmera e, assim que a pego em mãos, ele bate palmas e assovia, dizendo em voz alta que "essa era a filha dele". Dou risada com o ânimo de Charlie, e logo Bella vai se sentar, dando continuidade à fila.
Quando o último nome é chamado, o diretor faz um pequeno discurso, agradecendo pelo ano letivo e dizendo que estava ansioso para a turma do próximo ano.
Dou a câmera a papai e vou até o grupinho de Bella e abraço Angela, Lauren, Jess, Eric, Mike e Tyler, os parabenizando pela formatura.
Abraço Bella também, meus braços fortes ao seu redor. Desde que voltei, há quase quatro meses, era a primeira vez que eu estava tão próxima da minha irmã.
— Parabéns, Isabella. — Faço graça, chamando-a por seu nome inteiro e não pelo apelido, sabendo que ela odiava.
— Obrigada, Isobel. — Ela retribui a zoação, me arrancando um revirar de olhos. Me separo dela e troco um aperto de mão com Edward.
— Mais um chapéu para a coleção, Varney. Parabéns.
— Você foi fundo dessa vez, Ada. Varney, o Vampiro ou o Banquete Sangrento? Esse livro é de 1847. — Ele zomba, arqueando as sobrancelhas.
— Gosto de ter uma boa cartela de apelidos. — Dou de ombros.
Jess pula nas minhas costas, interrompendo qualquer interação que eu fosse ter a mais com Edward e eu rio, segurando ela para que não caísse.
— O que você achou do meu discurso, Ada? Foi demais, não foi?
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JACOB BLACK
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— Como assim a Ada sofreu um acidente?!
Embry arqueia as sobrancelhas, olhando para mim com curiosidade.
— Um vampiro ficou na frente da viatura do Charlie e causou o acidente. Por sorte, Ada se jogou na frente do Charlie e pegou todo o impacto. Mas não se preocupa, ela tá bem.
— Você acabou de dizer que ela pegou todo o impacto, como ela pode estar bem? — Bufo, passando a mão pelo rosto e subindo para o cabelo, os dedos entrando entre os fios. — Preciso falar com ela.
— Tem certeza, Jake? — Quil pergunta, mudando os canais da TV. — Ela não quer te ver nem pintado de ouro depois daquela bola fora.
— Põe bola fora nisso! — Embry zoou, levando salgadinho até a boca.
— Eu não falei nada demais! — Tentei me defender.
Quil e Embry riram, e eu os olhei com raiva. Morrendo de vontade de chutar a bunda dos dois para fora da minha casa e nunca mais olhar para a cara deles.
— Nada demais ou não, se eu fosse você ficaria fora do caminho de Paul por alguns dias. — Embry dá de ombros, ainda risonho. — Fiz ronda com ele ontem à noite, e cara... Eu não queria estar na sua pele.
— Por que diabos o Paul fica se metendendo entre mim e Ada? Ele não tem nada com isso! — Bufo, me jogando no sofá. Não que eu estivesse com medo de Paul, é claro que eu não estava. Mas, me irritava o modo como ele parecia estar sempre ao redor de Ada.
— Você sabe que eles são como irmãos. — Quil dá de ombros, parando em um canal esportivo e me olha de lado. — Quando o pai do Paul foi embora, você lembra que Ada foi a pessoa que mais deu apoio à ele.
Assinto, me recordando disso. Paul tinha dez anos na época, eu e Ada tínhamos uns seis anos. O pai de Paul era um velho bêbado e viciado, que em um belo dia simplesmente arrumou as coisas dele e deu o fora da cidade, deixando para trás a mulher e o filho. A madrasta de Paul entrou em depressão logo depois, então ele foi largado à mercê da própria sorte, se não fosse por minha mãe e Sue.
Ada foi a que ficou mais tocada com a dor de Paul e, ignorando os ataques explosivos do garoto, ela ia todos os dias na casa dele e levava brinquedos, doces e, às vezes, o levava na casa dela para brincar. E, desde então, eles tinham essa relação de cumplicidade e parceria.
Mas eu não conseguia simplesmente ignorar a forma que eles eram tão próximos e como Ada ficava à vontade perto dele. À vontade, de uma forma que ela nunca ficou perto de mim.
Me levanto do sofá e procuro uma camiseta, decidido a ir até a casa de Ada e conversar com ela de uma vez por todas.
Saio de casa, deixando os garotos lá e vou até a casa de Sam, onde eu deixava minhas motos. Aumento o passo, querendo ir mais rápido mas, no meio do caminho, sou atingido por alguém e vou de cara no chão.
Desnorteado, me sento, procurando a pessoa que tinha me empurrado e, quando foco minha visão, vejo Paul a minha frente, tremendo e me olhando com ódio. Me levanto em um pulo, com raiva por ter sido empurrado e cerro os punhos, o confrontando.
— Que merda você tem na cabeça, Lahote?!
— Deixa a Ada em paz, Black. — Ele rosna para mim.
— Não se meta, isso não é assunto seu!
— Ada é assunto meu! — E, antes que eu pudesse prever, sinto o punho de Paul ir de encontro com minha mandíbula.
Dou dois passos para trás, recuperando o equilíbrio. Levo minha mão ao rosto, sentindo o lugar latejar. Cuspo o sangue que se juntou na minha boca, e não penso duas vezes antes de retribuir o carinho.
Vou pra cima dele e o soco no estômago, segurando seu pescoço para ter apoio. O corpo de Paul treme mais ainda e, num instante, o lobo cinzento está em cima de mim, grudando os dentes no meu pescoço. Me transformo também e dou uma patada em seu rosto, afastando-o de mim, e grudo minha boca no seu ombro, mordendo com toda a minha força.
Você não merece ela, Black! Só a faz sofrer! A voz de Paul ecoa na minha mente enquanto ele pisa no meu peito, me fazendo perder o ar. Ada merece muito mais.
Ah, é? E quem ela merece? Você? Perguntou com escárnio, tomando a força na briga e fico por cima dele, arranhando seu rosto.
De repente, imagens de Ada chorando invadem minha mente. Caio para trás, sem reação, vendo que era Paul quem me mostrava as lembranças.
"Amo aquele idiota desde sei lá, meus nove anos de idade? É cansativo ser rejeitada por ele, mas dói todas as vezes". A voz de Ada é baixa e a olho com os olhos de Paul, vendo o quanto ela parecia pequena naquele momento.
"Por que não aceitou o imprinting então?" Paul pergunta, estacionando o carro em frente à casa de Charlie.
Por um momento, Ada fica quieta. O choro começando a dar início, as lágrimas rolando em suas bochechas.
"E forçar ele a ficar comigo, Paul?" A voz de Ada parecia quebrada e ouço ela fungar, o choro molhando seu rosto. "Não quero um amor que não é para ser meu, entende?".
Um amor que não é para ser meu.
Como eu poderia explicar para Ada que o que eu sentia podia não ser amor ainda, mas que era completamente dela?
*×*
[ n o t a s ]
dia 1 da nossa maratona!
espero que estejam tão ansiosas quanto eu! aliás, o prólogo de Serendipity, a fic da mãe da Ada, foi postado hoje também!
inf.: Sir Francis Varney era uma criatura literalmente repugnante. Criado pelo escritor inglês James Malcolm Rymer em 1847 (antes mesmo de Drácula!) no livro “Varney, o Vampiro ou o Banquete Sangrento”, a maior arma dessa criatura era a sua feiúra! Com sua face pálida e mórbidos olhos cor-de-lata, Varney hipnotizava suas vítimas apenas com o olhar… Com unhas e dentes pontiagudos, esse vampiro arranhava as vidraças das casas, fazendo o ruído de granizo.
Achei melhor explicar pra que o apelido fique mais engraçado sksksksk
beijinhos e até amanhã!
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