Capítulo XLVIII

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No amor de os ritos próprios recitar,
E na força com que amo me enfraqueço
Rendido ao peso do poder de amar.

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Jogo minha chave na mesa ao lado da porta de casa. Estava tudo escuro e silêncio, Charlie dormindo no andar de cima e, por um momento, me deixei desabar no sofá. Eram quatro da manhã e eu precisava sair da casa dos Cullen e deixar de olhar para minha irmã que cada dia parecia pior.

Deixo minha cabeça descansar no encosto, olhando para o teto escuro e suspiro pesado. Jacob e Seth estavam nos Cullen ainda. Leah tinha aparecido para tentar trazer juízo à mente do irmão mais novo, mas no fim apenas foi embora. Tentei convencê-la, apelar para sua amizade, mas não funcionou. Leah estava tentando proteger seu imprinting, tentando assegurar que Angela ficasse segura caso o bebê de Bella saísse e matasse tudo. Era necessário acabar com a ameaça antes que ela representasse perigo aos seus.

Cocei meus olhos, sentindo o cansaço pesar em todos os meus membros. Não sei quanto tempo fiquei ali, estática, olhando para a televisão desligada e repensando toda minha a minha escolha. Tudo o que tinha se passado até então.

Um toque no meu ombro me tirou do torpor e, quando olhei para trás, Charlie me encarava com olhos preocupados. Bella tinha ligado para ele ontem, dizendo que tinha contraído a droga de uma doença e que precisaria ir em um hospital na Suíça.

Francamente, eu ficava puta por Bella achar que nosso pai era tão burro ao ponto de não perceber nada. Como se ele tivesse seus olhos vendados, ou que fosse um idiota completo para não perceber o que estava a sua frente. Diante de seus olhos. Charlie era um policial: melhor, ele era o chefe de polícia. Ele percebia coisas, e depois que descobriu sobre os lobos e a matilha, parecia que ele tinha começado a perceber mais coisas. A notar mais coisas.

Leah não contou para ele sobre os vampiros quando eu me machuquei. Falou que tínhamos encarado uma ameaça forte, e que eu e Jacob fomos os únicos que saíram mais machucados. Não era um segredo nosso, no fim das contas, e depois que Bella me contou sobre os Volturi durante minha recuperação, o medo me dominou.

Mas não podia continuar escondendo as coisas para sempre.

Não do meu pai.

— Aconteceu alguma coisa? — Sua voz é grossa e, olhando para o seu rosto iluminado pela claridade que vem de fora, percebi que já tinha amanhecido. — Você não está com uma cara boa.

Fiz careta. Cara boa. Como eu poderia estar com uma cara boa quando tudo parecia uma merda ao meu redor?

— Preciso te contar uma coisa. É sobre Bella.

Sua expressão ficou desesperada, enquanto se sentava na mesa à minha frente. Seu rosto perdeu a cor e, encarando seus olhos, sabia que ele estava pensando no pior. O que não demoraria a acontecer, de fato.

— O que tem ela? Ela está bem?

— Ela está viva, mas bem eu já não posso dizer que está. — Me recosto no sofá, tentando achar palavras para explicar toda aquela merda de situação. — Lembra quando eu e Billy te contamos sobre os quileutes? E o senhor me perguntou sobre os Cullen. Eu disse que não era um segredo meu para contar.

— Sim, eu me lembro. Fale logo, garota, você está me deixando ansioso. — Charlie reclama, fazendo careta entre sua expressão preocupada. — O que esse segredo tem com Bella estar doente?

Soltei uma lufada de ar.

— Os Cullen são vampiros, pai. — Atirei, dizendo tudo de uma só vez enquanto olhava em seus olhos. — Eles são do bem. Não bebem sangue de humanos, apenas de animais. Os Quileutes os chamam de frios. Somos inimigos antigos, e é por isso que toda a reserva teme eles. Os lobos foram feitos para lutar contra os frios, eliminar a ameaça. Há muitos anos atrás, Carlisle, Esme, Rosalie, Emmett e Edward vieram para nossa terra. Caçaram em nosso domínio e, quando os quileutes os acharam, fizeram um acordo. Um tratado que dividia territórios, com regras claras sobre não machucarem nenhum humano enquanto viverem aqui. Os Cullen foram embora, mas voltaram. Com duas adições à sua família: Alice e Jasper.

Charlie me olhou, tenso, e pude ver em seus olhos que ele estava preso entre não acreditar e perceber o óbvio. Estalei meus dedos, fechando os olhos. Era mais fácil se eu não visse a expressão de Charlie durante essa parte da história.

— Ada, você está dizendo que...

O interrompi.

— Bella e Edward se apaixonaram. Toda essa baboseira irritante, e então o casamento. Ela soube sobre ele, sobre a espécie dele desde o início. Quando Edward foi embora, deixando Bella para trás, ele foi para proteger ela depois que Jasper quase a matou por conta de um corte no dedo. Mas ele tentou se matar, e Bella se tornou uma suicida em potencial e, no fim, Edward voltou e toda a família veio junto. Mas os problemas continuaram. Um antigo inimigo veio à tona e logo um exército de vampiros recém-criados queria atacar Bella, o elo mais fraco da família Cullen. — Molho meus lábios secos, lembrando de tudo o que se passou meses atrás. — Os lobos juntaram suas forças com os vampiros, porque os vampiros recém-criados são incontroláveis e famintos e, no fim, não seria apenas Bella a vítima. Eu me machuquei durante a batalha. Um recém-criado apareceu quando estávamos com a guarda baixa e atacou Bella, Jacob foi proteger ela e se tornou o alvo, no fim das contas. Eu só corri, porque perder Jacob seria a morte para mim, de qualquer jeito. Mais dois recém-criados apareceram. Eles me agarraram pelas costas, amassaram meu corpo e eu fiquei paraplégica. O senhor sabe o que aconteceu daí em diante.

"Pensamos que tudo ia ficar bem agora. Bella ia se casar, o plano era ela virar uma vampira também e então o felizes para sempre com a droga do seu vampiro. Mas ela é idiota. — Cerrei os dentes, lembrando da decisão absurda de Bella. — Ela decidiu que passar a Lua de Mel ainda humana era uma boa coisa. E então, 14 dias depois ela me ligou, falando que estava grávida".

Abro os olhos, encarando Charlie ao dizer a última frase, vendo toda a miríade de emoções que passavam por seu rosto até que...

— Grávida?! — Charlie levanta, sobressaltado. Seus olhos arregalaram e, por um momento, achei que ele fosse infartar ali mesmo. O rosto vermelho. A respiração descompassada e o coração batendo mais rápido do que qualquer coisa.

— Aparentemente, vampiros também podem engravidar mulheres. Mesmo sem sangue no corpo, ou sem ter um coração batendo ou qualquer outra merda. Então, sim, pai, a Bella está grávida. Mas não sabemos se a droga do feto é um vampiro bebê ou humano. O que causou medo na matilha e eles estão querendo matar o que quer que seja que Bella vá dar a luz. Jacob, Seth e eu não concordamos com isso. Por isso, debandamos da matilha.

Papai sentou, incapaz de dizer uma única palavra. Passo a mão pelo meu rosto, coçando meus olhos logo depois, o cansaço da noite em claro finalmente cobrando seu preço.

— Por que você não pode dizer que Bella está bem? — O sussurro de Charlie vindo até mim, sua voz parecendo quebrada e dolorosa. — Ela... Ela tem problemas com a gravidez? Como... Como sua mãe?

Levanto os ombros.

— O bebê está sugando tudo da Bella, pai. Os batimentos lentos, o corpo magro e quase não come. — Pisco pesadamente, franzindo as sobrancelhas. — E ainda tem a matilha. A ameaça é grande, pai. Mas não pude esconder isso do senhor mais. Vamos combater os lobos, e vamos tentar transformar Bella nos quarenta e cinco do segundo tempo. Mas não é nenhuma garantia. Não temos nenhuma certeza de que vai dar certo.

Charlie apenas fica em silêncio e, por um momento, me sinto mais leve. O meu lado egoísta contente por despejar toda aquela merda em alguém, tirando um pouco do peso das minhas costas. Mas, ao mesmo tempo, a preocupação cresceu. Charlie estava metido no meio disso tudo, o que nunca quis que acontecesse, mas era necessário. Ele precisava saber disso, porque no fim Bella estaria diferente. Ou em um caixão, ou sendo uma criatura que se alimenta de sangue.

Meu pai se levanta, ainda em silêncio, e caminha até a porta. Quando seus olhos se encontram com os meus, ele fala o que eu esperava escutar.

Me leve para ver a Bella.

*×*

[ n o t a s ]

oii minha gente! atenção aqui, por favor.

*Maratona para comemorar os 300K*
Ao contrário da ultima maratona, serão apenas QUATRO capítulos durante a semana.

Então, o cronograma:

Segunda-feira.
*capítulo 48*

Quarta-feira.
*capítulo 49*

Sexta-feira.
*capítulo 50*

Domingo.
*capítulo 51*

É puxado pra mim fazer capítulo todos os dias, então será um dia sim e um dia não.

É isso, primeiro dia da maratona concluído! Até quarta.

Beijinhos!

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