Capítulo LXXI

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A guerra, a princípio, é a esperança de
que a gente vai se dar bem; em seguida,
é a expectativa de que o outro vai se
ferrar; depois, a satisfação de ver que o
outro não se deu bem; e finalmente, a
surpresa de ver que todo mundo se
ferrou.

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A notícia sobre a fuga de Alice e Jasper foi dura para os Cullen, principalmente para Edward. O olhar desolado e perdido ficou marcado em mim. Era como se ele tivesse perdido toda a esperança. Carlisle parecia mil vezes preocupado, Esme parecia de coração partido e Rosalie parecia Enraivecida. Não posso julgá-la, pois eu mesma desejava uma briga ferrenha com aqueles dois por darem no pé logo agora, mas Bella parecia pensativa. Seus olhos dourados pareciam esconder algo. Alice mandou entregar para Bella... Talvez elas tenham planejado algo, que não incluía o resto da família.

Seja o que for, teria que me incluir.

Arrumo a mochila de Nessie e ela, enquanto ouço a conversa de Carlisle e Esme sobre visitarem a Índia pela primeira vez em muitos anos, em busca de seus amigos para testemunharem. Rosalie e Emmett haviam partido para Londres há dois dias e estávamos esperando alguma notícia deles.

— Está tudo bem? — Jake pergunta, ao meu lado, enquanto vestia um casaco na menina. Mesmo que Nessie não sentisse tanto a temperatura, ainda sim tentávamos não dar sorte ao azar para um resfriado. — Você está quieta. Não gosto de te ver assim.

— Tia Ada tá quietinha, tio Jake! Acho que ela tá com fome. — Nessie, tentando ajudar, tentou colocar a cabeça em minha barriga para tentar ouvir o estômago roncando, mas involuntariamente dei um passo para trás antes que ela conseguisse. — Não tá com fome, tia? Quando eu tô com fome eu fico quietinha e brava!

Respiro, nervosa, e coloco a mão em seus cabelos cor de cobre.

— A tia só tá preocupada, presinhas. Relaxe. — Dou dois tapinhas em sua cabeça, logo pegando seus ombros e a virando em direção aos seus pais. — Vai falar pra sua mãe que você já está pronta.

Sem dizer nenhuma outra palavra, Nessie corre até os pais. Suspiro, soltando o ar de meus pulmões. Ela não tinha visto nada com seu dom, o paredão levantado conseguindo esconder meus pensamentos dela e de Edward.

— Tem alguma coisa que você tá escondendo. — Jacob para na minha frente, cruzando os braços e me olhando repreensor, as sobrancelhas grossas curvadas. — Não gosto nada disso.

Quando vou abrir a boca para responder, o telefone toca e em um piscar de olhos Edward está ao meu lado, pegando o celular que estava na mesa e atendendo, colocando a ligação no viva-voz.

— Rose?

Conseguimos achar Garrett, não foi tão difícil até. — A loira diz, sua voz soando através do celular. — Talvez tenhamos mais uma ajuda.

— De quem?

Garrett conhece uma companheira de batalha. — Quem diz é Emmett, dando a informação antes que sua esposa.

Sei que o objetivo não é lutar, mas se chegar...

Edward a interrompe, seu rosto fechado em uma carranca que o fazia parecer um velho ranzinza.

— Não vamos lutar. — Ele é categórico, e me pergunto o quanto de mentira tem nessa frase. O olhar dele se encontra com Carlisle, que assente, pouco convicto.

Há um silêncio do outro lado da linha, como se soubéssemos que essa mentira não colava. Não lutar contra os Volturi? Conta outra.

De qualquer forma, Cartier virá conosco. — Rosalie é curta e grossa. — Qualquer ajuda é bem-vinda e não estamos em posição de negar.

Sem querer discutir, ou apenas para enfatizar que sua palavra seria a final, Rosalie desliga o telefone deixando Edward com uma expressão séria.

— Você conhece essa Cartier, Carlisle? — Edward pergunta para o pai, as sobrancelhas grossas franzidas em uma expressão fechada. — Se é amiga de Garrett, deve seguir a mesma dieta que ele.

— Não cheguei a conhecê-la, filho, mas Garrett sempre falou muito bem da garota. Não se preocupe, todos os que se alimentam de sangue humano concordarão em caçar fora de nossa fronteira.

Jake, ao meu lado, treme e um rosnado baixo sai de sua boca.

— Vão matar pessoas. Não importa onde.

— Vamos nos preocupar com o que está ao nosso alcance, Jake. — Digo, apoiando a mão em seu ombro. — Com a chegada de novos vampiros, novos lobos vão se transformar. Você, Sam, Paul e Leah vão precisar estar a postos para poder treinar e guiar eles.

— E você? — Ele parece confuso quando olha para mim. — Você sempre recepcionou os integrantes novos, amor.

Merda. Abri o bocão e falei demais.

— Exatamente por isso. Vocês precisam aprender a guiar os novos lobos, sem a minha ajuda. E eu estarei ajudando Bella por aqui. Um pouco de fedor de lobo vai manter os vampiros na rédea-curta.

Bella adentra o cômodo, segurando Nessie em seu colo. Em suas mãos, seu novo brinquedo balançava de um lado para o outro. Um urso estranho e comprido, mas que ela não desgrudava.

— Vamos? Precisamos chegar no Alaska o quanto antes.

A viagem até lá durava dois dias. Mas com Edward no volante, o tempo foi reduzido pela metade. A neve estava alta ali, nos fazendo lembrar do bilhete de Alice, o que só fez com que Edward acelerasse ainda mais para chegar na casa dos Denali.

O clã era amigo dos Cullen, quase como uma família. Carlisle os conheceu há muitos anos, e por terem a dieta igual, acabaram por estreitar o laço. Se o resto for como a loira vadia que nos entregou para os Volturi, nós estávamos ferrados. Cinco vampiros velhos contra um vampiro, uma recém-criada e um lobo era algo preocupante. Ainda mais com os poderes de Kate Denali. Pelo pouco que Edward disse, ela tinha poderes elétricos.

Quando Edward estaciona um pouco longe da entrada da casa, consigo ver a silhueta dos vampiros daquele clã. Duas mulheres altas e esguias, loiras e pálidas, um casal de cabelos escuros e uma outra mulher, também de cabelos escuros e tão pálida quanto as loiras.

Bella se vira para o banco de trás, dando uma rápida olhada para mim e depois sorri para Nessie.

— Você fica no carro com o tio Jake e a tia Ada, meu amor? Eu e seu pai iremos conversar com nossos primos. — Ela assente, pouco preocupada enquanto está com a cabeça deitada no ombro de Jake e brinca com sua orelha. Os olhos de corça, iguais aos de Bella quando era humana, estão piscando devagar, o sono batendo.

Os dois saem do carro, andando em uma velocidade quase humana até os parentes e me concentro para conseguir ouvir a conversa dos dois. Era estranho, mas desde que descobri a gravidez, meus sentidos pareciam estar melhores. A audição mais apurada, o olfato. E meu corpo parecia mais quente, também, o que eu não pensei que seria possível algum dia.

— Edward, está tudo bem? — A loira de cabelos ondulados pergunta e decido chamá-la de Brittany. Rio baixo, pensando nas duas como as branquelas. — Por que não disse que estava vindo?

— Falou com a Irina? — A de cabelos escorridos, Tiffany, completa a entrevista.

— Não diretamente. — Edward responde, vencendo a distância a passos longos junto de Bella.

— Por que trouxeram os lobos com vocês? Estou sentindo o cheiro deles daqui. — Tiffany diz, o nojo velado em suas palavras e sinto meus olhos rolarem.

— Minha família está em perigo, preciso de vocês. É difícil de explicar, mas preciso que tenham a mente aberta. — Bella diz, tomando a frente. — Por um mal entendido, Irina colocou toda a nossa família em risco.

— O que aconteceu, Edward? — Brittany diz.

Bella olha para trás, para nós, e assente com a cabeça.

— Vamos, princesa? — Pergunto para Nessie, sorrindo, enquanto coloco seu cabelo ruivo atrás da orelha. — Seus primos querem te conhecer.

— E se não gostarem de mim?

— Vão gostar, relaxa, presinhas. — Aperto suas bochechas rosadas.

Jake é o primeiro a sair, e se inclina para desabotoar o cinto de Nessie. Abro minha porta e saio, encarando a família de vampiros à minha frente. O olhar perdido da moça de cabelos escuros vem até mim e me sinto um livro aberto. Os olhos dourados, fixos nos meus, parecem ler a minha alma e sinto todos os pelos do meu corpo se eriçarem.

Mas, quando Nessie sai do carro, minha atenção é desviada para o arfar das vampiras loiras e do casal, como em posição de defesa e entro na frente de Nessie, para protegê-la.

— Os Volturi virão atrás de nós! — Tiffany falou, atrás de sua irmã, os olhos acusadores em nossa direção.

— Levem essa coisa pra longe daqui! — Brittany sibila, enraivecida para Edward.

Rosto para ela, dando um passo a frente e sentindo todo o corpo tremer.

Bella, pensando como eu, também rosna para a mulher, se afastando de Edward e ficando mais próxima de sua filha.

— Tanya, isso não é o que parece ser! — Edward implora, desesperado, dando um passo na direção da loira 1, as mãos estendidas. — Deixem-me mostrar para vocês.

— Isso é um crime! — Tanya rosna e avança para Edward.

O vampiro se defende e a joga para a neve, mas logo é surpreendido pela Tiffany, que gruda em seu braço. O corpo de Edward convulsiona, mas logo Bella o salva. O poder da vampira não fazendo efeito em Bella, que com sua força de recém-criada a joga para perto da irmã.

— Fiquem longe! — Bella rosna, em posição de ataque e me sinto surpreendida.

Era a primeira vez que via pela tão... poderosa e segura de si mesma. Não uma garota medrosa, amedrontada, precisando de outros para a proteger.

— Fiquem atrás de mim. — Jake vem a minha frente e eu me abaixo para pegar Nessie no colo, usando o corpo do meu marido como escudo.

— Como pôde criar uma criança imortal, Edward? Como Carlisle concordou com isso? — O homem diz, Eleazar pelo que Carlisle explicou.

— Ela tem sangue nas veias, vocês podem sentir o calor, não podem? Ela não é uma criança imortal. Seu coração bate no peito. — Edward diz, a voz saindo alta, as mãos levantadas para se fazer ouvido.

— Como isso? — A voz suave da garota de cabelos escuros chama a atenção. De todos ali, ela fora a única que não parecia com medo e muito menos raivosa. — Consigo sentir o calor dela... Mas como?

— Eu sou o pai biológico dela, Bella é a mãe.

— Impossível! — Tiffany, que só podia ser Kate, parecia descrente.

— Ela nasceu quando eu ainda era humana. — Bella disse, ainda na defensiva. — Eu a gerei no meu corpo humano, me transformei depois que ela nasceu, quando morri no parto.

— Nunca ouvi uma coisa dessas. — Eleazar olha curioso para nós, as sobrancelhas escuras franzidas.

— Ela pode te mostrar. Mostrar a todos vocês, se permitirem. — Edward olha para nós, permitindo que nos aproximemos. Jake pega Nessie do meu colo, e caminhamos lado a lado até os vampiros. — Vocês nos devem isso. Estamos sob sentença de morte, por que sua irmã não deixou que explicássemos.

Os membros do clã se entreolham, Tanya, a líder, busca a opinião dos outros. Com todos confirmando, Jake se aproxima com Nessie, deixando que a mão de Nessie encostasse no rosto de Tanya.

— Não tenha medo, loira. — Digo, divertida com os olhos assustados dela.

Parecia irreal que alguém tivesse medo de Nessie.

— É assim que ela se comunica. — Bella completa, ao lado da filha.

Os olhos da vampira ficam perdidos enquanto Nessie mostra seu nascimento e sua vida para ela, e então há a surpresa.

A mão de Nessie é afastada com delicadeza e a líder dos Denali parece atordoada.

— É verdade... Ela não é imortal.

[ n o t a s ]

mais rápido do que na última vez, eu estou aqui!
neste capítulo temos a introdução de duas personagens, Lyra Cartier da @Pangel e a Anne Denali, da leitora_ecletica19
espero que tenham gostado!
comentem bastanteee pra ter capítulo logo :) beijo amo vcs

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