Capítulo LVI

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Embora ninguém possa voltar
atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar
agora e fazer um novo fim.

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Existem muitas coisas que odeio, mas a maior e mais significativa delas era ser acordada de um sono tão bom. Bufo antes de abrir os olhos, querendo morrer enquanto escuto o telefone tocar na mesinha de cabeceira ao lado da casa. Abro um olho, testando a claridade, e por sorte a cortina estava fechada, então o quarto estava no mais puro breu. Com os dois olhos abertos, pego o celular, xingando baixinho com a luz clara do aparelho.

Atendo a chamada e volto a deitar, sentindo o corpo quente de Jacob colado ao meu. Incrivelmente, ele não havia acordado com as trombetas do inferno tocando, mas eu não podia julgá-lo. Depois de voltarmos da floresta ontem, ele teve que correr para a reserva e fazer mais uma reunião com o conselho de anciões. A troca de alfa ainda estava sendo questionada, ainda mais pelo Velho Quill, que achava Jacob imaturo demais para assumir a liderança. No fim, ele chegou de madrugada na minha casa.

— Espero que alguém esteja morrendo para estar me ligando às... — Afasto o celular, semicerrando os olhos para ver as horas. — Oito da manhã.

Bem, de certa forma. — A voz de Jasper ecoa do outro lado do telefone e fico confusa por um momento, já que esperava que fosse Edward a falar. — O coração de Bella está quase parando, e quando parar ela vai acordar. Alice preveu a hora que ela acordaria, é logo. Edward não sai do lado dela, então achei que gostaria de saber para estar aqui.

Passo a mão no rosto, tirando os resíduos dos olhos e assinto, mesmo que o vampiro loiro não possa ver.

— Estou indo. — Hesito em desligar a chamada, e olho para Jacob, vendo-o em um sono profundo. — Você acha que é bom estarmos preparados? Carlisle me contou que...

Somos violentos quando acordamos da transformação. — Ele completa, sua voz suave e rouca saindo condescendente. — Sim, é bom estarmos preparados. Precisamos estar prontos para conter Isabella, caso ela precise.

Outra vez assinto, e confirmo para ele que estaríamos lá logo, e desligo a chamada.

Tiro o braço de Jacob de cima de mim, e empurro sua perna para o lado. Ele resmunga, mas se vira e continua a dormir feito pedra. Levanto da cama e vou até o guarda-roupa, pegando uma calça jeans e camiseta. Tiro meu pijama e me visto rapidamente, logo indo para o banheiro. Prendo meu cabelo em um coque, por que eu não estava afim de lidar com ele hoje, e escovo meus dentes e lavo o rosto.

Antes de voltar para o quarto, encaro meu reflexo no espelho. E, pela primeira vez em alguns dias, eu penso na situação como um todo. Fecho os olhos, tentando imaginar Bella com os olhos vermelhos que tanto, tanto, me assustam. Carlisle explicou. Levariam meses para os olhos ficarem dourados, isso se ela não derrapasse na dieta e fincasse os dentes em algum humano.

Respiro fundo, e jogo água no rosto, tentando me trazer de volta para a realidade.

De olhos vermelhos ou não, ela ainda era minha irmã.

Quando volto para o quarto, Jacob está acordado. Sentado na cama, a coberta caída no seu colo e a cara inchada. Sorrio com a cena, e vou até ele, me curvando para deixar um beijo em sua testa.

— Testa? — Jake reclama, manhoso e fazendo bico. Dou risada, mas me nego.

— Vá escovar os dentes, lobão. Você baba enquanto dorme. — Passo o dedo no canto de seus lábios, tirando a baba seca que havia ali.

— Bella acordou? — Suas mãos vem para meu quadril e apoio as minhas em seus ombros. Nego com a cabeça.

— Ainda não, mas logo. Alice teve uma visão. Agora que Bella quase é uma vampira, fica mais fácil para Alice poder ver ela.

Ele assente e apoia sua cabeça na minha barriga, bocejando.

— Queria dormir mais um pouco.

— Você pode ficar aqui se quiser. — Passo meus dedos entre seu cabelo, roçando a unha no couro cabeludo. — Chegou tarde ontem. Como foi com os anciões?

— Chato. Mas é minha responsabilidade lidar com eles agora, então eu aguento. E não, você não vai até lá sozinha. — Sua cabeça se levanta, os olhos presos aos meus. — Sei que está com medo da versão vampira recém-criada da sua irmã.

Reviro os olhos, descendo minhas mãos para o seu ombro.

— Não tenho medo de Bella.

— Mas tem medo de olhos vermelhos e do que eles fazem. — Sinto suas mãos apertarem meu quadril e suspiro, derrotada. — Não é vergonha admitir isso. Você ficou em uma cadeira de rodas por cinco meses, andou de muleta por um mês. Perdeu o movimento das pernas. Não é vergonha admitir.

— Você me conhece tão bem. — Abro um sorriso afetado, cheia de sarcasmo. — São oito da manhã. Vamos deixar a sessão de terapia para mais tarde? Você precisa se arrumar, se vai comigo.

Suas mãos saem do meu quadril e eu dou espaço para ele se levantar, mas seus olhos ainda estão sérios na minha direção.

— Está aí uma coisa que todos nós precisamos: terapia.

— Claro, vou reclamar na empresa Transmorfos e pedir por um convênio. — Reviro os olhos. — Vai se arrumar logo, inferno!

Desço para a cozinha de casa e encontro papai sentado e tomando seu café. Mordo meu lábio, decidindo entre contar para ele que Bella estava acordando ou não, por que assim que eu terminasse de falar, ele já estaria pegando suas coisas, pronto para ir ver sua filha.

— Jacob está aí, não está? — Charlie pergunta, levando a caneca de café até a boca. Seus olhos estavam presos no jornal, lendo qualquer que seja a matéria. — Não adianta mentir. Eu escutei o moleque subindo pela janela, quase destruiu minha parede.

— Está exagerando, Chefe. — Jacob diz, descendo as escadas logo atrás de mim. — Eu subi suave feito uma bailarina.

— Nós temos porta, garoto. Eu agradeceria que você a usasse. — Seu rosto vem até mim, a boca torcida. — Não estou gostando dele passar a noite aqui.

— Ele só dorme aqui, pai. Não é nada que o senhor não tenha feito na adolescência. — Reviro os olhos, indo até ele e beijando o topo de sua cabeça.

— É disso que tenho medo... — Charlie sussurra, bebendo mais um pouco de seu café.

*×*

[ n o t a s ]

oi! demorei, né? sinto muito.
bloqueio criativo horrível.
ainda não passou totalmente, mas pelo menos conseguir escrever :)
até o próximo, beijinhos.

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