14 | a bargain
۞ ⌇「 CAPÍTULO CATORZE:
UMA BARGANHA 」
EU NÃO PUDE SALVÁ-LA. ASSISTI KAECILIUS lhe desferir um golpe fatal que lhe custou a vida, e eu não pude salvá-la. A Dra. Palmer não pôde salvá-la... nenhum de nós pôde. A Anciã deu sua vida à arte da magia e à arte de ensinar, criou bravos magos que defendem o mundo com tudo o que tem, e foi morta de forma injusta e cruel. A Terra agora já não possui mais sua Mestre Suprema para lhe defender, e o perigo nunca esteve tão perto e tão rasteiro.
Nossa conversa horas antes fora de fato uma despedida, e a constatação disso é um gosto amargo em minha boca, de modo que encaro as paredes brancas do hospital enquanto os ponteiros do relógio passam lentamente. Tudo parece quieto e silencioso, mas ao mesmo tempo, caos e mais caos.
— Europa. — A voz de Stephen me puxa à realidade quando o vejo parar à minha frente, e só então percebo que estou encostada na parede do corredor há muito mais tempo do que imaginava. — Nós temos que ir.
Sua voz é quase um sussurro, e apesar do que diz, ele não parece com pressa alguma, enquanto apenas confirmo com um aceno, também não conseguindo mexer um músculo sequer. Suas mãos vão de encontro ao meu rosto, e deixa um beijo demorado e gentil em minha testa, gesto que me permite fechar os olhos e deixar a mente vagar.
— Você me disse que eu não podia deixar que o acidente me limitasse. — Ele volta a dizer, de modo que levanto o rosto e encaro seus olhos com atenção. — E que há muitas maneiras de se salvar vidas.
Balanço a cabeça para confirmar enquanto minhas mãos encontram as dele, ainda envolvendo meu rosto.
— E há.
— Nós temos vidas para salvar, então vamos terminar isso juntos. — Sua firmeza de repente me motiva, ou simplesmente abre meus olhos para o fato de que a morte da Anciã não anulou os problemas, e sim apenas os deixou maiores e mais perigosos para nós.
— Vamos terminar isso. — Concordo, decidida a dar um fim em Kaecilius e terminar toda a onda de fanatismo e mentiras que ele criou, custe o que custar. — Kaecilius acha que Dormammu é um deus, e se ele quer conhecer o poder de um deus, eu vou lhe mostrar um.
Digo, me desfazendo de meu manto e assumindo minha roupa original, assim como minha pulseira dourada, que brilha em meu pulso como se ansiasse ser usada. Stephen me olha com surpresa e também curiosidade, mas principalmente com determinação.
— Kaecilius vai saber o que é lutar com uma Amazona.
• • •
No Kamar-Taj, o que encontramos é uma grande pilha de destroços e escombros da explosão, tudo exatamente do mesmo jeito de quando saímos. E Mordo já está ali, parado em meio à poeira e às pedras, com o olhar longe de quem pensa muito sobre algo importante. E não é preciso muito para saber o que.
— Ela morreu. — Stephen conta, embora essa informação não pareça fazer diferença alguma para ele.
— Você tinha razão. — Murmura, voltando o olhar para nós. O mesmo olhar de quando descobriu sobre a Anciã. — Ela não era quem eu imaginava.
Dou um passo à frente com isso, tentando confirmar se ele realmente está preocupado com o que ela deixou ou não de nos contar, quando deveria estar preocupado com muitas outras coisas mais importantes. Mordo não parece triste com a perda, e sim com rancor pela traição que ele acha ter sofrido.
— Ela era complicada. — Stephen diz, mas vejo o outro negar em um aceno.
— Complicada? A Dimensão Negra é volátil, perigosa. E se a tiver corrompido? — Indaga. — Ela nos ensinou que era proibido, mas recorria a seu poder para roubar séculos de vida. — A acusação me deixa irritada, de modo que saio em sua defesa.
— Ela fez o que achou que era certo.
— Mas a conta será cobrada. Você não vê? Suas transgressões levaram os fanáticos à Dormammu. Kaecilius foi culpa dela. E aqui estamos nós arcando com as consequências de sua mentira. Um mundo em turbulência. — Ele continua a disparar argumentos injustos, e pela primeira vez decido abandonar os bons modos em relação à Mordo, pois agora a Anciã não está mais aqui, e finalmente posso despejar tudo o que sempre quis sobre ele sem nenhum remorso ou barreira.
— Você não tem ideia do que está falando. — Exclamo, atraindo sua atenção para mim. — Você não sabe de nada pois ela nunca te disse nada, então quem é você pra tirar conclusões sobre o que não tem certeza? Você acha que a culpa foi dela, mas a culpa também foi sua. Onde você estava quando Kaecilius se rebelou, afinal? Você não é todo certinho? Então o que você fez para impedir? Eu digo: nada. Esperou a bomba estourar para se mostar útil em alguma coisa.
— Europa... — Stephen chama, com um tom de voz que indica que continuar com isso não é uma boa ideia, mas eu ignoro o alerta pois simplesmente não consigo parar.
— Você acha que entende de muita coisa, Mordo, mas quando você ainda estava aprendendo a andar, a Anciã já praticava a magia e já conhecia muita coisa, então não ouse julgá-la ou acusá-la de ter te traído, pois você não sabe de nada e ela nunca te deveu nada. Ela sempre fez o certo, quando você nunca nem tentou. — Despejo, vendo-o apenas ouvir tudo como se eu tivesse acabado de apunhalá-lo pelas costas. E eu bem que gostaria disso.
— Ok, Europa, já chega. — Strange intervém antes que Mordo consiga dizer qualquer coisa para mim, se colocando entre nós dois. — Se quiserem se matar depois, tudo bem, mas agora não é a hora. O sanctum de Londres caiu, o de Nova York sofreu dois ataques e sabemos qual será o próximo alvo.
Ele avisa, e para minha surpresa, Mordo realmente parece deixar de lado nosso assunto, me ignorando completamente para concordar com Stephen.
— Hong Kong. — Conclui.
— Uma vez me disse pra lutar como se minha vida dependesse disso, pois um dia poderia depender. Hoje é esse dia, e não posso derrotá-los sozinho.
Ele não espera por uma resposta, pois usa seu anel de acesso para conjurar um portal até a cidade, e ao passarmos por ele, vemos as ruas em completo caos, com pessoas correndo assustadas, carros virados, canos estourados e muitos feridos. E acima de tudo isso, um espectro roxo paira sob nós, e vai crescendo e tomando forma cada vez mais, consumindo tudo pelo caminho.
— O sanctum já caiu. — Constato, procurando Wong em meio ao mar de pessoas, mas sem conseguir encontrá-lo. Ao invés dele, quem encontro são dois de meus alunos, Yumi e Kal, cambaleando e feridos em nossa direção.
— Yumi. — Corro até os dois, a ajudando a manter Kal de pé. — O que aconteceu?
— Estávamos defendendo o sanctum, mas não conseguimos impedir. Kal se machucou, acho que quebrou a perna, e Jasper... — Entendo o que aconteceu sem que ela precise dizer, e a ajudo a colocar o rapaz sentado em uma pilha de escombros.
— Preciso que nos ajude, vamos consertar tudo isso, ok? Apenas confie em nós. — Peço, rezando internamente para que isso seja verdade, pois do contrário, todos estamos condenados.
— Dormmamu está vindo. É tarde demais, nada pode pará-lo. — Mordo diz, olhando para a nuvem colorida acima de nós com alarde e preocupação, e mesmo me recusando a acreditar, não consigo evitar pensar se teremos saída para isso.
Mas quando Stephen me olha, vejo em seu olhar o que vi desde a primeira vez em que esteve no Kamar-Taj. Vejo nele o mago promissor que sempre soube que seria, e que agora parece ter um plano.
— Não necessariamente. — É tudo o que diz antes de esticar as mãos sobre o Olho de Agamotto, onde a jóia do tempo brilha e é usada para o feitiço que vem a seguir.
Prevendo sua ação, Kaecilius, que nos observa de longe, começa a correr até nós numa tentativa de o impedir, mas Stephen volta o tempo, modificando todos os últimos acontecimentos, que vão se refazendo e trazendo aos poucos tudo em ordem novamente. A nuvem roxa de magia também vai diminuindo, perdendo seu tamanho e voltando para seu estágio inicial, o que volta a nos dar tempo para agir.
— O feitiço está funcionando, temos uma segunda chance. — Exclamo para os três, e então corremos juntos em direção ao sanctum.
Mas é claro que nada seria tão fácil.
Kaecilius e seus seguidores conseguem se desfazer do feitiço, assumindo autonomia de si e correndo até nós para nos impedir, e enquanto os outros magos atacam Mordo e Yumi, o fanático segue direto até Stephen. O caos de pessoas e construções se refazendo no tempo atrapalham meu caminho até os dois, que se enfrentam corpo a corpo e magia contra magia, mas quando um carro desliza pelo asfalto para seguir até seu destino anterior, me jogo sobre ele a fim de pegar carona, e quando alcanço os magos alguns metros a frente, pego impulso para me lançar contra Kaecilius, que é arremessado contra a parede de uma loja.
Enquanto o mesmo se levanta, aciono meu escudo e desarmo minha espada, me aproximando dele em minha forma amazona e com o desejo de vingança e ressentimento tomando lugar em meu peito, e Kaecilius parece me olhar da mesma forma.
— Você é uma vergonha para os magos. É uma vergonha para seu próprio povo. — Acusa, se aproximando a passos lentos e ameaçadores, embora suas palavras sejam inofensivas para mim.
— E você é um grande filho da puta.
E então avanço, usando a espada para atacar e o escudo para me defender, e apesar de não usar minha magia, minha vantagem sobre ele não diminui, e tento usar meu corpo menor e ágil para obter vantagem. Quando uma nuvem de poeira nos cerca, uso o escudo contra seu corpo para lhe empurrar, e então meu pé se ergue e o acerta diretamente no abdômen, de forma a desequilibrá-lo. O vendo no chão, minha espada se ergue e quase lhe acerta o peito, mas ele é mais rápido em desviar, investindo contra mim e quase me acertando quando seu pé é envolto por um espectro de corda, e então seu corpo arremessado contra uma parede que se reconstrói, o prendendo dentro do concreto.
Sei que isso, entretanto, não irá o segurar por muito tempo.
Olho para Stephen ao meu lado, e então para os prédios que se erguem novamente, bem como a grande nuvem roxa que paira no céu. No meios dos destroços que somem cada vez mais, vemos Wong caído sobre uma das rochas.
— Wong! — Me aproximo dele, guardando minhas armas e vendo Stephen reverter o feitiço do tempo contra o mesmo. Ao tomar consciência novamente, o mago nos olha confuso por um momento antes de seu olhar recair sobre Strange, que balança a cabeça antes que ele possa dizer qualquer coisa.
— Estou quebrando as leis da natureza, eu sei.
— Bom, não pare agora. — Ele pede, se colocando ao nosso lado e olhando diretamente para o sanctum destruído.
— Quando o sanctum for restaurado, eles atacarão de novo. Temos que defendê-lo. — Stephen explica rapidamente, e não precisa dizer muito mais antes de corrermos em direção ao prédio a fim de o alcançarmos antes de Kaecilius, que como previsto, se liberta dos blocos de concreto em volta de si com facilidade.
Sequer conseguimos chegar próximos ao prédio quando um feitiço é lançado, parecendo fazer tremer toda a cidade e nos levando ao chão, de modo que o feitiço de Stephen é desfeito e o tempo para à nossa volta. As pessoas congelam, os segundos param de passar e o sanctum fica estagnado, à pouco de se reconstruir. Kaecilius recupera sua vantagem.
— Levantem. — Mordo chama, se colocando de pé. — Levantem e lutem.
O fanático caminha até nós com uma expressão vitoriosa, como se já pudesse vislumbrar nossa derrota e a ascenção de Dormammu, pois é justamente para o espectro colorido acima de nós que ele olha de forma admirada.
— Não pode lutar contra o inevitável. — Afirma, seus olhos enfim se voltando para nós com um sorriso. — Não é belo? Um mundo além do tempo, além da morte.
Stephen se levanta com dificuldade, ferido e provavelmente dolorido e machucado, mas as palavras do mago parecem causar algum efeito nele, pois se coloca a pensar enquanto repete o que Kaecilius disse.
— Além do tempo... — Diz, também voltando a atenção para a criatura acima de nós. Não entendo o que ele pretende, mas meu peito se aperta, pois sei que o que quer que seja, não pode ser bom.
— Stephen?
Chamo, mas não obtenho nenhuma resposta, pois ele apenas se afasta em direção ao espectro até que esteja longe demais para ser alçando... em direção à Dormammu.
— Ele se foi. — Kaecilius conclui com satisfação. — Até Strange o abandonou e cedeu ao poder dele.
Não! Minha mente se nega a acreditar, e começa a trabalhar em diversas possibilidades, motivos e planos contra Dormammu que Stephen certamente pode ter pensado. As possibilidades são diversas, mas não consigo ver como alguma delas possa ser a melhor ou a mais segura, pois os perigos de falha são grandes demais. Stephen se mostrou ser um mago excepcional, disso não tenho dúvida alguma, e apesar de acreditar nele e em seu poder, o medo vence qualquer outro sentimento, por que simplesmente não posso perdê-lo.
Quando estou prestes a fazer algo impensado para ir atrás dele, tudo fica confuso. Em um momento estou no chão, assim como Mordo e Wong, e no outro estou de pé, assistindo Kaecilius se gabando do quão belo Dormammu é e do mundo além do tempo e da morte que pretendem construir. Procuro por Stephen ao meu lado, mas o encontro atrás do próprio Kaecilius, que quando percebe sua presença, parece tão surpreso quanto eu.
— O que você fez? — Questiona raivoso e desconfiado, recebendo um sorriso provocativo como resposta.
— Eu fiz uma barganha. — Strange responde, ao mesmo tempo que as mãos de Kaecilius parecem começar a se desfazer, se transformando em uma matéria brilhosa. — É tudo o que você sempre quis. Vida eterna ao lado do grandioso.
E então, não apenas Kaecilius, como todos os seus seguidores que restaram começam a desfazer em pó, uma matéria escura e desconhecida que os torna figuras doentes e podres, como se fossem múmias, sugadas diretamente até Dormammu e suas falsas promessas. O que tanto queriam, afinal.
— Ele deveria ter roubado o livro todo. As advertências sempre vem após os feitiços. — Stephen comenta, algo que ele próprio teve a chance de aprender não muito tempo atrás.
E então, o inesperado acontece. Wong explode em risadas ao nosso lado, gargalhando como se realmente tivesse ouvido a melhor piada de sua vida. Stephen e eu trocamos um olhar com isso, e enquanto ele decide apenas ignorar, também sorrio, não apenas pelo comentário, como pelo alívio de tudo ter enfim acabado, e bem, na medida do possível. A certeza disso vem quando o feitiço faz tudo voltar ao normal, com o sanctum reconstruído e intacto, e as pessoas bem, seguindo suas vidas antes de tudo começar, como se nada tivesse acontecido.
— Nós conseguimos. — Exclamo, um suspiro profundo que escapa de mim, mas que dura pouco tempo quando a voz infeliz de Mordo soa.
— Sim, nós conseguimos. — Concorda. — Mas também violamos as leis naturais. — O que diz faz Stephen balançar a cabeça.
— Olhe ao seu redor. Acabou.
— Ainda acha que não haverá consequências, Strange? Nenhum preço a pagar?
— Salvamos milhares de vidas inocentes hoje, e é apenas com isso que se preocupa? — Não escondo minha indignação, não conseguindo concordar com nada que ele tente dizer ou explicar.
— Quebramos nossas regras exatamente como ela fez, e a conta será cobrada. Sempre. — Tenta justificar, mas sabendo que nenhum de nós o seguirá em sua linha de pensamento, pois simplesmente não é o que acreditamos. — Não seguirei mais esse caminho.
Ninguém se opõe quando o mesmo se afasta, nos dando as costas e seguindo seu próprio caminho, sozinho.
Mordo sempre me gerou desconfiança, suspeita e um pé atrás quanto ao mesmo, e no fim, suas ações provaram que todos os receios não eram infundados. Ele de fato não merece minha confiança, principalmente quando insulta a Anciã com tanta injustiça depois de tantos anos ao seu lado. Mordo segue suas próprias crenças e ideais, e isso não é errado, pois é o que todos fazemos, mas até que ponto isso o torna diferente ou similar à Kaecilius? Seja qual for a resposta, sei que precisaremos ficar de olho.
• • •
O Kamar-Taj sem a Anciã parece um lugar totalmente diferente, apesar de tudo continuar igual. Claro que Wong assumiu a tarefa de cuidar de tudo em seu lugar, e Stephen e eu o ajudamos nisso, mas todos sabemos que jamais faremos ou seremos capazes de fazer o que ela fazia.
Mas tudo está indo bem, na medida do que é possível, e tive uma reunião recente com Calíope para lhe contar todo o ocorrido e lhe garantir que tudo se resolveu aqui em Midgard, embora tenha omitido o desaparecimento de Thor.
Com dois livros sobre o braço, sigo até a biblioteca, que anda pouco frequentada nos últimos dias, e os deixo sobre a mesa. Percebo a figura de Stephen ali também e caminho até o mesmo, bem a tempo de vê-lo guardando o Olho de Agamotto em seu devido lugar.
— Sábia decisão. — Elogio, me colocando ao seu lado com um olhar secretamente orgulhoso. Ele, por outro lado, não parece tão satisfeito. — Você vai voltar a usar o Olho de Agamotto quando tiver dominado seus poderes. Até lá, é melhor não sair andando por aí com uma Jóia do Infinito.
— Uma o que? — A pergunta me faz soltar um riso anasalado.
— Você pode até levar jeito para as artes místicas, mas ainda tem muito a aprender.
— E quem vai me ensinar? Você? — Tanto seu tom de voz quanto o pequeno sorriso escondido no canto de seus lábios denunciam o tom malicioso, que apenas finjo não notar.
— Talvez. — Olhamos juntos para o globo acima de nós, e sei que pensamos na mesma coisa que mais nos preocupa nesse momento. — A notícia da morte da Anciã vai se espalhar pelo multiverso. A Terra não tem mais um Mago Supremo para protegê-la, precisaremos estar preparados.
— Nós estaremos.
Stephen garante, se aproximando e contornando meus ombros em um abraço enquanto seguimos até a porta que nos leva ao sanctum de Nova York, o lugar que será nosso lar daqui em diante e de onde protegeremos Midgard da forma que pudermos e estiver ao nosso alcance.
a fanfic já tá entrando
na sua reta final e eu
nem consigo acreditar
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