02 | THE DOUBLE (NOT SO) UNPREDICTABLE

【 CAPÍTULO DOIS 】
A DUPLA (NÃO TÃO) INESPERADA


Estado de Dallas, Estados Unidos.
Novembro de 1963


─ CONSEGUIMOS NADA ─ DIANE RESMUNGOU ao lado dos irmãos suecos ao ver os pacientes do Sanatório Holbrooke soltos no pátio do hospital psiquiátrico.

A morena logo decidiu sair na frente dos companheiros de trabalho e jogou a arma mais pesada dentro da van, ficando apenas com a pistola no porta-arma, pendurada em seu vestido, o mesmo estava escondido pelo volumoso casaco preto.

As dores de cabeça estavam mais recentes do que nunca, parecia até mesmo quase a mesma sensação que Diane sentiu depois de voltar. Apenas andar e esvaziar a mente ajudava Valdez. Era o único jeito daquela dor de cabeça terrível passar, e mesmo estando frio em uma rua quase que vazia ─ exceto pelos carros ─, aquilo era relaxante.

Quando a tensão de seus ombros baixou-se, ela percebeu que havia caminhado para muito longe, então respirou fundo, pensando que se ela voltasse os suecos talvez não estivessem lá. Provavelmente Oscar, o mais novo e legalzinho, pudesse pedir para que Axel e Otto a esperassem, mas Diane não havia tantas esperanças sobre aquilo.

Então, quando Diane decidiu dar meia volta, ela sentiu duas luzes enormes e se assustou rapidamente, mas se assustou mais ainda com o que viu segundos depois.

Lila Pitts e Diego Hargreeves brigavam pela direção do carro, e quando o carro ─ que cambaleava na pista ─ passou pelo lado de Valdez, foi tudo em câmera lenta. Diane ficou boquiaberta quando percebeu que aquela de fato era Lila, e então viu o carro ir até o fim da rua e dobrar em uma esquina.

Claro que a Valdez tinha seu plano, seu grande plano de vingança usando a Pitts. Por que? Bem, ela apenas queria justiça pelo o que a Comissão havia feito com ela, principalmente de uma mulher em específico. Handler havia abusado dos poderes de Diane, havia matado a infância da garota e ainda a usado para experimentos! Tudo isso para que no final Lila Pitts fosse escolhida como arma final contra o caos.

Diane não sentia inveja de Lila, pois a garota foi quase como uma irmã durante seu treinamento, mas ela se sentiu extremamente cansada por ter dado tudo de si para que no final fosse nada. Herb, um funcionário baixinho que às vezes auxiliava Handler e os cientistas nos experimentos que Valdez era a cobaia, dizia para a garotinha que ela era poderosa demais e por isso todos temiam do que ela era capaz.

Ela era de mais até mesmo para os membros de uma organização que tinha o objetivo de deixar o espaço-tempo estável. Diane sempre se perguntava se era um erro por isso, até porque ela se sentia inútil por não ser a arma principal. Mas os cientistas preferiram a tornar como uma boneca em uma vitrine; uma boneca na qual eles poderiam explorar quando e onde quisessem.

Por isso que Diane saiu da Comissão há alguns anos, e por isso Handler havia mandado Five matá-la. Handler sabia que Valdez não iria fazer nenhum estrago por medo de se descontrolar ─ a garota sempre ouvia ameaças sobre isso. ─ ,e ela sabia que Five não seria capaz de matar Diane. Fazer o Hargreeves ir até a Valdez era apenas um plano para que a garota ficasse com medo.

Deu certo? Um pouco. Diane tinha voltado, não por medo ou redenção, e sim para se aperfeiçoar e estar preparada para quando o momento chegasse. Fez treinamentos mais focados, aprendeu a controlar mais ainda seus poderes ─ por mais que se sentisse sempre sufocada pelos pesadelos ─ e planejou sua vingança.

Na Comissão ela não encontrava Lila por muito tempo, pois a garota sempre estava fora, então seu plano de fazer com que Pitts se rebelasse contra a Handler foi por água abaixo. Diane tinha capacidade de fazer algo maior? Sim, mas ela sabia que Lila era a chave para todos os futuros problemas, e quando os irmãos Hargreeves ferraram com a linha do tempo e Diane teve que ir para 1963, ela sabia que poderia encontrar Lila por lá.

Até algumas semanas ela não imaginava que de fato encontraria Lila pela Comissão, mas sim pela Handler; ela estava até mesmo considerando fazer apenas seu trabalho de caçar os Hargreeves. Mas quando Handler voltou ─ ainda mais sendo rebaixada. ─, Valdez tinha a certeza de que Lila seria a fantoche da outra mulher em algum momento.

Estava feliz pela quase-morte da loira? Sim, mas ainda queria sua vingança, e ela só iria planejar outra alternativa caso Handler tivesse de fato morrido. Mas tudo pareceu se encaixar; Lila estava em Dallas no ano de 1963, por Handler e provavelmente tinha sido mandada um pouco antes de Diego ser internado no Sanatório Holbrooke.

Parte do plano da latina era contatar Five Hargreeves, pois sabia que o garoto ─ que no caso era um velho ─ iria saber como manipular Lila melhor do que ela mesma ─ mesmo que não admitisse; e ele também poderia ajudá-la na busca da Pitts antes de achar a garota. Mas pelos vistos não seria tão difícil de achá-la.

Diane queria pedir pela ajuda de alguém que estava tecnicamente caçando, e como iria convencê-lo? Ao mesmo tempo que Five a ajudaria procurando por Lila, Valdez o ajudaria procurando pelos irmãos e no final daria uma maleta para ele.

Poderia ser um plano muito arriscado, mas Diane não via nenhum modo melhor de se vingar de Handler e da Comissão tirando a arma surpresa deles para caso algo desse errado ─ além de querer abrir os olhos da antiga amiga.

No entanto, os pensamentos da Valdez pararam quando ela percebeu que a van dos suecos tinha parado ao seu lado. Diane não confiava neles, por isso que sempre buscava ser mais fechada o possível, e ela também temia pelo o que eles poderiam saber sobre o plano de vingança dela ─ e que vazassem aquilo.

Nós estamos indo ─ Axel, o líder e mais velho disse, Valdez apenas o olhou. ─ Você não vem? Temos mais uma parada.

Não, vou comprar um cigarro ─ a garota respondeu na língua deles.

O sueco mais novo, Oscar, falou algo rápido demais, o que fez os outros irmãos rirem ─ de um jeito bastante estranho para Diane, que sempre os via de modo carrancudo ─ e a Valdez revirar os olhos.

Podem ir, eu sei onde nós ficaremos hospedados... ou onde vão atacar a próxima Hargreeves.

O motorista concordou com a cabeça, e a van logo deu partida. Diane esperou a van dobrar a rua, pois não pretendia ir apenas comprar um cigarro.

Pela ficha de Five, ele era extremamente exigente ─ para não dizer irritante. ─, e com isso a morena imaginou que ele fosse buscar pelo suposto líder da família, consequentemente o Número Um. Valdez sabia onde Luther Hargreeves trabalhava por estar designada a matá-lo, isso era um dos fatores positivos de estar naquela missão; não de matar os Hargreeves, mas sim de saber por onde Five poderia estar, e Five significava um avanço para seu plano.

Diane às vezes se considerava muito obcecada por aquela ideia de vingança, mas seu senso de justiça gritava. Não só seu senso. Valdez decidiu ir até o local em que Número Um trabalhava, e esperava que Five estivesse naquele local pois só tinha cerca de dez dias para dar um fim na sua obsessão de se vingar.

Ficou escondida nas espreitas de um beco sombrio que era de frente para o local de trabalho de Luther, e ela logo viu o Número Um ficar observando um carro boquiaberto. Quando o Hargreeves adentrou o Clube novamente, Diane se atentou a saída dos fundos daquele beco e caminhou até lá. Ficou perto da calçada, e alguns minutos depois, ela sentiu a energia do salto espacial dado por Five.

─ Eu sabia que você iria vir até mim, mas não sabia que seria tão rápido. Digo, depois do nosso encontro agradável, quando você não me matou, imaginei que fosse por querer algo de mim.

─ Ou você ─ Diane se virou e viu o rapaz que não tinha mudado tanto desde a vez em que ele tentou matá-la, em 2017. Só o cabelo dele que parecia ter crescido, mas isso provavelmente por algum tipo de efeito colateral do buraco espacial que o Hargreeves criou para viajar no tempo.

─ O que? ─ ele perguntou colocando as duas mãos no bolso de sua bermuda azul-escura.

─ Eu quero sua ajuda ─ o moreno arqueou as sobrancelhas, não se convencendo daquilo. ─ E eu estou tentando matar seus irmãos, então me escute e pare de fazer essa cara de debochado enquanto eu falo com você.

Five apenas deu um sorriso claramente debochado, fazendo a Valdez revirar os olhos.

─ Ótimo jeito de começar... amigável como sempre, Valdez.

─ Amigável o suficiente para lhe marcar. Imagino que não saiba muito sobre suas vítimas, pelo menos decorou meu nome.

"Mas enfim, eu preciso de você para me vingar da Comissão", a garota completou.

─ O que a Comissão fez para você? ─ Five perguntou um pouco mais curioso.

─ É assunto pessoal, mas eu preciso procurar por alguém e convencer essa pessoa a parar de trabalhar para a Handler.

─ Essa é sua grande vingança?

─ A pessoa é como uma arma secreta, e se eu roubá-la, Handler e a Comissão vão ficar sem segundo plano para deter o apocalipse ou o não-apocalipse. Eu quero destruir a Comissão, pilar por pilar, depois eu vejo o que faço com Handler.

─ Por que precisa de mim? Não tem a capacidade de fazer isso sozinha?

─ Tenho, mas você também precisa de ajuda, seu velho egoísta. Eu posso te ajudar a voltar para 2019, e a achar seus irmãos.

"Interessante", Hargreeves murmurou e Diane soltou um sorriso de canto, orgulhosa de si mesma por conseguir convencer alguém como o Hargreeves.

─ Você está planejando isso desde quando? Me incluir nisso.

─ Desde que você tentou me matar ─ a morena deu um sorriso de canto, um sorriso não tão agradável. ─ Mas eu achava que meu plano tinha virado merda depois de Handler quase morrer e ser rebaixada, no entanto, percebi que a pessoa que eu quero pode estar aqui... na verdade, ela está aqui, mas receio que ela não esteja trabalhando para a Comissão.

"Se ela estivesse eu iria saber, ainda mais se ela estivesse na mesma missão que a minha, porque as pessoas têm a mania de jogar na cara que ela é melhor do que eu", Diane falou um pouco rancorosa.

─ Você quer se vingar contra a pessoa ou contra a Comissão? Você parece ter um certo impulso emocional e pessoal. O que em minha visão, é estúpido.

─ É pessoal, mas não com ela ─ Diane respirou fundo. ─ Você vai aceitar minha ajuda enquanto você também me ajuda a caçar essa pessoa?

─ Por que eu deveria confiar em você?

─ Porque eu sou poderosa.

"Que dramática", Five murmurou arqueando as sobrancelhas e Diane revirou os olhos.

─ Vamos trabalhar juntos ou não?

Five concordou com a cabeça, encarando Diane com aquele olhar que ela odiava.

─ Ótimo ─ a garota falou sem emoção. ─ O que vai fazer amanhã?

─ Irei passar o dia ocupado.

─ Caçando seus irmãos?

─ Você não vai fazer algo muito diferente ─ retrucou o garoto. ─ Aqueles três loiros que mataram o Hazel não podem saber de nossa junção, e eu ainda nem sei se devo confiar em você. Mas amanhã nos encontramos no mesmo beco em que você quase me matou.

─ Ressentido, Hargreeves? ─ a morena fez beicinho e uma expressão de cachorro pidão, o que irritou Five; na verdade, tudo nela o irritava. ─ Eu estava apenas fazendo meu trabalho.

─ Você me acha ressentido? Foi porque não viu o Luther.

Diane riu e pensou o quão problemática aquela família deveria ser. O garoto quase que da mesma altura que ela completou: "Amanhã você me explica melhor quem está caçando e o que pretende fazer para me ajudar, só não mate nenhum de meus irmãos".

Diane não conseguiu nem responder e o garoto já tinha sumido de sua frente. Por mais que esse desaparecimento repentino tivesse sido um tanto dramático, a garota sabia que Hargreeves estava mais desesperado, e Valdez o ajudaria.

Uau plot twist mais inesperado do que a Vanya ser a causadora do apocalipse é fazer com Five e Diane sejam parceiros do crime. Kkkkk brincadeiras a parte! Eles não vão cometer nenhum crime ─ eu acho.

Não sejam inativos, eu entendo super alguém não gostar de comentar, mas dar um votinho e às vezes o feedback (comentando sobre o que está achando da estória e tals) me inspira muito!

Então, alguma crítica positiva ou construtiva? Gostaram do capítulo? Algum problema em minha narrativa? Sejam sinceros ao responder pois eu quero fazer de tudo para que minha escrita seja do agrado da maioria ❤.

❛ É um novo amanhecer, é um
novo dia
É uma nova vida para mim
E eu me sinto bem ❜

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