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𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙 ︒𖽡🕊ꫧ𖠣⚽️𖣠ꔡ⸍
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O ÚNICO BARULHO AUDÍVEL eram dos salto louis vuitton entrando em contato com o concreto do chão. Já se passavam das onze da noite, e a rua encontrava-se meio deserta. Chiara agradeceu mentalmente, pois isso queria dizer que paparazzis não seriam um problema no seu date, e isso a deixava extremamente aliviada. Não gostava de ter que se importar no que dizer ou fazer quando saía publicamente pois sabia que seu nome estaria em diversos instagrams de fofoca na manhã seguinte.
Talvez houvesse algum infiltrado de longe, mas não gostava de pensar negativo. Iria aproveitar sua noite sem pensar no amanhã por enquanto, e quando chegasse, ela se preocuparia.
Os fios ruivos eram espalhados pelo ar á medida que os passos eram dados na direção da Lamborghini estacionada de frente ao estúdio. Richarlison havia mandado mensagem dizendo que já havia chegado há cerda de 10 minutos e Chiara respondeu com um: espere um pouco, estou indo. Não demorou muito para que o garoto enchesse o chat de figurinhas e emojis apressando a garota para que andasse logo.
Isso fez com que ela desse gargalhadas sinceras, e uma certa curiosidade brotou dentro de seu peito. Ele fazia parte de seu plano, mas porque parecia que ela não se arrependeria de ficar ou sair com alguém como ele?
— Eaí ruiva — O garoto comentou enquanto se esquivava sobre o banco do carro para abrir a porta, com um sorriso de canto. — Tá uma bela de uma gostosa, como sempre.
— Valeu — Chiara respondeu o chaveco enquanto entrava no veículo, fechando a porta e o encarando logo depois. — Pra onde a gente vai?
— Tava te esperando pra gente escolher juntos, fala tua ideia.
— Tem muito tempo que não como comida italiana — a ruiva fez bico com os lábios, pensativa. — topa?
— Eu nunca comi comida italiana, acho.
— Sério?! — Chiara exclamou assustada com ambas as mãos coladas ao rosto. — Pensei que comesse até pedra temperada.
— Sem zuera — Richarlison riu. — Mas eu tenho uma noia de comer comida tradicional de um país só quando eu tô nele. E eu nunca fui jogar na Itália.
Chiara franziu o cenho, que esquisito, pensou. Mas talvez fosse coisa de jogador e só fizesse sentido na mente deles.
— Que crime contra a humanidade...
— Mas pra tudo tem uma primeira vez, né não? — Richarlison coçou a nuca dando de ombros. Chiara concordou com a cabeça.—Vamo de comida italiana então hoje.
— Você vai amar, acredite em mim.
A ruiva observou o garoto dar partida no carro e esquivou-se em direção ao som, apertando o botão de ligar o som.
— Vejamos se você tem um bom gosto musical.
Os dedos deslizaram sobre o pequeno painel em busca das playlists feitas pelo garoto e 70% das músicas eram funk. Desde os mais antigos aos mais atuais de cantores como o mc Paiva e o Mc hariel, por exemplo. Chiara sorriu consigo mesma, é claro que eram.
Fazia sentido, combinava com ele.
Mas quando seu olhos verdes encontraram a parte de rap nacional, soube de imediato que havia encontrado a primeira coisa em comum com ele: A paixão por músicas nacionais. Existiam umas 3 playlist só com aquele título.
Chiara selecionou eu sou 157, do racionais.
— Tá me zoando? — Richarlison perguntou sem tirar o olho da rodovia. — Essa aí é tipo, minha música. Tá ligada né?
— Zé povinho é foda, oh, né não nego? Eu tô de mal com o mundo, terça-ferira à tarde já fumei um ligeiro com os covarde... — Chiara cantarolou enquanto fazia movimentos com o indicador. Fez uma espécie de microfone com a mão para o garoto e apontou em sua direção para que ele completasse. Richarlison riu.
— Eu só confio em mim, mais ninguém, cê me entende? Fala gíria bem até papagaio aprende. Vagabundo assalta banco usando gucci e Versace... — O garoto cantarolou com uma voz grave enquanto Chiara balançava o corpo pra lá e pra cá.
O resto do caminho foi repleto de uma espécie de karaokê do grupo racionais e Richarlison estava meio encantado. As músicas tinham cerca de 8 minutos cada e Chiara sabia a letra das mesmas de cor e salteado, era fã de coração mesmo. Alguns momentos eram reservados somente para que ele a encarasse de maneira silenciosa e apreciasse sua presença e beleza. O garoto estava orgulhoso de si mesmo por ter conquistado um encontro com uma mulher como Chiara.
Era uma mina firmeza. Pensou consigo mesmo. Não se encontrava alguém como Chiara Mancini por aí.
Quando chegaram ao restaurante, a primeira coisa que Chiara fez foi olhar para os lados e se certificar que não existiam paparazzis. Queria uma noite tranquila e se estivessem presentes isso seria impossível de acontecer.
Richarlison ofereceu o braço e Chiara segurou o mesmo com a ajuda de ambas as mãos enquanto adentravam o estabelecimento. Até o momento, ele estava a surpreendendo, no sentido bom da palavra.
— Já decidiram oque vão pedir? — O garçom se aproximou de maneira simpática fazendo com que a atenção da garota fosse atraída do cardápio até ele.
— Me faz um polpettone, por favor. E eu quero o ponto da carne bem passada, se possível.
— E você, senhor?
Richarlison mordiscava o lábio inferior enquanto observava aquele imenso cardápio de opção com uma interrogação gigante na mente e uma expressão divertida no rosto. Não era muito bom com línguas estrangeiras e todos os pratos estavam escritos em italiano ou inglês. Estava progredindo no inglês, tinha duas aulas por semana e conseguia entender bem a oralidade, mas ler era um outro nível. Não ajudava que a outra opção de língua fosse italiana.
Chiara encarou o garoto com as sobrancelhas juntas pela demora em responder e logo entendeu do que se tratava o problema. Sorriu consigo mesma ao observar a cena. Parecia uma criança que estava no jardim de infância e tentava ao máximo entender as letras e ler uma ou duas frases de um livro para conseguir impressionar a mãe.
Achou adorável, de verdade mesmo.
— Hum, ruiva... — Chamou sua atenção enquanto coçava a nuca. — Uma ajudinha, por favor?
Chiara riu e assentiu com a cabeça, levando uma de suas unhas longas e pintadas de vermelho ao cardápio, batucando duas vezes sobre o papel enquanto apontava para um prato em específico.
— Bucatini all'amatriciana. — Chara o encarou.
— Que?
— É tipo uma massa com molho de tomate e muito queijo. Cê vai curtir.
— Essa aí mesmo. —Richarlison riu e o garçom assentiu antes de se retirar. — Se continuar falando italiano assim, vai conseguir deixar meu amigo de baixo animado antes da sobremesa.
— Aí meu Deus — Chiara cobriu o rosto com ambas aos mãos enquanto negava com a cabeça. — Você é inacreditável!
— E você se amarra, por isso tá aqui, ruiva.
Chiara jogou um sachê de açúcar no rosto do garoto, que gargalhou e levantou as mãos pro ar em redenção.
— Sem piadinhas de duplo sentido até o final do jantar ou eu mergulho seu rosto no prato de macarrão, tá me ouvindo? — Chiara perguntou com o indicador na frente do corpo e Richarlison concordou com a cabeça. Ele faria qualquer coisa que ela pedisse se isso significaria que aquela noite continuaria sendo incrível. — Ótimo.
Richarlison a encarou por breves segundos. Chiara usou os braços para se apoiar sobre a mesa e segurou o rosto com a palma da mão aberta. Os fios ruivos e longos estavam enrolados em um babyliss que parecia ter sido feito horas atrás pois parecia estar meio desmanchado e mais suave agora. A maquiagem na região dos olhos destacava suas íris verdes em um leve e singelo delineado que deixava seu olhar ainda mais penetrante e a boca estava perfeitamente desenhada em um tom de batom vermelho.
Jesus. Aquela mulher era uma perdição. Linda de todas as formas, ângulos e posições possíveis. Dava pra se perder em toda aquela beleza.
Chiara notou oque ele estava fazendo e tratou de fazer sua análise também. Richarlison possuía o maxilar trincado em sua direção enquanto os olhos passeavam por cada centímetro de seu rosto. Os braços estavam flexionados sobre a mesa e a garota notou algumas veias saltadas na região, oque a fez pensar que o lance sobre ele estar malhando era verdade mesmo. Se existia algo que de fato chamavam sua atenção, eram as tatuagens. Só as dos braços eram visíveis no momento, e Chiara se perguntou mentalmente quantas incontáveis histórias aqueles rabiscos podiam significar.
Sempre gostou de tatuagens, mas nunca lhe foi permitido fazer umazinha sequer. Nenhuma marca queria contratar uma modelo tatuada, oque era idiota, mas a realidade. E quando algo significava menos contratos na vida da garota, ela estava automaticamente proibida de fazer.
—Vai ficar me encarando ou pretende me conhecer um pouquinho melhor? — Chiara aproveitou o fim de sua análise para bebericar um pouco de vinho na taça. — as pessoas costumam fazer isso no primeiro encontro.
— Você é gata demais pra não encarar — O garoto deu de ombros. — Mas tem razão, bora fazer umas perguntas.
— Pode começar, se quiser.
— Fechou — O garoto fez bico, pensativo. — Como você pode ser italiana e o Neymar não se vocês são irmãos?
— Bom, eu não sou totalmente italiana, tenho descendência. Minha mãe é italiana, e ela não é mãe do Neymar. Nós só temos o mesmo pai. Fui fruto de uma noitada de carnaval entre eles e aqui estou. — Chiara deu de ombros.
Até mesmo ela ficou surpresa por se abrir tanto assim na lata. E não sabia porque aquele menino com cabelo platinado e que parecia estar extremamente ressecado fazia com que ela se sentisse tão confortável pra falar da própria família. Quando o assunto era homens, não costumava ter muitas conversas profundas e pessoais.
Na verdade, nunca havia namorado. Se a perguntassem ela diria que era porque queria focar no trabalho e namorar atrapalharia esse processo, mas a verdade era que tinha medo de compromisso e comprometimento. Ter alguém fixo parecia algo aterrorizante demais aos olhos dela. Negaria até a morte de questionassem, mas Chiara tinha medo de relacionamentos e não fazia ideia de como administrar tamanha responsabilidade. Diziam que ela era uma garota de alma livre, oque era mais do que óbvio. Chiara não pertencia a ninguém a não ser ela mesma.
—Entendi — Richarlison concordou com a cabeça. — Sua vez, ou é boa demais para querer saber algo sobre minha pessoa?
— Não, vá por mim. Tenho diversas perguntas sobre você.
— Sério?
— Uhum.
— Tipo oque? — O garoto quis saber, curioso.
— Tipo porque te chamam de pombo.
Richarlison não pôde evitar rir. Era uma dúvida comum, se não era fã de Richarlison de Andrade, não podia saber da razão do apelido esquisito.
— Meus amigos me chamavam assim, aí quando fui jogar na Europa comecei a comemorar os gols fazendo a dancinha do pombo. A galera curtiu, todo mundo começou a me chamar assim, sacomé.
— Consegue ser a coisa mais idiota do mundo e combinar com você ao mesmo tempo. — Chiara riu e ele a acompanhou.
As risadas se misturaram á medida que ecoavam pelo ar e Chiara se perguntou mentalmente qual fora a última vez que se sentiu tão confortável ao lado de uma cara daquela forma.
Chiara, aonde você estava se metendo? Estaria disposta a ver no que aquele encontro iria resultar, mas estava disposta a lidar com as consequências do mesmo? Não sabia responder caso fosse questionada.
— Posso perguntar de novo?
— Sim. — Chiara assentiu dando outro gole da sua taça de vinho, enquanto cruzava as pernas.
— Porque é tão difícil pra você baixar a guarda?
Chiara levantou uma das sobrancelhas, surpresa. Não imaginou que ele faria uma pergunta como aquela, e agora parecia tão claro quanto a luz do dia que estava mesmo interessado em conhecê-la.
E isso a apavorou de certa forma pois não estavam tento um encontro do tipo: conversa superficial e depois sexo. Estavam tendo um encontro do tipo: quero conhecer você porque gostei de você verdadeiramente e pretendo repetir a dose.
Mas não iria fugir como uma criança, havia se colocado naquela situação. Iria até o fim.
— Direto nas perguntas pessoais, então — Chiara virou todo o conteúdo da taça, limpando o canto da boca com a ajuda da língua, suspirando. — Bom, eu cresci nesse mundo dos famosos. Minha mãe me colocou numa agência de modelos desde que eu era bebê de colo, não tive escolha, diziam que eu nasci pra fazer isso.
— Como acharam isso? Pra mim todo bebê tem cara de joelho.
— É, eu concordo — Chiara sorriu sem mostrar os dentes. — Crescendo, eu nunca tive amigos de verdade, principalmente na adolescência. Se aproximavam de mim pelo meu irmão ser famoso, quando eu tinha 14 ele jogava no Barcelona e era só oque importava pra eles. Quando não era por isso era pra me usar de escada. Me perguntavam como entrar no mundo da moda e sumiam da minha vida quando tinham informações o suficiente, era uma rotina. E aí, uma vez, eu fiz uma amiga, e ela não era do meio, e eu pensei, finalmente alguém que não vai sair da minha vida...
Chiara suspirou. Richarlison a escutava com atenção.
— Mas meses depois, eu descobri que ela vendia informações pessoais sobre mim e meu irmão pra esses instagrams de fofoca, e eu nunca mais fui a mesma depois disso. Se no mundo existem pessoas tão ruins assim, não vale a pena baixar a guarda. É um tiro no pé.
— Eu sinto muito, ruiva. Gente filha da puta assim não merece alguém tão incrível como você.
— Obrigada.
— Mas quer saber oque eu acho? — Richarlison questionou.
— Ah sim, por favor... — Chiara fez um sinal com a mão para que ele continuasse.
— Pra mim, vale a pena baixar a guarda em algumas situação, saca? mesmo que seja difícil. Se ficar a vida toda se importando em não parecer fraca e em ficar priorizando seu ego pode perder várias oportunidades. E eu não falo só de relacionamentos, falo da vida no geral também. A gente só conhece o mundo de verdade baixando a guarda.
Chiara sentiu um leve frio na barriga com a frase. Um sorriso involuntário se formou nos seus lábios e ela soube de imediato. Não havia sido uma má escolha aceitar que Richarlison á levasse pra jantar. Ele tinha seu jeito esquisito, mas sabia falar sério quando necessário.
— Minha vez então. — Chiara mudou de assunto levando as mãos ao ar.
— Vai.
— Como você consegue? Tipo, vocês acabaram de ganhar o jogo de estreia e ainda sim recebem ódio na internet. Se erram levam hate, se acertam levam também. Como não acordam um dia e resolvem simplesmente desistir?
— Paixão — Richarlison sorriu e Chiara notou o brilho em seu olhar ao falar do esporte. — Eu amo jogar desde moleque, e acredite, já pensei em desistir várias vezes. Mas quando isso acontece, penso na minha versão novinha, o pombinho — Chiara riu. — Eu sinto que se desistir agora, vou decepcionar ele. A gente conseguiu realizar o sonho da copa, a gente tá tão perto... Desistir agora significa ignorar todo o esforço que eu fiz pra tá aqui. E eu mereço tá aqui, ruiva. Não importa oque digam.
Chiara sentiu os olhos marejarem. Viu seu irmão de certa forma nele, havia acompanhado toda a trajetória. A seleção merecia finalmente levar aquela taça outra vez. Os pertencia.
— Você é um ótimo jogador, acredite. O 9 do hexa, é oque dizem por aí.
—Valeu — Richarlison sorriu. — e que Deus te ouça.
Quando ia comentar alguma coisa, seu celular vibrou dentro da bolsa. Chiara tomou o mesmo em mãos.
◟░░ 䕽我 ꞋꞌꞋꞌ ᜊ ᦰ ꕤ. ︵
MENSAGEM
DE ney ❤️
Ney ❤️:
Chiara
Tá fazendo oq?
Chiara 🦊:
Trabalhando
Pq?
Ney ❤️:
Hm
Ia te chamar pra jantar cmg
e com a Bruna
Q hrs vc larga aí?
Chiara 🦊:
Tarde
Mas podem irr sem mim
e lembrem de n usar camisinha dps
🥺
Ney ❤️:
Mds vc é ridícula
N vou te dar outro sobrinho, aceite
Tchau
Chiara 🦊:
Tchau
Te amo
Ney ❤️:
Tbm te amo
— Tá tudo bem? — Richarlison perguntou enfiando uma colherada de comida na boca.
— Está sim.
Estava tudo ótimo. Só esperava mesmo não ir pro inferno por mentir assim na cara dura.
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