( 004 ) ⋆ Enchanted
4989 palavras...
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marotona especial; (2/3)
Se preparando para começar mais um dia, Calista estava aplicando um blush rosa claro em suas maçãs do rosto. Ela se admirava no espelho pendurado na parede em formato de coração que tinha acima da cama dela, que era uma das poucas do chalé 10 que não era de beliche.
Ela aplicou o gloss logo em seguida em seus lábios macios e ajeitou o cabelo sedoso sobre os ombros, deixando-o cair correr como cascatas.
ㅡ Clarisse La Rue está te esperando lá fora... ㅡ Pandora entrou no chalé, indo até Calista e a informando, olhando-a desconfiada.
Abby, que estava na cama beliche que se encontrava na posição do lado esquerdo da cama de Calista, ouviu e sentou-se com pernas de índio no colchão de sua cama, se intrometendo no assunto, como a fofoqueira, ou comentarista, que era.
ㅡ Por que você é amiga dela? ㅡ Perguntou, genuinamente curiosa. ㅡ Ela é tão selvagem. Nunca entendi como vocês viraram amigas.
Calista encarou a irmã, não gostando de como ela falava de Clarisse. Ela tinha os defeitos dela, mas não era uma pessoa ruim e ser chamada de selvagem não era justo com ela. Com ninguém.
ㅡ Você julga a mamãe por amar Ares? ㅡ Ela questionou, irônica. Abby apenas encolheu os ombros em reposta, porque ela julgava, sim.
Quem é que em sã consciência não julgava?
Ares era um homem desprezível, o pior da terra e, para muitos, do Olimpo, e baseando-se também no próprio pai, ela podia julgar a mãe.
ㅡ Julgo. ㅡ Abby respondeu na lata. ㅡ Mamãe tem dedo podre, não é só pela escolha de Ares. Meu pai não é um homem legal, ele é lindo, claro, mas só isso. De caráter? Horroroso.
Abby odiava o pai, ele era um contador mesquinho e arrogante, um traidor, pois era um marido infiel. A loira de olhos verdes e sorriso cativante que adorava fazer "Maria-Chiquinhas" em seu cabelo e se auto chamava de comentarista, foi fruto de uma traição extra conjugal e por esse motivo estava no acampamento Half-Blood desde que nasceu e se entende por gente. Ela era mantida em segredo pelo próprio pai que tinha outra família e filhos para manter.
Uma filha semideusa e problemática não fazia parte dos planos de família perfeita dele. Abby, no entanto, se sentia grata pela escolha dele de abandona-la no acampamento. Ela não sente falta dele, nem mesmo de seus irmãos humanos que nunca conheceu e crescer desde pequena no acampamento com pessoas como ela a evitou inúmeras experiências traumáticas que os outros semideuses lhe contaram e a fez ter uma infância saudável, na medida do possível.
Entre Pandora e Calista, Abby era a mais velha do trio, com 15 anos.
Pandora riu baixo, concordando. O pai dela também não era o melhor homem do mundo. Era um jogador de futebol americano, que mais fazia filhos e os jogava no mundo do que marcava touchdawns em campo. Péssimo jogador e péssimo pai.
ㅡ O meu também, ㅡ A garota resmungou. ㅡ Afrodite só gosta de homem idiota. Você sabe que ela só ama a si mesma e só fica com homens que são bonitos, não importa se são péssimas pessoas e tem caráter duvidoso.
ㅡ Se já não bastasse Ares, ela ficou ainda por cima com Poseidon e teve filhos, né. ㅡ Acrescentou Abby ao julgamento, pegando de baixo de seu travesseiro sua lixa de unha para começar a limpar as unhas. ㅡ Acho que ela tem 'daddy issues', mesmo não tendo pai.
Os olhos de Calista se reviraram com a impertinência das irmãs, no entanto, ela sabia que tinha um fundo de verdade em cada palavras delas, mas não queria aceitar que não era nada para sua mãe e que ela era uma deusa sem coração como todos os outros, a irônia era que ela era a deusa do amor. Calista adorava ela com devoção e a amava com todo seu coração, mas sabia que sua irmãs estavam certas, o próprio pai dela era um exemplo de homem ruim apenas com um rostinho bonito de qualidade, ainda sim, ela também o amava.
ㅡ A gente não sabe exatamente o que aconteceu com ela para ser assim, e de qualquer jeito, isso não tem haver com minha amizade com a Clarisse. Ela é legal comigo, não é o pai dela. Se a conhecerem melhor, vão saber disso. ㅡ Calista pôs fim no assunto falando com firmeza. Ela inseriu suas maquiagens na sua maleta e a colocou debaixo da cama.
Ajeitou seu shorts preto jeans e saiu da cabana de cabeça erguida, encontrando Clarisse com uma expressão de impaciência em seu rosto logo em frente a esperando.
Calista a achava linda. Clarisse tinha longos cabelos cacheados e macios negros como os olhos dela caindo sobre seus ombros, a pele castanha dela era brilhante e perfeita. Se ela não passasse tanto tempo arrumando confusão, os outros semideuses focariam muito mais em sua beleza, facilmente seria considerada a mais bonita do acampamento.
ㅡ Demorou, hein. ㅡ A filha de Ares reclamou, escorada de braços cruzados em uma árvore.
ㅡ Sabia que a pressa é inimiga da perfeição? E eu gosto de estar perfeita. ㅡ Retrucou Calista, a morena riu revirando os olhos. ㅡ Por que queria falar comigo?
ㅡ É sobre ontem...
Ela começou e Calista soltou um suspiro exasperado. Tinha a ver com Percy então. Ela não aguentava mais os últimos dois dias dela estarem girando em torno dele.
ㅡ É sobre o que aconteceu com Percy Jackson no banheiro? Eu não sei de nada em relação as privadas ganhando vida própria e jogando água em você e seus irmãos. ㅡ Disse ela, segurando o riso ao se lembrar do fato. Tinha sido engraçado até.
ㅡ 'Haha, muito engraçado. E sim, é sobre ontem. ㅡ Confirmou Clarisse, com uma carranca. ㅡ Por que essa cara? Virou 'amiguinha do novato?
ㅡ Claro que não, é só que não é todo dia que isso acontece. E até você tem que admitir que foi hilário, vai. ㅡ Calista mudou a posição da perna e deu de ombros, fingindo indiferença. Ela inclinou a cabeça olhando Clarisse.
ㅡ Assim como foi hilário ele colocar fogo no seu cabelo? ㅡ Respondeu Clarisse sarcástica. O sorriso do rosto de Calista sumiu e ela agarrou uma mecha do cabelo como se a vida dela dependesse disso.
Clarisse era esperta e tocou na ferida ainda em cicatrização de Calista.
Ela não estava com raiva de Percy mais, porque, graças as habilidades dela como filha da deusa da beleza, seu cabelo foi restaurado. No entanto, ainda não tinha superado totalmente o acontecimento.
Flechas e fogo e Percy Jackson seriam uma combinação de um trauma para sempre.
ㅡ É diferente, meu cabelo é minha vida!
ㅡ Eu fui molhada com água da privada! ㅡ Clarisse exclamou, enojada. Calista sentiu o estômago se revirar só de pensar na possibilidade disso acontecer com ela. ㅡ Tomei vários banhos e ainda me sinto suja... O ponto é; quero me vingar daquele garoto idiota.
ㅡ Lá vem...
A morena suspirou passando as mãos pelo cabelo e o jogando por cima do ombro. Clarisse deu dois passo mais perto de Calista, a olhando de cima já que era centímetros mais alta, ela não estava tentando intimidá-la, mas os outros campistas que viam achavam que sim.
ㅡ E você, Calista Marin… ㅡ Ela colocou as mãos nos ombros da mais nova, sorrindo dócil, tudo o que ela não era. ㅡ vai me ajudar.
ㅡ Eu não sei, Clarisse. Acha mesmo que isso é necessário? Nós duas já estamos bem, não quero levar as coisas ao extremo. ㅡ Ela sussurrou, cruzando os braços. Tinha medo dos planos maquiavélicos de Clarisse causarem estragos irreversíveis.
ㅡ Você está de que lado? ㅡ Clarisse perguntou, leve tom de acusação em sua voz. ㅡ Meu ou dele?
ㅡ Seu, claro. ㅡ Calista respondeu sem exitar o que veio em seu coração.
Apesar de conhecer Percy há mais tempo, tinha mais intimidade e familiaridade com a La Rue e a considerava mais. Sua lealdade estaria com ela, sempre.
Elas eram amigas desde quando Calista chegou ao acampamento. No começo, Calista era tímida, todas aquelas pessoas queriam ser amigas dela, isso é o que diziam, mas nenhuma queria a conhecer de verdade, sua essência, seus defeitos, medos, sonhos. A queriam como um troféu, Clarisse felizmente não era uma dessas pessoas. A amizade delas começou após Clarisse se machucar em um caça bandeira, torcendo seu tornozelo, e mesmo Calista sendo do time azul, ela a ajudou e assim ganhou o respeito dela. Elas foram se aproximando a partir daí e a amizade fora crescendo como vinhas de uma árvore; forte e naturalmente. Calista até trocou de time, sendo do time vermelho agora por Clarisse.
ㅡ Aquele garoto chegou achando que tem um rei na barriga. Ele incendiou seu cabelo e de alguma forma, não sei como, fez aquilo com a água da privada. Acha justo que ele saia ileso?
A resposta veio automática na mente de Calista: não.
Ela era filha de Afrodite. Tinha um lado vingativo dela que se fosse cavado muito fundo, causaria um grande estrago e Clarisse sabia como cutucar esse lado dela bem.
ㅡ E por que você precisa de mim? ㅡ Indagou Calista, cerrando os olhos. ㅡ Você pode se vingar dele perfeitamente bem sem mim.
ㅡ Posso bater nele, especialmente hoje. Mas isso não vai fazer ele dizer que não matou o minotauro. ㅡ Clarisse explicou, rolando seus olhos castanhos. ㅡ Já percebi que ele é um idiota teimoso. Odeio babacas assim, mas amo ensinar lições e quebrar eles.
ㅡ E eu entro nisso como? ㅡ Calista perguntou, e então entendeu onde Clarisse queria chegar ao olhar o olhar sugestivo dela. Ela balançou a cabeça, olhando para cima. ㅡ Você quer que eu use meu charme nele e faça-o admitir que ele não matou o minotauro, mesmo ele matando...
ㅡ Sabia que você é mais inteligente do que aparenta. ㅡ Brincou Clarisse, dando um soquinho bruto no ombro de Calista que cambaleou para trás com a força dela e Clarisse teve que a puxar de volta. ㅡ Menina, você é uma pena?
ㅡ Ai. Você que é muito bruta. ㅡ Atacou de volta Calista, ajeitando o cabelo novamente sobre o ombro, enquanto explicava: ㅡ Meu charme não funciona assim, eu não sei nem o controlar direito.
Calista desviou o olhar, ela não estava mentindo. Se sentia envergonhada por isso, mas não sabia como usar seus próprios poderes corretamente. Além disso, quando usava, não durava muito, o que fazia a acreditar que seu charme não era muito forte no poder de persuasão.
O colar de pérolas que ela usava fora dado de presente por sua mãe no ano retrasado, para a ajudar a controlar melhor seus poderes, ampliar eles ou contê-los, mas não fora necessário porque ela nem sequer sabia quando o usava e como usar. Era como se o charme dela tivesse vida própria e vontade própria. Ela realmente encantava as pessoas sem perceber.
Soltando um suspiro, Clarisse a soltou e respirou fundo, inclinando a cabeça para o lado, buscando outra solução em seu cérebro. Ela balançou as mãos, falando: ㅡ Você não tem nada mesmo? Nadinha que pode me ajudar com isso? Só quero abaixar a bola do garoto. Droga.
A mente de Calista correu por mais um tempo, até os olhos dela se arregalarem e praticamente dizer que sim, ela tinha algo que a ajudaria. Ela levantou as mãos, sem nem perceber dando um pulinho animado.
ㅡ Na verdade, tenho sim. É uma loção afrodisíaca, o primeiro presente da minha mãe para mim. Serve como um charme, então se usado em alguém a pessoa será manipulada e persuadida às suas vontades porque estará tecnicamente apaixonada e encantada por você.
Clarice sorriu grande, mostrando todos os seus dentes perfeitos, e deu um soquinho no ar de alegria.
ㅡ Ótimo, melhor ainda, me empresta? ㅡ Pediu a garota, ansiosa para ter o objeto tão poderoso em mãos.
ㅡ É claro que não. ㅡ Disse, com seu sorriso animado sumindo de seus lábios brilhantes. ㅡ É importante 'pra mim. Além de que é muito poderoso nas mãos erradas. Basta a pessoa cheirar a loção ou você passar no corpo e a pessoa que você está pensando se apaixonara por você ao te olhar, é tipo, instantâneo, e dependendo da quantidade, pode durar para sempre. ㅡ Calista explicou cada detalhe, seu tom de voz sério e preocupado. Sua loção não era um brinquedo.
ㅡ Não quero usar muito, apenas o suficiente para ele me obedecer por um dia... Ou uma semana, ou um mês, ou um ano... ㅡ Clarisse disse dando de ombros, a idéia de Percy a seus pés como um cachorrinho chorão não era tão ruim. Ela amava, seus olhos até brilhavam com a possibilidade tão próxima.
A morena levou a mão a testa, balançando a cabeça. ㅡ Você é impossível. 'Tô falando sério, Clarisse.
ㅡ Eu também estou, Calista. ㅡ Afirmou a La Rue, olhando nos olhos da Marin. ㅡ Só por curiosidade... Tem como reverter isso?
Calista assentiu, ainda mantendo contato visual com Clarisse, para que cada palavra entrasse na mente dela.
ㅡ Se a pessoa já tiver o mínimo interesse em você, o encantamento não funciona. E se a determinação dela for muito grande, também não funciona. Como eu disse antes, funciona como o charme e a persuasão, só que o da loção ainda acaba sendo mais forte que o meu poder próprio, entende? É como se uma pequena parcela do poder da minha mãe estivesse engarrafado, então, creio que a pessoa tem que ser extremamente determinada e teimosa para resistir ao encantamento do amor da deusa do amor... E o jeito de quebrar o encantamento, apenas minha mãe sabe, se é que tem mesmo um. ㅡ Ela terminou suspirando, colocando as mãos no bolso traseiro do shorts jeans.
ㅡ Entendi as regras... Olha, se você não quiser deixar eu pegar a loção nas minhas mãos mesmo, você pode me ajudar... Você disse que a pessoa tem que olhar para você e você estar pensando nela para dar certo...
ㅡ Sim, isso mesmo. ㅡ Calista concordou com um aceno de cabeça, seguindo o raciocínio da semideusa da encrenca.
ㅡ Mas não necessariamente o Percy vai se apaixonar por você se for você que vai aplicar nele. Você faz ele cheirar a loção rapidamente, e sai de correndo, não deixa ele olhar para você, eu me aproximo, faço ele olhar 'pra mim, e como eu estarei pensando nele, vai dar certo e ele será finalmente meu capacho. ㅡ Concluiu Clarisse se achando uma gênia, um belo sorriso com ar de inocente decorando sua expressão.
Respirando fundo e pensando na situação, Calista assentiu, ela não se segurou e revirou os olhos.
ㅡ Tudo bem, ainda não acho isso uma boa idéia... Mas você não vai parar de me encher até eu te ajudar, não é? ㅡ Foi uma pergunta retórica pois Calista e Clarisse sabiam bem a resposta.
ㅡ Qual seria a graça se eu não fosse assim? ㅡ Zuou Clarisse, passando o braço pelo pescoço de Calista, puxando ela para mais perto. ㅡ Percy Jackson vai desejar nunca ter conhecido a filha de Ares e a filha de Afrodite.
ㅡ A primeira equipe a capturar a bandeira do oponente e levá-la até o outro lado do rio, vence. ㅡ Explicou Quíron as regras do jogo "Caça a Bandeira" aos campistas, que já sabiam as regras de cabo a rabo. Toda quarta-feira ocorria o jogo.
Calista permaneceu com uma expressão séria em sua posição quando Clarisse se colocou ao lado dela, a postura impecável, segurando consigo a sua lança de choque - presente de seu pai - e um escudo.
ㅡ É proibido matar e multilar, como sempre. ㅡ Continuou Quíron após uma pausa, Calista cerrou seus olhos ao avistar Percy, visivelmente perdido no assunto, se aproximar dos seus outros aliados do time azul.
Eles estavam em lados opostos.
ㅡ Confio que seguirão as regras. Seus objetos mágicos podem ser usados... Os campistas que não estão feridos, devem participar... ㅡ Acrescentou o homem centauro continuando as regras, e Clarisse olhou para Calista que tocou sua bolsa de porte pequeno rosa, pendurada em seu ombro sinalizando que sim, e confirmando, ela estava com a loção.
Percy estaria sozinho no caça bandeira e elas teriam a oportunidade perfeita para o enfeitiçar e assim Clarisse aquietar seu faixo.
ㅡ Que os jogos comecem! ㅡ O centauro declarou com entusiamo, abrindo seus braços na frente dos jovens sedentos por violência.
O time vermelho de Clarisse deu um grito de guerra, batendo em seus estudos com suas espadas, Calista recusou-se a passar essa vergonha. Era nesse momento que ela desejava estar de volta ao time azul, eles apenas faziam uma continência, menos escandalosa e mais elegante. Ela os observou dispersando, os olhos dela se encontraram com os de Percy antes de Clarisse a puxar e Luke começar a falar com ele.
ㅡ Você sabe o que fazer. Sua missão é apenas fazer Percy confiar em você. ㅡ Clarisse ordenou, ela parecia uma Amazona com aquela roupa e sua determinação. Calista estava vestida como ela, com o capacete romano dourado com penas vermelhas, e um colete de couro que não combinava nada com seu shorts saia preto e seu coturno.
Ela participava do caça bandeira apenas por obrigação, odiava ter que usar o capacete, deixava seus fios frisados depois de o tirar, e suas unhas geralmente quebravam quando a atacavam e ela tinha que se defender quando um de seus seguidores eram derrotados e não podiam mais a defender. Aquele maldito jogo era o terror para qualquer filho de Afrodite.
ㅡ Eu sei, não se preocupe. ㅡ Ela garantiu, sorrindo falsamente enquanto retrocedia e fazia seu caminho antes que a guerra se iniciasse e ela estivesse bem no meio do fogo cruzado.
Ela tinha que ficar perto, mas não tanto, de Clarisse e seus lacaios. Assim que avistasse Percy, Calista seria a primeira a se aproximar dele e fazer o que tinha que fazer, e Clarisse cuidaria do resto.
Mas o maior problema de Percy Jackson seria Calista Marin.
ㅡ Ele está bem ali. ㅡ Clarisse sussurrou e apontou com sua lança Percy, seus olhos brilharam e ela mordeu o lábio inferior, como se estivesse pronta para devorar um prato delicioso.
Calista assentiu com a cabeça, observando o garoto estar praticamente dormindo em cima de uma pedra lisa coberta de grama. Todo mundo se matando, e ele simplesmente ali como se nada o preocupasse, brincando com uma folha nas mãos e olhando o céu.
Parecia de férias.
ㅡ Faça sua mágica. ㅡ Exigiu Clarisse dando um tampinha no ombro de Calista, e a Marin rolou seus olhos suspirando. Ela tirou sua bolsa do ombro e entregou à La Rue, antes pegou o frasco da loção nas mãos e saiu de trás das árvores que estava escondida com o grupo vermelho.
Ela se aproximou, sem se preocupar em fazer barulho, queria que ele a visse e não achasse suspeito. Mas de qualquer jeito seria, porque ela iria pedir para ele cheirar uma loção do nada.
Tinha tudo para dar errado.
ㅡ Oi, Percy Jackson. ㅡ Calista disse, forçando um sorriso. "Vamos logo, acabe com isso", ela pensou consigo mesma. Assim que disse o nome dele, se arrependeu, ela era uma péssima atriz.
Percy sentou-se na pedra em alerta na hora, a estranhando, ele cerrou os olhos azuis para a garota enquanto ela vinha se aproximando dele. Engolindo em seco, ele a avaliou com desconfiança e a cumprimentou:
ㅡ Oi, Calista Marin. ㅡ Ele moveu sua mão para a espada que estava ao lado dele pousada na pedra e Calista levantou suas mãos em rendição.
Percy notou o frasco transparente na mão dela, mas não disse nada. Tinha algo estranho.
ㅡ Vim em paz, só quero que você teste uma nova fragrância que... Estou fazendo e...
E ela caiu.
Tropeçou com seus coturnos - que tem um mini saltinho - para frente em uma pedrinha minúscula que estava no caminho e caiu no chão rapidamente, ficando de joelhos no chão arenoso. O frasco rolou de sua mão indo mais 3 metros para frente, parando aos pés de Percy, que se levantou e o pegou entre os dedos, e Calista pode sentir o cheiro adocicado se espalhando pelo ar. A respiração dela engatou.
Calista viu tudo em câmera lenta como em um filme onde a protagonista vê tudo dando errado e não podia fazer nada.
ㅡ O que é isso...? ㅡ Questionou ele, pegando o pequeno frasco na mão e o balançando com um sorriso desconfiado, depois tirou a tampinha em formato de coração, o levando ao nariz para sentir a fragrância gostosa que já estava vazando um pouco, ele inalou profundamente o perfume, fechando os olhos no processo, para o desespero de Calista.
ㅡ Até que não é tão...
ㅡ Percy, não! ㅡ Ela gritou em desespero, se levantando do chão e correndo até ele. ㅡ Você é maluco?!
Calista logo tomou das mãos dele a loção, empurrando o ombro dele e pegando da mão dele a tampa, fechando a loção desajeitadamente. Ou tentando, por sorte, não tinha quebrado o frasco de vidro.
ㅡ Você é um idiota! Vai ser enfeitiçado, vai ficar apaixonado por mim, ai, mãe, me salva! Isso é uma maldição! ㅡ Ela disse apressadamente e era até difícil para ela mesma saber o que estava dizendo e para qualquer um distinguir de tão rápido que ela estava falando.
Não tão longe, Clarisse e seus irmãos tentavam entender o que tinha acontecido e decidiram começar a avançar.
Percy olhou para ela, franzindo as sombracelhas, cada dia aquela garota o surpreendia e o deixava mais confuso do que nunca.
ㅡ Você é burro?! Sabe o que é isso? Se sente diferente? Não olha pra mim! ㅡ Ela exclamou, segurando o braço dele com força e olhando nos olhos dele, o assustando. ㅡ Eu estou diferente 'pra você?
O garoto deu uma risada nasalada, ainda não entendendo o desespero dela, mas achava fofo. Ele ficou confuso com a pergunta dela, se sentia como sempre se sentiu, nada havia mudado, mas se ela queria mesmo saber a opinião dele, ele iria ser sincero:
ㅡ Se quer saber mesmo, hoje você está mais linda do que estava ontem. Esse capacete de guerra combina com você. ㅡ Enquanto ela o olhava atônita e sem reação, Percy deu batidinhas no louro dela, tentando amenizar o desespero dela.
Não deu certo.
ㅡ Puta merda... Você não pode estar apaixonado por mim! ㅡ Calista sussurrou, puro desespero em seu rosto que ficava em uma cor vermelho vivo. Ele estava apaixonado por ela? Isso era um pesadelo!
ㅡ Que? B-bem, E-eu...?! Do que você 'ta falando?
No meio de toda essa confusão, Clarisse aproximou-se, ela ficou sua lança no chão e Percy ficou em alerta máximo na hora. Calista resmungou quando ele se colocou na frente dela como se fosse para a proteger com o corpo dele.
Ele tinha se esquecido que ela era do time oposto? Provavelmente. Ou não se importava com isso.
Clarisse e Calista se entreolharam e a morena de olhos azuis balançou a cabeça sutilmente, explicando que o plano delas tinha falhado.
Então seria pela dor.
ㅡ A bandeira 'ta do outro lado, não 'ta aqui. ㅡ O loiro falou, encarando Clarisse. Mais campistas do time vermelho foram se aproximando, cercando Percy.
ㅡ Sabemos.... ㅡ Clarisse concordou, tirando seu louro e o jogando no chão. ㅡ Glória é legal... Mas vingança é mais legal. ㅡ Ela sorriu, segurando a lança que seu pai lhe presenteou com orgulho, ela a fincou no chão e a eletricidade se concentrou no centro afiado, a coluna de Calista e Percy se arrepiou.
ㅡ Você sabe... Nada de multilar. É a única regra. ㅡ Avisou Percy, se colocando em uma péssima posição de ataque, suas pernas tremiam um pouco.
ㅡ É, vamos perder o privilégio da sobremesa... Eu aceito. ㅡ Em um movimento rápido, ela atacou Percy com sua lança, que desviou e se defendeu com dificuldades.
Calista colocou a mão na testa apenas vendo e se afastando, ela não seria atacada e muito menos ia atacar. A posição de espectadora servia melhor para ela.
No entanto, não achava nem um pouco justo três contra um... Quatro, porque tecnicamente ela estava contra o time dele.
ㅡ Na real, eu não quero multilar você ou matar você. ㅡ Explicou a morena, após ter empurrado Percy sobre a pedra e o ter o derrubado no chão com sua lança. ㅡ Eu só quero que você admita que é uma fraude... Vai fazer eu me sentir melhor.
Ainda no chão apoiado nos cotovelos, Percy olhou para todos ali, a última sendo Calista, que sem falar realmente, apenas movendo os lábios em silêncio, disse para ele correr e sair dali o quanto antes.
Em resposta, Percy se levantou do chão e saiu correndo, a obedecendo. O que a fez querer chorar, não era para ele a obedecer. Isso só piorava tudo e confirmava para ela, que ele estava encantado por ela.
Os filhos de Ares foram o perseguindo pela floresta, assim como Calista que queria estar perto para não deixar algo realmente ruim acontecer com Percy, ela enterviria antes. Os saltinhos do coturno dela quebraram enquanto ela andava com pressa o mais rápido que conseguia na mata.
Percy caiu de um barranco rolando quando um meio-sangue do time vermelho o pegou desprevinido e o empurrou. Calista viu de cima e franziu o cenho o observando preocupada. Ela então escorregou de bunda, descendo o barranco para ficar perto dele. Calista não pensou em como sua roupa estaria e seu estado ficaria depois disso. Ela sentia que estava suando, e então tirou o capacete e o jogou longe.
Clarisse e os outros continuavam cercando Percy como se ele fosse a presa indefesa deles e eles os caçadores, ela fez um corte no braço dele com a lança. A La Rue estava realmente levando aquilo a sério. Ela avançou contra Percy novamente, rápida e implacável, com seus dois irmãos, fazendo o garoto ir cada vez mais para trás e perto do rio, sem escolha e sem ter para onde fugir.
Estavam o encurralando para o forçarem a lutar.
Calista notou que cada vez que ele estava mais perto do rio, Percy ficava mais ágil e mais forte, desviando do ataque dos três rivais ao mesmo tempo. Como se ele tivesse uma grande habilidade em luta há anos. Ela nem percebeu o sorrisinho que estava dando enquanto olhava ele mostrar suas habilidades recém descobertas, e ela achando que teria que o ajudar em algum momento.
Percy chegou a dominar até mesmo Clarisse. Ele com seu escudo segurou a lança dela e virou de costas, e em um movimento rápido, ambos caíram e a lança especial dela fora quebrada com a torção.
Todos ficaram em silêncio absoluto.
Calista se sentiu mal por Clarisse assim que viu o estrago, era o único presente que ela tinha do pai dela.
ㅡ Não! ㅡ Gritou Clarisse do fundo de sua garganta, seus olhos ficando furiosos ao ver um pedaço de sua lança nas mãos de Percy, que não entendia o significado que aquele objeto tinha para ela.
Ela se levantou do chão e Percy também, mas Clarisse foi mais rápida e pegou armadura de couro dele, o agarrou e trouxe para perto de si, ficando cara a cara com ele.
Antes que ela pudesse o agredir, gritos de outras pessoa foram ouvidos e os semideuses do time azul chegaram perto do rio, animados.
Luke Castellan segurava a bandeira vermelha com orgulho na mão e a fincou no chão úmido, declarando a vitória do time azul que comemorava.
Clarisse soltou Percy, aceitando a derrota e saiu de cena, encarando Calista feio ao passar por ela. Agora ela ficaria uns dias de mal dela por ter contribuido para a falha do jogo e de seu plano.
ㅡ Nada mal, herói. ㅡ Annabeth em um passe de mágica, apareceu, revelando que sempre esteve ali, tirando seu boné azul mágico que a fazia ficar invisível. Um presente de sua mãe para ela.
ㅡ Você 'tava aí o tempo todo? ㅡ Perguntou Percy, cansado e indignado. Eles eram do mesmo time e Annabeth viu o sofrimento dele e novamente, não fez nada para o ajudar.
ㅡ 'Tava. ㅡ Ela respondeu, dando de ombros.
ㅡ Você 'tava aí o tempo todo e não quis me ajudar?
ㅡ 'Tava.
ㅡ Por quê?! ㅡ Questionou o loiro, indignado. Calista olhava a interação dos dois, seria cômica se não fosse trágica a situação.
Annabeth não disse nada, e apenas o ajudou a se levantar estendendo sua mão. Ela respirou fundo e o olhou com um olhar suave quando ele estava de pé.
ㅡ Escuta... Percy, me desculpa. ㅡ Annabeth o empurrou sem mais e nem menos na água do rio. Percy foi pego de surpresa e não teve tempo de reagir.
Calista andou e ficou do lado de Annabeth, esperando para ver o que ia acontecer, ambas torcendo para o plano de Annabeth dar certo.
ㅡ Qual o seu problema?! ㅡ Percy gritou, ficando em pé na água. As feridas dele foram sumindo e ele tocou sua bochecha, confuso. ㅡ Não entendi...
Ele não tinha entendido. Mas Annabeth Chase tinha e Calista Marin também, ambas olharam para cima, para o tridente, sem muita surpresa.
O tridente azul, símbolo de Poseidon brilhava com todo sua glória acima da cabeça dele, indicando que ele era seu parente divino. Seu pai.
Um dos Três Grandes.
Percy Jackson era filho do Deus do Mar. Um filho proibido, raro, um ímã suculento para monstros, e sua jornada estava apenas começando.
( one ) Glória, acabei de escrever o ep 2 KKAKKKKKKkkKKK irei para o três, provavelmente postarei ele amanhã!!
( two ) Amo vocês, não esqueçam de votar e comentar<3
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