ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗡𝗜𝗡𝗘❕

ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗻𝗶𝗻𝗲. ᠉ ࣪ ˖
não devo contar mentiras!
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𝗦𝗘𝗚𝗨𝗜𝗥 𝗥𝗘𝗚𝗥𝗔𝗦, 𝗢𝗕𝗘𝗖𝗘𝗖𝗘𝗥, 𝗦𝗘𝗥 𝗥𝗘𝗦𝗣𝗘𝗜𝗧𝗢𝗦𝗔. Três coisas que Dahlia disse para sua filha antes de ir para Hogwarts. Dahlia a disse para seguir as regras. E Astraea tinha a absoluta certeza que quando ela mandasse a carta para sua mãe contando como foi seu dia em Hogwarts, ela provavelmente irá surtar ao descobrir que sua filha levou uma detenção e pior ainda. Perdeu dez pontos para sua casa, isso em um dia. Ela certamente seria o orgulho da família, só que não.

O jantar no Salão Principal aquela noite não foi uma experiência agradável para Astraea. A notícia sobre o seu torneio de argumentos com Umbridge se espalhará com excepcional velocidade, mesmo para os padrões de Hogwarts. Ela ouviu cochichos a toda volta enquanto comia, sentada do lado de Benjamin. O engraçado é que nenhum dos colegas que cochichavam parecia se importar que ela ouvisse o que diziam a seu respeito e ao respeito de Harry. Muito ao contrário, pareciam esperar que ela se zangasse e recomeçasse a argumentar, para poder ouvir a história em primeira mão.

— Ela diz que Umbridge é uma mentirosa...

— Ela acha que vai a algum lugar agindo como Potter...

— Ah, qual é...

— Quem é que ela acha que ela é?

— Nem vem...

— O que não entendo. — Disse Astraea, chamando a atenção de Benjamin, descansando a faca e o garfo contra o prato. — É porque todos acham que Harry está mentindo, sendo que todos acreditaram na história há dois meses quando Dumbledore a contou.

— A questão é, Astraea, que não tenho muita certeza de que acreditaram. — Disse Benjamin, muito sério. — São poucos que acreditam em Potter.

— Por que? — Questionou ela baixinho. — Por que não acreditam nele? Justo nele, que praticamente fez Voldemort morrer, justo ele que é chamado de o menino que sobreviveu por um motivo. Porquê sobreviveu a maldição imperdoável lançada por Voldemort.

— Porquê as pessoas preferem acreditar no lado que não está certo, mas tem aliados, do que no lado que está certo. Mas não tem aliados. — Respondeu Benjamin, escutando os cochichos sobre a amiga e sobre Potter. Benjamin então, decidiu fazer algo, assim que viu que o trio de ouro havia saído do Salão Principal. — Vamos sair daqui.

Ele bateu com os talheres na mesa, Astraea olhou cobiçosa para a torta de maçã que ainda não terminaram, mas acompanhou-o. As pessoas ficaram olhando os dois saíram do salão, assim como fizeram com o trio de ouro.

— O que quis dizer com essa história de não ter certeza de que tenham acreditado em Dumbledore? — Perguntou Astraea a Benjamin, quando chegaram a escadas para as masmorras.

— Olhe, você não entende como foi depois que a coisa aconteceu, porque você não estava aqui quando aconteceu. — Explicou Benjamin em voz baixa. — Quando Potter chegou no meio do gramado segurando o cadáver do Cedrico... Nenhum de nós viu o que aconteceu no labirinto... Só tínhamos a palavra do Dumbledore de que Você-Sabe-Quem tinha retornado, matado Cedrico e lutado com Potter.

— O que é verdade! — Disse Astraea.

— Eu sei que é, Astraea. Só que antes de poderem assimilar a verdade, todos foram embora, passar as férias em casa, lendo durante dois meses que Potter é pirado e Dumbledore está ficando senil!

A chuva era ouvida mesmo nas masmorras enquanto voltavam, pelos corredores vazios, á sala da Sonserina. Astraea teve a sensação de que seu primeiros dia havia durado uma semana, mas ainda restava uma montanha de deveres para fazer antes de deitar. Uma dor latejante começou a se ficar sobre seu olho esquerdo. Ela espiou pelos corredores, úmidos pelo chuva, os corredores da escola, agora escuros, antes de virar para o corredor onde ficava a entrada da sala da Sonserina. Astraea teve um vislumbre de uma sombra passando por lá, mas apenas ignorou temendo.

— Olhos de dragão. — Disse Benjamim, antes que a parede começasse a revelar a entrada na sala da Sonserina. A porta se abriu, expondo a sala comunal que a parede ocultava, e os dois amigos passaram.

A sala comunal estava quase vazia, a maioria dos alunos ainda jantava no salão. Pólux se desenroscou e deixou a poltrona para ir no encontro deles, fazendo um barulho alto, e quando Astraea e Benjamin se acomodaram naa poltronas um perto do outro, diante da lareira, ele saltou com leveza para o colo da dona e se aconchegou ali como uma almofadinha branca e peluda. Astraea pôs-se a contemplar as chamas, sentindo-se exausto e totalmente esgotada.

Como Dumbledore pôde ter deixado isso acontecer?! — Exclamou Astraea de repente, fazendo Benjamin se sobressaltar. Pólux pulou do colo dela, parecendo ofendido. Ela socou os braços da poltrona, furiosa. — Como é que ele pôde deixar aquela mulher horrível dar aula para nós? E justamente no ano em que eu entro pra escola, ainda mais no ano que temos que prestar os N.O.M.s?

— Bom, nunca tivemos grandes professores de Defesa Contra as Artes das Trevas. — Disse Benjamin. — Você não sabe qual é a situação, mas um passarinho me contou, que ninguém quer o cargo, dizem que está azarado.

— É, mas daí empregam alguém que se recusa a nós deixar praticar magia! Qual é a do Dumbledore? E ainda por cima está tentando convencer as pessoas a espionarem para ela. — Disse a ruiva, recebendo um olhar confuso do amigo. — Ela disse que queria que a gente fosse contar se tivesse alguém dizendo que Voldemort voltou.

— Não comece a fazer isso outra vez. — Disse Benjamin, cansado, quando Astraea abriu a boca para revidar.

— Okay, será que não podemos... Vamos só fazer os deveres, tirá-los do caminho...

Eles apanharam a mochilas a um canto e tomaram a sentar nas poltronas diante da lareira. As pessoas estavam voltando do jantar agora. Astraea manteve o rosto desviado da entrada da sala, mas ainda assim sentia os olhares que estava atraindo.

— Vou fazer o do Snape primeiro. — Falou Astraea, mergulhando a pena no tinteiro. — “As propriedades... da pedra da lua... e seus usos... na preparação de poções”. — Murmurou ela, escrevendo as palavras no topo do pergaminho, ao mesmo tempo que as enunciava. — Pronto.

Ela sublinhou o título, depois ergueu os olhos para Benjamin, cheia de expectativa.

— Você sabe quais são as propriedades da pedra da lua e seus usos na preparação de poções?

— Normalmente quando colhida na lua cheia é usada como ingrediente da Poção Polissuco. Suas propriedades são descritas como a mutabilidade do corpo quando se transforma em outro. Substancia mágica extraida do Tolete e usada em poções de cura e herbicida venenoso. Agora você só tem que fazer um resumo mais grande que isso, adiciona algumas palavras ou pega no meu livro de poções. — Falou, jogando o livro pra ruiva, que rapidamente o pegou sem tirar os olhos do pergaminho. — Boa pegada.

— Okay, obrigada. Você é o melhor Benjamin. — Disse ela, sorrindo para ele enquanto levantava a cabeça.

— Eu sei. — Jogou um beijo no ar, arrancando risadas da ruiva.

Astraea voltou o olhar para o pergaminho, e abrindo o livro de poções do amigo, ela logo pós a escrever com sua pena o dever de casa de Snape. Enquanto a ruiva fazia o seu dever de casa, o moreno ao seu lado fazia o mesmo, só que focado no dele. E assim se passou os trinta minutos com os dois fazendo o dever de casa, até acabarem.

Astraea se espreguiçou, soltando um bocejo. Vendo que havia acabado, ela rapidamente arrumou suas coisas dentro de sua mochila, a ruiva enrolou o pergaminho, que agora estava completo. Ela até faria os outros deveres de casa, mas estava cansada demais para isso, então apenas decidiu deixar para amanhã.

— Eu já terminei aqui. — Falou ela, entregando o livro para o amigo que olhou para ela com uma sombrancelha arqueada.

— Já? — Questinou surpreso.

— Sim, eu sou rápida em escrever, e também era apenas trinta centímetros de pergaminho, não era muita coisa então... Eu terminei até que rápido, mas ainda sim tenho que fazer o do Prof. Binns e o da Prof. Trelawney. Mas esses eu vou deixar para amanhã, estou muito cansada para fazer agora. — Confessou ela, tentando permanecer de pé.

— Eu ainda tenho que fazer mais algumas coisas, mas não vou deixar você esperando por mim. Você parece cansada, vá se deitar, ruiva.

— Você tem razão. — Disse ela entre bocejos. — Boa noite, Ben.

— Boa noite, Astraea. — A ruiva deu um breve beijo em sua bochecha, mal notando as bochechas rosadas do amigo.

A garota pegou sua mochila, e a colocou sobre os ombros. Preparada para ir dormir, ela andou calmante atrás de Pólux que descansava no tapete perto da lareira, esse que olhou para a dona cansado quando ela pegou ele no colo.

— Vamos flocos de neve, está na hora de ir dormir. — Falou enquanto fazia carinho nos pelos brancos do animal, Astraea andou com Pólux nos braços, subindo as escadas para seu dormitório, a ruiva estava totalmente preparada para uma boa noite de sono.

Quando ela chegou no seu dormitório, Astraea jogou a mochila sobre os pés da cama, se jogando com tudo no macio colchão. Ela retirou os sapatos com cuidado, o colocando no chão ao lado de sua cama, assim como a capa de sua casa, que ela dobrou delicadamente colocando sobre a cômoda. A ruiva puxou a cortina em volta da cama, não querendo que alguém atrapalhasse sua noite de sono, ela cobriu ela e Pólux com sua manta verde já caindo de sono.

— Boa noite, Pólux. — Deu um beijinho na cabeça do furão, que se acomodou no peito da ruiva preparado para dormir. E assim os dois, pegaram no sono. Totalmente preparados para mais um dia.

O dia seguinte amanheceu tão escuro e chuvoso quanto o anterior. Mas mesmo assim, Astraea sentiu-se bem, porque ela amava esse tipo de clima.

— Mas, do lado positivo, hoje não teremos Snape. — Disse Astraea tentando animar o amigo ao lado.

— Diga isso por você. — Resmungou Benjamin.

Astraea sorriu feliz e se serviu de café. Parecia bem satisfeita com alguma coisa, e quando Benjamin lhe perguntou qual era o motivo de tanta satisfação, ela respondeu simplesmente:

— Apenas acordei de bom humor, e terminei todos os deveres de casa passados.

Benjamin concordou, enquanto se servia também de café da manhã, querendo que aquilo animasse ele. Tanto quanto Astraea parecia estar animada, ela colocou um pedaço de torta de maçã verde dentro da boca, se deliciando com o gosto derretido que se transformou. Ela soltou um suspiro de satisfação, enquanto terminava seu café da manhã.

Quando terminaram os dois seguiram seus caminhos, dessa vez um pouco diferente um dos outros. Aos dois tempos de Feitiços, seguiram-se outros dois de Transfiguração. O Prof. Flitwick e a Prof. McGonagall passaram os primeiros quinze minutos de suas aulas falando à turma sobre a importância dos N.O.M.s.

— O que vocês precisam lembrar. — Disse o pequeno Prof. Flitwick, com sua voz de ratinho encarrapitado como sempre em uma pilha de livros para poder ver por cima da mesa. — É que esses exames podem influenciar o seu futuro durante muitos anos! Se vocês ainda não pensaram seriamente em suas carreiras, agora é o momento de o fazerem. Entrementes, receio que iremos trabalhar com mais afinco que nunca, para garantir que vocês possam provar o que valem!

Depois dessa introdução, eles passaram mais de uma hora recordando os Feitiços Convocatórios, que, segundo o Prof. Flitwick, cairiam com certeza nos exames, e ele arrematou a aula passando a maior quantidade de deveres de Feitiços que seus alunos já haviam recebidos.

Em Transfiguração, foi igual, se não pior. Astraea pensava.

— Vocês não podem passar nos exames. — Disse a Prof. McGonagall muito séria. — Sem se aplicarem seriamente ao estudo à prática. Não vejo razão alguma para alguém nesta classe deixar de passar no N.O.M de Transfiguração, se trabalhar como deve. — Neville fez um muxoxinho de descrença. — E você também, Longbottom. Não há nenhum problema com o seu trabalho a não ser a sua falta de confiança. Então... hoje vamos começar a estudar os Feitiços de Desapariçao. São mais fáceis do que os Conjuratórios, que normalmente vives não experimentariam até até os N.I.E.M.s, mas estão incluídos entre as mágicas mais difíceis que serão exigidas nos N.O.M.s.

McGonagall tinha toda razão, Astraea achou os Feitiços de Desapariçao dificílimos. No final do segundo tempo de aula, mesmo com dificuldades, ela conseguiu fazer desaparecer as lesmas que estavam praticando na primeira tentativa, como muito êxito, ganhando dez pontos para a Sonserina, recompensando o que ela havia perdido no dia interior. Assim como, Hermione que fez desaparecer, como êxito, a sua lesma, na terceira tentativa, ganhando, da professora, dez pontos para Grifinória. As duas foram as únicas pessoas que não receberão dever de casa, todos os outros receberam ordem de praticar o feitiço e se preparar para uma nova tentativa com as lesmas na tarde seguinte.

Agora, Astraea estava sossegada, já que havia terminado todos os deveres de casa que os professores haviam passado. Ela se viu sossegada comendo no Salão Principal, enquanto ouvia histórias de como havia sido o dia de Benjamin, assim que alimentava Pólux. Com o tempo passando, Astraea viu seu tempo livre até a tarde.

Mesmo Astraea não tendo visto o garoto que ontem que havia atezanado a vida dela o dia todo pela manhã, de tarde ele foi rápido em encontrá-la enquanto andavam juntos para a próxima aula. Quando chegaram à aula de Trato das Criaturas Mágicas, à tarde, a cabeça de Astraea voltou a doer, pelo tanto de dever feito hoje e pelo tanto que teve que escutar não só os professores, mas também os alunos falando.

O dia se tornara frio e ventoso, e quando desciam o gramado em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida, sentiram pingos de chuva no rosto. A Prof. Grubbly-Plank aguardava a turma a uns dez metros da porta de entrada de Hagrid, em pé diante de uma longa mesa de cavalete cheia de gravetos. Quando Astraea chegou mais perto, ela logo viu o trio de ouro ali, ouvindo grandes gargalhadas às suas costas. Astraea se virou, junto com Harry, Hermione e Rony, vendo Draco Malfoy, que vinha na direção do trio de ouro, cercado pela gangue de sempre e colegas da Sonserina. Obviamente, dissera algo muito engraçado, porque os amigos deles e os demais continuaram a rir, gostosamente ao se reunirem em torno da mesa, e a julgar pelo modo insistente de olhar para Harry, Astraea e o moreno não tiveram muita dificuldade em adivinhar quem era o alvo da graça.

— Todos presentes? — Perguntou em um tom seco a Prof. Grubbly-Plank, quando os alunos da Sonserina e Grifinória finalmente chegaram. — Vamos começar logo, então. Quem é capaz de me dizer o nome dessas coisas?

A professora indicou o montinho de gravetos sobre a mesa. A mão de Astraea e Hermione se ergueram. Atrás de Hermione, Malfoy fez uma imitação dentuça de Hermione dando pulinhos de ansiedade para responder perguntar. A morena ao lado de Malfoy teve um acesso de riso que se transformou quase num grito, quando os gravetos sobre a mesa saltaram no ar e revelaram para de com minúsculos diabretes de madeira, cada um com nodosos braços e pernas marrons, dois dedos de graveto na ponta das mãos e uma cara gaiata e achatada que lembrava cortiça, em que brilhavam dois olhinhos de besouro.

— Uhhhhh! — Exclamaram Parvati e Lilá, irritando Astraea completamente.

— Por favor, falem baixo, meninas! — Disse a Prof. Grubbly-Plank energicamente, espalhando um punhado de algo parecido com arroz integral entre os bichos-gravetos, que imediatamente atacaram a comida. — Então... Alguém sabe o nome desses bichos?

— Tronquilhos. — Respondeu Astraea, atraindo a atenção de todos para ela, que olhavam chocados por não ter sido Hermione Granger a responder. — São guardiões de árvores, em geral vivem em árvores próprias para varinhas.

— Cinco pontos para a Sonserina. — Disse a Prof. Grubbly-Plank, fazendo os Sonserinos comemorarem. — São Tronquilhos, como disse corretamente a Srta...?

— Sinclair. — Respondeu Astraea em um sorriso.

— Como disse a Srta. Sinclair, em geral vivem em árvores que fornecem material de qualidade para varinhas. Alguém sabe o que eles comem?

— Bichos-de-conta. — Respondeu Astraea, antes que Hermione sequer conseguisse abrir a boca. — E também ovos de fada, quando conseguem encontrá-los.

— Muito bem, garota, fique com mais cinco pontos. Portanto, sempre que precisarem madeira de uma árvore que há um tronquilho alojado, é bom levar um presente de bichos-de-conta à mão para distrair ou aplacar seu guardião. Eles podem não ser perigosos, mas, se forem irritados, tentarão arrancar os olhos da pessoa com os dedos, que, como vocês vêem, são muito afiados e nem um pouco desejáveis perto dos olhos. Então, se vocês quiserem se aproximar um pouco mais, apanhem uns bichos-de-conta e um tronquilho. Tenho aqui o suficiente para dividi-los por grupos de três, vocês podem estudá-los com mais atenção. Quero que façam individualmente um esboço com todas as partes do corpo identificadas, até o final da aula.

A turma avançou para a mesa, mas Astraea esperou um pouco todos pegaram para ela poder ir. Olhando ao redor ela viu Harry intencionalmente dar a volta por trás, de modo a terminar ao lado da Prof. Grubbly-Plank.

Astraea ficou observando aquela cena, até perceber que agora ela tinha audição aguçada e podia tentar escutar algo, se encostando perto da mesa ela focou na conversa dos dois. Conseguindo ouvir tudo.

— Aonde foi o Hagrid? — Perguntou Harry, observando os outros escolhendo os tronquilhos.

— Não é da sua conta. — Respondeu a professora, deprimindo-o, com um sorriso afetado espalhado pelo rosto pontudo. Draco Malfoy desbruçou-se por cima de Harry e apanhou o maior tronquilho que havia.

Astraea franziu a testa, já se irritando pelo jeito do loiro aguado.

— Quem sabe. — Disse Malfoy a meia-voz, de modo que somente Harry pudesse ouvi-lo. Mas não era só Harry que ouvia, Astraea também fazia isso, só que disfarçadamente. — Aquele retardadão não acabou se machucando pra valer?

— Quem sabe o que vai lhe acontecer se não calar a boca? — Respondeu Harry pelo canto da boca.

— Vai ver ele anda se metendo com coisa grande demais para ele, se é que está me entendendo.

Malfoy se afastou rindo, por cima do ombro, para Harry, que parecia estar se sentindo mal. Ele tornou a dar a volta à mesa depressa e foi se juntar a Rony e Hermione, que estavam acocorados na grana a alguma distância, tentando persuadir um tronquilho a parar quieto, tempo suficiente para poderem desenhá-lo. Astraea observou Harry puxar o pergaminho e a pena, agachando-se ao lado dos outros e contoando, aos sussurros, o que Malfoy acabará de falar.

— Sabia que é feio escutar a conversa dos outros? — Sussurrou uma voz no ouvido de Astraea, fazendo ela se virar assustada em direção a pessoa, se deparando com o garoto que ela tanto odeia nesse momento.

— O que você quer? — Brandou, já começando a se estressar.

— Nada, apenas vim aqui te dizer que a Prof. Grubbly-Plank ao ver você olhando pro nada, claramente escutando a conversa dos outros. Pediu para meu adoravel eu, vim te perguntar se você quer fazer dupla comigo. — Disse tudo de uma vez, sorrindo enquanto colocava a cabeça de lado.

— Não.

— Como é que é? — Perguntou incrédulo.

— Eu disse não, quer ouvir em espanhol? No. — Ela sorriu sarcasticamente.

Andando em direção a mesa, ela pode reparar que não havia mais nenhum tronquilho ali. Xingando e resmungando ela se virou, indo em direção ao loiro-acastanhado que esperava por ela com um sorriso no rosto.

— Se você me irritar, eu soco a sua cara. — Avisou ela, puxando ele pela capa enquanto ia em direção ao gramado um pouco longe dali.

Os dois rapidamente se sentaram, quando Astraea ia perguntar onde estava o tronquilho, o garoto tirou o bicho de trás das costas, enquanto segurava ele pelas pernas. O bicho se esperneava todo, parecendo querer morder a mão do loiro-acastanhado.

— Não segura ele assim. — Falou ela secamente.

— E eu vou segurar ele de que jeito se ele quer me morder? — O garoto revirou os olhos.

— Como uma pessoa normal faria. — Disse ela, se inclinando para frente e arrumando o tronquilho na mão do garoto, que rapidamente parou de se mexer e ficou quietinho, o garoto olhava para ela paralisado, totalmente sem respirar. — Pronto.

Ela se afastou novamente, mal notando o jeito que o garoto estava em choque e paralisado pela sua aproximação, a ruiva tirou o pergaminho e a pena da mochila, vendo que Pólux se encontrava dormindo no fundo, ela soltou um sorriso involuntário, logo voltando a atenção para o tronquilho na frente.

Astraea prestou atenção nas características do bichinho, e logo começou a desenhá-lo com perfeição sobre o pergaminho, o loiro-acastanhado olhou sobre os ombros de Astraea, vendo o desenho e ele não pode deixar de se surpreender com o quanto ela desenhava bem.

— Você desenha bem. — Disse ele.

— Obrigada. — Sorriu olhando para ele por breve minutos, logo voltando a atenção pro desenho. — Qual é o seu nome?

— O que? — Perguntou confuso, saindo dos pensamentos onde soltava fogos de artifício pela ruiva ter sorriso para ele pela primeira vez, um sorriso genuíno. — Meu nome é Perseu.

— Tipo a constelação? — Perguntou olhando curiosamente pra ele.

— É, tipo a constelação.

— Maneiro. — Sorriu. — Meu nome é Astraea.

— Eu sei.

A ruiva franziu a testa, mas logo ignorando, se lembrando que ele deveria ter escutado na aula de ontem. Onde ela falou seu nome durante a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— É. — Astraea e Perseu ouviram a voz clara e arrastada de Malfoy no grupo mais próximo. — Papai esteve conversando com o ministro há uns dois dias, sabe, e parece que o Ministério está realmente decidido a agir com rigor para acabar com o ensino de segunda classe desta escola. Por isso, mesmo que aquele retardado supernutrido reapareça, ele provavelmente será despedido na hora.

— AI!

Astraea se virou na direção do grito, vendo que Harry apertara o tronquilho com tanta força que quase o partirá, e o bicho acabará de revidar, golpeando-lhe a mão com os dedos afiados, produzindo dois cortes longos e profundos. Harry largou-o no chão, os amigos de Malfoy que já estavam dando gargalhadas com a ideia de Hagrid ser despedido, riram com mais vontade ao ver o tronquilho disparar em direção à floresta, um homenzinho de graveto, logo sendo engolido pelas raízes das árvores. Se estressando com as gargalhadas dos amigos de Malfoy, e principalmente com a cara do loiro, Astraea se virou na direção dele. Seu olhar transferindo raiva, logo sendo percebido por Perseu que soltou o tronquilho rapidamente pronto para separar a ruiva caso ela fosse brigar.

— Hey, Malfoy! — Gritou ela, chamando a atenção não só do grupinho do loiro, mas também de todos. — Porque você não para de ser um riquinho mimado idiota, e pede pro seu “papai” tirar você dessa escola de “segunda classe" logo, hein? Tenho a certeza absoluta que ele seria muito bem capaz de te colocar em uma escola apropriada para você, ou ele mesmo pode te ensinar em casa, levando em consideração ao trabalho que ele faz, acho que ele conseguiria fazer isso, não acha?

A risada dos amigos de Malfoy logo pararam, sendo substituído por caras supresas, Draco olhou para Astraea com fogo nos olhos, pronto para rebater. Mas dessa vez, foram os alunos da Grifinória que começaram a rir, levando em consideração que o loiro havia acabado de ser humilhado por alguém de sua própria casa.

Quando a sineta tocou ao longe, evitando pelos terrenos da escola. Astraea enrolou o seu desenho já pronto, e o enfiou dentro da mochila. Ela se levantou preparada para ir para aula, passando em frente ao grupinho de Malfoy que permanecia calado. Perseu soltou um risinho atrás da ruiva, enquanto colocava a mão no bolso, olhando para Malfoy com zombação.

Juntos, Astraea e Perseu foram andando pelos canteiros de hortaliças. O céu continuava incapaz de decidir se queria ou não chover.

— Eu só gostaria que Hagrid não demorasse a voltar, nada mais. — Disse Harry em voz baixa, passando por Astraea e Perseu, quando chegaram às estufas. — E não me diga que a tal Grubbly-Plank é melhor como professora! — Acrescentou em tom de ameaça.

— Eu não ia dizer. — Respondeu Hermione calmamente.

— Sei. — Disseram Astraea e Perseu ao mesmo tempo baixinho.

— Porque ela nunca vai ser tão boa quanto Hagrid. — Afirmou ele, muitíssimo consciente de que acabará de presenciar uma aula exemplar de Trato das Criaturas Mágicas, e estava absolutamente aborrecido com isso.

A porta da estufa mais próxima se abriu e alguns alunos do quarto ano saíram, incluindo Gina Weasley.

— Oi. — Disse ela, alegremente, ao passar. Astraea encarou a ruiva, andando um pouco a frente até parar do lado de Harry, sem que ele percebesse.

Alguns segundos depois, saiu Luna Lovegood, atrás do resto da turma, o nariz sujo de terra e os cabelos amarrados em um nó no alto da cabeça. Quando viu Harry e Astraea, seus olhos salientes pareceram se arregalar de excitação, e ela traçou uma reta até eles. Muitos colegas de Harry e Astraea se viraram curiosos para olhar. Luna inspirou profundamente e anunciou, sem sequer dar um alô preliminar.

— Acredito que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou, e acredito que você lutou com ele e conseguiu fugir.

— Hum... Certo. — Disse Harry, sem jeito. Luna estava usando brincos que pareciam rabanetes cor de laranja, algo que Parvati e Lilá pareciam ter notado, porque davam risadinhas e apontavam para as orelhas dela.

— Nada legal o que estão fazendo sabia? — Sorriu Astraea sarcástica, olhando para as duas amigas com desgosto. — Acredito que vocês não gostariam que eu desse risada desse horroroso arranjo de cabelo.

As duas arregalaram os olhos, parecendo estar ofendidas. Mas Luna que já havia percebido as risadinhas delas e se virou para as duas.

— Podem rir. — Disse Luna, erguendo a voz, aparentemente sob a impressão que Parvati e Lilá estavam rindo do que ela dissera e não do que estava usando. — Mas as pessoas achavam que Blibbering Humdinger e Crumple-Horned Snorkack também não existiam.

— Ora, e tinham razão, não? — Perguntou Hermione, impaciente. — Não havia Blibbering Humdinger nem Crumple-Horned Snorkack.

Luna lançou-lhe um olhar de secar planta e foi embora, com um movimento de impaciência que fazia os rabanetes balançarem loucamente. Parvati e Lilá agora não eram as únicas a cair na gargalhada.

— Você se importa de não ofender as únicas pessoas que acreditam em mim? — Pediu Harry a Hermione.

— Ah, pelo amor de Deus, Harry, você pode arranjar gente melhor que ela. Gina me contou tudo sobre a Luna, pelo jeito, ela só acredita nas coisas quando não há provas de sua existência. Bem, eu não esperaria outra coisa de alguém cujo pai edita O Pasquim.

— E eu também não esperaria muita coisa de certas pessoas que acham que é melhor que os outros, sendo que não é. Também não esperaria coisa de certas pessoas que acha que criticar alguém sem conhecer, só ouvindo coisas por amiguinhas. Ah, e também não esperaria coisas de certas pessoas que certamente é uma idiota sem sal. — Disse Astraea passando por Harry e Hermione, está que estava totalmente morrendo de vergonha. — Mas sabe como é né, não podemos esperar muitas coisas de certas pessoas hoje em dia.

Astraea olhou Hermione de cima a baixo, e logo deu as costas, entrando na estufa de cabeça erguida. Aquilo era duas coisas que Astraea detestava, quando julgavam as pessoas pela aparência ou estilo ou quando julgavam as pessoas pelo o que ouviram sobre ela. E mesmo que Astraea não tenha um palpite sobre Hermione, ela estava odiando a garota nesse momento. E esperava que ela não fosse assim, e que aquilo fosse somente algo que ela falou da boca pra fora.

Quando a aula começou, não foi surpresa para ninguém que a Prof. Sprout começasse a aula fazendo uma preleção sobre a importância dos N.O.M.s. Astraea gostaria que todos os professores parassem com aquilo, estava começando a sentir ansiedade e contorções no estômago cada vez que se lembrava da quantidade de deveres que tinha a fazer pela frente, uma sensação que piorou dramaticamente quando a Prof. Sprout passou para os alunos mais um trabalho no final da aula. Cansados e exalando um forte cheiro de bosta de dragão, o adubo favorito da professora, os alunos da Grifinória e Sonserina marcharam de volta ao castelo, sem querer muita conversa. Fora mais um longo dia.

Como Astraea estava faminta, e teria sua primeira detenção junto com Harry com Umbridge às cinco horas, rumou direto para o salão, sem deixar a mochila nas masmorras, na sala da Sonserina, na esperança de engolir alguns coisa antes de enfrentar o que ela lhe reservará. Mal alcançará a entrada para o Salão Principal, e já estava correndo, para poder ir comer logo, passando por Harry e uma garota na qual não conhecia que estavam conversando sobre algo que a garota não pode distinguir.

Se sentando na mesa da sua casa, a garota foi rápida em tirar Pólux da sua mochila, colocando ele sobre seu pescoço. Como não havia muitas pessoas no Salão Principal, a garota não se importou em deixar Pólux para fora da mochila por aquele momento, ela pegou um pedaço de uma torta de frango e colocou sobre seu prato, mastigando junto com o suco de melancia. A ruiva estava tão entretida na comida que nem se quer notou a pessoa atrás de si.

— Hey! Astraea! — A voz de Luna preencheu seus ouvidos, fazendo com que ela virasse para trás.

— Oi, Luna! — A voz de Astraea mudou, ficando doce e calma. — Como você está?

— Muito, muito bem. — Respondeu a loira com um sorriso. — Eu soube que você defendeu Harry na aula da Prof. Umbridge, isso é muito nobre. Pelo menos é o que meu pai diz, ele sempre me disse que quando defendemos nossos amigos a gente passa a ser alguém nobre.

— Oh! Seu pai é alguém muito sábio, Luna. — A ruiva sorriu.

— Sim, ele é! — Afirmou ela com um sorriso no rosto, enquanto balançava seus brincos de rabanetes. — Sabe, eu fiz algo pra você.

— Algo pra mim? — Perguntou ela duvidosa.

— Sim, olhe.

Nesse momento Luna retirou de seus bolsos um saquinho tudo remendado de pano, com variadas cores entre ele, Astraea sorriu animada, pegando o saquinho da mão dá loira rapidamente. Ela abriu o saquinho, encontrando lá dentro a coisa mais fofa que ela já viu na vida, eram um par de brincos, mas não só brincos normais, eram brincos artesanal, uma pequena lâmpada com detalhes de cobra em volta.

— Aí, meu Merlin! Isso é lindo, Luna. — Astraea deu um sorriso, olhando para a loira que olhava para ela com animação. — Como alguém consegue fazer algo tão incrível assim?

— Eu posso fazer mais se você quiser.

— Claro, eu quero sim. — Ela se levantou dando um abraço na loira, que retribuiu no mesmo momento. — Você é um anjo, Luna.

Se separando ela olhou para a garota, que tinha as bochechas vermelhas e os olhos levados ao chão. Achando graça, ela riu, voltando a se sentar.

— Eu preciso ir agora. Mas foi muito bem rever você, Astraea. — Disse a loira. — A lâmpada acende, é apenas você clicar na parte debaixo dela.

— Obrigada, Luna. É o melhor presente que eu já ganhei na minha vida. — Sorriu feliz.

A loira concordou, e saiu pulando extremamente alegre pelo Salão Principal, enquanto Astraea ria de seu jeitinho fofo. Ela colocou o saquinho sobre o colo, vendo que Pólux que estava escondido atrás do cabelo dela saiu e pulou para seu colo, cheirando o saquinho. A ruiva pegou uma trufa de morango e comeu, dando um pequeno pedaço para Pólux que ainda cheirava o saquinho.

— Não é de comer Pólux. — Disse ela ao furão. — É presente.

Comendo mais duas trufas, uma de limão e outra de uva, a garota se levantou colocando o furão em volta do pescoço. A ruiva analisou o saquinho, ela tirou rapidamente os brincos pequenos de estrela que estava usando, colocando os de lâmpada que Luna havia dado pra ela. Ela guardou seus brincos dentro do saquinho, e pegou sua mochila guardando ele lá dentro. A garota jogou a mochila sobre os ombros, andando em direção a saída do Salão Principal.

Eram cinco para as cinco, então Astraea começou a andar mais rápido. Trampando com Harry na saída do Salão Principal. Os dois se encararam, começando a andar lado a lado, indo juntos para a sala de Umbridge.

— Brincos legais. — Comentou Harry.

— Obrigada, eu ganhei de uma amiga. — Disse a ruiva, colocando a mão sobre o brinco sorrindo.

Harry sorriu. Então os dois, agora em completo silêncio rumou para a sala da Umbridge, no terceiro andar. Assim que eles chegarem lá, Astraea e Harry se encararam para ver quem bateria na porta primeiro. Vendo a mão do garoto machucada, a ruiva foi rápida em bater na porta. Ouvindo a voz melosa de Umbridge logo em seguida.

— Entrem. — Os dois entraram cautelosamente, olhando a toda volta.

Harry conheceu essa sala à época dos seus três ocupantes anteriores. Quando Gilderoy Lockhart a usará, tinha as paredes cobertas de fotos dele sorridente. Quando Lupin a ocupará, parecia que a pessoa ia separar com alguma fascinante criatura fãs trevas em uma gaiola ou em um tanque, se aparecesse para visitá-lo. Na época do Moody impostor, a sala se encherá de instrumentos e artefatos para a detecção de malfeitos e dissimulações.

Agora, porém, estava completamente irreconhecível. Pelo menos na visão de Harry. As superfícies tinham sido protegidas por capas de rendas e tecidos. Havia vários vasos de flores secas, cada um sobre um paninho e, em uma parede, havia uma coleção de pratos decorativos, estampados com enormes gatos em tecnicolor, cada um com um laço deferente ao pescoço. Eram tão hediondos que Astraea e Harry ficou mirando-os, paralisados, até a Prof. Umbridge tornar a falar.

— Boa noite, Sr. Potter e Srta. Sinclair.

Harry se assustou do lado da ruiva e olhou para os lados. A princípio ele não havia notado ela, diferente da ruiva. Que mesmo que ela estava usando vestes de flores de tons pálidos que se fundiam perfeitamente com a toalha de mesa sobre a escrivaninha às suas costas, Astraea ainda conseguia indentificar ela pela sua cara feia de sapo.

— Noite, Prof. Umbridge. — Respondeu Harry e Astraea formalmente.

— Muito bem, sentem-se. — Disse ela, apontando para uma mesinha forrada com uma toalha de renda, junto a qual ela colocara uma cadeira de espaldar reto. Havia sobre a mesa duas folhas de pergaminho em branco, aparentemente a espera dos dois.

— Hum... — Começou Harry sem se mexer, fazendo Astraea o olhar. — Prof. Umbridge. Hum... Antes de começarmos, eu... Eu gostaria de lhe pedir um... Favor.

— Tá engasgado pra falar assim? — Perguntou Astraea para que apenas Harry pudesse escutar.

Os olhos saltados da professora se estreitaram.

— Ah, é?

— Bem, eu sou... Eu sou do time de quadribol da Grifinória. E eu devia participar dos testes para escolher um novo goleiro às cinco horas na sexta-feira e eu estava... Estava pensando se poderia faltar à detenção nessa noite e cumprir... Cumprir outra noite... Trocar...

Astraea revirou os olhos, já sabendo que muitos antes de Harry chegar ao fim do pedido, nada disso iria adiantar.

— Ah, não. — Disse Umbridge, dando um sorriso tão grande que parecia ter acabado de engolir uma mosca particularmente suculenta. — Ah, não, não, não. Este é o seu castigo e o castigo da Srta. Sinclair por espalhar histórias nocivas, maldosas, para atrair atenções, Sr. Potter, e com certeza os castigos não podem ser ajustados para atender a conveniência do culpado. Não, os senhores estarão aqui às cinco horas amanhã, depois de amanhã, e na sexta-feira também, e os dois cumprirá às suas detenções conforme programado. Acho muito bom o senhor estar sendo privado de alguma coisa que realmente queira fazer. Isto irá reforçar a lição que estou querendo lhe ensinar. Agora você, Srta. Sinclair, algo a pedir?

— Não. Não tenho nada a pedir, Prof. Umbridge. — Disse secamente.

Ela olhou para Harry, o mesmo que parecia sentir o sangue afluir à cabeça e ouvir um tambor tocando nos ouvidos. Então era ela e Harry que contava histórias nocivas, maldosas, para atrair atenções, era?

A professora os observava com a cabeça ligeiramente inclinada para um lado, mantendo o largo sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que os dois estava pensando, e esperasse para ver se eles recomeçariam a gritar. Com um esforço concentrado, Harry desviou o olhar dela, largou a mochila ao lado da cadeira de espaldar reto e se sentou. Sendo seguido pela ruiva, que revirou os olhos no momento que desviou o olhar de Dolores, xingando ela de todos os nomes na mente.

— Pronto. — Disse a professora com meiguice. — Já estamos começando a controlar melhor o nosso gênio, não estamos? Agora os senhores vão escrever algumas linhas para mim, Sr. Potter e Srta. Sinclair. Não, não com a sua pena. — Acrescentou, quando Harry e Astraea se curvaram para abrir a mochila. — Os senhores vão usar uma especial que tenho. Tome aqui.

E ela entregou para cada um, uma pena longa e preta, com a ponta excepcionalmente aguda.

— Quero que os senhores escrevam: Não devo contar mentiras. — Disse a professora brandamente.

— Quantas vezes? — Perguntou Harry e Astraea, com uma imitação bastante crível de boa educação.

— Ah, o tempo que for preciso para a frase penetrar. — Disse Umbridge com meiguice. — Podem começar.

A professora foi para sua escrivaninha, se sentou e se debruçou sobre uma pilha de pergaminho que pareciam deveres para corrigir. Harry e Astraea ergueram a pena preta e afiada, e então os dois perceberam rapidamente o que estava faltando.

— A senhora não nos deus tinta. — Disse Harry.

— Ah, vocês não vão precisar de tinta. — Disse ela, com um leve tom de riso na voz.

Astraea encostou a ponta da pena no pergaminho e escreveu: Não devo contar mentiras.

Astraea e Harry soltaram uma exclamação de dor. As palavras apareceram no pergaminho em tinta brilhante e vermelha. Ao mesmo temo, elas se replicaram nas costas de sua mão direita, gravadas na pele como se tivesses sido riscadas por um bisturi, contudo, mesmo enquanto observava o corte brilhante, a pele tornou a fechar, deixando o lugar um pouco mais vermelho que antes, mas, de outra forma, inteiro.

Harry ao lado da ruiva, virou a cabeça para olhar a Umbridge. Ela observava os dois, a boca rasgada e bufonídea destemida em um sorriso.

— Pois não?

— Nada. — Disse Harry em voz baixa.

Astraea olhou a gravatura em sua mão, e foi assim que a garota começou a tremer de raiva, seu corpo tremia, enquanto ela olhava para a mensagem escrita. Seu rosto estava vermelho, e seus olhos azuis se transformaram em um vermelho escarlate por alguns segundos. Harry olhou para ela, parecendo assustado. Prof. Umbridge que estava em sua escrivaninha elevou seu olhar para a ruiva, devido ao barulho que a mesinha fazia por causa da tremedeira que Astraea estava tendo.

— Srta. Sinclair? — Chamou Umbridge, com sua voz meiga e doce.

— Você vai pagar. — Disse baixinho.

— Perdão? — Perguntou a professora com sua vozinha de rato.

— Você vai pagar por isso, Prof. Dolores Umbridge. — Exclamou ela em um alto e bom tom.

A professora achando graça, apenas soltou um risinho fino, voltando a atenção pros deveres a corrigir. Astraea tornou a voltar sua atenção para o pergaminho, tocou-o com a pena, escreveu Não devo contar mentiras, e sentiu a ardência nas costas da mão pela segunda vez; e de novo as palavras cortaram sua pele; e, de novo, sararam segundos depois.

E assim a tarefa prosseguiu. Repetidamente Astraea e Harry escreveram as palavras no pergaminho, não com tinta, como logo veio a perceberem, mas com o próprio sangue. E sucessivamente as palavras eram gravadas nas costas de suas mãos, fechavam e reapareciam da próxima vez que os dois tocavam o pergaminho com a pena.

A noite desceu à janela da Umbridge. Harry e Astraea não perguntaram quando teriam permissão de parar. Nem sequer consultaram em seu relógio. Sabiam que ela os observava à procura de sinais de fraqueza, e os dois não iriam manifestar nenhum, nem mesmo se tivessem que sentar ali a noite inteira, cortando suas próprias mãos com aquela pena.

— Venham cá. — Disse ela, depois do que lhe pareceram muitas horas.

Os dois se levantaram. A mão de Astraea ardia dolorosamente. Quando baixou os olhos, viu que o corte fechará, mas a pele estava em carne viva.

— Mãos. — Disse ela.

Os dois a estenderam. Umbridge segurou nas dela. Astraea reprimiu um estremecimento quando ela a tocou com seus dedos grossos e curtos, que exibiam vários anéis velhos e feios.

— Tss, tss, parece que ainda não gravou fundo o bastante. — Disse sorrindo. — Bom, teremos de tentar outra vez amanhã à noite, não é mesmo? Podem ir.

Harry saiu da sala sem dizer uma palavra, apenas pegando sua mochila. Mas, Astraea não, Astraea olhou para Umbridge, um olhar matador, uma promessa, uma promessa que ela se vingaria. Então saindo da sala, depois de pegar sua mochila, ela bateu a porta com tudo, no exato momento que uma névoa de poder verde passou pela sala de Umbridge, derrubando todos os quadros de gato que ela tinha na parede. Mas ninguém sabia, ninguém sabia que era Astraea a portadora desse poder.

—— Olá, estrelas e constelações!
Mais um capítulo pra vocês hoje, e nesse capítulo tem um monte de babado hein. Vulgo Perseu dizendo que não queria a Astraea por perto, mas ele indo atrás dela, muito cara de pau esse menino. Sem contar na Astraea defendendo a Luna, aí como eu amo essa amizade. E falando sobre a tortura da Umbridge, o que foi isso, mal posso esperar pra ver a Astraea se vingando da Umbridge, e fazendo ela pagar por isso. E meu deus, que poder foi esse no final? Gente, eu tô chocada, passada.

—— Não se esqueçam de votar e comentar, pra ajudar a fanfic a ir pra frente! É isso por hoje gente, amo vocês! Agora só vai ter capítulo amanhã, porque não terminei ele ainda. Sem contar que esse tá com 7016 palavras.

MALFEITO FEITO!

— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.

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