ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗙𝗢𝗥𝗧𝗬 𝗙𝗢𝗨𝗥❕
ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗳𝗼𝗿𝘁𝘆 𝗳𝗼𝘂𝗿. ᠉ ࣪ ˖
a sala de profecias!
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𝗘𝗦𝗧𝗔𝗥 𝗡𝗢 𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧𝗘́𝗥𝗜𝗢 𝗡𝗘𝗦𝗦𝗔𝗦 𝗖𝗜𝗥𝗖𝗨𝗡𝗦𝗧𝗔̂𝗡𝗖𝗜𝗔𝗦, definitivamente não estava nos planejamentos de Astraea. Ela nunca pensou que teria que vir ao Ministério para fazer isso, salvar seu tio da morte e principalmente das mãos de Voldemort, mas o que não saia de sua cabeça, era o porquê de ser justo ali, porque essa tal arma estava escondida no Ministério. Tudo isso para ela, não fazia o menor sentido, a ruiva queria entender o motivo, saber o porquê, entender tudo e seria isso que ela faria, ela iria buscar pelas respostas que estão em branco em sua vida, buscar por tudo que estão escondendo dela, por tudo que todos faziam questão de não responder para ela. Astraea se encontrava cansada de não receber respostas, estava cansada de ter que ficar sem saber coisas de sua própria vida e ela nem sabia o porquê, mas estando ali, ela com toda certeza não deixaria que ninguém matasse seu tio, ele não poderia ir, não poderia deixá-la, não quando ele ao menos sabia que ela estava viva.
— Vamos. — Harry disse baixinho, e os oito saíram correndo pelo saguão, Harry à frente, passaram pela fonte e se dirigiram à mesa onde o bruxo-vigia, que agora estava deserta.
Astraea tinha certeza de que devia haver um segurança ali, certamente sua ausência era um mau sinal, e seu pressentimento se intensificou quando cruzaram os portões dourados para o elevador. A ruiva apertou o botão de descida mais próximo e um elevador apareceu com enorme ruído, quase imediatamente, as grades douradas se abriram produzindo um grande eco metálico, e eles embarcaram depressa. Astraea deu espaço para Harry e ele apertou o botão de número nove, as grades se fecharam com estrépito e o elevador começou a descer, balançando com grande ruído. A ruiva percebeu como esses elevadores eram barulhentos, tinha certeza de que despertariam cada segurança no edifício, porém, quando o elevador parou, a voz tranquila da mulher anunciou.
— Departamento de Mistérios. — E as grades se abriram. Eles saíram para o corredor onde nada se movia exceto as chamas dos archotes mais próximos, bruxuleando na corrente de ar produzida pelo elevador.
Astraea e Harry se viraram para a porta preta e simples. Depois de sonhar meses com essa imagem, os dois finalmente estava ali.
— Vamos. — O moreno sussurrou, e saiu à frente pelo corredor com a ruiva ao seu lado, Luna logo atrás, olhando para tudo com a boca ligeiramente aberta.
— Ok, ouçam. — Disse Harry, parando outra vez a menos de dois metros da porta. — Talvez… talvez umas duas pessoas deveriam ficar aqui para... para vigiar e...
— E como é que vamos avisar se tiver alguma coisa vindo? — Perguntou Gina, as sobrancelhas erguidas. — Você poderia estar a quilômetros de distância.
— Vamos com você, Harry. — Disse Neville.
— Vamos logo. — Rony tomou a frente com firmeza.
Harry continuava parecendo não querer levar todos, mas Astraea sabia que eles não tinham escolha. Virou-se então para a porta e prosseguiu, exatamente como fizera em sonho, a porta se abriu e eles cruzaram o portal à frente dos outros. Estavam em uma grande sala circular. Tudo ali era preto, inclusive o piso e o teto, a intervalos, havia portas pretas idênticas, sem letreiros, nem maçanetas, separadas por candelabros de chamas azuis, a toda volta das paredes, a claridade fria e tremeluzente refletida no piso de mármore polido dava a impressão de que havia água escura no chão.
— Alguém feche a porta. — Murmurou Astraea.
Ela se arrependeu de ter dado a ordem no momento em que Neville a obedeceu. Sem a longa réstia de luz que vinha do corredor iluminado pelos archotes, a sala se tornou tão escura que por um instante as únicas coisas que os garotos conseguiam ver eram os candelabros de chamas trêmulas e azuladas nas paredes e seu reflexo fantasmagórico no chão. Em seu sonhos, Astraea e Harry sempre atravessaram esta sala, decididos, em direção à porta imediatamente oposta à entrada, e continuavam a andar. Mas havia umas doze portas ali. Enquanto estava olhando para as portas defronte, tentando resolver qual seria a certa, ouviu-se um ribombar prolongado e as velas começaram a se deslocar para o lado. A sala circular estava girando. Perseu agarrou o braço da ruiva como se temesse que o chão fosse mexer também e acabasse machucando ela, mas isto não aconteceu. Durante alguns segundos, as chamas azuis ao redor deles ficaram borradas, lembrando linhas de néon, à medida que a parede ganhou velocidade, então, com a mesma brusquidão com que o movimento começou, o ronco parou e tudo se imobilizou outra vez. As retinas de Astraea tinham riscos azuis gravados nelas, era só o que a garota conseguia ver.
— Que foi isso? — Sussurrou Rony, cheio de medo.
— Acho que foi para nos impedir de saber por que porta entramos. — Disse Gina com a voz abafada.
Astraea percebeu na hora que a amiga tinha razão, identificar a porta de saída seria tão difícil quanto localizar uma formiga naquele piso muito negro, e a porta pela qual deviam prosseguir podia ser qualquer uma das doze que os cercavam.
— Como é que vamos sair na volta? — Perguntou Neville pouco à vontade.
— Bom, isso agora não tem importância. — Harry falou, convincente, a ruiva do seu lado piscava para tentar apagar as linhas azuis de sua vista. — Não vamos precisar sair até termos encontrado Sirius...
— Mas não comece a chamar por ele! — Disse Hermione em tom urgente, mas Harry nunca precisará menos de tal conselho, seu instinto parecia ser fazer o mínimo de barulho possível.
— Aonde vamos então, Harry? — Perguntou Rony.
— Eu não... — Começou Harry. — Nos sonhos, eu passava pela porta no fim do corredor, vindo dos elevadores, e entrava em uma sala escura, está aqui, então atravessava por outra porta e entrava em uma sala que meio que cintilava. Temos de experimentar algumas portas.
— Não saiam de perto. — Astraea se virou para todos os outros. — Não sabemos o que nos espera aqui. Eu e Harry vamos na frente, não entrem dentro das salas sem nossa permissão. Harry e eu saberemos o caminho certo quando o vir. Vamos.
A ruiva rumou direto para a porta agora à sua frente, os outros seguindo-a de perto, encostou a mão em sua superfície fresca e brilhante, ergueu a varinha pronta para atacar no instante em que a porta se abrisse, e a empurrou. Ela se abriu facilmente. Depois do escuro da primeira sala, as luminárias baixas, presas ao teto por correntes douradas, davam a impressão de que esta sala comprida e retangular era muito mais clara, embora não houvesse luzes cintilantes nem tremeluzentes como Harry disse que vira em sonhos. O lugar estava bem vazio, exceto por algumas escrivaninhas e, bem no centro da sala, um enorme tanque de vidro com um líquido muito verde, suficientemente espaçoso para todos nadarem nele, vários objetos brancopérola flutuavam nele lentamente.
— Que coisas são essas? — Sussurrou Rony.
— Não sei. — Respondeu Astraea olhando para o tanque desconfiada.
— São peixes? — Murmurou Gina.
— Larvas aquovirentes! — Exclamou Luna, excitada. — Papai disse que o Ministério estava criando...
— Não. — Astraea disse observando melhor, sua voz estava estranha. Ela se aproximou para espiar pelo lado do tanque. — São cérebros.
— Cérebros?
— É... que será que estão fazendo com eles?
Harry foi até junto do tanque, parando ao lado da ruiva. Sem a menor dúvida, não podia haver engano agora que ela os via de perto. Tremeluzindo fantasmagoricamente, os cérebros apareciam e desapareciam flutuando nas profundezas do líquido verde, lembrando couves-flores lodosas.
— Vamos embora daqui. — Harry disse. — Não é a sala certa, precisamos experimentar outra porta.
— Há portas aqui também. — Rony apontou para as paredes. Astraea se sentiu desanimar, que tamanho tinha esse lugar?
— No meu sonho, eu atravessava aquela sala escura e em seguida outra. Acho que devíamos voltar e tentar novamente de lá.
Então eles voltaram depressa à sala escura e circular, as sombras fantasmais dos cérebros agora nadavam diante dos olhos de Astraea no lugar das chamas azuis das velas.
— Esperem! — Disse Hermione, enérgica, quando Luna fez menção de fechar a porta da sala dos cérebros, às costas deles. — Flagrate!
Ela fez um desenho no ar com a varinha e um X de fogo apareceu na porta. Mal a porta acabara de se fechar com um estalido, ouviu-se um grande ronco e mais uma vez a parede começou a girar muito rápido, mas agora havia um borrão vermelho e ouro no meio do azul pálido e, quando tudo tornou a parar, a cruz de fogo ainda ardia, mostrando a porta que eles já haviam experimentado.
— Bem pensado. — Astraea sorria orgulhosa da amiga.
— Ok, vamos experimentar esta aqui...
Novamente, ela e Harry rumaram para a porta diretamente em frente e a empurrou, com a varinha ainda erguida, os outros nos seus calcanhares. Esta sala era maior do que a anterior, fracamente iluminada e retangular, e seu centro era afundado, formando um grande poço de pedra com mais de cinco metros de profundidade. Os garotos estavam no nível mais alto de uma série de bancos de pedra que corriam a toda volta da sala e desciam em degraus íngremes como em um anfiteatro, ou o tribunal em que Harry fora julgado pela Suprema Corte dos Bruxos. No lugar de uma cadeira com correntes, porém, havia um estrado no centro do poço e sobre ele um arco de pedra que parecia tão antigo, rachado e corroído que Astraea se admirou que ainda se sustentasse em pé. Sem se apoiar em parede alguma, o arco estava fechado por uma cortina ou véu preto esfarrapado que, apesar da total imobilidade do ar frio circundante, esvoaçava muito levemente como se alguém o tivesse acabado de tocar.
— Quem está aí? — Perguntou Harry, saltando para o banco abaixo. Não houve resposta, mas o véu continuou a esvoaçar e balançar.
— Cuidado! — Sussurrou Hermione.
Harry desceu depressa pelos bancos, um a um, até chegar ao fundo da pedra do poço, imediatamente a ruiva seguiu o amigo para evitar que ele fizesse algo. Seus passos ecoaram fortemente quando se encaminhou devagar para o estrado. O arco pontiagudo parecia muito mais alto de onde ela estava agora do que quando o contemplara do alto. O véu continuava a balançar suavemente, como se alguém tivesse acabado de passar.
— Sirius? — Harry tornou a chamar, mas em voz mais baixa agora que estava mais próximo.
Astraea parou ao seu lado e ela tinha a estranha sensação de que havia alguém parado além do véu do outro lado do arco. Apertando com força a varinha na mão, ela contornou o estrado, mas não havia ninguém; só o que se via era o outro lado do véu preto e esfarrapado.
— Vamos embora. — Chamou Hermione do meio da escadaria. — Não é a sala certa, Harry e Astraea, andem, vamos logo.
Ela parecia amedrontada, muito mais do que estivera na sala onde os cérebros flutuavam, mas Astraea achou que o arco possuía uma certa beleza, por mais velho que fosse. O véu ondulando suavemente a intrigava, ela sentiu um forte impulso de subir no estrado e atravessá-lo.
— Ei, vamos embora, ok? — Insistiu Hermione com maior veemência.
— Ok. — Respondeu a ruiva se virando, diferente dela, Harry não se mexeu. Ele parecia acabar de ouvir alguma coisa. Sussurros fracos, sons de murmúrios vinham do outro lado do véu. — Que é que você está dizendo?
Quando Astraea ouviu ele perguntar, muito alto, fazendo suas palavras ecoarem pelos bancos de pedra. Ela se virou na direção dele franzindo o cenho, como assim dizendo? Não havia ninguém dizendo nada, pelo menos ela não ouvia nada.
— Ninguém está falando, Harry! — Hermione falou, agora se aproximando.
— Alguém está sussurrando ali atrás. — Disse ele, fugindo do alcance de Hermione e continuando a franzir a testa para o véu. — É você, Rony?
— Estou aqui, cara. — Rony apareceu do outro lado do arco.
— Ninguém mais está ouvindo? — Perguntou Harry, porque os sussurros e murmúrios pareciam estar se tornando mais altos, a ruiva levantou uma sobrancelha quando viu ele colocando seu pé em cima do estrado.
— Eu também estou ouvindo. — Cochichou Luna, reunindo-se a eles pela lateral do arco e observando o véu ondular. — Tem gente aí dentro!
— Que é que você quer dizer com gente aí dentro? — Hermione exigiu saber, saltando do último degrau e parecendo muito mais zangada do que a ocasião exigia. — Não tem ninguém aí dentro, é apenas um arco, não tem espaço para ninguém dentro dele. Harry, pare com isso, vamos embora...
Ela o agarrou pelo braço, mas ele resistiu.
— Harry, a gente veio aqui por causa do Sirius! — Astraea o chamou de longe querendo que ele saísse de seu transe.
— Sirius. — Repetiu Harry, ainda fitando, hipnotizado, o véu que balançava sem parar. — É...
Alguma coisa finalmente voltou ao lugar em seu cérebro, a menção de Astraea no nome de Sirius, fez ele lembrar dele capturado, amarrado e torturado, e ele ali olhando para esse arco. Harry se afastou vários passos do estrado e desviou com esforço o olhar do véu. Astraea pode suspirar em paz, sabendo que seu melhor amigo havia finalmente saído do transe que o prendia ali.
— Vamos. — Harry falou.
— É isso que estive tentando... bom, vamos, então! — Hermione disse, e saiu à frente, contornando o estrado.
Do outro lado, Gina e Neville estavam parados olhando o véu também, aparentemente em transe. Sem falar, Hermione segurou o braço de Gina, e Rony o de Neville, e eles conduziram os amigos com firmeza ao primeiro banco de pedra e subiram em direção à porta. Astraea parecia a única a não ter entrado em transe então foi na direção do namorado que também olhava para o véu, pegando em sua mão ela o puxou junto a ela para que ele pudesse voltar a vida real.
— Que é que você acha que aquele arco era? — Perguntou Harry a ruiva quando chegaram à sala circular e escura.
— Não sei, mas, fosse o que fosse, era perigoso. — Afirmou ela observando Hermione marcar a porta com uma cruz de fogo.
Mais uma vez, a parede girou e parou. Astraea e Harry se dirigiam a mais uma porta ao acaso e a empurrou. Ela não cedeu.
— Que foi? — Perguntou Hermione.
— Está... trancada.— Harry falou, jogando o peso contra a porta, mas ela não se moveu.
— Então é essa, não é? — Disse Rony, excitado, juntando-se a Harry na tentativa de forçar a porta a abrir. — Tem de ser.
— Saiam da frente! — Mandou Astraea revirando os olhos, era engraçado ver dois bruxos tentando usar a força física para abrir uma porta quando havia feitiço para isso. Ela apontou a varinha para o lugar normal da fechadura em uma porta comum e disse. — Alohomora!
Nada aconteceu. Achando que sua varinha tinha pifado ela deu batidinhas na mão, mas de lá saiu faíscas verdes que mostrava que o varinha continuava a funcionar.
— O canivete de Sirius! — Lembrou Harry. Ele o tirou do bolso interno das vestes e inseriu na fresta entre a porta e a parede. Os outros o observaram ansiosos deslizar o canivete de alto a baixo, retirálo e, então, tornar a empurrar o ombro contra a porta. Ela continuou tão fechada quanto antes. E, mais ainda, quando Harry olhou para o canivete, viu que a lâmina derretera.
— Certo, vamos sair dessa sala. — Disse Hermione, decidida.
— Mas e se for a tal? — Perguntou Rony, olhando-a ao mesmo tempo com apreensão e desejo.
— Não pode ser, Harry passou por todas as portas em sonho. — Hermione explicou, marcando a porta com outra cruz de fogo enquanto Harry repunha no bolso o canivete inutilizado do padrinho.
— Você sabe o que poderia haver aí dentro? — Perguntou Luna, ansiosa, quando a parede recomeçou a girar mais uma vez.
— Alguma coisa estridulosa, com certeza. — Hermione comentou baixinho, e Neville soltou uma risadinha nervosa.
A parede foi parando e Harry, parecendo estar com uma sensação de crescente desespero, empurrou a porta seguinte.
— É essa!
Astraea olhou para dentro e reconheceu-a imediatamente pelas belas luzes que dançavam e cintilavam como diamantes. Quando os olhos da ruiva se acostumaram à claridade intensa, ela viu relógios refulgindo em cada superfície, grandes e pequenos, relógios de estojo e alça, e de pêndulo, expostos nos intervalos das estantes ou sobre as escrivaninhas, por toda a extensão da sala, e cujo tiquetaquear incessante enchia o ambiente como se fossem milhares de pés em marcha. A fonte da luz que dançava e cintilava era um vidro alto de cristal, em forma de sino, a uma extremidade da sala.
— Por aqui!
O coração da ruiva começou a bater freneticamente, agora que sabia que estava no caminho certo, ela saiu à frente com Harry pelo pequeno espaço entre as escrivaninhas, dirigindo-se, como fizeram em sonho, à fonte de luz, o vidro de cristal em forma de sino, que era quase de sua altura e parecia estar cheio de um vento luminoso que soprava em ondas.
— Ah, olhem! — Exclamou Gina, quando se aproximaram, apontando para o interior do vidro.
Flutuando ali, na correnteza luminosa, havia um minúsculo ovo que brilhava como uma joia. Quando subia, o ovo se abria e dele emergia um beija-flor, que era impelido para o alto, mas ao ser apanhado pela corrente de ar voltava a molhar e amarrotar as penas, e quando chegava ao fundo do vidro encerrava-se mais uma vez em seu ovo.
— Não parem! — Disse Harry com rispidez, porque Gina demonstrava querer parar para apreciar a transformação do ovo em pássaro.
— Você demorou bastante naquele arco velho! — Respondeu ela, zangada, mas seguiu-o além do vidro em direção à única porta que havia.
— É essa. — Astraea falou, e seu coração agora batia com tanta força e rapidez.
— É por aqui... — Harry disse tão nervoso quanto a amiga que estava ao seu lado.
Astraea olhou para os amigos, tinham as varinhas na mão e pareciam de repente sérios e ansiosos. Tornou a se voltar para a porta e empurrou-a. Ela se abriu. Era a sala, eles a haviam encontrado, da altura de uma catedral, contendo apenas estantes elevadas e cobertas de pequenas esferas de vidro cheias de pó. Elas bruxuleavam fracamente à luz dos candelabros presos a intervalos ao longo das estantes. Como os da sala circular que haviam deixado para trás, suas chamas eram azuis. A sala era muito fria. Astraea avançou cautelosamente e espiou por um dos corredores sombrios entre duas fileiras de estantes. Não ouviu nada nem viu o menor sinal de movimento.
— Você disse que era no corredor noventa e sete. — Cochichou Hermione.
— É. — Murmurou Harry, erguendo a cabeça para examinar a fileira mais próxima. Sob o candelabro de chamas azuis, que dela se destacava, via-se o número cinquenta e três em prata.
— Precisamos ir para a direita, acho. — Sussurrou Hermione, apertando os olhos para enxergar a fileira seguinte. — É... essa é a cinquenta e quatro...
— Mantenham as varinhas preparadas. — Recomendou a ruiva baixinho.
Eles seguiram devagarzinho, olhando para trás enquanto percorriam os longos corredores de estantes, cuja parte final estava imersa em quase total escuridão. Minúsculas etiquetas amareladas estavam coladas sob cada esfera de vidro nas prateleiras. Algumas possuíam um estranho brilho líquido, outras eram opacas e escuras por dentro como lâmpadas queimadas. Passaram pela fileira oitenta e quatro, oitenta e cinco, Astraea procurava escutar o menor
movimento com sua audição aprimorada, mas Sirius poderia estar amordaçado agora, ou até inconsciente, ou, disse uma voz intrometida em sua cabeça, poderia já estar morto. Harry teria sentido, disse a si mesma, seu coração agora batendo mais rapido, ele saberia...
— Noventa e sete! — Sussurrou Hermione.
Os garotos pararam agrupados no fim de uma fileira, espiando para o corredor ao lado. Não havia ninguém ali.
— Ele está bem no final. — Harry tentou explicar, mas a ruiva não parecia convencida disso. — Não se consegue ver direito daqui.
E Harry os conduziu entre as estantes muito altas com as esferas de vidro, algumas das quais refulgiam suavemente quando eles passaram.
— Ele deve estar perto. — Sussurrou Harry, a ruiva achou que ele parecia muito convencido de que cada passo iria trazer a visão de Sirius em farrapos no chão escuro. — Em algum lugar por aqui... muito perto...
— Harry! — Disse Hermione, hesitante, mas ele não quis responder.
— Em algum lugar por aqui...
Haviam chegado ao fim do corredor e saíram para a claridade fraca das velas. Não havia ninguém ali. Tudo era um silêncio ressonante e empoeirado.
— Ele poderia estar... — Sussurrou Harry, rouco, espiando para o próximo corredor. — Ou talvez...
Astraea olhou ele correr para olhar o corredor além. Em sua mente se passou o que ela sabia que iria acontecer desde que haviam saído de Hogwarts, Sirius não estava ali, era uma armadilha e se isso é uma armadilha… então, aqueles que armaram ela estavam para chegar a qualquer instante.
— Harry? — Tornou a chamar Hermione.
— Quê? — Vociferou ele.
— Eu... eu acho que Sirius não está aqui.
Ninguém falou. Harry não quis olhar para ninguém. Parecia estar em transe, estar pensando, se culpando, se martirizando, sua mente parecia estar uma bagunça, assim como a de sua amiga também estava. Astraea observou Harry percorrer o espaço no final das fileiras de estantes, espiando cada um. Um corredor após outro passou pelos seus olhos, vazios. Correu no sentido oposto, e tornou a passar pelos companheiros que o observavam. Não havia sinal de Sirius em parte alguma, nem qualquer vestígio de luta.
— Harry? — Chamou Rony.
— Quê?
Dava para ver que ele não queria ouvir o que Rony tinha a dizer, não queria ouvi-lo dizer que ele fora idiota ou sugerir que deviam voltar para Hogwarts, a ruiva sabia que ele estava envergonhado, que não queria olhar para os outros, que não queria que eles o julgasse, mas Astraea tinha a certeza de que nenhum deles jamais faria isso.
— Você viu isso? — Perguntou Rony.
— Quê? — Disse Harry, mas desta vez ansioso.
Ele voltou ao lugar em que os amigos estavam parados, um pouco adiante da fileira noventa e sete, mas não encontrou nada, exceto Rony olhando para uma das esferas empoeiradas na prateleira. Astraea também não queria olhar para nenhum lugar, sua mente pensava que se seu tio não estava ali, então Monstro havia mentido, mas por quê? Por que ele havia feito isso? Aquelas marcas em suas mãos… alguém havia feito aquilo, alguém havia o obrigado a fazer isso, mas quem?
— Quê? — Repetiu Harry mal-humorado.
— Tem... tem o seu nome escrito aqui. — Rony fez uma pausa. — O nome da Astraea também, só que com um sobrenome diferente.
A ruiva pareceu sair do transe erguendo a cabeça, Harry se aproximou um pouco mais. O amigo estava apontando para uma das pequenas esferas de vidro que fulgurava com uma fraca luz interior, embora estivesse muito empoeirada e não parecesse ser tocada havia muitos anos.
— Meu nome? — Harry perguntou sem entender.
Astraea imediatamente franziu o cenho, andando em passos rápidos ela parou ao lado de Rony, juntamente com Harry ao seu lado. Não sendo tão alta quanto Rony, precisou esticar o pescoço para ler a etiqueta amarela afixada na prateleira logo abaixo da esfera coberta de pó. Em letra garranchosa, havia escrita uma data há dezesseis anos, e embaixo.
S.P.T. para A.P.W.B.D.
Lorde das Trevas, Harry Potter
e Astraea Black.
Astraea arregalou os olhos, seu coração deu um pulo.
— Que é isso? — Perguntou Rony, parecendo nervoso. — Que é que o nome de vocês está fazendo aqui?
Rony correu o olhar pelas outras etiquetas naquela prateleira.
— Eu não estou aqui. — Disse ele, perplexo. — Nenhum de nós está além de vocês dois.
— Harry, acho que você não devia tocar nisso. — Hermione falou, enérgica, quando o garoto esticou a mão.
— Por que não? — Disse ele. — É alguma coisa ligada a mim, não é?
— Não, Harry. — Neville negou repentinamente. Harry olhou para o amigo. O suor brilhava levemente no seu rosto redondo. E dava a impressão de que não podia aguentar mais tanto suspense.
— Tem o meu nome nela. — Astraea sussurrou baixinho para ninguém ouvir, erguendo a cabeça novamente ela encarou a esfera.
E sentindo-se um pouco afoita, ela fechou os dedos em torno da superfície empoeirada da peça antes que Harry pudesse o fazer. Esperava que fosse fria, mas não. Ao contrário, parecia que estivera no sol durante horas, como se o seu fulgor interno a aquecesse. Esperando, e até ansiando, que alguma coisa dramática fosse acontecer, alguma coisa excitante que pudesse afinal justificar sua longa e perigosa viagem, a ruiva tirou a esfera da prateleira e examinou-a. Nada aconteceu. Os outros se aproximaram mais de Astraea, mirando o globo enquanto ela limpava a poeira que o recobria. As mãos de Harry seguraram no globo juntamente com a amiga, ambos olhando para ela com olhos vazios, não estavam entendendo. Então, às costas deles, uma voz arrastada falou.
— Muito bem, Potter. Agora se vire, muito devagarzinho, e me entregue isso.
Vultos escuros surgiam de todos os lados, bloqueando o caminho dos garotos à esquerda e à direita, olhos brilhavam nas fendas dos capuzes, uma dúzia de pontas de varinhas acesas apontavam diretamente para seus corações. Gina soltou uma exclamação de horror, rapidamente às mãos de Astraea escorregaram para longe do globo, deixando nas mãos do moreno ela foi rápida em andar até Perseu e Luna e os puxarem para trás de si, seguindo o mesmo caminho da namorada, o loiro-acastanhado soltou de seu aperto e parou na sua frente de modo protetor enquanto a ruiva fazia o mesmo com a loira.
— A mim, Potter. — Repetiu a voz arrastada de Lucius Malfoy enquanto estendia a mão, de palma para cima.
As entranhas de Astraea despencaram, provocando náuseas. Eles estavam encurralados e em inferioridade numérica de dois para um.
— A mim. — Repetiu Malfoy ainda uma vez.
— Onde está Sirius? — Perguntou Harry.
Vários Comensais da Morte riram, uma voz estridente de mulher, no meio das figuras sombrias à esquerda de Harry, disse triunfante.
— O Lorde das Trevas sempre tem razão!
— Sempre. — Repetiu Malfoy suavemente. — Agora, me dê a profecia, Potter.
— Eu quero saber onde está o Sirius!
— Eu quero saber onde está o Sirius! — Imitou a mulher à esquerda.
Ela e seus companheiros Comensais tinham se aproximado, e estavam a pouco mais de um metro de Astraea e dos outros, a luz de suas varinhas cegava os olhos da garota.
— Vocês o pegaram. — Disse Harry, Astraea o olhou, o pânico que crescia em seu peito, o pavor com que vinha lutando desde que haviam entrado no corredor noventa e sete. Desaparecendo por completo. — Ele está aqui. Eu sei que está.
— O bebezinho acordou com medo e pensou que seu sonho era realidade. — A mulher provocou numa horrível imitação de voz de bebê. Astraea sentiu Rony se mexer ao seu lado.
— Não faça nada. — Murmurou ela e Harry juntos.— Ainda não...
A mulher que imitara Harry soltou uma gargalhada rouca.
— Vocês a ouviram? Vocês o ouviram? A ratinha e o bebezinho dando instruções às outras crianças como se pensasse em nos enfrentar!
— Ah, você não conhece Potter como eu, Bellatrix. — Disse Malfoy mansamente. — Ele tem um grande fraco por heroísmos, o Lorde das Trevas conhece essa mania dele. Agora me entregue a profecia, Potter.
— Eu sei que Sirius está aqui. — Harry gritou. — Eu sei que vocês o pegaram!
Embora o pânico comprimisse seu peito e Astraea se sentisse incapaz de respirar direito, de algum modo ela sabia que seu tio não estava ali, era tudo uma mentira de Monstro, ela duvidava que Sirius ao menos havia saído do largo Grimmauld. Mais Comensais da Morte riram, embora a mulher risse mais alto que todos.
— Já está na hora de você aprender a diferença entre vida e sonho, Potter. — Malfoy disse com repulsa. — Agora me entregue a profecia, ou vamos começar a usar as varinhas.
— Use, então. — Disse Harry, erguendo a própria varinha à altura do peito.
Ao fazer isso, as oito varinhas de Astraea, Perseu, Rony, Hermione, Neville, Gina e Luna se ergueram a cada lado dele. Mas os Comensais da Morte não atacaram.
— Entregue a profecia e ninguém precisará se machucar. — Malfoy falou tranquilamente. Foi a vez de Harry rir.
— É, certo! Eu lhe entrego essa... profecia, é? E o senhor nos deixa ir embora para casa, não é mesmo?
As palavras ainda não haviam acabado de sair de sua boca quando a Comensal mulher gritou.
— Accio prof...
— Protego! — Astraea que havia se preparado, disparou antes que ela terminasse de lançar o feitiço na direção do moreno.
— Ah, a ratinha sabe brincar. — Disse a mulher, seus olhos desvairados encarando-a pelas fendas do capuz. — Muito bem, então...
— EU JÁ DISSE A VOCÊ, NÃO! — Berrou Lucius Malfoy para a mulher. — Se você quebrá-la...!
O cérebro de Astraea trabalhava em alta velocidade. Os Comensais da Morte queriam essa esfera de vidro empoeirada, Harry parecia não ter o menor interesse nela, mas ela tinha. Apesar de ela querer tirar todos dali vivos, garantir que nenhum dos seus amigos pagasse um preço terrível por eles estarem ali. A mulher se adiantou, afastando-se dos companheiros, e tirou o capuz. Azkaban descarnara o rosto de Bellatrix Lestrange, tornando-o feio e escaveirado, mas estava vivo com um fulgor fanático e febril.
— Você precisa de mais persuasão? — Disse ela, o peito arfando rápido. — Muito bem, pegue a menor. — Ordenou Bellatrix a um Comensal da Morte. — Deixe que ele veja torturarmos a menininha. Eu faço isso.
Astraea imediatamente rodeou Gina juntamente com seus companheiros, Harry ao seu lado deu um passo para o lado de modo a ficar na frente dela, a profecia segura contra o peito.
— Você terá de quebrar isto se quiser atacar um de nós. — Falou ele a Bellatrix. — Acho que o seu chefe não vai ficar muito satisfeito se você voltar sem a esfera, ou vai?
Ela não se mexeu, meramente encarou-o, umedecendo a boca fina com a ponta da língua.
— Então. — Harry chamou a atenção deles. — Afinal que profecia é essa de que estamos falando?
Astraea sabia o que ele estava fazendo, ganhando tempo falando, enquanto ela observava sua frente tentando encontrar alguma brecha entre os Comensais para que eles pudessem fugir, mas não havia nenhuma. A mão de Perseu estava em volta de sua cintura, sentia também a respiração curta de mais alguém atrás de sua cabeça. Esperava que todos estivessem pensando em maneiras de saírem desse impasse, porque sua mente estava vazia até agora, não havia como escapar enquanto eles estavam cercados.
— Que profecia? — Repetiu Bellatrix o sorriso se apagando do rosto. — Você está brincando, Harry Potter.
— Não, não estou brincando. — Disse Harry. — Por que Voldemort a quer?
Astraea continuava com seu olhar saltando de um Comensal da Morte para outro, procurando um elo fraco, uma brecha por onde escapar. Vários Comensais da Morte deixaram escapar assobios baixinho assim que ouviram o que Harry havia acabado de dizer.
— Você se atreve a dizer o nome dele? — Sussurrou Bellatrix.
— Claro. — Disse Harry, mantendo as mãos firmes na esfera de vidro, esperando um novo ataque para tirá-la dele. — Claro, não tenho problema algum em dizer Vol...
— Cale a boca! — Gritou Bellatrix. —Você se atreve a dizer o nome dele com a sua boca indigna, você se atreve a manchá-lo com a sua língua mestiça, você se atreve...
— Você sabia que ele também é mestiço? — Astraea imediatamente disse em forma de ironia, ela já não estava aguentando a voz irritante de sua parente soando pelos seus ouvidos. Hermione gemeu do outro lado. — Voldemort? É, a mãe dele era bruxa, mas o pai era trouxa, ou será que aquele mestiço imundo andou dizendo para vocês que é sangue puro?
— ESTUPEF...
— NÃO!
Um jato de luz vermelha saíra da ponta da varinha de Bellatrix Lestrange, mas Malfoy o desviou, o feitiço dele fez a bruxa bater na prateleira a menos de meio metro à esquerda de Astraea e várias esferas de vidro se estilhaçaram. Dois vultos, branco-perolados como fantasmas, fluidos como fumaça, subiram em espirais dos cacos de vidro no chão e começaram a falar; suas vozes competiam entre si, de modo que se ouviam apenas fragmentos do que diziam em meio aos gritos de Malfoy e Bellatrix.
— ... no solstício virá um novo... — Disse a figura de um velho barbudo.
— NÃO ATAQUEM! PRECISAMOS DA PROFECIA!
— Ela se atreveu... ela se atreve... — Gritava Bellatrix incoerentemente. — Ela fica aí... chamou o mestre de mestiço imundo...
— ESPERE ATÉ TERMOS A PROFECIA! — Berrou Malfoy.
— ... e não virá outro depois... — Disse a figura de uma jovem.
As duas figuras que haviam irrompido das esferas partidas se dissolveram no ar. Nada restou delas ou de suas anti gasmoradas, exceto caquinhos de vidro no chão. Mas haviam dado a Harry uma ideia. O problema seria comunicá-la aos outros.
— O senhor não me disse o que tem de tão especial nessa profecia que devo lhe entregar. — Disse o garoto procurando ganhar tempo. Harry deslizou o pé lentamente para o lado, procurando o pé de mais alguém.
— Não brinque conosco, Potter. — Falou Malfoy.
— Não estou brincando. — Harry conversou, parte de sua mente na conversa, parte no pé que tateava o chão. Então, ele encontrou os dedos de alguém e pisou-os. Uma súbita sucção de ar ao lado o fez saber que pertenciam a Astraea.
— Quê? — Sussurrou a garota furiosa por ele ter pisado no seu pé.
— Dumbledore nunca lhe contou que a razão de você carregar essa cicatriz estava escondida nas entranhas do Departamento de Mistérios? — Caçoou Malfoy.
— Eu... quê?! — Exclamou Harry. — Que tem a minha cicatriz?
— Quê? — Sussurrou Astraea com maior urgência ao lado dele.
— Será possível? — Disse Malfoy, parecendo maldosamente deliciado, alguns Comensais da Morte recomeçaram a rir, e, acobertado pelas risadas, Harry sibilou para a ruiva, mexendo o mínimo possível os lábios.
— Quebre prateleiras...
— Dumbledore nunca lhe contou? — Repetiu Malfoy. — Bom, isso explica por que você não veio antes, Potter, o Lorde das Trevas estava intrigado...
— Quando eu disser agora...
— Que você não viesse correndo quando ele lhe mostrou em sonho onde a profecia estava escondida. Ele pensou que a curiosidade natural o faria querer ouvir as palavras exatas...
— Pensou, é? — Disse Harry. No seu ombro, ele sentiu mais do que ouviu Astraea passar sua mensagem aos outros, e procurou continuar falando para distrair os Comensais da Morte. — Então ele queria que eu viesse apanhá-la, era? Por quê?
— Por quê? — Malfoy parecia incredulamente deliciado. — Porque as únicas pessoas que têm permissão de retirar a profecia do Departamento de Mistérios, Potter, são aqueles de quem ela fala, como descobriu o Lorde das Trevas quando tentou usar terceiros para a roubarem por ele.
— E por que ele queria roubar uma profecia sobre mim?
— Sobre vocês dois, Potter, sobre vocês dois... você nunca se perguntou por que o Lorde das Trevas tentou matá-lo quando criança?
Astraea rapidamente encarou as fendas no capuz onde os olhos cinzentos de Malfoy brilhavam. A profecia era a razão pela qual os pais de Harry haviam morrido, a razão por que o seu amigo carregava a cicatriz em forma de raio? A resposta a tudo isso estava segura na sua mão? Mas por quê? Por que seu nome também estava ali? Por que não era uma profecia sobre apenas Harry e Voldemort? E sim sobre ela também? Havia tantas perguntas, tantas perguntas que ela necessitava descobrir.
— Alguém fez uma profecia sobre mim e Voldemort? — Harry falou calmamente, olhando para Lucius Malfoy, seus dedos apertando a esfera morna na mão. Não era maior do que um pomo e continuava áspera de poeira. — E ele me fez vir aqui para apanhá-la para ele? Por que não pôde vir apanhá-la pessoalmente?
— Apanhá-la pessoalmente? — Gritou Bellatrix, gargalhando alucinada. — O Lorde das Trevas entrar no Ministério da Magia, quando todos estão gentilmente ignorando o seu retorno? O Lorde das Trevas se revelar aos aurores, quando no momento estão perdendo tempo com o meu querido primo?
— Então, o lorde mandou vocês fazerem o trabalho sujo para ele, foi? Como tentou obrigar Estúrgio a roubar a profecia... e Bode?
— Muito bom, Potter, muito bom... — Disse Malfoy lentamente. — Mas o Lorde das Trevas sabe que você não é desprovido de in...
— AGORA! — Berrou Harry. Sete vozes diferentes bradaram às suas costas.
— REDUCTO! — Oito feitiços voaram em diferentes direções, e as prateleiras defronte explodiram ao serem atingidas, a enorme estrutura balançou ao mesmo tempo que cem esferas de vidros estouraram, vultos branco-perolados se desdobraram no ar e flutuaram, suas vozes ecoando de um passado já morto, em meio a uma chuva de estilhaços de vidro e madeira que agora caía no chão. Estava começando, o que estava previsto para acontecer havia se iniciado. A tão esperada briga no Ministério finalmente havia se iniciado.
✦ —— Olá estrelas e constelações!
Como o prometido, mais um capítulo aqui para vocês. Preparem os corações que eu próximo que eu vou postar já vai ter Regulus e Dahlia hein, só de saber que fora esse capítulo que vou postar depois já vai ser o capítulo que irá se passar “para além do véu” aí gente, vocês não estão preparadas para o que irá vir aí, só sei que eu chorei horrores escrevendo ele. Poise minha gente, o nome da Astraea tá na profecia, aiai, a merda vem aí, já vejo até a bomba explodindo. A Astraea chamando o Voldemort de mestiço é tão eu, irônico ele odiar e matar gente do qual ele também faz parte, nem falo nada. Enfim meus amores, foi isso, espero que tenham gostado do capítulo, não se esqueçam de votar e comentar, até a próxima e muitos beijos!
MALFEITO FEITO!
— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.
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