ꜤꜤ ▌ 𝗖𝗛𝗔𝗣𝗧𝗘𝗥 𝗙𝗢𝗥𝗧𝗬❕
ꜤꜤ —— 𓏲𖥻. ࣪ 𝐄𝐋𝐘𝐒𝐈𝐔𝐌 ⁽ ☄️ ⁾.
↳ׂׂ ▐ㅤ𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗳𝗼𝗿𝘁𝘆. ᠉ ࣪ ˖
o gigante grope!
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
𝗗𝗘𝗣𝗢𝗜𝗦 𝗗𝗢𝗦 𝗔𝗖𝗢𝗡𝗧𝗘𝗖𝗜𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗗𝗘 𝗦𝗔́𝗕𝗔𝗗𝗢, Astraea se encontrava novamente nas arquibancadas da Sonserina, mas dessa vez o jogo era da Grifinória contra a Corvinal. O que fazia Perseu estar do seu lado, o que ela agradecia muito por isso já que a presença de seu namorado do seu lado era melhor do que ela ter que ficar sozinha plantada na arquibancada, uma coisa que ela não gostava nenhum pouco, já que a qualquer momento ela poderia atacar algum de seus companheiros de casa que já estavam irritando ela até o máximo. E quando Perseu estava ali, automaticamente as chances dela atacar alguém eram mínimas, uma coisa que Astraea não sabia o que fazer era para quem torcer, na Grifinória havia Harry, Rony, Hermione e Colin, já na Corvinal havia Luna, Azely e Raven, de um lado estavam seus amigos e o jovem garoto no qual ela adorava e no outro lado estava uma das pessoas mais queridas para ela, o garoto que ela insistia em proteger e a namorada do seu amigo que ela já havia gostado tanto. Astraea realmente estava indecisa, então decidiu torcer para os dois, ganhe quem ganhar.
A ruiva vestia uma roupa típica que demonstrava que sua casa era a Sonserina, uma roupa com detalhes em verde. Ela vestia uma saia quadriculada na cor verde e preta, uma camisa social branca e um casaco do time de Quadribol da Sonserina que obviamente ela havia roubado de seu namorado, o famoso tênis preto com alguns pontos em brancos lembrando constelações e por fim luvas pretas, Astraea sentia muito frio nas mãos as vezes e hoje percebendo que iria fazer frio, ela foi rápida em colocar luvas, mas mesmo assim não aqueceu suas mãos direito, já que Perseu segurava suas mãos tentando aquece-las, mas a sua atenção não saia do jogo. Ela havia colocado brincos de prata de cobra nas orelhas, pulseiras da cor verde em ambos seus braços, dessa vez seu cabelo não estava totalmente solto, um laço verde e minimalista amarrava algumas mechas do seu cabelo, seus típicos colares em seu pescoço, a única coisa que a ruiva usava que não era da coloração verde ou preta, era seu anel, a estrela brilhante azul em seu dedo era a única coisa que não era remetendo a cor de sua casa, era o seu anel de namoro e sua cor favorita. Perseu por outro lado também mantinha uma cor, apenas uma, preto, a roupa inteira de Perseu se remetia a preto e apenas isso, seu famoso coturno preto que ele não tirava estava presente, uma calça jeans preta, uma camiseta de manga curta preta e a jaqueta que Regulus havia dado para ele, a única coisa de outra cor que ele usava no corpo era uma pulseira artesanal que Astraea havia feito para ele, seus dedos antes cheios de anéis agora tinha apenas um, dois colares de prata em seu pescoço.
Quem olhasse para os dois diriam que eles são um casal totalmente empoderados, não por causas de suas vestes, mas por causa do jeito que eles se encontravam. Nenhuma pessoa ao redor dos dois sentaram perto deles, havia dois lugares do lado de cada um livre, ninguém foi capaz de sequer olhar para eles desde que o jogo começou, não havia mais sussurros e murmúrios sobre o namoro dos dois, ninguém comentava, ninguém deduziu nada, eles apenas pensavam, os pensamentos serem levados a como um casal de adolescentes poderiam demonstrar tanto poder mesmo fazendo coisas mínimas, algo que só Astraea Sacturn Black e Perseu Dempsey conseguem fazer. A escola não ficou completamente surpresa ao saber que os dois estavam namorando, na verdade eles já pensavam que eles namoravam desde a primeira vez que os dois foram vistos juntos, não foi surpresa nenhuma essa notícia para eles, os dois já eram considerados como casal do ano antes mesmo de se tornarem um casal e isso só mostrava o quanto os dois ficam incrivelmente bem juntos, sem nem ao mesmo namorar, as pessoas já falavam absurdamente sobre seu possível relacionamento. Os dois Sonserinos tinham esse poder sobre todos, tanto que até os deuses já achavam que eles namoravam antes do dia na Astronomia, Aphrodite sendo a que mais esperava para esse momento e Apolo odiando isso, com esperança de um dia tornar Astraea sua deusa, mas isso não seria possível, já que desde antes do nascimento de ambos. Todos os Deuses já sabiam que os dois pertenciam um ao outro e não importa com quem eles ficassem juntos, nenhuma pessoa seria comparada aos dois.
Astraea estava quase esfolando seus companheiros de casa, todos os Sonserino além dela, seu namorado, Benjamin, Apolo e Astória cantavam coros crescentes de “Weasley é nosso rei”. Ambos achavam a tosca música um desrespeito, ainda mais por ter sido criada pelo periquito albino, vulgo Draco Malfoy, que nenhum dos cinco gostavam do loiro isso é óbvio, a vontade deles era poder jogar ele da arquibancada, só para ver se ele sobreviveria à queda, a ruiva sendo a mais tentada a fazer isso. Astraea apesar de não ser tão próxima de Rony, desejava que ele não escutasse os coros irritantes de seus companheiros, se nem ela estava aguentando, quem diria o pobre coitado. Lino Jordan, que andava muito desanimado desde a partida de Fred e George, era como sempre o locutor. Quando as equipes entraram em campo ele anunciou o nome dos jogadores com menos prazer do que o seu normal.
— Bradley... Davies... Chang. — A ruiva ao menos prestava atenção na apresentação dos jogadores, focada demais em brincar com a pulseira no pulso de seu namorado. A mão de Perseu agora estava na sua coxa, fazendo um leve carinho ali, o loiro-acastanhado olhava para ela de canto, tentando prestar atenção no jogo à sua frente. Mas, sejamos sinceros, como prestar atenção no jogo com uma namorada tão linda e incrível ao seu lado? — E começou a partida! — Anunciou Lino. — E Davies agarra a goles imediatamente. O capitão da Corvinal, Davies, detém a posse da goles, dribla Johnson, dribla Bell e dribla Spinnet também... está voando direto para o gol! Vai atirar... e... e... — Lino soltou um palavrão. — Foi gol.
O lado dos vermelhos foi enchido totalmente por murmúrios de desaprovação, o lado azul comemorando em meio aos gritos e a felicidade, os lufanos comemoravam juntamente felizes pela conquista da outra casa. A Sonserina por outro lado, apenas continuava a cantar a irritante canção que cantavam desde o início do jogo, a ruiva estava quase voltando para o castelo de tanto ódio, querendo evitar uma briga com todos os seus companheiros de casa.
Weasley não pega nada
Não defende aro algum...
Astraea revirou os olhos fortemente, sua cabeça apoiada no braço de Perseu, uma mão permanecia na sua coxa e a outra passava pelas suas costas, parando em seu ombro, o loiro-acastanhado brincava com os fios de cabelo da namorada, sua atenção no jogo. Perseu era alguém totalmente ambicioso, não aceitava perder e odiava quando isso acontecia, ele odeia a derrota e por isso nos jogos de quadribol entre as outras casas ele prestava a mínima atenção em tudo que acontecia no jogo, focando em analisar os movimentos dos outros jogadores para poder usar em campo um dia.
Os dois estavam tão focados no jogo que quase não ouviram os sussurros por seus nomes atrás de si, foi só quando Astraea sentiu um puxão em sua saia que ela olhou para trás, pronta para meter o murro na cara do indivíduo que havia ousado em tocar na sua roupa, mas isso logo passou quando ela viu Hermione. Harry e o enorme rosto barbudo de Hagrid destacando-se atrás da Grifana na arquibancada. Pelo visto, os três se espremeram pela carreira de trás, porque alguns alunos do primeiro e segundo anos pelos quais eles acabaram de passar pareciam agitados e amassados. Por alguma razão, Hagrid se curvará a frente, como se estivesse ansioso para não ser visto, embora continuasse a ter pelo menos um metro a mais que todo mundo.
— O que é? — Perseu que estava totalmente focado no jogo, se virou na direção que a namorada olhava, se deparando com os três ali. Ele fez uma careta ao ver Harry, o que não passou despercebido pelo moreno que engoliu em seco. Harry não tinha mais nenhum pensamento romântico em direção a ruiva, mas ele não podia negar que sua amiga é a garota mais bonita que ele já viu em toda sua vida, na mente dele ela até supera Chang, o que era óbvio para todo mundo, já que Cho Chang nem se comparava a Sonserina.
— O que vocês querem aqui, hein? — Astraea beliscou o loiro-acastanhado, ouvindo seus resmungos e ignorando completamente.
— Será que vocês podem vir com a gente? — Hermione perguntou receosa, Astraea levantou uma sobrancelha, sua curiosidade falando mais alto.
— Por que?
— Sem tempo para explicação. — Hagrid balançou a cabeça negativamente. — Precisamos que venham, agora. Enquanto o pessoal ainda está assistindo ao jogo!
— Uma chance para sair daqui. — Disse a ruiva sorrindo. — Já topo.
— Mas e o jogo? — Astraea olhou para Perseu. — Ainda quero assistir ele.
— Ótimo. — Ela desgrudou do namorado. — Você pode ficar aqui então, eu vou...
— Não termine essa frase. — Perseu se levantou. — Não estou deixando minha namorada andando por aí sozinha.
— Ela não vai estar sozi... — Harry tentou argumentar.
— Cala boca! — Perseu fez uma careta.
— Vamos logo. — Astraea suspirou, sabendo que não adiantaria nada em repreender o loiro-acastanhado.
Os quatro saíram, provocando muita reclamação dos estudantes que precisaram se levantar. As pessoas na fileira de Hagrid não estavam apenas reclamando, mas tentando se encolher o máximo possível.
— Eu agradeço aos quatro, realmente agradeço. — Disse Hagrid ao chegarem às escadas. Ele não parava de olhar para os lados, nervoso, enquanto desciam em direção ao gramado. — Espero que ela não note a saída da gente.
— Você quer dizer a sapa rosa? — Astraea falou com nojo. — Não vai notar, não, as cobrinhas dela está toda sentada ao lado dela, você não viu? Deve estar prevendo alguma confusão durante o jogo.
— É, bom, uma confusãozinha não faria mal. — Disse Hagrid, parando para espiar em torno das arquibancadas para ter certeza de que o gramado até sua cabana estava deserto. — Nos daria mais um tempo.
— Para o quê, Hagrid? — Perguntou Hermione, olhando para ele com uma expressão preocupada no rosto, enquanto caminhavam apressados em direção à orla da floresta.
— Vocês... vocês vão ver daqui a pouco. — Disse espiando por cima do ombro na hora em que uma enorme gritaria se erguia fãs arquibancadas. — Ei... será que alguém acabou de fazer gol?
— Deve ter sido a Corvinal. — Comentou Harry, pesaroso.
— Bom... bom... — Falou Hagrid, distraído. — Que bom...
Os quatro tiveram de correr para acompanhá-lo enquanto atravessava o gramado olhando para os lados a cada passo. Quando chegaram à cabana, Hermione virou automaticamente para a esquerda, em direção à porta de entrada. Hagrid, porém, passou direto e entrou sob as árvores que contornavam a floresta, onde apanhou um arco encostado a uma árvore. Quando percebeu que os meninos não estavam com ele, virou-se.
— Vamos entrar aqui. — Disse ele, indicando com a cabeça lanzuda a floresta às suas costas.
— Na floresta? — Perguntou Hermione, perplexa.
— E o que que tem? — Astraea disse dando um passo em direção a Hagrid. — Não me diga que tem medo de árvores?
— Não é das árvores! — A Grifinória parecia engolir em seco, temendo por algo. — São das coisas que se escondem por trás delas.
— Esquilos? — Hermione levantou uma sobrancelha. — Raposas? Corujas? Não tem o que temer.
— Os monstros, Astraea. — A ruiva revirou os olhos.
— Não existem monstros ali. — Ela apontou para dentro da floresta. — Não quando você convive com os verdadeiros monstros vinte quatro horas por dia, as pessoas.
— Vamos logo, crianças! — Hagrid se meteu. — Antes que alguém nos veja.
Astraea foi rápida em acompanhar o meio-gigante, puxando seu namorado juntamente. Harry e Hermione se entreolharam atrás dos três, então entraram rapidamente sob as árvores, atrás dos três que já se afastavam a passos largos na penumbra esverdeada, o arco por cima do braço de Hagrid. Harry e Hermione correram para conseguir acompanhá-los.
— Hagrid, por que você está armado? — Perguntou Harry.
— É só uma precaução. — Respondeu, sacudindo os ombros maciços.
— Você não trouxe o arco no dia em que nos mostrou os Testrálios. — Comentou Hermione timidamente.
— Nam, bom, não íamos nos embrenhar tão fundo naquele dia. E de qualquer jeito, aquilo foi antes de Firenze ir embora da floresta, não foi?
— Por que a saída de Firenze faz diferença? — Perguntou Astraea, extremamente curiosa.
— Porque os centauros estão bem irritados comigo, por isso. — Disse em voz baixa, olhando para os lados. — Eles costumavam ser... bom, não posso dizer que fossem amigáveis... mas convivíamos bem. Ficavam na deles, mas sempre apareciam se eu queria dar uma palavrinha. Isso acabou.
Ele suspirou profundamente, a ruiva sentiu pena por isso, Hagrid é uma ótima pessoa e não merece o ódio de ninguém, ela duvidava que ele pudesse fazer mal a uma mosca, pelas histórias que ela ouviu do trio de ouro ele é uma pessoa incrível e extremamente fiel a seus amigos.
— Firenze disse que estão aborrecidos porque ele foi trabalhar para Dumbledore. — Harry falou tropeçando em uma raiz saliente porque estava olhando para Hagrid. Perseu não pode deixar de reprimir uma risada, levando um beliscão da namorada por isso.
— É. — Disse Hagrid tristemente. — Bom, aborrecidos não é bem o termo. Lívidos de fúria. Se eu não tivesse me metido, calculo que teriam matado Firenze aos coices...
— Eles o atacaram? — Disse Hermione, parecendo chocada. Astraea também estava, tudo bem que centauros não são os seres mais amigáveis do mundo, mas fazer isso com alguém de sua espécie já é demais.
— Atacaram. — Hagrid falou, rouco, abrindo caminho entre vários ramos baixos. — Metade do rebanho caiu em cima dele.
— E você impediu? — Perguntou Harry, surpreso e impressionado. — Sozinho?
— Claro que sim, não podia ficar parado assistindo a morte de Firenze, podia? Por sorte, eu ia passando, e acho que ele deveria ter se lembrado disso antes de começar a me mandar avisos idiotas! — Acrescentou inesperadamente, inflamado.
Astraea e Perseu se entreolharam sem entender, mas Hagrid, franzindo a testa, não explicou.
— Em todo o caso. — Continuou, respirando com mais dificuldade do que o normal. — Desde então os centauros ficaram danados comigo, e o problema é que eles têm muita influência na floresta... são os mais inteligentes por aqui.
— É por isso que estamos aqui, Hagrid? — Perguntou Hermione. — Os centauros?
— Não, não. — Disse Hagrid, sacudindo a cabeça negativamente. — Não, não são eles. Bom, naturalmente, eles poderiam complicar o problema, verdade... mas vocês vão ver o que quero dizer daqui a pouco.
Com essa nota enigmática, ele se calou e continuou avançando à frente, dando um passo para cada três dos garotos, tornando muito difícil acompanhá-lo. A trilha foi se adensando, as árvores crescendo mais juntas à medida que se aprofundaram na floresta, e foi escurecendo como se anoitecesse. Não tardaram a se distanciar da clareira em que Hagrid lhes mostrava os Testrálios, mas Astraea e Perseu não se sentiram apreensivos até mesmo ao vê-lo sair abruptamente da trilha e começar a serpear entre as árvores rumo ao centro escuro da floresta.
— Hagrid! — Chamou Harry, abrindo caminho por silvados muito trançados, por cima dos quais o amigo passava sem problemas, parecendo se lembrar muito vividamente o que lhe acontecera na vez anterior em que saíra da trilha da floresta. — Aonde estamos indo?
— Um pouquinho mais adiante. — Disse Hagrid por cima do ombro. — Vamos, Harry... precisamos ficar juntos agora.
Era um grande esforço acompanhar o passo de Hagrid, ainda mais com ramos e espinheiros sobre os quais ele marchava como se fossem apenas teias de aranha, mas que se prendiam nas vestes dos quatro, muitas vezes com tanta firmeza que eles precisavam parar durante alguns momentos para se desvencilhar. As pernas de Astraea logo se cobriram de pequenos cortes e arranhões, eles se aprofundaram tanto na floresta que Astraea por vezes só conseguia distinguir Hagrid como um vulto maciço à sua frente. Qualquer som parecia ameaçador no silêncio abafado, a quebra de um graveto produzia um enorme eco, e o menor movimento, mesmo partindo de um inocente pardal, fazia os dois Grifinórios procurar na penumbra o responsável.
— Hagrid, será que poderíamos acender nossas varinhas? — Perguntou Hermione em voz baixa.
— Aah... tudo bem. — Sussurrou em resposta. — Na verdade...
Ele parou de repente e se virou, Hermione só parou ao colidir com ele e cair de costas. Harry segurou-a quando estava prestes a bater no chão da Floresta. Astraea e Perseu pararam ao lado se Hagrid, olhando para os dois com uma careta presente no rosto.
— Talvez fosse melhor a gente parar um momento, para eu poder... contar a vocês. — Disse Hagrid. — Antes de chegarmos lá.
— Ótimo! — Exclamou Hermione, enquanto Harry a ajudava a levantar. Os dois murmuravam “Lumus!”, e as pontas de suas varinhas se iluminaram. O rosto de Hagrid flutuou na penumbra à luz trêmula dos dois feixes de luz, e Astraea notou mais uma vez que ele parecia nervoso e triste. Os dois Sonserinos não se deram o prestígio de usar suas varinhas para conjurar o feitiço, ambos estavam acostumados com a escuridão, sem contar que Astraea podia ver no escuro graças a sua metade loba.
— Certo. — Disse Hagrid. — Bom... entendem... o caso é que...
E tomou fôlego.
— Bom, tem uma boa chance de eu ser despedido qualquer dia desses.
Os quatro se entreolharam e tornaram a olhar para Hagrid.
— Mas você conseguiu se manter até agora. — Disse Hermione hesitante. — O que faz você pensar...
— Umbridge calcula que fui eu que pus o pelúcio na sala dela.
— E foi? — Perguntou Astraea, mesmo sabendo quem de fato havia posto lá.
— Não, a droga é que não fui! — Respondeu ele, indignado. — Basta uma coisa ter a ver com criaturas mágicas para a Umbridge achar que deve ter sido eu. Vocês sabem que ela está procurando uma chance de se livrar de mim desde que voltei. Não quero ir embora, é claro, mas se não fossem... bom... circunstâncias especiais que vou explicar a vocês, eu iria embora agora mesmo, antes que ela pudesse fazer isso na frente de toda a escola, como fez com a Trelawney.
Harry e Hermione soltaram exclamações de protesto, mas Hagrid ignorou-as com um aceno da sua mão enorme.
— Não é o fim do mundo, poderei ajudar Dumbledore depois que sair daqui, posso ser útil à Ordem. E vocês terão a Grubbly-Plank, terão... e vão passar bem no exame.
Sua voz tremeu e falhou.
— Não se preocupem comigo. — Acrescentou imediatamente, quando Hermione fez menção de lhe dar uma palmadinha no braço. Puxou, então, um enorme lenço manchado do bolso do colete e enxugou os olhos. – Olhem, eu nem estaria contando isso a vocês se não fosse obrigado. Vejam, se eu for... bom, não posso ir embora sem... sem contar para alguém... porque eu... eu vou precisar que vocês dois me ajudem, vocês podem ajudar Harry e Hermione se quiserem também. — Ele apontou para os dois Sonserinos que permaneciam em silêncio. — E Rony, se ele quiser.
— Claro que ele vai ajudar. — Disse Harry na mesma hora.
— Que é que você quer da gente? — Astraea perguntou totalmente curiosa.
Hagrid fungou com força e, em silêncio, deu uma palmada no ombro de Harry com tal força que o garoto bateu de lado em uma árvore. Astraea soltou uma pequena risada, colocando a mão na boca para evitar rir ainda mais.
— Eu sabia que você ia dizer sim. — Falou Hagrid para dentro do lenço. — Mas não vou... esquecer... jamais... bom... vamos... só mais um pouquinho adiante, por aqui... cuidado, agora, tem urtigas...
Eles andaram em silêncio mais uns quinze minutos. Astraea ia abrindo a boca para perguntar quanto ainda faltava, quando Hagrid levantou o braço direito para sinalizar que deviam parar.
— Muita calma. — Disse baixinho. — Bem quietos agora...
Eles avançaram com muita cautela, e Astraea viu que estavam diante de um monte de terra, liso e grande, quase da altura de Hagrid, que ela achou, com um sobressalto de ansiedade, que devia ser a toca de um animal enorme. A toda a volta do monte, as árvores haviam sido arrancadas pelas raízes, de modo que ele se erguia em um trecho nu do terreno, protegido por pilhas de troncos e galhos que formavam uma espécie de cerca ou barricada, atrás da qual Astraea, Perseu Harry, Hermione e Hagrid agora se encontravam.
— Dormindo. — Sussurrou Hagrid.
Sem dúvida, Astraea podia ouvir um ronco distante e ritmado que parecia vir de pulmões em atividade. Ela olhou de lado para seu namorado, que contemplava o monte com a testa franzida, ele olhava para todos os lados como se a qualquer momento algo pudesse os atacar, a mão permanecendo na cintura da namorada de modo protetor.
— Hagrid. — Perguntou Harry em um murmúrio quase inaudível face ao ruído da criatura adormecida. — Quem é?
Astraea achou a pergunta estranha... “Que é?” era o que ela achava certo a fazer.
— Hagrid, você nos disse... — Falou Hermione, a varinha agora tremendo na mão. — Você nos disse que nenhum deles quis vir!
Astraea olhou dos Grifinórios para Hagrid e, então, compreendeu e virou-se para o monte com uma exclamação de choque. O grande monte de terra, em que os quatro poderiam ter facilmente subido, arfava lentamente no mesmo ritmo que a respiração profunda e ruidosa. Não era monte algum. Eram sem dúvida as costas curvadas de um...
— Bom... não... ele não queria vir. — Disse Hagrid, parecendo desesperado. — Mas tive de trazê-lo, Hermione, simplesmente tive!
— Mas por quê? — Perguntou Hermione, que dava a impressão de querer chorar. — Por que... que... ah, Hagrid!
— Eu sabia que se o trouxesse comigo. — Disse Hagrid, que também parecia prestes a chorar. — E... e o ensinasse a se comportar... poderia mostrar ao mundo que ele é inofensivo!
— Inofensivo! — Exclamou Hermione se esganiçando, e Hagrid fez gestos frenéticos quando a enorme criatura à frente deles resmungou alto e mudou de posição dormindo... — Esse tempo todo ele tem batido em você, não é? É por isso que você está nesse estado!
— Ele não sabe a força que tem! — Hagrid falou, convicto. — E está melhorando, não está mais brigando tanto...
— Então foi por isso que você levou dois meses para chegar! — Disse Hermione, espantada. — Ah, Hagrid, por que você o trouxe se ele não queria vir? Ele não teria sido mais feliz com o povo dele?
— Estavam abusando dele, Hermione, porque ele é muito pequeno!
— Pequeno? — Hermione perguntou exaltada.— Pequeno?
— Hermione, eu não poderia deixá-lo. — Disse Hagrid, as lágrimas agora escorrendo pelo rosto ferido, e se perdendo na barba. — Entende... ele é meu irmão!
Hermione simplesmente arregalou os olhos para ele, boquiaberta. Astraea e Perseu se entreolharam confusos, dava para ver claramente que os dois não estavam entendendo nada do que estava acontecendo ali, eles estavam tão perdidos que os outros três não pareciam notar a presença dos dois mais.
— Hagrid, quando você diz “irmão”. — Perguntou Harry lentamente. — Você quer dizer...?
— Bom... meio-irmão. — Corrigiu Hagrid. — Acabou que minha mãe foi viver com outro gigante quando deixou meu pai, e foi e teve Grope...
— Grope? — Repetiu Astraea.
— É... bom, é o som que se ouve quando diz o nome dele. — Disse Hagrid, ansioso. — Ele não fala muito inglês... Andei tentando ensinar... em todo o caso, minha mãe parece que não gostou mais dele do que de mim. Entende, entre as gigantas, o que conta é procriar filhos grandes, e ele sempre foi meio nanico para um gigante: tem menos de cinco metros...
— Ah, é, pequenininho! — Hermione bradou com uma espécie de ironia histérica. — Absolutamente minúsculo!
— Estava sendo maltratado por todos... eu simplesmente não podia deixar Grope lá.
— Madame Maxime queria trazê-lo? — Perguntou Harry.
— Ela... bom, ela viu que era muito importante para mim. — Hagrid torceu as mãos enormes.
— Mas... mas se cansou um pouco depois de algum tempo, devo confessar... então nos separamos na viagem de volta... mas ela prometeu não contar a ninguém...
— Nossa, como foi que você voltou com ele sem ninguém notar? — Perguntou Astraea, quanto mais Hagrid falava, mais curiosa a ruiva parecia ficar.
— Bom, foi por isso que demorou tanto, entende. Só podia viajar à noite e por terra despovoada e outras coisas. Claro que ele cobre uma boa distância quando quer, mas passou o tempo todo querendo voltar.
— Ah, Hagrid, nossa, por que você não o deixou lá? — Perguntou Hermione, se largando em cima de uma árvore arrancada e escondendo o rosto nas mãos. — Que é que você acha que vai fazer com um gigante violento que nem ao menos quer ficar aqui!?
— Bom, violento é um pouco exagerado. — Protestou Hagrid, ainda torcendo as mãos, agitado. — Admito que ele tentou me acertar umas duas vezes quando estava de mau humor, mas está melhor, muito melhor, está se ajustando bem.
— Então para que são essas cordas? — Perguntou Harry.
Astraea acabou de reparar nas cordas grossas como pernas que haviam sido esticadas do tronco das árvores próximas maiores até o lugar em que Grope estava enroscado no chão, de costas para eles.
— Você tem de mantê-lo amarrado? — Perguntou Hermione com a voz fraca.
— Bom... é... — Disse Hagrid, parecendo ansioso. — Entende... é como eu digo... ele não sabe realmente a força que tem.
Astraea entendia agora por que achara suspeita a falta de outros seres vivos nesta parte da Floresta. Também se relembrando do dia da sua transformação, ela ouviu um barulho vindo dessa banda, era o Grope, provavelmente.
— Então, que é que você quer que a gente faça? — Perguntou Astraea, querendo saber o motivo para estar ali de uma vez por todas.
— Que cuide dele. — Hagrid falou, rouco. — Depois que eu for embora.
Harry e Hermione trocaram olhares angustiados, parecendo se lembrarem de algo que Hagrid possivelmente havia dito a eles, Astraea e Perseu apenas cruzaram os braços, sabendo muito bem que não conseguiam cuidar nem deles mesmo, imaginem ter que cuidar de um gigante.
— E que é que a gente teria de fazer, exatamente? — Indagou Hermione.
— Não é comida nem nada! — Hagrid disse imediatamente, ansioso. — Ele sabe caçar a própria comida sem problema. Aves e veados e outras coisas... não, é de companhia que ele precisa. Se eu soubesse que alguém estava continuando o esforço de ajudá-lo um pouco... ensinar a ele, sabem.
Astraea não disse nada, mas se virou para dar uma espiada no vulto gigantesco que dormia no chão da Floresta. Ao contrário de Hagrid, que parecia apenas um ser humano grande demais, Grope parecia estranhamente deformado. O que a ruiva pensara ser um vasto pedregulho musgoso à esquerda do monte de terra, reconhecia agora ser a cabeça do gigante. Era proporcionalmente muito maior que uma cabeça humana, era uma esfera quase perfeita coberta de cabelos muito crespos e densos cor de samambaia. A borda de uma única orelha grande e carnuda era visível no alto da cabeça, diretamente sobre os ombros, com pouco ou quase nenhum pescoço de permeio. As costas, sob uma peça de roupa que lembrava uma bata parda e suja feita de peles de animais toscamente costuradas, eram muito largas, e enquanto Grope dormia, a roupa parecia repuxar um pouco nas costuras. As pernas estavam encolhidas sob o corpo. Astraea via as solas de pés descalços, enormes, sujos, do tamanho de trenós, descansando um sobre o outro na terra.
— Você quer que a gente ensine a ele? — Perguntou Harry com a voz cava.
— É... mesmo que vocês só falem um pouco com ele. — Disse Hagrid, esperançoso. — Porque calculo que, se ele puder falar com gente, vai compreender melhor que todos gostamos dele realmente, e queremos que fique.
Harry se virou para Hermione, que o espiou por entre os dedos que cobriam seu rosto.
— Até faz a gente desejar que tivesse o Norberto de volta, não? — Comentou Harry, e Hermione deu uma risada vacilante. Os outros dois fizeram uma confusão, eles estavam quase metendo o pé dali.
— Quem? — Astraea fez uma careta.
— Vocês vão fazer isso, então? — Perguntou Hagrid, que não parecia ter entendido o que Harry acabara de dizer.
— Bom... — Disse o garoto, parecendo por seus pensamentos. — Vamos tentar.
— Eu sabia que podia contar com vocês, Harry. — Hagrid sorriu se um jeito lacrimejante e secou o rosto com o lenço. — E não quero que vocês saiam muito do seu caminho... sei que têm exames... se vocês puderem dar uma corridinha aqui com a Capa da Invisibilidade talvez uma vez por semana para bater um papo com ele. Vou acordar Grope então... apresentar vocês...
— Qu... não! — Exclamou Hermione se levantando de um salto. — Hagrid, não, não o acorde, sinceramente, não precisamos...
Mas Hagrid já passara por cima do grande tronco à frente e se encaminhava para Grope. Quando chegou a uns três metros de distância, ergueu do chão um longo galho partido, sorrindo de forma tranquilizadora para os quatro por cima do ombro, então deu um cutucão no meio das costas do irmão com a ponta do galho. O gigante deu um urro que ecoou pela Floresta silenciosa, os passarinhos no topo das árvores saíram dos poleiros, piando, e voaram para longe. À frente dos garotos, o gigante foi se levantando do chão, que vibrou quando ele apoiou a mão descomunal para se ajoelhar. Grope virou a cabeça para ver quem o incomodara.
— Tudo bem, Gropinho? — Perguntou Hagrid com pretensa animação, recuando com o longo galho em riste, pronto para cutucar o irmão. — Tirou uma boa soneca, eh?
Harry e Hermione recuaram o mais longe que puderam, mantendo o gigante à vista, Perse que não havia falado uma palavra até agora puxou a namorada para trás de si, essa que olhava com adoração para o gigante. Grope se ajoelhou entre duas árvores que ainda não arrancara. Os garotos ergueram os olhos para o seu rosto espantosamente grande, que lembrava uma lua cheia acinzentada, flutuando na penumbra da clareira. Era como se suas feições tivessem sido talhadas em uma grande bola de pedra. O nariz era curto e sem forma, a boca enviesada e cheia de dentes amarelos e tortos do tamanho de meios tijolos; os olhos, pequenos pelos padrões dos gigantes, eram um castanho-esverdeado e opaco, e no momento estavam meio colados de sono. Grope levou os nós dos dedos sujos, do tamanho de uma bola de críquete, aos olhos, esfregou-os vigorosamente, então, sem aviso, pôs-se de pé com surpreendente agilidade e rapidez.
— Puxa vida! — Astraea ouviu Hermione guinchar aterrorizada, ao seu lado.
As árvores, às quais estavam presas as pontas das cordas amarradas aos tornozelos e pulsos de Grope, rangeram agourentamente. Ele tinha, conforme Hagrid dissera, no mínimo uns cinco metros de altura. Relanceando ao redor com a vista turva, o gigante esticou a mão grande como uma barraca de praia, agarrou um ninho nos galhos mais altos de um altíssimo pinheiro e virou-o para baixo com um rugido de aparente insatisfação porque não havia passarinho algum dentro, os ovos caíram no chão como granadas e Hagrid levou os braços à cabeça para se proteger.
— Em todo o caso, Gropinho. — Gritou Hagrid, erguendo a cabeça apreensivo para ver se caíam mais ovos. — Trouxe uns amigos para conhecer você. Lembra que eu disse que talvez fizesse isso? Lembra que eu disse que poderia ter de viajar e deixar eles cuidando de você um tempinho? Lembra, Gropinho?
Mas o gigante meramente soltou um rugido baixo, era difícil saber se estava escutando Hagrid ou se sequer reconhecia os sons que o irmão fazia como uma linguagem. Agarrava agora o topo do pinheiro e o puxava contra o corpo, evidentemente pelo simples prazer de ver até onde a árvore iria quando ele a largasse.
— Vamos, Grope, não faça isso! — Berrou Hagrid. — Foi assim que você acabou arrancando as outras...
E de fato, Astraea viu a terra em volta das raízes do pinheiro começar a rachar.
— Trouxe visitas para você! — Berrou Hagrid. — Visitas, veja! Olhe para baixo, seu grande palhaço, trouxe uns amigos para você!
— Ah, Hagrid, não. — Gemeu Hermione, mas ele já reerguera o galho que segurava e cutucava com força o joelho do irmão. O gigante soltou o pinheiro, que balançou assustadoramente, despejando sobre Hagrid uma chuva de agulhas, e olhou para baixo.
— Este. — Disse Hagrid, correndo para onde Harry e Hermione estavam parados. — É Harry, Grope! Harry Potter! Ele talvez venha visitar você se eu precisar viajar, entendeu?
O gigante acabara de perceber a presença dos garotos. Eles acompanharam, com grande apreensão, Grope baixar sua descomunal cabeça de pedregulho para examiná-los com a vista ainda turva.
— E esta é Hermione, entende? Her... — Hagrid hesitou. Virando-se para a garota, perguntou. — Se incomoda se ele chamar você de Hermi, Hermione? Porque é um nome difícil para ele lembrar.
— Não, imagine. — Esganiçou-se Hermione.
— Esta é Hermi, Grope! Ela vai vir aqui e tudo o mais! Não é bom? Eh? Dois amigos para você... Esse aqui... GROPINHO, NÃO?
A mão do gigante se deslocou de repente em direção a Hermione, Harry agarrou a amiga e puxoua para trás de uma árvore, de modo que a mão de Grope arranhou o tronco, mas não pegou nada. Perseu imediatamente agarrou a namorada, Astraea apenas ficou parada, sorrindo para o gigante, ela estava encantada, nunca havia visto um gigante de perto e mesmo que Perseu estivesse berrando ao seu lado para os dois saírem da visão de Grope, ela não deu a mínima.
— QUE FEIO, GROPE! — Eles ouviram Hagrid berrar, enquanto Hermione se abraçava a Harry atrás da árvore, tremendo e choramingando. — MUITO FEIO! NÃO AGARRE AS PESSOAS... AI!
Astraea olhou para a direção do meio-gigante e viu Hagrid caído de costas, a mão cobrindo o nariz. O irmão, aparentemente perdendo o interesse, tornara a se erguer e mais uma vez estava ocupado em vergar o pinheiro até o limite.
— Certo. — Disse Hagrid com a voz pastosa, e se levantou, apertando o nariz para estancar o sangue, empunhando na outra mão o arco. — Bom, então é isso... vocês já o conheceram e... e agora ele vai reconhecê-los quando vocês voltarem. É... bom...
E ergueu o olhar para o irmão, que agora estava puxando o pinheiro com uma expressão de prazer alienado no rosto de pedregulho, as raízes estalaram quando ele as arrancou da terra.
— Só falta vocês dois, não? — Quando Hagrid se virou para os Sonserinos, o loiro-acastanhado estava prestes a pular nele e acabar com isso agora mesmo. — GROPINHO! EI... AQUI! — O gigante olhou para o irmão, parecendo prestes a batê-lo de novo. — TEM MAIS VISITAS! ISSO MESMO, MAIS VISITAS! — Hagrid apontou para os dois completamente ansioso. — Esse aqui é o... — Ele fez uma pausa, parecendo se lembrar do nome de Perseu. — Perseu! Isso, esse é o Perseu e aquela ali é a Astraea, isso mesmo, Astraea.
O gigante olhou para os dois sem piscar, com um sorriso bobo no rosto ele se levantou, Hagrid imediatamente tentou parar o irmão, sendo totalmente ignorado por ele e quase pisoteado, estendendo a mão ele pegou Astraea do chão, o loiro-acastanhado imediatamente gritou pegando sua varinha, Perseu estava prestes a jogar uma maldição imperdoável no gigante. A ruiva recuperou o fôlego, sentindo a enorme mão do gigante em volta dela, se sentindo zonza ela olhou para o gigante, percebendo que seu namorado poderia atacar o pobre coitado nos segundos seguintes.
— GROPE! — Ela berrou imediatamente. — Me ponha no chão, agora! — O gigante despencou a cabeça para o lado, parecendo não entender. — ME PÕE NO CHÃO, GROPE!
Com um suspiro infeliz ele fez o que Astraea mandou, colocando ela no chão, dando um olhar triste ele começou a andar para trás, sentando no chão enquanto começava a brincar com uma árvore que ele havia arrancado. Astraea suspirou, seu coração batendo fortemente contra seu peito, ela sentiu braços se envolver ao redor dela, os olhos turbulentos de Perseu aparecendo na sua visão.
— Você está bem? — Ele perguntou com preocupação, como se estivesse prestes a surtar.
— Estou. — Falou sorrindo levemente, aceitando a ajuda dele para levantar, já que ela estava jogada no chão.
— Bom, imagino que seja suficiente por hoje. — Disse Hagrid. — Bom... ah... vamos voltar agora, está bem?
Harry e Hermione concordaram com a cabeça, Astraea e Perseu imediatamente fizeram o mesmo, querendo sair o mais rápido dali, já havia tido muita emoção no dia. Hagrid tornou a pôr o arco no ombro e, ainda apertando o nariz, foi indicando o caminho entre as árvores. Ninguém falou por algum tempo, nem mesmo quando ouviram o estrondo distante que significava que Grope finalmente arrancara a árvore. Hermione tinha o rosto pálido e contraído. Astraea não conseguia pensar em nada para dizer, seus pensamentos se voltando ao acontecimento anterior, ela tinha sido pega por um gigante, seu namorado quase havia infartado do coração e ela quase morreu de tanta emoção, ela não tinha sentido medo de Grope, apenas uma leve sensação de desespero por estar em um lugar muito distante do chão. Astraea odeia altura.
— Esperem. — Pediu Hagrid de repente, na hora em que os quatro iam atravessando com dificuldade um trecho em que a sanguinária era alta e densa. Ele puxou uma flecha da aljava presa ao ombro e encaixou-a no arco. Os quatro ergueram as varinhas, agora que tinham parado de andar, eles também ouviram um movimento próximo.
— Ah, caramba! — Exclamou Hagrid baixinho.
— Pensei que tínhamos avisado, Hagrid. — Disse uma voz grave masculina. — Que você não é mais bem-vindo aqui?
O tronco nu de um homem pareceu por um momento estar flutuando em direção a eles na semiobscuridade malhada de verde, depois, eles viram que a cintura se ligava suavemente a um corpo castanho de cavalo. Este centauro tinha um rosto soberbo de malares altos e longos cabelos negros. Como Hagrid, estava armado, trazia uma aljava cheia de flechas e um arco pendurados em seus ombros.
— Como vai, Magoriano? — Cumprimentou Hagrid, preocupado.
As árvores atrás do centauro farfalharam, e mais quatro ou cinco centauros surgiram às suas costas. Astraea imediatamente franziu a testa, o que eles queriam?
— Então. — Disse um dos centauros com uma inflexão desagradável na voz, antes de se virar imediatamente para Magoriano.— Acho que tínhamos concordado sobre o que faríamos se este humano voltasse a mostrar a cara na Floresta...
— “Este humano” é como me chama agora? — Disse Hagrid, irritado. — Só porque impedi vocês de cometerem um assassinato?
— Você não devia ter se metido, Hagrid — Magoriano falou. — Os nossos costumes não são os seus, nem as nossas leis. Firenze nos traiu e desonrou.
— Não sei como vocês chegaram a essa conclusão. — Retrucou Hagrid, impaciente. — Ele não fez nada além de ajudar Alvo Dumbledore.
— Firenze se tornou servo dos humanos. — Disse um centauro cinzento com um rosto duro e rugas profundas.
— Servo! — Exclamou Hagrid sarcasticamente. — Ele está prestando um favor a Dumbledore, e é só...
— Ele está mascateando o nosso conhecimento e os nossos segredos para os humanos. — Disse Magoriano. — Não há como reverter uma vergonha dessas.
— Se você diz que é assim. — Replicou Hagrid, sacudindo os ombros. — Mas pessoalmente acho que estão cometendo um grande erro...
— Tal como você, humano. Voltando à nossa Floresta quando o prevenimos...
— Agora, escutem aqui. — Disse Hagrid, zangado. — Se não se importarem, vamos falar menos em “nossa” Floresta. Não são vocês quem decidem quem entra e sai daqui...
— Nem você, tampouco. — Respondeu Magoriano suavemente. — Deixarei você passar hoje porque está acompanhado dos seus filhotes...
— Não são dele! — Interrompeu outro centauro, desdenhoso. — Estudantes, Magoriano, da escola! Provavelmente já se beneficiaram dos ensinamentos do traidor Firenze.
— Ainda assim. — Falou Magoriano calmamente. — A matança de crias é um crime terrível, não tocamos nos inocentes. Hoje, Hagrid, você passa. Doravante, fique longe deste lugar. Você traiu a amizade dos centauros quando ajudou o traidor Firenze a fugir.
— Não vou ser expulso da floresta por um bando de mulas velhas como vocês! — Bradou Hagrid.
— Hagrid. — Chamou Hermione com a voz aguda e aterrorizada, quando dois centauros cinzento começaram a patear o chão. — Vamos embora, por favor, vamos!
Hagrid começou a andar, mas seu arco continuava erguido e seus olhos ameaçadoramente fixos em Magoriano.
— Nós sabemos o que você está guardando na floresta, Hagrid! — Gritou Magoriano quando os centauros desapareciam de vista. — E nossa tolerância está se esgotando!
Hagrid se virou e deu impressão de querer voltar diretamente para Magoriano.
— Vocês vão tolerá-lo enquanto ele estiver aqui, a floresta pertence tanto a ele quanto a vocês! — Berrou, enquanto Harry e Hermione o empurravam com todas as forças pela cintura, procurando impedi-lo de avançar. Ainda de cara amarrada, ele olhou para baixo; sua expressão se alterou para demonstrar surpresa ao ver os dois a empurrá-lo, parecia não ter sentido nada antes. — Se acalmem, os dois. — Disse, virando-se para continuar a caminhada enquanto os garotos ofegavam atrás dele, o casal se mantinha quietos e sem entender nada, na verdade, os dois não entenderam porra nenhuma desde que os três haviam chamado eles para virem com eles ate a floresta. — Não passam de mulas velhas.
— Hagrid. — Disse Hermione sem ar, contornando o trecho das urtigas pelo qual haviam passado na ida. — Se os centauros não querem humanos na Floresta, realmente parece que Harry, Astraea, Perseu e eu não vamos poder...
— Ah, vocês ouviram o que eles disseram. — Respondeu Hagrid contestando. — Não machucariam filhotes, quero dizer, garotos. Em todo o caso, não podemos permitir que mandem na gente.
— Boa tentativa. — Murmurou Astraea para Hermione, que parecia desconcertada.
Finalmente eles retomaram a trilha e uns dez minutos depois as árvores começaram a ficar mais espaçadas, já dava para ver outra vez pedaços do céu azul e, a distância, ouvir os sons inegáveis de vivas e gritos.
— Será que foi outro gol? — Indagou Hagrid, parando sob o abrigo das árvores quando avistaram o campo de quadribol. — Ou vocês acham que o jogo acabou?
— Não sei. — Respondeu Hermione, desconsolada. Astraea reparou que a Grifana estava com um aspecto péssimo, os cabelos cheios de gravetos e folhas, as vestes rasgadas em vários lugares e havia numerosos arranhões em seu rosto e nos braços. Sabia que não devia estar muito melhor.
— Calculo que terminou, sabem! — Disse Hagrid apertando os olhos para ver o estádio. – Olhem... já tem gente saindo... e se vocês quatro se apressarem poderão se misturar aos espectadores, e ninguém vai saber que não estiveram lá!
— Boa ideia. — Falou Astraea. — Bom... a gente se vê, então, Hagrid.
— Eu não acredito. — Disse Hermione com a voz muito vacilante, no momento em que se distanciaram o suficiente de Hagrid para não ser ouvidos. — Eu não acredito. Realmente não acredito.
— Calma. — Pediu Harry.
— Calma! — Exclamou ela, febril. Os dois Sonserinos trocaram risadas, sabendo que Hermione estava prestes a surtar. — Um gigante! Um gigante na Floresta! E Hagrid espera que a gente dê aulas de inglês a ele! Sempre supondo, é claro, que conseguiremos passar por um rebanho de centauros assassinos para entrar e sair! Eu... não... acredito!
— Ainda não temos de fazer nada! — Astraea tentou tranquilizá-la, ao se reunirem à torrente de alunos da Lufa-Lufa, que falavam agitados voltando para o castelo. — Ele não está nos pedindo para fazer nada a não ser que seja demitido, e isso talvez não aconteça.
— Ah, pare com isso, Astraea! — Disse Hermione, zangada, estacando subitamente e obrigando as pessoas que vinham atrás a se desviar dela. — Claro que vai ser demitido e, para ser perfeitamente sincera, depois do que acabamos de ver, quem pode culpar a Umbridge?
Houve uma pausa em que Harry a encarou com ferocidade, e os olhos dela se encheram de lágrimas. Astraea e Perseu pararam, ambos querendo ver a briga que iria se iniciar.
— Você não está falando sério. — Disse ele em voz baixa.
— Não... bom... tudo bem... não falei. Desculpe, Astraea. — Respondeu Hermione enxugando os olhos com raiva, a ruiva fez um gesto com a mão como se não se importasse. — Por que é que ele tem de criar dificuldades para ele... para nós?
— Não sei...
Weasley é nosso rei,
Weasley é nosso rei,
Não deixou a bola entrar
Weasley é nosso rei...
— E eu gostaria que parassem de cantar essa música idiota. — Disse Hermione, infeliz. — Será que ainda não tripudiaram bastante?
— Também quero que parem. — Murmurou Astraea irritada.
Uma grande onda de estudantes vinha saindo do estádio e subia os gramados.
— Ah, vamos entrar antes que a gente dê de cara com o pessoal da Sonserina. — Disse Hermione. — Sem ofender.
— Não ofendeu. — Disseram o casal junto.
Weasley defende qualquer bola
Nunca deixa o aro livre
É por isso que a Grifinória canta
Weasley é o nosso rei.
— Hermione... — Harry falou lentamente.
A cantoria estava aumentando, mas não vinha da multidão de alunos da Sonserina, vestida de verde e prata, mas de uma massa de vermelho e ouro que se deslocava gradualmente para o castelo, levando uma figura solitária nos ombros.
Weasley é nosso rei,
Weasley é nosso rei,
Não deixou a bola entrar
Weasley é nosso rei...
— Não! — Exclamou Hermione aos sussurros.
— SIM! — Falou Harry em voz alta.
— Aí meu ouvido. — Reclamou a ruiva, já que o moreno havia berrado no ouvido dela.
— HARRY, HERMIONE! — Berrou Rony, balançando a taça de prata do quadribol no ar, parecendo fora de si de felicidade. — CONSEGUIMOS! GANHAMOS!
Os dois sorriram para o amigo que passava. Houve um rolo na porta do castelo e a cabeça de Rony bateu com força na viga superior, mas ninguém parecia querer colocá-lo no chão. Ainda cantando, a multidão se comprimiu no Saguão de Entrada e desapareceu de vista.
— Vamos guardar as nossas notícias para amanhã, não é? — Perguntou Harry.
— É, certo. — Falou Hermione, preocupada. — Não estou com a menor pressa.
— Até amanhã, Astraea. — Harry se virou para a amiga, se deparando com seu namorado retirando algumas folhas de seu cabelo enquanto ela reclamava.
— Até amanhã, Harry. — Ela acenou sorrindo, diferente do loiro-acastanhado que olhava para o moreno de cara feia.
— Até amanhã, Astraea. — Hermione acenou. — Perseu.
— Até. — Murmuraram os dois juntos.
— Parabéns! Vocês mereciam. — Astraea sorriu forçada, os dois Grifinórios sorriram agradecendo. Então eles dois subiram os degraus juntos. — Ano que vem a gente ganha.
— Hum? — Perseu franziu a testa, olhando para Astraea.
— Falei que ano que vem a gente ganha, loirinho. — Ela sorriu minimamente. — A taça das casas vai ser da Sonserina ano que vem, te garanto isso.
— Como posso duvidar disso quando é a minha linda namorada que está falando? — Ele deixou um beijo na testa da ruiva, ela sorriu brilhantemente.
— É bom que não duvide mesmo. — Piscou. — Porque tudo o que eu quero, eu tenho.
— Mimada. — Sussurrou ele levando um beliscão de Astraea. — Ai, minha estrela. Doeu.
— Bom que tenha doido mesmo. — Ela se virou. — Vamos, quero tomar um banho.
— Tá precisando mesmo. — Astraea se virou para trás, um olhar matador em seu rosto. O loiro-acastanhado sorriu inocente.
— Vem! — Ele grudou a mão dos dois juntos, puxando ela para subir as escadas. — Vou levar minha garota para tomar banho e depois ela vai me dar o carinho que eu mereço.
— Quem disse que vou fazer isso?
— Eu?
— É quem você pensa que é para falar isso sem ao menos saber que eu quero?
— Seu namorado. — Perseu piscou arrancando uma risada da ruiva. — Vamos logo, quero passar o resto do dia recebendo carinho da minha linda e maravilhosa namorada.
— Pelos Deuses. — Astraea suspirou, um fio de seu cabelo voando para longe de seu rosto. — Meu namorado é um gatinho manhoso. E eu adoro isso.
✦ —— Olá estrelas e constelações!
Tudo bem com vocês? Espero que sim, desculpem novamente pela demora para postar capítulo, finalizei minhas provas e agora posso escrever normalmente de novo, não garanto totalmente que os capítulos vão sair mais rápido, afinal eu ainda tenho que fazer outras coisas e escrever outra fanfic, sem contar que esse capítulo era para ter saido ontem, mas eu fiquei sem celular. Mas mesmo assim darei o meu melhor para trazer capítulos para vocês! O capítulo de hoje não foi tão importante assim, afinal, a introdução do Grope aqui só vai servir para a fuga do povo de Hogwarts mesmo, e como a Astraea vai estar no meio do dia que a Umbridge vai ser “sequestrada” pelos centauros, achei importante ela saber sobre o Grope aqui. Outra coisa que não teve também, foi muita coisa do nosso casal, mas coloquei leves diálogos e momentos entre eles só pra vocês matarem a saudade. Lembrando que o próximo capítulo vai estar sendo introduzido o diário da Morgana e no outro capítulo já vai ser a fuga do povo, ou seja, vem aí o dia do ministério, estejam preparados, porque vai ser só porrada tiro e bomba do começo ao fim. Não garanto felicidade, mas garanto depressão. É isso meus amores, obrigado por terem lido até aqui e obrigado ainda mais pelos 12K! Amo ver nossa fanfic crescendo ainda mais e isso é tido graças a vocês, minha imensa gratidão! Não se esqueçam de votar e comentar, até a próxima e beijos!
MALFEITO FEITO!
— As pessoas que olham
para as estrelas e desejam.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top