Cap.7 Babygirl

Notas iniciais: Mais um capítulo "leve", há um hot nele então se não gosta desse tipo de conteúdo não leia a parte do texto em itálico no meio do capítulo.

O vestido foi usado pela personagem.

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Capítulo 7 - Babygirl

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Por Shigaraki

Se tem uma coisa que me deixa revoltado é quando idiotas tentam me subestimar. Depois de todo aquele estresse no galpão e enquanto imaginava as inúmeras formas de me vingar daquele maldito, Spinner me deixou a par da missão realizada mais cedo e, claro, não parava de reclamar por aquela não ser a vontade de Stain. Tudo o que eu queria fazer era matar alguém.

— Relaxa, Spinner. Agora tenho mais o que fazer. Kurogiri entregará as próximas. — Saí da sala em direção às escadas e, assim que entrei no meu quarto, rodei o cartão daquele maldito entre os dedos. Porém, minha atenção foi claramente roubada pelo corpo de Mirai na minha cama. A diaba desgraçada não tinha medo de morrer pelas minhas mãos e, para completar, usava um pijama minúsculo. Respirei fundo, retirei a mão do meu rosto, deixei os sapatos na ponta da cama, tirei o sobretudo e me joguei no colchão. Quanto mais próximo dos meus objetivos, menos horas de descanso temos.

Comecei a fechar meus olhos e, rapidamente, senti meu corpo ser envolvido. Num acesso de fúria incontida, por meus reflexos, segurei o braço dela além da cama.

— Porra... — A única coisa que senti foi o móvel rangendo antes de desabar. Mirai deu um belo grito além de espalmar a minha cara com a direita.

— O que aconteceu? — Me encarou confusa e levemente descabelada.

— Além de você ter batido na minha cara, desintegrei a cama por sua culpa!

— Como? Se eu estava dormindo, Shigui?

— Maldita hora que deixei você dormir na minha cama!

— Deixou? Você impôs, e não comece com essa bipolaridade. — Mirai ficou de pé. Essa mulher ainda vai me fazer matá-la só pela desobediência.

— Mulher... — Olhei-a de esguelha.

— Olha, se acalma antes que você desintegre o colchão. Ainda bem que já encomendei uma cama de casal maior; na lista parecia que estava adivinhando! — Ela se abaixou e pegou o travesseiro. Notei suas coxas completamente expostas e como o short deixava partes demais à mostra. Assim que tentou passar por mim, segurei sua panturrilha esquerda.

— Onde você pensa que vai?

— Procurar outra cama para dormir. — Arqueei a sobrancelha. Ela queria mesmo testar a minha paciência? Forcei-a a sentar na cama, derrubando-a com meus braços e prensando-a contra o meu corpo.

— Shigui...

— Quietinha, Mirai. Minha paciência com você está por um fio. — Deitei minha cabeça no travesseiro e envolvi a cintura com a mão. A individualidade dela parecia progredir aos poucos; afinal, ainda estava viva. Olhei para o rosto dela, que desviou estranhamente corado, e sinceramente não me importava com isso. Resolvi descer mais e deitei em seus seios macios, além de agarrar sua coxa, pondo a perna dela sobre meu corpo. O coração dela disparou enquanto fechei meus olhos, sentindo um afago sobre meus cabelos. Mesmo não assumindo, gostei desse gesto desnecessário.

Off

O não-casal dormia tranquilamente. Mirai demorou um pouco mais a pegar no sono devido à respiração forte de Tomura sobre os seios, que era inquietante e estranhamente boa. A mão dele em sua coxa, aos poucos, apertava sua pele durante o sono. Mesmo dormindo, se sentia tratada como posse e, no fim das contas, foi tomada como tal. Quando finalmente pegou no sono, sentiu seu corpo desabar como se toda a tensão e cansaço proporcionados por ele desaparecessem.

Por volta das 10 horas, estava de pé. Olhou para Shigaraki, que pegava uma camisa no armário e a vestia.

— Que milagre é esse que você está trocando de roupa e, pelo visto, tomou outro banho! — Comentou, sentando-se, e ele sorriu de lado.

— Já que está com a língua afiada, espero que trabalhe muito bem. — Seguiu para a porta, pegou a mão dela e, após pressioná-la no rosto, olhou novamente para ela. — Aconselho colocar uma roupa bem discreta se quiser evitar perguntas. — Ela não sabia, mas ele mantinha um sorriso satisfatório por trás da mão. Ao bater a porta e deixá-la sozinha, a garota tentou se levantar de imediato, sentindo as pernas moles e uma dor forte no baixo ventre, além de um ardor no meio das pernas. Respirou fundo e, depois de um tempo, conseguiu se levantar, indo até o banheiro correndo. Ligou as luzes e se encarou no espelho. Havia marcas dos dedos dele na coxa, em volta da cintura, além de chupões no ombro.

— Como raios não senti isso? Se bem que... — Balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Shigaraki fora muito intenso para uma rapidinha, já que ele havia deixado claro que não tinha tempo para mais do que isso. Retirou as roupas e prosseguiu com as higienes, sofrendo em todo o processo. Sabia que precisaria de, no mínimo, dois dias para se recuperar. Antes de sair do banheiro, sorriu com malícia: Se Shigaraki queria guerra, ele teria.

Mirai abriu o armário e pegou o traje mais curto que tinha: um top branco de manga curta e um short de tecido maleável de cós alto preto. A peça deixava suas curvas aparentes, assim como o pijama da noite anterior. Pegou uma lingerie azul e vestiu, colocou o tênis e fez um coque nos cabelos lilases. Se encarou no espelho, passou um gloss, colocou o colar com a chave e ajeitou o decote da camisa, mostrando o ombro marcado. Depois, simplesmente pegou os papéis que havia organizado na noite anterior e saiu do quarto.

Não era surpresa nenhuma que o líder estava para começar mais uma reunião. A garota se debruçou no balcão pegando um copo de água depois foi até a pequena cozinha pegando um *italiano, sorriu por ser o único que sobrou.

"Esse povo come demais." - Pensou. Ouviu o barulho típico das chamas e sorriu.

— Está aí há muito tempo, gatinho? — Perguntou.

— O suficiente. — Ela não precisou se virar para saber que ele estava olhando para o quadril.

Mirai se virou sorrindo, permitindo que ele analisasse melhor o corpo dela, completamente marcado pela lateral direita. Havia dois dígitos no pescoço, alguns na cintura e vários na coxa, além de marcas roxas no ombro.

— Gatinho, você perdeu a língua? — Se aproximou perigosamente, no fundo se divertindo com a situação.

— E você, o amor da minha vida? — Meneou a cabeça para a direita, indicando o ombro.

— Ah, isso. — Bebeu água. Porra, o corpo todo ainda doía. — Ossos do ofício. — Deu de ombros, abrindo a geladeira e pegando um dos frappuccinos que comprou para Shigaraki.

Dabi riu com lascívia, antes de seguir para a reunião. Mirai não se importou; tomou o café da manhã tranquilamente e, quando acabou, descartou o copo corretamente antes de ir para a reunião com os papéis em mãos. Shigaraki estava sentado na ponta da mesa, designando as próximas missões. A garota não pensou duas vezes. Geralmente, se mantinha atrás, encostada na parede ao lado de Kurogiri, e na verdade, nunca em toda a sua vida usou um traje tão curto fora do quarto ou se expôs tanto. Se tornou o menos visível possível, mas hoje estava afim de perturbá-lo ao extremo e se aproveitou do fato de que a cadeira do azulado estava afastada da mesa. Sentou-se no colo dele e cruzou as pernas, deixando todos ali extremamente confusos, inclusive o próprio Tomura, que, ao perceber o joguinho dela, apoiou a mão na cintura, apertando o mesmo local da noite anterior. Tal ato enviou ondas de choque por todo o sistema nervoso dela, como se relembrasse cada toque dele.

— Não é mais fácil alguém se infiltrar na UA? — Twice suspirou. Os dedos de Shigaraki percorreram a extensão da cintura feminina, causando um leve arrepio na coluna dela, e pararam na curvatura da bunda.

— Não precisa. Aposto que Mirai já conseguiu um decodificador, não é mesmo? — Olhou fixo para ela, que fez menção de levantar; os dedos dele apertaram mais a derme, voltando à cintura.

— Sim. Assim como preciso saber se você precisa de alguma coisa. — Ficou séria.

— Eu aqui. — Twice levantou a mão, seguido por Toga.

— Algo realmente útil? — A voz dela ecoou e eles continuaram com as mãos erguidas. — Pelos deuses, fini, facas, álcool e videogame não são prioridades. — Ambos baixaram as mãos e ela sorriu minimamente. — Fora que já pedi tudo isso. — Sussurrou, o único que escutou foi o próprio Tomura. — Ainda vai precisar de mim? — Se mexeu sobre ele discretamente.

— Não me provoque, Mirai. Leve logo esse relatório, não tenho tempo para isso. — Ela assentiu, se levantando do colo dele. Aquela era a primeira vez na vida que fazia algo tão ousado por puro impulso. Foi até o quarto e pegou a bolsa, além do telefone e o sobretudo de Tomura, sem se importar se ele iria usá-lo ou não.

Mirai já havia despachado os papéis com as emergências da liga. Sorriu ao pensar em como tudo era perfeitamente esquematizado. Ela pagava pelo serviço do governo, perfeitamente rastreável, para enviar uma correspondência que, claro, era inviolável segundo os padrões de segurança. Os papéis iam para um escritório localizado ao norte da cidade e lá o dinheiro e as instruções retornavam para a liga em forma de rendimento, com cada item indicado por ela. Na volta, resolveu fazer uma visitinha a Hikai; ainda precisava de um hacker competente.

— Quem é viva lembra dos pobres! — Sato riu ao se aproximar e a abraçou, sendo retribuído.

— Mirai, que troço malcheiroso é esse que você está usando? — O "Incubus" perguntou, e ela riu ao se afastar, cheirou o casaco e fez uma cara de nojo terrível.

"Meu deus Shigaraki nunca lavou essa porcaria?" - Pensou antes de tirar a peça.

— Então vou pôr na lavanderia. — Sato estalou dois dedos e uma das meninas que trabalhava na casa pegou a peça. Agradeceu, sendo observada de perto por ele, que segurou o rosto feminino com o polegar e o indicador antes de examinar melhor as marcas no ombro.

— Quem foi o animal que te comeu pra você ficar assim? — Perdeu a compostura, deixando-a estupidamente envergonhada. — Se o Hikai te vir assim, vai encher o seu saco; você conhece ele o suficiente pra isso.

— É simples, me dá o seu blazer. — Revirou os olhos. — E para de ser tão vulgar, Sato.

O mais velho soltou alguns resmungos antes de retirar a peça de roupa e entregá-la a ela, que a vestiu.

— Pelo visto, você continua muito cavalheiro. Não mude, meu bem. — Sorriu, e o mais velho se aproximou disposto a dar um beijo nos lábios bem desenhados. Porém, ela virou o rosto, e ele entendeu que ela não estava afim, deixando um beijo na bochecha.

— Vamos logo, Hikai tem visitas e não são nada agradáveis. Lembre-se, você é a babygirl e coloque isso na cabeça. — Ele puxou-a pelo blazer, enfiou a mão no bolso interno e tirou de lá um óculos escuro.

Mirai percebeu que poderia ter problemas, então colocou o cabelo todo para trás, prendendo-o em um coque baixo, fechou o blazer da melhor forma que pode e seguiram pela mansão adentro. Foram até o jardim, onde Sato ordenou que ela esperasse. Caminhou até as portas no fundo do jardim e sumiu. Quando retornou, vinha acompanhado por um homem de quase meia-idade que limpava as mãos em um tecido fino, que Mirai julgou ser uma toalha.

— Que surpresa maravilhosa, my baby! — Ela o abraçou.

— Estava com saudades, mas confesso que vim atrás de um serviço específico. — Sussurrou, e os olhos claros de Hikai brilharam. — Me diz que você vai atirar.

— Não. — O semblante do homem parecia o de uma criança inconformada. — Vamos na vingança do rei quando você tiver tempo; aí eu atiro. — Sorriu. — Preciso de um hacker dos bons e, claro, vou te pagar por isso. — Piscou, e ele respirou fundo, colocando a mão na cintura.

— O que eu faço com essa garota, Sato? Ela só me dá orgulho! — Bateu de leve no ombro do colega de longa data.

— Meu amor, procure pelo dono da Red Velvet e diga que o portal te mandou; ele me deve um favor. — Hikai enfiou a mão no bolso do terno branco em busca de algo. Quando encontrou, entregou-o nas mãos da garota, que se pôs a analisar: um cartão carmesim com um alfinete de ouro.

— Que específico. Pra que isso? — Encarou a peça dourada espetada.

— Pode não parecer, mas aí tem muito mais do que minha digital. Keiko é um amigo distante, mas negócios são negócios. Ele está pra sair da cidade, então aconselho que você o veja hoje à noite. E, pelo amor dos deuses, babygirl, vá vestida de acordo, sim? Cadê os vestidos da Balmain que te levei pra comprar? — Ela revirou os olhos.

— Relaxa, papi, eu estou de folga. Você melhor do que ninguém sabe que trabalho muito bem vestida.

— Ótimo, esteja aqui por volta das 20h. Sato irá te acompanhar e vou deixar uma surpresinha pra você caso as coisas saiam do controle. — Piscou. Antes que pudesse continuar, a porta foi novamente aberta, e um homem de terno listrado passou. Ele tinha um penteado um tanto quanto desproporcional para seus fios ruivos, além de um olhar claramente soberbo e predatório, que a maioria dos homens de poder sustenta. O mesmo estava acompanhado de mais duas pessoas, claramente capangas.

— Sou um homem ocupado, Hikai, e nosso convidado começou a ficar tediante. — O homem parou ao lado de Hikai, analisando a garota de estatura baixa e cabelo preso. Diferente das outras meninas que trabalhavam e viviam na casa, essa claramente tinha um toque especial, visível pelo diamante rosa de seus brincos discretos.

— Seu senso de humor é maravilhoso, Rikiya. Babygirl, não esqueça do nosso combinado, e agora, se me der licença, preciso voltar à nossa reunião e...

— Espere, Hikai. Garota, qual é o seu nome? — Mirai arqueou a sobrancelha por detrás dos óculos.

— Me chamo Queeny. — Discretamente ativou a individualidade.

— É um prazer conhecê-la. Você me parece uma garota muito doce e delicada para estar aqui. — Continuou a analisar, sabendo que na casa de Hikai não havia prostitutas, a não ser que as mulheres quisessem trabalhar com esse tipo de serviço por fora. Também tinha em mente que Hikai não fazia caridade, então aquela garota não podia simplesmente estar na base e ser uma simples serviçal. Olhou para o pescoço e viu o diamante mais discreto, assim como o fato de que, apesar de estar vestindo um paletó enorme por cima da roupa, ainda conseguia ser bem discreta.

— Ora, Rikiya, se continuarmos aqui, nosso convidado vai esfriar! — Riu. Por dentro estava preocupado, sempre temeu pela garota.

— Não seja apressado. Cérebros está se divertindo com ele. Agora, garota, o que você faz aqui na mansão? Sou um homem curioso. — Ela se aproximou.

— Não faço nada e não sou ninguém. Agora, se me derem licença, estou atrasada.

Mirai saiu, deixando o homem ainda mais intrigado. Afinal, ele não percebeu, mas foi manipulado pela individualidade sutilmente. Pelo resto do dia, a garota circulou pela cidade, parou para almoçar no restaurante dentro do shopping e, de lá mesmo, passou na primeira loja que viu para comprar um vestido, uma lingerie correspondente e um par de saltos. Depois, voltou para o esconderijo como se nada houvesse acontecido.

— Boa tarde, Kuro. — Sorriu.

— Senhorita Mirai, como vai?

— Bem. O povo já está na rua? — Perguntou curiosa.

— Senhorita Toga e Twice foram buscar o Mr. Comprass, e o restante tem seus próprios objetivos além dos serviços internos.

— Justo. Vou indo, Kuro. — Subiu as escadas com as bolsas sem se preocupar com nada e, ao adentrar o quarto, observou Shigaraki procurando por algo. Deixou as bolsas sobre o colchão e se sentou na cômoda apenas para observá-lo. Quando ele ia abrir a gaveta dela, a mesma se manifestou.

— Seja o que estiver procurando, não vai estar na minha gaveta de calcinhas.

— Onde está o meu sobretudo, Mirai? — Ele a olhou pela primeira vez.

— Aquele troço podre? Deixei na lavanderia e nem pense em reclamar, o outro que usei ontem está bem ali, cheirosinho. — Apontou para a poltrona. Tomura, no entanto, se aproximou tocando no blazer sem desintegrar.

— De quem é isso?

— Isso? — Ela se pôs de pé, abrindo a peça. — De Sato. Ele tem um ótimo gosto para roupas e para perfumes também. — Cheirou a peça e ele revirou os olhos.

— Temos uma missão mais tarde. Não se atrase. — Ele pegou a peça na poltrona e a vestiu.

— Espera aí, Shigui, que missão e que horas? — Cruzou os braços, e ele respirou fundo, estava impaciente demais com o ocorrido com Overhaul para lidar com ela.

— Desde quando você precisa saber de alguma coisa além de cumprir com sua parte?

— Desde que um certo chefe carrancudo e estressado me encarregou de decifrar as informações que coletamos. Então não vai dar, vocês se viram bem sem mim. — Piscou, tirando o blazer e pareceu se dar conta de algo. — ESPERA AÍ, TOMURA SHIGARAKI! Como isso aconteceu? — Apontou para o próprio corpo.

— Você só pode estar brincando comigo, mulher. Estava bem acordada nessa madrugada e pediu por mais e mais. — Ela desviou o olhar constrangida.

— Só não precisava ser tão bruto.

— Você não pareceu reclamar muito quando descontei todo o meu estresse em você. — Agora o sorriso se embebia em malícia.

— Quer saber? Não precisa falar mais nada, só vai. — Apontou para a porta e ele riu.

— Você está de pé, então não peguei tão pesado. De qualquer forma, tenho assuntos mais sérios a tratar.

Ao ficar sozinha novamente, Mirai se deitou no colchão e respirou fundo, deixando a lembrança da madrugada invadir a mente. O calor e o desejo que haviam tomado conta de seu corpo, a forma como ele a tocou, a maneira como suas mãos exploraram cada curva com uma mistura de impaciência e necessidade.

Os momentos de prazer e intensidade se misturavam com a sensação de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, de domínio que Tomura havia exercido. Era um paradoxo confuso, a linha entre o desejo e a dor se tornava cada vez mais fina. Ela não podia negar o desejo que sentia por ele, nem o fascínio que sua presença impunha, mas a brutalidade com que ele expressava sua necessidade era uma lembrança constante do poder que ele tinha sobre ela.

Estava há mais de uma hora naquela posição, Shigaraki aparentava dormir tranquilamente, porém toda vez que fazia a menção de sair ou se mover, a mão dele apertava mais a coxa, marcando a pele, afinal a individualidade se ativava como se estivesse em constante alerta. Se revirou mais um pouco e sentiu a mão agarrar a bunda com força, soltando no processo, finalmente conseguiu se virar formando uma conchinha, porém não conseguia dormir, sentia o corpo aquecer constantemente conforme o azulado a tocava. Um simples deslizar pelo quadril era o suficiente, até os seios estavam rijos devido ao rosto que se esfregava entre eles na posição anterior e, mesmo que não quisesse admitir, estava estranhamente excitada.

— Mirai... — ele sussurrou, descendo a mão pela cintura.

— Não consigo dormir, Shigui, estou inquieta demais. — Raramente era tão aberta a expressar o próprio pensamento sem ironia, mas estava realmente incomodada.

— Você está tensa. Tira a camisa e fica de bruços que eu vou te massagear. — Ele ordenou, ela piscou algumas vezes antes de obedecer, se sentou na cama, tirou a camisa e depois se deitou. instantaneamente sentiu o peso sobre as nádegas, indicando que ele estava praticamente sentado ali. As mãos de Shigaraki percorreram pelas costas e pressionaram os ombros em um contato relaxante e ao mesmo tempo bruto, marcando a pele conforme amolecia o corpo, massageou os ombros e toda a extensão das costas, depois saiu de cima dela e ordenou que virasse de frente ao subir em cima das pernas dela, travando o corpo seminu, riu com malícia, se abaixando em direção ao pescoço feminino. O coração disparou ao sentir a respiração tão perto de si, arrepiando a pele.

— Espera Shigui...

—Você não quer Mirai? - Foi ríspido.

— Quero. — Desviou o olhar constrangido.

Então é o suficiente. — Não deixou que a mesma falasse mais nada, tomou os lábios dela de forma voraz, era completamente diferente dos beijos da primeira noite em que transaram e ela correspondia à altura. O ósculo foi quebrado apenas para que os beijos descessem pelo pescoço, seios, saiu de cima dela para ajudar a retirar o short, puxando-o junto com a calcinha e sem aviso abriu as pernas, expondo a intimidade. Ela pareceu congelar diante de tal ação, mas tudo piorou quando os lábios dele de uma só vez desceram até o local, lhe provando com gosto. Precisou segurar os gemidos conforme o oral se tornava mais intenso, o corpo aquecia em desespero dividido entre a sensibilidade e o prazer até que explodiu em um orgasmo mais do que satisfatório.
— Você vai precisar ficar quieta, a liga está cheia hoje e não vou ter pena alguma de você — Sorriu, as mãos dela foram ao encontro da camisa masculina enquanto ele abria as calças e o puxou para um beijo desconcertante sentindo o próprio gosto. Shigaraki aproveitou a deixa para se despir das peças desnecessárias, ficando apenas com a camisa que ela logo tratou de arrancar, ela esticou o braço tateando a gaveta da cômoda que ficava ao lado da cama. Tomura riu, puxando da própria calça o pacotinho azul, revestiu o membro e abriu mais as pernas dela, penetrando-a em seguida.

Taí algo que Mirai jamais se acostumaria a brutalidade dele, sentia o interior ser preenchido rapidamente conforme ele estocava sem dó aquilo doía bastante, talvez por ser a segunda vez que transava ou simplesmente pela força imposta no alto e ainda assim era bom e Shigaraki parecia devidamente inclinado a tornar tudo mais difícil estocando com força e rapidez se deitou sobre ela apenas para morder o ombro direito e distribuir chupões enquanto mantinha os movimentos brutos, com o tempo sentiu a intimidade da garota se contrair cada vez mais e olhou nos olhos esfumaçados embebidos em luxúria ela rebolou contra o quadril e ele segurou a cintura com força além de elevar a perna deixando mais uma bela mordida na parte interna da coxa, agora os movimentos suavizavam e ela tremia mediante o prazer.

— Vai mais forte, Shigui... — sussurrou.

— Não venha reclamar que está dolorida depois. — Com tais palavras e um sorriso cheio de malícia, ele voltou a se movimentar com força e rapidez. O som começou a ecoar pelo quarto enquanto ela tentava não gemer alto, descontando tudo em arranhões pelas costas do azulado, além de morder o próprio lábio, sentindo os lábios dele castigarem a pele. A ardência se fez presente conforme os movimentos se tornaram completamente sem pausa assim como o membro estava mais duro. Ele novamente se contraiu e ele revirou os olhos de prazer. Investiu mais algumas vezes gozando, saiu de dentro dela após a sensação de topor, tirou a camisinha e deu um nó, olhou para o corpo ainda trêmulo e novamente se deitou entre as pernas.

— Você não ficou satisfeito?

— Não admito falhas, Mirai, você não gozou. — Sem dizer uma palavra, tomou-a com gana enquanto escorregava dois dedos para o interior quente e estupidamente úmido, os enganchou e começou a estocar. Eram tantas as sensações, tanto prazer que se desmanchou facilmente, rebolando o quadril unicamente para ele, além de segurar em seus cabelos. Para o desespero dela, Tomura deu sinais de que seu corpo queria muito mais.

Naquela madrugada, Mirai foi dormir completamente exausta, enquanto Shigaraki, deitado sobre seus seios, dormiu feito um bebê.

"Shut your mouth, baby, stand and deliver

Holy hands, will they make me a sinner?

Like a river, like a river

Shut your mouth and run me like a river

Choke this love 'til the veins start to shiver"


Mirai fechou os olhos, tentando afastar a memória, mas as imagens permaneciam. Ele a tinha dominado completamente, e a sensação de submissão, embora desconfortável, também tinha uma estranha forma de atraí-la. A mente dela estava um turbilhão de emoções conflitantes, uma mistura de desejo e repulsa que ela não conseguia controlar.

Levantou-se, foi até o espelho e observou seu reflexo, as marcas e os sinais da noite anterior ainda visíveis em seu corpo. Havia uma estranha satisfação em ser marcada por ele, um símbolo de algo que era ao mesmo tempo doloroso e desejado.

— O que estou fazendo? — Murmurou para si mesma. — Por que eu deixo isso acontecer e aida peço por mais?

O rosto aquecia novamente, realmente ele não pegou leve sentia até agora a intimidade dolorida, essa era a segunda vez que se entregava a ele de bom grado, mas algo em seu interior pulsava indicando que não deveria se deitar mais com o homem visivelmente transtornado, talvez fosse o fato de estar completamente embebida na lembrança ou simplesmente por não se dar conta de que estava a mercê dos toques de desejos dele por estar apaixonada e no fim preferiu dormir do que continuar batendo cabeça sobre um assunto que claramente não queria resolver.

...

As horas de sono fizeram toda a diferença, quando despertou satisfeita, ela se vestiu novamente e foi até a janela, olhando para a cidade abaixo, pensando nas tarefas que ainda tinha pela frente. Era um dia para se concentrar no que precisava ser feito e, se necessário, deixar as complexidades de suas emoções para depois, encarou o celular repleto de mensagens:

Sato, baby:
Gatinha, te pego em 90 min, fica bem gostosa, você vai se passar por uma acompanhante em um evento beneficente. Desculpa avisar agora, mas sabe como é, né? Hikai adora me dá mais trabalho.

PS: O babaca gosta de morenas.

PS2: Você ficou uma delícia com aquela roupa, devia me deixar tirar.

Desconhecido:
Sou eu, Peter, você me passou seu número e acabei esquecendo de salvar. Essa semana, mulheres não pagam até às três da manhã. Coloquei seu nome na lista. Se vier, não se preocupe e, antes que me esqueça, aprendi um drink novo e ele tem a cor dos seus cabelos. Acabei dando seu nome para ele.

Fabricador:
Comecei a fabricar os diamantes que me pediu, vou precisar de uma semana pra concluir. Até agora a receita é de 600mil, mas sei que você já sabe disso.

Toga ❤️:
Quando voltar, compra uma faca de lâmina curva para mim, tenho um assunto a tratar com o Twice. Ah, tem dinheiro embaixo do travesseiro dele, está no meu quarto.

Leu as principais mensagens, levantou-se levantou e seguiu para o banheiro, onde tomou outro banho rápido e encarou o vestido que havia escolhido.

"Se não fosse pelo trabalho, nunca que usaria algo assim para sair com um desinteressado!" Revirou os olhos pelos pensamentos e pegou a peça íntima, a única coisa que cabia era uma calcinha minúscula na cor branca que comprou junto ao vestido, maquiou o corpo escondendo todas as marcas deixadas por Tomura e colocou a peça, encarando no espelho como os seios ficavam bem dispostos além da fenda generosa na coxa esquerda, foi até o armário e pegou uma gargantilha de esmeraldas e brincos que faziam parte do conjunto, se maquiou levemente e colocou os saltos, por fim começou a camuflar a aparência, colocou a mesma peruca que usou na criação e sêxtuplas e finalizou com lentes em tom azul, por fim pegou a cluch e deixou o cartão vermelho e o pen drive bem guardados. Desceu as escadas, encontrando o famigerado hall/ sala da liga ocupado apenas por Dabi, que parecia retornar de uma missão.

— Boa noite, gatinho. — Os olhos azuis brilhavam além da conta. Respirou profundamente, sentindo o perfume dela se misturar ao mentolado do cigarro.

— Pelo visto a sua está só começando.

— Preferia estar descansando. — Arfou inconformada. — Enfim, gatinho, você já usou o celular descartável que te dei essa semana?

— Não, por quê? — Ela se aproximou sorrindo.

— Então pode me dar, depois te consigo outro. — Estendeu a destra. Ele soltou a fumaça lentamente antes de procurar pelo aparelho dentro do bolso interno da roupa.

— Sabe que não uso isso, então não precisa se preocupar. — Ela tomou o cigarro das mãos dele com leveza e levou até os lábios, tragou pela primeira vez, tossindo ao soltar a fumaça.

— Como você pode gostar disso? É horrível. — Se recuperou aos poucos e ele riu.

— Não faz muita diferença pra mim. — Teve o cigarro devolvido e discretamente alisou a cintura dela. — Você fica bem assim. — Piscou ao se afastar e, na cabeça da lilás, ele se tornava cada vez mais interessante...

— Escuta, Mirai, o Hikai não confia no Keiko. Achamos que ele está roubando informações e passando para a Yakuza, por isso coloquei o presente dentro da sua bolsa. — A garota vislumbrou a agulha de ponta dupla coberta por uma fina película de metal, que parecia uma caneta de duas pontas.

— Espera, Sato, por que ele não me contou? — Cruzou os braços. — Hikai anda muito desatento para o meu gosto.

— Princesa, eu vou ser as suas costas, mas se algo der errado, nessa agulha tem veneno o suficiente para matar. Espero que não precise usar. — O moreno continuou concentrado na direção e agora a garota se perguntava o que mais estavam escondendo...

Mirai observava o local, confusa, enquanto Sato a acompanhava. Mesmo com a mensagem informando o destino da festa, jamais imaginou que o evento fosse no... Museu. Observava as obras de arte, fascinada.

— Como não vim aqui antes? — Sussurrou. Sato se aproximou e pôs a destra na metade das costas, apoiando-a.

— Você veio aqui sim, princesa. Tomamos um sorvete depois. Não se lembra? Foi logo na sua primeira fuga depois que começou a trabalhar com aquele idiota. — O moreno revirou os olhos.

— Quanto ódio, Sato. — Ironizou, e, na hora, o moreno parou de caminhar.

— É com aquele babaca que você está dormindo, não é? — Arqueou a sobrancelha e ela enrubesceu, porém, como estava na frente dele, não percebeu.

— Primeiro, isso não te interessa e, segundo, jamais me deitaria com o líder da liga. — Mentiu.

— Realmente, ele não parece gostar disso e ser possessivo. Aposto que prefere jogar videogame e matar do que sexo. — A garota riu.

— Ele? Não me faça rir, Sato. Todo homem com o mínimo de poder nas mãos e uma mente minimamente distorcida se torna possessivo. Hikai não é diferente, porém, o Papi me tem como filha, mas nem por esse motivo deixou de me criar com seus próprios objetivos. — Sato pareceu pensar por uns instantes antes de concordar. A conversa agora tomava outro rumo enquanto ele a encaminhava até o "conhecido" que Hikai havia mencionado. O salão estava repleto de figuras que pareciam ser importantes e, por mais que Mirai quisesse memorizar alguns rostos, devia se manter atenta aos objetivos da liga. Pararam em frente a uma cortina vermelha arqueada. Havia um homem na frente da porta de terno e gravata, com um ponto no ouvido direito e a famosa barra de divisão com correntinha.

— Pronto, babygirl, agora é só você usar o cartão. — Ela abriu a bolsa, pegou o pequeno cartão nas mãos e o mostrou ao homem, que analisou a peça.

— Senhorita...

— Queeny, e este é meu acompanhante, Sato.

— O senhor Keiko está na mesa 28. Tenham uma boa noite. — A barra foi aberta e ambos passaram. Mirai se surpreendeu com a aparência do homem. Esperava encontrar um nerd curvado pelo uso inadequado da postura, um homem que claramente passava suas manhãs trancadas no escuro e, por isso, teria inúmeras olheiras. Esperava encontrar um homem magro e de face cansada ou irritadiça, para, no fim, ver seu prejulgamento ir para o chão.

Keiko tinha os fios castanhos em coloração média, os olhos num tom de verde intenso, além de possuir a postura correta e ter o corpo totalmente alinhado. Um homem comum, porém muito bonito. Assim como Mirai, ele também estava acompanhado, só que por três homens, claramente seguranças.

— Então você é a mulher que Hikai mandou para mim? — Olhou-a de cima a baixo, avaliando-a. — Diga seu nome, querida. — Mirai sentiu o estômago revirar, mas manteve o sorriso tímido.

— Queeny. Sara Queeny — Comentou.

— Sente-se, querida. Pelo que Hikai falou, você veio saldar minha "dívida". — Ela não gostou do tom. Na verdade, sentia que algo naquele homem era muito estranho, apesar de aparentar ser extremamente calmo. Por isso, ativou a individualidade antes de abrir a bolsa e segurar o pen drive em mãos.

— Sim, senhor Keiko, o...

— Hans, me chame apenas de Hans. — A destra dele foi até o braço dela, deslizando de maneira morna e contra a vontade da garota, que, apesar de querer cortar o contato, ignorou a sensação. A mão de Hans parou na coxa esquerda, e aquilo foi demais. Segurando com uma força incontida, a garota tirou a mão dele e a pôs sobre a mesa.

— Sou sua acompanhante e estou aqui a mando do senhor Hikai. Tenha mais respeito ou posso acabar perdendo a minha paciência. — Ele riu de maneira sádica.

— Vamos ao trabalho primeiro.

— Esse é o conteúdo do seu trabalho, está completamente codificado. — Deslizou o pen drive pela mesa. O homem virou a destra e ela notou uma pequena entrada USB em sua mão. Foi aí que se deu conta: não tinha imaginado como ele faria o trabalho até agora. Sentiu-se meio estúpida pensando que ele decodificaria as coisas em um notebook, celular, tablet ou qualquer outro aparelho eletrônico no meio de uma festa. Ao encaixar a peça na palma da mão, os olhos se tornaram brancos, como se rolos de filmes antigos passassem por aquela tela branca, e um silêncio mortal se instaurou na mesa. Quando ele acabou, sorriu, e as esmeraldas retornaram ao seu brilho.

— Que conteúdo interessante... — Foi nesse momento que Mirai entrou em cena e esperou que ele entregasse o pen drive. — Diga a Hikai que nossa dívida está completamente saldada e diga-se de passagem que o material é divino! — Ela guardou o pen drive nos seios.

— A que conteúdo se refere? — Intensificou a individualidade ao máximo, notando o homem piscar algumas vezes, o que indicava que estava fazendo efeito rapidamente... Até demais.

— O conteúdo do pen drive...

— Hans, acho que deveria pedir um copo d'água. — Intensificou a individualidade ainda mais. — O único conteúdo que comentamos foram as fotos que você pediu para tirarmos e eu aceitei, inclusive pedi para me enviar uma cópia. Será que podemos tirar isso logo? — Mentiu, sentindo a cabeça doer.

— Claro... — Se aproximou mais do homem, colocando a delicada mão sobre a dele. Ambos sorriram e a foto foi tirada.

— Agora termine de me contar sobre seus hobbies, afinal era disso que estávamos falando antes de você sugerir uma imagem. E não se esqueça de me enviar, por favor. — Era possível sentir a cabeça martelar com vontade. Assim que ele enviou a foto, ela desativou a individualidade.

— Você é bem bonita para ser só uma acompanhante de negócios. Não topa algo mais do que isso? — Arqueou a sobrancelha duas vezes.

— Não, senhor Keiko. E agora, se me der licença, tenho que...

— Não tem não. O meu acordo com Hikai foi bem claro: uma acompanhante pela duração que EU, KEIKO HANS, permanecer na festa. — Ela sorriu minimamente antes de se conformar com tal acordo.

Após alguns minutos na mesa, Hans levou-a pelo salão, guiando-a com maestria entre os seus. Ela foi obrigada a segurar no braço forte e fingir ser a namorada dele. Pousaram para fotos, conversaram com homens igualmente ricos e poderosos, até que ele exigiu que ela dançasse com ele. Talvez estivesse estressada demais por toda a situação ou simplesmente precisasse entrar mais firme no personagem. No fim, bebeu. O álcool era como um veneno para alguém que dependia da sobriedade para ativar e alternar entre suas habilidades, e sentiu o corpo relaxar. Sorriu, sem saber que aquele ambiente calmo estava prestes a ruir.

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Notas finais: Italiano é um salgado que muitos conhecem como joelho, aqui na minha cidade ele se chama italiano em outros lugares é conhecido como bauru de forno e por ai vai, acho que o mais próximo desse salgado no lugar em que se passa a fic seria o korokke (sendo ele mais parecido com o croquete) com a diferença gritante de que é frito, enfim temos muitas culinárias diversificadas na fic.

Música no fim do hot: River - Bishop Briggs (acabei escrevendo o hot ás 3hs da manhã então foi essa a musica que inspirou)

Próximo capítulo terá mais explicações.

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