Cap.39 Só me dão problema

Menção de drogas, boa leitura.

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Só me dão problema

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Era no mínimo engraçado a cara do pessoal que não concordava com aquilo, mas aposta é aposta e o vencedor tinha direito a tudo não é mesmo?

Dabi aos poucos se amaldiçoava por ter aceito que jogassem em grupos afinal estava com Twice que é praticamente uma torneira ambulante e o tal de Sato que parecia sem bom de copo, mas nunca imaginou que June fosse uma cachaceira há altura. Já passavam das duas da manhã e a vermelha continuava bebendo, Toga estava adormecida em seu colo e Mirai esperando para trocar de lugar com ela. A loira bebeu os primeiros trinta shots  e no último vomitou, June assumiu com uma marca incrível de 56 copos e do lado dos homens Twice estava desacordado e Dabi se recusava a entregar os pontos.

— Você vai perder garoto. — A vermelha mencionou.

— Tesc. Fica na sua hellgirl, parece que ele aguenta tanto quanto você. — Sato Rebateu e Hikai Tragou o charuto 

— Pelo visto vamos ficar a noite toda aqui, eu vou deitar naquele sofá ali quando acabar me digam. — Foi a vez de Mirai mencionar de afastando, sem perceber que aos poucos a vermelha planejava trapacear.

Às 3hs da manhã finalmente o moreno das chamas azuis havia perdido e Mirai e June comemoraram batendo as mãos, a garota a te sentou na banqueta escolhendo uma música.

— Papi tem dinheiro aí? — Estendeu a mão, o mais velho prendeu o charuto na boca antes de tirar do bolso do smoking 600 em notas. — Só isso? — A lilás reclamou de ironia.

— Seu presente consumiu demais, andem logo com isso que tenho que retornar a mansão.

O trio subiu no palco ao som de Britney.

— Quando quiserem bebês. — Break the Ice tocava e Dabi apenas desejou tacar fogo em tudo enquanto Sato começou a desabotoar a camisa e June simplesmente ecoou um hurul, o moreno começou a mexer o quadril rebolando leve.

— Preciso filmar isso, a Toga vai adorar. — E assim passou a mão pela coxa da loira adormecida em busca do celular, até encontrar a tira de couro por baixo da meia e puxar o celular.

— Olha essa intimidade aí... — Mirai ironizou.

— Fica na sua amor. — Sorriu.

— Olha você jogou com ela dormindo no seu colo, estão passando as folgas juntas e ainda quer que eu acredite que não está rolando nada? No mínimo estão se conhecendo...

— Mirai, sem rótulos ok? — Começou a filmar a cena onde Sato se arriscava no mastro e Twice parecia fazer uma dança Kwaii, Elena se aproximou da vermelha  e Sussurrou algo no ouvido da mesma pegando o celular para continuar a filmagem.

— É muita hipocrisia da sua parte não querer rótulos quando pra cima de mim vivem me deixando em situações ridiculamente adolescentes nesse quesito. — Reclamou levando a vermelha a sorrir.

— É diferente amor.

— Não é não.

— É sim, veja bem. Eu e Toga estamos nos envolvendo sem exclusividade pois estamos nos conhecendo pode ser que dê em algo sério ou só em uma amizade colorida, já você e aquele ser das trevas tem algo muito mais profundo e só não perceberam ainda. — Mirai desviou o olhar fazendo bico de que estava inconformada, então June continuou: —  Toga me contou da brincadeira que fizeram com você e até onde te conheço aposto que ficou preocupada e se sentiu traída e aí é que está a diferença. Digamos que aquele cenário fosse verdade o que você faria Mirai já parou pra pensar nisso? — June elevou e ajeitou as pernas enquanto Toga despertava.

— Não.

— Não pensou ou não quer me dizer?

— Um pouco dos dois. Acho que... — Olhou para os lados conferindo se havia alguém por perto antes de revelar tais pensamentos, quando teve a certeza de que poderia minimamente desabafar sem ser observada voltou a conversa: — Acho que eu choraria quando chegasse em casa, na hora provavelmente ficaria com a porta aberta travada encarando a cena que fique claro que estou falando de um contexto sexual e não uma dança, mas ao mesmo tempo me sentiria errada por ter tais sentimentos entende? Não temos nada.

June sorriu

— Você está completamente apaixonada por ele e ele por você.

Agora foi a vez de Mirai gargalhar.

— Ele não me ama, ele me têm é diferente.

— Não-não Mi, ele é apaixonado por você sim. — Toga bocejou — Quando estava no colo de Sato, Tomura só faltou matar um.

— E isso é normal ele sempre fica assim, quando está estressado e principalmente por me ter. Não confundam as coisas. Nunca vivi um relacionamento e sei que posse e amor são coisas completamente diferentes. — Revirou os olhos. — Agora chega disso e vamos assistir ao stripper dos meninos. — Observou o moreno das chamas azuis se mexer minimamente.

— ANDA DABI MEXE ESSE QUADRIL SEU GOSTOSO!  — A voz veio de Elena que filmava tudo e as três garotas riram a contragosto os garotos dançaram sem ficar nus e quando desceram do palco foi a vez de June sorrir.

— Se não tiraram a roupa toda vão ter que ficar com a segunda parte da aposta. — June sorriu abertamente.

— Só pode estar brincando Ju. — Sato comentou.

— Não-não, vocês vão limpar o ring!

— Usando roupinha de empregada! — Toga bateu a ponta dos dedos feliz da vida, já que a ideia tinha sido dela e Mirai sorriu, depois de Muscular vencer a aposta na festa da liga a roupinha ficou guardada e claramente aquilo parecia ser um tipo de fetiche para a loira.

— Obrigada Deus eu nunca fui triste. — Elena olhava para o moreno sorrindo. — Pode limpar o meu quarto pessoalmente Dabi. — Piscou.

— Ah porra... Eu nunca mais vou aceitar esse tipo de aposta. — Foi a vez de Sato reclamar enquanto o vilão das chamas azuis acendia e tragava um cigarro.

— Não vejo por que dessa parada é só um roupa.

— Você vai ser recompensado com sexo depois. — Twice falou.

— E além disso se visse o estado do ring entenderiam o por que daquela capeta ter apostado isso. — Sato.

— Parem de ser uns bebês chorões. — Dabi desceu do palco e foi até a esverdeada passando o braço pelo ombro, a garota se apressou em deixar o telefone na mesa e enlaçar a cintura do moreno.

— Vou na frente Hik, não vou deixar meu amado carrinho aqui. — Elena mencionou.

— Sei... Só não se desviem. — Hikai comentou e enquanto eles se afastavam o grupo observava calmamente.

— Ele nunca vai a mansão. — Mirai sussurrou.

— Não. Eles literalmente transam em qualquer lugar e depois fingem que nada aconteceu, dois cínicos! — June viu as mãos de Toga em volta de um copo e tratou de pegar tomando a bebida em seguida. A loira revirou os olhos ficando de pé enquanto Hikai sem dizer uma palavra abriu o portal por onde cada um deles passou.

.
..
...

Enquanto amanhecia e o pessoal se limpava no segundo andar, na mansão dos Yakuza uma certa garotinha fugia desesperadamente.

De volta a mansão branca o ring estava completamente gosmento e é claro que Mirai aproveitou a distração dos meninos para mandar uma foto para Sppinner e Mr. Compress os convidando para assistir pessoalmente, na arquibancada June e Toga gargalhavam enquanto Elena sorria ao olhar para Mirai tão inerte.

A lilás se levantou pegando o telefone e mandando mais uma foto para Shigaraki, demorou alguns minutos até que ele respondesse:

"Vem pro seu quarto agora."

A mensagem soou mais estranho do que de costume, mesmo assim atenderia a ordem.
Subiu as escadas sem pressa e ao adentrar o próprio quarto ficou confusa. No chão havia uma garota sentada sobre as próprias panturrilhas tendo a mão do azulado em seu pescoço com um dos dedos levantados, Shigaraki permanecia sentado na cadeira e  Kurogiri de pé e em silêncio.

— O que raios está acontecendo? — Perguntou.

— Quero que descubra quem ela é Mirai, pergunte o que faz aqui e por que está me seguindo.

— Poderia acreditar quando digo que só queria uma transa fácil com um cara interessante. — A ruiva mencionou deixando Mirai confusa.

— Conta outra mulher, acha que sou um alvo fácil? — Riu — Vamos ver o que esconde por baixo desse sorriso distorcido.

Ela sorriu

— Tão precavido, se queria ver por baixo do meu sorriso era só ter pedido ficaria nua com todo prazer.

Shigaraki não esperava por essa resposta, mas estava gostando de ser tentado, pois na hora que matasse a mulher não sentiria mais nada, no entanto a lilás estava a ponto de acabar com aquela rede de provocações, principalmente pelo azulado ter se aproximado do ouvido da ruiva enquanto lhe olhava nos olhos.

— Se eu fosse você não falaria mais nada, parece que alguém está a ponto de perder a paciência. — Provocou.

— Meu bem, se isso te excita podemos deixa-la assistir. — Aquela foi a gota d'água para a garota que até então queria descobrir o motivo do pedido de Shigaraki, mas ao se aproximar séria o deixou satisfeito.

— Não devia ter dito isso.

— E você deveria ter me levado para um lugar melhor do que um quarto de garotinha fofa.

— Lamentável. Depois não diga que não avisei.

Será possível que irão continuar conversando com ela ali? A raiva parecia crescer espontaneamente sem que entendesse o motivo e antes que se desse conta do que fazia já havia puxado os fios vermelhos pelo couro e forçava a mulher a olhar em seus olhos:

— Quem é você e pra quem trabalha? — A quirk estava tão forte que fazia seus braços tremerem de leve.

— Vai precisar fazer mais do que isso meu bem.

O nariz da lilás sangrou e a mesma desativou a individualidade.

— Para não dizer que sou ruim, meu codinome é Riza agora façam o dever de casa. — Piscou.

— Eu sei que foi o mestre quem te mandou, só preciso descobrir o porque, já que não é tão interessante. — Shigaraki soltou o pescoço da mulher que aproveitou para se levantar.

— E agora hein qual é o seu plano? Vai me amarrar e me torturar ou mandar essa garotinha fazer o trabalho? — Mirai não estava com muita paciência passou os dedos pelo semblante exasperado antes de virar em direção a Shigaraki.

— Cuida dessa pendência e não saiam daqui! — Saiu do quarto furiosa, desceu as escadas e foi até o escritório, sabia que pela manhã Hikai estaria lá, entrou sem bater e precisou desviar o olhar pois seu pai estava visivelmente ocupado socando a cara de alguém.

— Babygirl. — Tirou um lenço do bolso do paletó e limpou as mãos, depois olhou para as garotas que estavam paradas atrás de si e sorriu como se não tivesse feito nada. — Cuidem dele pra mim sim? — Deixou dinheiro na mesa.

— Quem é Riza?

O olhar dele na hora atenuou, tirou um charuto devidamente cortado do bolso interno e acendeu tragando com calma, enquanto as garotas arrastavam o cara machucado para fora.
Hikai sentou em sua cadeira acolchoada soltando a fumaça tranquilamente:

— Riza é uma agente duplo, ela trabalha para o governo e os vilões ao mesmo tempo. Uma mercenária que se guia por quem paga mais. — Mirai suspirou.

— E quais são as chances dela vir atrás da liga?

— Isso depende.

— Depende do quê? Seja claro por favor papai.

— Ok. — Apagou o charuto e cruzou os dedos apoiando os cotovelos sobre a mesa.  — Riza tem um único mestre ao qual obedece cegamente, digamos que beira ao fanatismo e quando se trata dele não há dinheiro no mundo que a faça mudar de ideia. Veja bem Mirai, pessoas se movem por seus objetivos já Riza se move por ele, entende? E em seu tempo livre faz o que gosta ou seja, agente duplo. Hipoteticamente há chances do governo tê-la mandado atrás de você pelo o que aconteceu no Meikai ou o ALL for One para supervisionar o trabalho do pupilo, de qualquer forma é ruim.

O corpo da lilás travou.

— Qual a quirk dela pai? Me dá uma informação útil! — Espalmou a mesa nervosa.

— Ela literalmente é um escâner. Toca em você e pronto tudo o que estiver na sua mente naquele momento pode ser lido.

Mirai se empertigou.

— Por que está tão curiosa a respeito disso querida?

A garota não respondeu apenas andou de um lado para o outro, passando as mãos no cabelo.

— É por isso que meu poder não funciona nela, vou precisar ser mais agressiva. — Falava sozinha enquanto Hikai voltava a fumar. — Papi prepara o galpão do jardim pra mim e 100g de heroína e pede para o Sato dar um pulinho no meu quarto.

— O que está acontecendo Mirai? Você nunca mexeu com drogas por vontade própria. — Estranhou.

— As coisas mudam, fora que Riza está no meu quarto então vou cuidar disso pessoalmente.

Hikai pareceu desacreditado, nunca pensou em sua princesinha assumindo os seus negócios, queria vê-la em ação e jamais negaria isso só torcia para que não se corrompesse.

— Não faça nada do que se arrependa depois. — Instruiu e ela sorriu de maneira doce, como se não planejasse drogar alguém para obter respostas.

— Não vou, não precisarei provocar uma overdose, está na hora de Riza dar uma voltinha no mundo da lua. — Piscou antes de deixar o escritório e retornar para o quarto no segundo andar, onde a ruiva se encontrava de pé próximo a Shigaraki, passando as mãos nos fios dele.

— Tem certeza de que você não quer  conversar baby, olha só essa garota não pode ter seu coração tão facilmente. — Mirai  se manteve na porta de braços cruzados conforme Shigaraki permaneceu indiferente.

— Querem privacidade para continuar com esse showzinho?

— Se você não se importar, já basta esse segurança no meu pé. — Se referiu a Kurogiri, a mão de Shigaraki apertou o braço feminino com vontade e a mulher sorriu abertamente. — Agora entendi por que você gosta tanto dele. — Piscou.

Antes que a conversa pudesse continuar Sato abriu a porta dando de cara com as costas da lilás.

— Mandou me chamar amor. — Envolveu a cintura com carinho arrastando os cabelos para o lado. Sato estava levemente suado e desesperado por comida e Mirai notou isso ao sentir os beijos em seu ombro.

— Pelo visto está com fome.

— Desesperado a desgraçada da June não me deixou fazer uma pausa então se não se importar vou pegar um pouquinho da sua. — Virou ela de frente e antes que os lábios se tocassem a mão de Mirai foi em sua boca.

— Não estamos sozinhos. — Sussurrou, foi então que Sato desviou o olhar o observando a cadeira virar pó enquanto envolvia mais ainda o corpo de Mirai em um abraço cheio de segundas intenções, no fundo gostava de provocar o azulado.

— Então pra que me chamou aqui amor?

— Para te dar um verdadeiro banquete! Que tal usar sua individualidade nela? — Apontou para a ruiva de olhos profundos. — Você nunca usou em mim e nunca te vi em ação então faça as honras — piscou e Sato tirou o diadema de babados da cabeça colocando na dela.

— E o que eu ganho com isso? — Cruzou os braços.

— O que você quer? — Ele sorriu embebido em malícia.

— Um stripper.

— Não. — Shigaraki Respondeu.

— Fechado, vai ter que ter paciência não sou boa com isso.— Mirai Informou.

— Não tem problema, sendo você já é o suficiente. — Dessa vez a mão foi na mesa desintegrando e Sato sorriu por causar tanto ciúme, sem imaginar que seria o corpo de Mirai que pagaria por essa afronta.

— Então vai lá e me mostra do que é capaz. — Piscou, antes de sair do abraço e sentar na cama pela primeira vez veria o incubus em ação, os olhos ficaram amarelos enquanto se aproximou puxando a mulher em sua direção, ela não aparentou muita reação, mas ao sentir os lábios de Sato sobre o pescoço mordendo de leve deixou um gemido escapar principalmente quando a boca do moreno ralhou pelo maxilar deixando-a fraca e ao tomar os lábios em um beijo nada sutil sugou de maneira rápida a energia sentiu o rosto fica só pálido e só parou para recuperar o ar, os lábios levemente esbranquiçados e a clara tonteira.

— Sua vez amor. — Largou a mulher que aos poucos se apoiou na parede, não imaginava que passaria por isso e precisava arrumar forças para usar a quirk. A primeira coisa que fez ao notar Mirai se aproximando, tirou uma seringa do bolso e ser rápida o suficiente para aplicar a droga na própria perna, automaticamente o corpo modificou assim como os fios ficaram maiores e com tudo partiu pra cima da lilás que só não foi golpeada por que Sato entrou na frente. Shigaraki se preparou para agir conforme Kurogiri escurecia a possível saída pela varanda do quarto.

— Sabe garota foram bem específicos em não te machucar, mas não deixarei que faça o que quer comigo. —  Mirai sorriu.

— Estamos em maior número e a casa está lotada de vilões, acha mesmo que vai sair daqui com vida?

Ela sorriu de escárnio.

— Não seria quem sou ou faria o que faço se não enfrentasse situações piores do que essa em meu cotidiano não é mesmo? — Ironizou.

— Beleza Riza você venceu, pode passar por aquela porta e boa sorte em lidar com outros e sobreviver — Mirai sorriu. — Só manda o desgraçado do All for chato ir a merda e o governo pro quinto dos infernos pra mim sim? — Piscou e a ruiva voltou a posição normal.

— Tem um cigarro aí? — Sorriu.

— Desistiu de fugir?

— Digamos que sim. — Mirai sabia que tinha alguma coisa errada, só não imaginava que fosse justamente a droga que a mulher usou afinal Chisaki cansou de mencionar que seus protótipos não estavam prontos, mas nunca divulgou tal informação e mesmo que estivesse com a guarda alta, não se impediria de entrar naquele joguinho.

— Posso arrumar quer um whisky também?

— Não precisa me embebedar para arrancar informações.

— Se eu quisesse teria anulado a sua individualidade tranquilamente, te arrastado pro galpão e enfiado 100g de heroína na sua veia então se considere com sorte. — Nem mesmo Shigaraki imaginava as ideias que percorriam a mente da garota que agora se sentava na cama e cruzava as pernas.

— Só pergunta que eu vou te responder gatinha. — Se deu por vencida.

— Quem te mandou?

— Os dois.

— O que o governo quer?

— Saber com quem está o restante do projeto, eles sabem que foram roubados e você é a suspeita pois trabalhou no Meikai com o crachá de uma das gerentes e quando a mulher voltou não sabia de nada e essa foi a sua falar gatinha eu estava lá para verificar esse é o meu trabalho e apesar de não te conhecerem digamos que o mestre é muito benevolente.

A lilás revirou os olhos  e apontou para Shigaraki.

— O que você quer com ele?

Havia malícia nos lábios dela resvalando pelo semblante enquanto olhava para Shigaraki.

— Só um sexo casual, digamos que acompanho o trabalho dele a muito tempo.

— E o mestre não tem nada haver com isso? —  Foi a voz de Tomura a chamar atenção.

— O mestre. — Ela bateu com o indicador nos lábios. — Digamos que o mestre só quer o melhor para o seu sucessor e brincar de casinha não está nos planos.

— Entendo. — Shigaraki se aproximou, segurou o cabelo da garota pelo couro cabeludo olhando de maneira intensa nos orbes escuros — Como pretende comprovar as espectativas do meu mestre?

— É simples. — Tocou no braço dele, a quirk não funcionava, mas eles não tinham como saber, resolveu blefar: — Você está apaixonado pela sua ferramenta, isso desagrada o mestre. Ele teme que a garota seja uma fraqueza, mas quando eu a ataquei diretamente, não foi você a defende-la. Se bem que não daria tempo né? Notei como ficou nervoso, sendo assim vou propor que não seja tão exclusivo e o que está fazendo? — A voz exprimia um leve pavor ao notar a pele do braço direito perder cor e logo em seguida usou a faca que achou sobre a mesa para cortar.

— Vamos deixar algo bem claro aqui. Você não manda em nada, não tente me dar ordens ou fazer exigências e acho que isso é mais do que o suficiente para provar que meus objetivos estão sempre a frente. Agora você vai voltar para o lugar de onde veio e vai me manter informado sobre os passos do governo ficou claro? — Apertou o couro cabeludo com mais firmeza e ela assentiu se esforçando para não derramar uma lágrima.

— Agora vaza. — Taí algo que Mirai nunca viu antes, Tomura praticamente matando alguém. Gostaria de pensar que tal ato foi para defende-la, mas sabia que Shigaraki se tornava implacável quando tentavam ir contra seus objetivos.

O quarto ficou em um silêncio conturbador enquanto Kurogiri escurecia um canto novamente por onde a ruiva passou e a pedido de Mirai Sato deixou o local notando que o próprio buraco negro sumiu.
Ela se aproximou ainda confusa.

— E agora o que faremos?

-— Não faremos nada, você vai voltar ao seu trabalho e eu tenho ordens a delegar. — Foi ácido.

— E quanto a nós? Quer dizer, o que foi que aconteceu depois que você me deixou na sala da boate? — Questionou e ele riu, caminhou até a cama e pegou a mão que cobria-lhe o rosto.

— Não existe nós Mirai e nunca vai ter e essa brincadeirinha acabou. — Tentou se afastar tendo o braço segurado por ela.

— Como assim acabou? Se nem começamos.

— Não se faça de desentendida Mirai. — Puxou o braço e ela recuou alguns passos antes de voltar a tomar as rédeas da situação.

— Desentendida eu? Você me usa, me trata como quer, me diz que sou sua e depois me resume a nada e sou a desentendida?

Shigaraki revirou os olhos.

— Já até sabe o seu lugar então não peça para que esse relacionamento continue.

A garota sentiu as bochechas aquecerem, o rosto esquentar conforme tudo o que reprimiu viesse a mente.

— Você é um tremendo de um idiota Tomura Shigaraki, o maior de todos que já conheci, um verdadeiro babaca!

Ele riu se aproximando novamente.

— Todas as vezes que esteve comigo não reclamou, nunca sequer uma vez em toda a sua vida passou por essa cabecinha linda que eu só estava relaxando com você? Que essa era a natureza do nosso relacionamento? — Riu sentindo que agora havia tocado fundo na alma da garota.

— QUE RELACIONAMENTO SHIGARAKI? VOCÊ NEM SABE O QUE EU SOU PRA VOCÊ AO MELHOR ACABOU DE DESCOBRIR NÉ, SOU SEU ANTI-ESTRESSE! — Mirai saiu do quarto revoltada tendo o braço segurado por ele.

— Ainda não acabei. — Apesar de cada palavra certeira o olhar permanecia vacilante.

— EU ESTOU CANSADA DE VOCÊ TENTANDO MANDAR EM MIM, DOS SEUS PLANOS E QUER SABER DE VOCÊ MESMO, SEU IDIOTA! — Explodiu deixando uma lágrima escapar e logo tratou de limpar.

— Mirai... — Shigaraki levou a destra até o rosto feminino.

— Não. — Levantou a mão. — Você não pode me tratar como o seu bichinho de estimação, agora se me der licença vou ficar bem longe de você. — Desceu as escadas correndo limpando as lágrimas e voltou para o ring, forçando um sorriso.

Eu estou deixando para trás este mundo
E todas as coisas que eu sou
Eu estou rasgando longe dele
Porque eu sei que eu posso
Eu estou empurrando para longe de você
E todas as coisas que você é
Não precisa de memória
Já vestiu as cicatrizes

— E aí amor podemos te dar seu presente agora? — A mansão não estava vazia e não seriam tão filhos da puta ao ponto de perguntar sobre a briga. O ring estava limpo e a garota percebeu que Twice, Mr. Compress e Toga conversavam sobre algo enquanto Sato a abraçava.

— Podem sim, para o bem de vocês espero que seja estupidamente caro. — Ironizou.

— Meu bem você conseguiu zerar uma das minhas contas. — Hikai gargalhou. — Agora vamos lá fora. — Sato pegou-a nos braços e andaram até o jardim externo, mas precisamente perto da garagem, Mirai foi posta no chão e por seus ombros Hikai segurou virando-a em direção a garagem

A porta automática foi aberta aos poucos  revelando um lindo carro em tom vermelho fechado.

— É lindo! — Sussurrou enquanto Hikai tirava a chave do famigerado terno branco e entregava a ela. — Mas eu não sei dirigir.

— É pra isso que eu tô aqui amor. — Sato deixou um beijo sobre os cabelos femininos.

— Nem pense em me beijar antes de lavar essa boca. — Se referiu a Riza.

— Beleza vou até tomar um banho pra você. — Ironizou.

— Meu bem você vai aprender agora. Claro que não está nos meus planos deixá-la bater um carro de luxo, vamos treinar num popular!

Mirai sorria por se sentir amada pouco se importando com o presente, no fim adorava aquela sensação e enquanto aproveitava o carro nem se deu conta de que a liga havia ido embora, por volta das 22hs retornou para o quarto combinando de dormir com Sato e June para ambos assistirem um filme de terror, adentrou o banheiro da suíte e tomou um bom banho de banheira colocou o pijama e seguiu até a cama notando um pequeno embrulho sobre o lençol, na verdade uma caixinha branca com fita lilás, ao abrir notou uma corrente diamantada e tinha certeza que era a que estava no pescoço dele na noite anterior e presa na corrente uma chave. Abaixo um papel escrito com letra cursiva:

𝐻𝑖𝑛𝑠ℎ𝑖𝑡𝑠𝑢 𝑒́ 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑢
𝐹𝑒𝑙𝑖𝑧 𝑎𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝐷𝑖𝑎𝑏𝑎.
𝑆ℎ𝑖𝑔𝑎𝑟𝑎𝑘𝑖.



Automaticamente recordou das fotos que tirou se amaldiçoando pelo sentimento que construiu, as lágrimas vieram forte e naquele momento se premiu chorar. Não era bem ódio que sentia por ele, só queria que desse uma chance aquela loucura que tanto contribuiu.


Eu te dei tudoE, em trocaVocê não me deu nadaMostra-me um sinalPor favor, me dê alguma coisaEu não vou esconder o que está dentro de mimMeu nêmesis

•ೋ° °ೋ•

Notas finais:  música no capítulo My Nemesis - Five fingir death punch
O carro é um Porsche 911, cor vinho intenso por dentro e vermelho por fora.

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