Cap.32 Literalmente quebrada-1
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Literalmente quebrada
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O corpo aquecia deliberadamente a garota respirou de forma intensa antes de se sentar na cama ainda extasiada
—Fica calma Mirai está tudo bem. Você está em casa — a voz dele tentou alcançá-la enquanto a mesma olhava para os lados compreendendo que estava no próprio quarto, era como se estivesse um pesadelo onde a todo momento via seu corpo sofrer as mais terríveis formas de tortura ao podia lembrar e sucumbir apesar disso ao se sentir aliviada as lágrimas rolaram sem que tivesse controle sobre os próprios olhos num misto de alívio, dor, desespero e contentamento o corpo se arrepiou mais uma vez ao sentir os braços fortes do moreno o contornarem, Sato apenas ficou ali alisando os braços e a mesma parecia desesperada para sair de perto dele percebendo a inquietação ele se afastou sentindo o coração pesar.
— Me desculpe eu não queria te assustar — a voz dele novamente ficou pelo quarto, ela não respondia. Envolveu os próprios braços abraçando o corpo e deitando novamente na cama a situação parecia irremediável, Mirai não queria olhar nos olhos não queria ver nada e nem ninguém, naquele momento sentia que tudo que precisava era de paz, paz de espírito? Talvez
— Vou trazer algo para você comer tá bom? As meninas prepararam uma torta de morango também fizeram suco e até mesmo encheram um potinho dessas frutinhas que você tanto ama — sabe saiu do quarto e ela continuou ali com o corpo coberto quando ele trouxe a comida Mirai pareceu não se importar e da mesma forma permaneceu encolhida na cama e coberta.
As horas foram passando e a situação não mudava até que ficou sozinha e pode aproveitar um pouco deixando os demais pensamentos de lado, depois de comer um pedaço da torta de morango e alguns dos morangos no pote e beber um pouco d'água foi até o banheiro, não queria se encarar no espelho por isso passou de cabeça baixa em frente ao mesmo apenas abriu o registro esperou que a banheira enchesse e adentrou de roupa mesmo como se quisesse lavar tudo, lavar o corpo, lavar a mente a alma e tirar qualquer agulha e resquício do que passou. Mirai ficou ali até que a água esfriasse ao sair os dedos estavam enrugados procurou pela toalha encontrando-a na porta, tirou as roupas e se secou enrolou peça de pano e foi até o closet onde vestiu além das peças íntimas uma calça jeans camisa branca e o sobretudo limpo de Tomura que estava ali desde que fora lavado os cabelos foram presos em um coque sapatilhas postas nos pés e a garota finalmente deixou o quarto desceu as escadas em direção ao escritório passando assim pelo salão aqueles que estavam na casa olhavam para ela mas a mesma não se importava precisava tirar aquela dúvida de sua mente e seu coração ao adentrar o escritório não encontrou o pai então retornou para o salão:
— Viram Hikai? — a pergunta fez com que as meninas olhassem com mais atenção e apontassem a sala de reunião onde ela nem esperou por mais informações e seguiu para o lugar quando abriu a porta deu de cara com seu pai sentado na cadeira principal batendo nervosamente o pé direito no chão e com algumas garrafas de bebidas vazias pela mesa.
— Babygirl — ele se levantou e caminhou até ela na intenção de abraçá-la mas a garota recuou, tal movimento o deixou confuso, ela apenas o encarou mais uma vez sentindo que as lágrimas queriam brotar novamente.
— Você sabia? — perguntou deixando confuso — Você sabia que ele estava aqui?
Hikai respirou fundo, voltou a sentar-se na cadeira antes de encarar filha:
— Meu bem não imaginávamos que Marawani fosse ir tão longe, mesmo com a nossa segurança não pensei que ele fosse te alcançar ou até mesmo te ferir — ela o encarou:
—ISso não responde a minha pergunta, você sabia que ele estava aqui? — Naquele momento percebeu que nada do que dissesse, nenhuma forma que tentasse explicar traria o olhar de sua filha de volta sendo assim apenas bebeu mais uma dose de whisky antes de responder:
— Sim eu sabia, overhaul esteve na minha sala justamente para me alertar de que você não estava mais segura nem em sua própria casa até que aquele miserável serviu para alguma coisa, ele veio aqui me procurar e disse que eu deveria capturar Marawani e entregá-lo de imediato que ele próprio se divertiria arrancando dele as informações. Foi minha ideia te colocar naquele ring, foi minha ideia que você percebesse que ele estava ali afinal de contas Marawani tem a incrível habilidade de transitar por aí sem ser percebido devida a mutação, sabia que você era a única que poderia reconhecer mas não imaginava que fosse ser ferida.
As lágrimas voltaram a descer sentia-se traída, usada e uma mágoa crescia dentro de si de forma infinita.
— Eu esperava isso de todo mundo menos de você meu pai! No fim das contas foi pra isso que você me criou? Para servir como uma ferramenta perfeita que nunca julga, faz perguntas e simplesmente obedece como um belo cão de guarda. — O semblante da garota antes doce agora aparentava não ter mais expressão como se a conformação de alguma forma lhe alcançasse.
— Espera Mirai não fale uma coisa dessas, jamais te olhei como a ferramenta! Você é minha filha e somente isso.
— Não você me criou como uma!Mas tudo bem, não da pra confiar em um vilão não é mesmo? — Ironizou. A porta foi aberta e Sato correu em direção a garota que prontamente se afastou.
— Mas o que é isso? Por que me recusou desse jeito meu amor? — Ele perguntou confuso, no entanto o olhar embebido em raiva deixava claro que algo estava muito errado.
— Você também sabia? Pelos deuses que pergunta idiota é claro que você sabia! Sempre está ao lado do meu pai fazendo o que ele manda, então não é nada diferente mais um que só me vê como uma ferramenta para os seus propósitos, que me envolve nessa teia de mentiras sem saber o que causa. — Mais lágrimas caíram.
Sato ficou abismada jamais em toda sua vida imaginou que a garota doce por quem nutria sentimentos duvidosos fosse acabar daquela forma
— Espera Mirai me deixa explicar. — Ela não quis ouvir, os olhos brilharam intensamente ficando cada vez mais claro e olhando para Hikai se empertigou:
— Abra o portal — automaticamente o portal surgiu na mão direita do pai então olhou para Sato. — Vou embora, depois que eu passar por aquele portal vocês não falaram nada por um minuto e não virão atrás de mim até lá continue em silêncio — a forma como as mãos da garota se moviam como as palavras soavam minimamente suaves até demais chegavam a incomodar principalmente pelo fato de não conseguirem controlar nenhuma parte de seus corpos e pelo portal os fios lilases desapareceram deixando para trás um rastro leve de perfume.
J
une entrou na sala acompanhada por Toga a tempo de ver Mirai desaparecendo.
— O que está acontecendo? — ninguém respondeu, a vermelha continuou observando a cena confusa conforme o portal desaparecia. — Ninguém vai me responder? — Perguntou novamente, os minutos iam passando até que Sato abriu a boca abismado olhou para Hikai que se absteve de qualquer pensamento.
— Hikai você precisa me dizer o que está acontecendo.
— Ela descontrolou!Ela nos controlou! — Atraiu a atenção de June e Toga.
— Mirai jamais faria isso — a vermelha afirmou e o azulado mais velho respirou pesado antes de pegar a garrafa e beber no gargalo
— Creio que ela não pense mais assim, Mirai conseguiu controlar a mim e a Sato com facilidade.
— Então você está dizendo que o segundo estágio foi ativado? — June questionou.
— Pior do que isso, nunca vi os olhos dela tão acesos e tão sem cor creio que ela tenha alcançado o segundo estágio finalmente Mirai o dominou, pena que foi através dos sentimentos errados.
Toga se via perdida naquela conversa e se perguntava onde sua amiga poderia ter ido, já a família de Mirai sentia na pele o que toda aquela tramóia poderia lhe trazer.
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..
...
A garota andava pelo quarto desnorteada, não estava zonza ou sangrava pelo nariz como ocorreu das outras vezes em que usou sua individualidade, apenas queria se sentir normal e afogar as vozes em sua cabeça que insistiam em dizer que ela não era nada além de uma ferramenta que todos ao redor traíram sua confiança e pensando dessa forma tirou o sobretudo a regata branca e vestiu uma preta recolocou o sobretudo de Shigaraki e trocou as sapatilhas por saltos pegou o celular reserva e um pouco de dinheiro agradecendo por ter deixado grana no hotel se precisava esquecer quem era para lidar com os atuais problemas faria da única forma que conhece, ou seja, red Velvet.
...
Peter trabalhava tranquilamente nesse início de noite apesar do movimento ser intenso apenas quando as meia noite se aproximava, não deixava de se dedicar e quando viu a cabeleireira lilás se aproximar sorriu.
— Faz tempo que não te vejo. — Comentou e ela suspirou se recordando de como tudo era mais fácil há alguns meses atrás, infelizmente não conseguiu sorrir de volta apenas meneou com a cabeça.
— Me ver três de mim por-favor hoje preciso esquecer quem eu sou.— Ele não questionou, servindo as bebidas tranquilamente fazendo-a se sentir acolhida.
A primeira dose tomou de uma vez sentindo a garganta queimar, na segunda repetiu o processo e na terceira brincou com a borda da taça. — Agora me dá mais uns seis desses.
Ele arregalou os olhos.
— Você vai apagar desse jeito.
— Não vou não, prometo. — Ergueu a destra demonstrando que falava sério e mesmo a contragosto Peter preparou as bebidas.
No quinto copo Mirai se encontrava debruçada no balcão observando a bebida transitar no copo jurando que a mesma flutuava.
— Mirai que tal você ir pra casa. — Sussurrou e a mesma riu de maneira convicta.
— Casa que casa? Pra onde eu vou só me usam aqui está bom. — Levantou a cabeça. — Escuta Peter eu posso ficar aí do seu lado? Parece ter bastante espaço no chão. — Apesar de perguntar a garota já pulava o balcão pegando os drinks restantes, ela se sentou no chão de maneira confortável encostando a cabeça na parede, bebeu mais dois drinks e pegou o celular tirando uma foto.
— Garota eu nunca te vi assim, o que foi que fizeram com você? — Peter perguntou vendo-a recostar a cabeça nas pernas.
— Nada, eu posso só ficar aqui? — Havia bebido tanto que nem sabia como faria para se levantar se o mesmo a expulsasse.
— Por mim tudo bem. O novo chefe da RV parece ter uma política bem mais branda, porém as regras continuam, ou seja, sem sexo e individualidades dentro da boate.
Ela riu, bebendo mais um pouco.
— Olha individualidades eu até entendo, mas sexo... Acho difícil o pessoal respeitar, afinal aquelas salas reservadas são boas.
O olhar espantado de Peter caiu sobre ela.
— Eu já aluguei uma pra dormir. — Riu sem ânimo se recordando de quando queria dar um susto no pai e no próprio Shigaraki. — Foi muito divertido.
— E pelo visto você vai alugar outra.
A garota se pôs de pé.
— Não hoje. — Terminou a última taça trocando as pernas, colocou sobre o balcão passando por ele. — Depois dessas bebidas maravilhosas só preciso dançar um pouquinho piscou.
A garota trocou passos até o segundo andar da boate notando como os corpos se moviam lindamente pelo salão, o cheiro de fumaça características invadiu as marinas confirmando que além de cigarro comum deviam haver drogas. A garota adorou saber que o ambiente contaminado não estava tão cheio e com isso se deixou levar dançando lindamente e apesar do sobretudo restringir os movimentos não se importava, quanto mais dançava mais a sensação de liberdade e leveza lhe invadiam, como se acertar as batidas daquela música fosse a única coisa que importa, uma lágrima verteu pela pele comprovando o quão quebrada estava.
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