81.Traição

Pré-revisado


Traição


-- Cadê o meu mestre? -- A pergunta de Tomura deixou-a em alerta, pois, seu olhar estava cada vez mais vago indicando que teria problemas e no entanto o ignorou completamente revendo a garota da U.A

-- Desde quando está aqui? -- A castanha a encarou levemente confusa. -- Me responda por bem, antes que eu te force. 

A garota respirou pesado.

-- O Shigaraki me pediu ajuda. -- Nesse momento Mirai revirou os olhos balançando a cabeça de maneira negativa e encarando o prateado depois o portal.

-- Pode levá-la Kurogiri? 

-- Você não dá as ordens aqui diaba!

-- E você se achou muito esperto trazendo uma garota que poderia me forçar a falar? Só esqueceu que eu NUNCA desativo a minha individualidade com você seu idiota ou esqueceu que se me tocasse sem ela eu não existiria mais? -- Ironizou massageando as têmporas e depois o olhou séria de uma maneira que momentaneamente a raiva dele cedeu:

-- Você ainda almeja a destruição?

-- Que pergunta é essa Mirai?

-- Apenas responda de uma vez! -- Estava irritada e de maneira inconsciente alisou a barriga e como se um estalo ecoasse nos tímpanos alheios ele suavizou a expressão respirando fundo e tirando a mão que cobria o rosto.

-- Saiam! -- Ordenou -- fazendo com que Kurogiri abrisse o portal e sumisse levando a estudante consigo. -- Não pense que meus objetivos mudaram ou que irá interferir neles.

Ela suspirou.

-- Eu não consegui preencher nenhum pouco dessa confusão que você tem dentro de si não é? -- A pergunta soava mais como uma confirmação o deixando confuso.

-- Eu volto a afirma Tomura, jamais pedirei para que mude os seus objetivos por mim. -- Se aproximou alisando o peitoral e sorrindo levemente. -- Porém, eu também tenho os meus e agora não posso ser tão irresponsável não é mesmo?

A curta ironia brincou nos lábios tingidos conforme ele se aproximava respirando firme. Por muitas noites enquanto estava bêbado durante os quatro meses que ela passou fora se questionou a respeito. Iria mesmo destruir tudo? Queria isso de verdade? Quando foi que outro pensamento começou a lhe ocorrer? E assim como pensava dessa forma, era cabeça dura demais para ceder afirmando a si mesmo que não deveria se permitir fraquejar, não quando estava tão próximo, as mãos firmes envolveram os braços alheios olhando-a no fundo dos olhos:

-- Você pretende me parar diaba? -- Ele a olhava de maneira intensa e ela respirou profundamente.

--Nunca esteve em meus objetivos, mas não deixarei que me atrapalhe. Quer ser o símbolo do medo? Que assim seja, mas não espere ter seu mestre de volta.

A raiva de Shigaraki aumentava exponencialmente olhando-a com ódio, sentia-se traído e ao mesmo tempo queria respostas, o chão ao seu redor começou a Desintegrar e tudo que Mirai fez foi se sentar na cômoda tocando o tampo de madeira, usar a individualidade de maneira reduzida não a feria tanto. Quando Shigaraki se acalmou, tudo o que restava era a cômoda ao qual a mulher estava sentada.

-- Você acha mesmo que eu não vou me vingar não é? Que por estar grávida do meu filho não pagará com as consequências? -- Ela sorriu balançando a cabeça negativamente.

-- Essa é a primeira vez que chama o bebê de seu Filho.

-- Não mude de assunto diaba!

-- Não estou. Apenas fiz uma afirmação. Eu entendo a sua raiva, mas não te traí então tire essa ideia da cabeça. -- Aos poucos sentia o cansaço chegar.

-- Você vai continuar mentindo até quando diaba? -- Os dedos da mão dele se fecharam no pescoço dela que apertava sem do. Diferente das outras vezes que ocorreu, ele possuía raiva ao ponto de poder machucá-la mesmo que de maneira inconsciente, ela riu puxando a camisa dele pela frente e o olhando com determinação.

-- Me solta agora. -- A voz apesar de não demonstrar falha sentia o corpo todo ressoar e assim ele obedeceu, sem que a garota precisasse ativar a individualidade. --  Se acha que te traí então não vai querer continuar ao meu lado não é? -- Saiu de cima da bancada sentindo as pernas falharem, mas se equilibrou de maneira tão digna que Shigaraki não percebeu.

-- Não faça ameaças diaba.

-- Não fiz, trabalho com perguntas e quero sua resposta. -- O sorriso que se formou nos lábios alheios era no mínimo duvidoso.

-- Se você pensar em sair da linha ou fugir. Eu te deixo em Hinshitsu para sempre! -- Ela revirou os olhos, nada do que lhe dissesse surtiria o efeito esperado.

-- Então não me chame de traidora seu idiota! E já que está tão cheio de si vou te contar um segredinho, hoje entenderá por que odeio tanto esse maldito. -- Ela suspirou, não sabia por onde começar afinal demorou a entender tudo o que descobriu a respeito do próprio passado e sendo bem sincera, não teve tempo de conversar com Hikai a respeito e talvez seja por esse mesmo motivo que apenas apresentou os fatos ao sucessor, sem muitos detalhes contou que foi ele a tirar a vida se sua mãe, obrigou Hikai a entregá-la para que ficasse ao lado de Tomura e por fim que possuía o mesmo sangue que ele deixando-o descrente.

-- Mirai Shigaraki não combina comigo, nunca combinou e eu nunca vou aceitar. -- Desviou o olhar ainda encostada na cômoda. Tomura não disse uma palavra, analisando a situação, não conhecia a fundo todos os planos de seu mestre e nunca se preocupou com isso, afinal indivíduos diferentes tem seus próprios objetivos, mas escutar algo tão absurdo o fez questionar e entender que no fundo não havia sido traído, não dá forma como imaginava.

-- Você consegue compreender Tomura? Esse porco que você chama de mestre matou a minha mãe, me deu para você e queria que me usasse como uma ferramenta descartável, eu, a sua própria filha! -- Chegar a essa afirmação fazia a garganta arranhar e ânsia de vômito crescer pela simples afirmação e mesmo assim Tomura não disse nada.
Estava surpreso, não é como se esperasse que AFO fosse paternal, mas se a própria filha estava ali para ser uma ferramenta descartável o que impedia de fazer o mesmo com ele?

Sacudiu a cabeça sentindo os pensamentos ruírem.

"Não, meu mestre não faria isso, não quando temos o mesmo objetivo." -- Foi o pensamento que lhe ocorreu ao qual abraçou e nem percebeu quando Mirai pegou o celular ligando para aquele que a tiraria dali e em meio a confusão de seus pensamentos ele deixou-a agir.

-- Mirai eu preciso falar com o meu mestre quero tirar essa história a limpo pessoalmente.

-- E quem me garante que não vai me trair? -- Ele riu de forma maníaca.

-- Ousa duvidar de mim?

-- Não sei, diga você? Teve a coragem de trazer uma estudante para arrancar a verdade sobre algo que eu mesma escolhi lhe contar então não posso fazer muito se abalou essa singela 'confiança' -- apesar da conversa cheia de pormenores ele respirou pesado.

-- Diaba maldita, me leva até ele de uma vez! -- Ela riu de leve.

-- Tá bom, só não reclame se não conseguir sair. Fiz um acordo muito vantajoso para todos que desejam a morte de AFO e não deixarei que me atrapalhe. Quer ir até lá? Tudo bem, mas será do meu jeito. -- Ela se aproximou tateando o corpo alheio de maneira perigosa, tirou o celular e deixou sobre a cômoda, depois aproveitou que a cômoda ainda estava ali intacta e abriu a primeira gaveta, procurando por roupas mais confortáveis até que achou um moletom preto. 

-- Finalmente! -- Tirou o casaco e colocou o moletom, depois repôs o longo preto. Pegou o celular e discou o número mais do que conhecido:

**Não fala nada Drac só escuta, preciso que me leve junto a um convidado até o local onde o desgraçado está**

**Mirai vamos começar a movimentá-lo agora.** -- Afirmou e logo ela entendeu que se referia ao submarino já que iriam para o Kraken através dele.

**Nesse caso me teletransporte agora. Já ativei o gps do meu celular.** -- Andou até Shigaraki entrelaçando os dedos com os dele.

**Ok. Não se mova.** -- A ligação foi encerrada e ela o colocou no bolso.

-- E agora? 

-- Aguardamos até que skell triangule nossa localização para que o contratado faça o teletransporte. -- Comentou e ele estalou a língua no céu da boca.

-- Ridículo, será mais fácil se usarmos Kurogiri. 

-- Ah claro né, assim seu mestre seria teletransportado juntinho. -- Sorriu. -- Apenas espere Shigui, não vai morrer por passar mais um tempo comigo. -- Piscou, a ironia resvalava e ele suspirava discretamente e descontente. De repente  o clarão invadiu o local os engolindo e quanto a visão retornou, mesmo que aos poucos, notaram o local escuro e de metal, todos que estavam presente usavam máscaras e empunhavam armas e Shigaraki sentiu a irritação lhe alcançar coçando o pescoço.

-- Onde estamos Diaba?

-- Você não precisa saber meu bem. -- Andaram pelo local cheio de tubulações e aparelhos nas paredes de metal, até que chegaram a uma sala, a porta de ferro pesado com um alavanca em formato de leme fizeram como que o prateado rapidamente associasse que estavam em um submarino.

-- Por que você trouxe ele? -- Sato questionou.

-- Bom ele queria respostas e agora vai ter, deixem-nos. -- Apesar de não concordar todos saíram, o escudo permanecia em volta de AFO então a segurança continuava firme. -- Fique a vontade. -- Mirai saiu da sala deixando Shigaraki de frente para o seu mestre e AFO riu de leve.

-- Tomura, pelo visto está fazendo um excelente trabalho.

-- Ela é mesmo sua filha?

-- Está me perguntando se ela tem meu sangue? A resposta é sim, mas é irrelevante, veio até aqui para me libertar ou pretende deixar que uma única mulher atrapalhe nossos planos?

Ele riu de leve, achando estranho a forma como AFO estava sendo direto sem tentar contornar a situação.

-- Não tenho como tira-lo daqui mestre.

-- Saiba que não estou com pressa. Minha filha se acha muito esperta, mas sei que o objetivo dela é me levar até o Kraken e não vejo a hora de por os pés em meu novo lar. -- Ironizou demonstrando calma e isso alertou Shigaraki que apesar de não demonstrar temia pela vida da garota ao qual se afeiçoou.

-- Então eu devo esperar mestre? -- Indagou.

-- Quero que continue com seus planos, faça o que quer fazer e quando chegar a hora eu irei até você.

Ele apenas concordou e do outro lado da sala Skell transmitia toda a conversa.

-- E agora amor o que faremos? Se isso for verdade estamos levando AFO para onde ele quer. -- Sato informou.

-- E se for um blefe para nós fazer desviar da rota e conseguir fugir? -- June contestou.
A lilás massageou as têmporas tentando por os pensamentos no lugar, não havia como mudar a rota, do contrário onde esconderam o símbolo do mal? E também não confiava em levá-lo aos USA sabia que o governo é um grande viciado em experimentos e desde que possam arriscar os outros sem que a merda resvale no próprio país fariam sem pensar duas vezes afinal são gananciosos. Mirai respirou fundo colocando os pensamentos no lugar.

-- Mantenham a rota e peça a Drac que verifique se todos os que estão lá dentro assinaram o contrato. 

A lilás exigiu retornando a sala ao qual AFO estava, Shigaraki olhou-a de maneira fulminante conforme se aproximou.

-- Já acabaram?

AFO riu.

-- Claro querida, em breve teremos um lindo momento pai e filha. -- Ironizou e ela revirou os olhos.

-- Meu pai se chama Hikai Kazani e você logo-logo chegará no seu spa pessoal. -- Rebateu se afastando sendo seguido por Tomura que estava pensativo, o azulado assim que fecharam a porta puxou-a prendendo na parede metálica e segurando firme no pescoço alheio.

-- Quando acabar com essa palhaçada fique em Hinshitsu, não tenho como te proteger fora de lá. -- Sussurrou para que só a mesma ouvisse e se afastou: -- Agora me leva de volta.

Mirai analisou a situação levemente confusa, ele estava do lado dela? Deixaria que o mestre fosse mesmo preso sem saber de tudo? Ai tem.

-- Não posso, estamos no meio do oceano, mas de quiser descansar meu quarto está a sua disposição. -- Ele riu.

-- Nesse caso. -- A empurrou de leve. -- Ficarei aqui -- E assim abriu a comporta ficando do lado de AFO.

A chegada até o Kraken levou cerca de seis horas e todos estavam cansados, principalmente Balaor por manter o escudo, Skell pela comunicação e Mirai por ficar em alerta caso precisassem de sua individualidade. Drac saiu da sala de comando indo até o local onde eles estavam e suspirou ao vê-la praticamente dormindo no colo de Sato e com um Shigaraki puto por presenciar tal cena.

-- Chegou a hora. Mirai fique com o seu convidado caso de algo errado e os outros me acompanhem.

Shigaraki observou a sala ficar vazia enquanto a garota sentava na poltrona e fez o mesmo, agora tudo era uma questão de mover as peças certas no tabuleiro e não falharia.

-- Sabe diaba você me contou sobre o que eu queria saber e talvez deva ser recompensada. -- Se aproximou.

-- Estou dispensando sexo Shigaraki, não estou afim. -- Desdenhou e ele riu de leve. 

-- Um vez me perguntou sobre o meu passado e quem eu sou e talvez esteja na hora de lhe dar essa informação. 

A lilás ajeitou a postura esperando que ele desse o primeiro passo e não demorou para que Shigaraki começasse a falar, contando a ela detalhes sobre sua infância e seu verdadeiro nome e sobrenome. 

Uma leve distração sendo criada enquanto AFO finalmente colocava seus pés no lugar que passou a almejar quando o verdadeiro traidor mencionou. Um estrondo fez com que o submarino tremesse e Mirai se assustou, procurou pelo celular nos bolsos e nada e ao olhar para frente viu o aparelho nas mãos do azulado. 

-- O submarino vai começar a emergir, uma ruptura no casco, fez com que direcionássemos toda a força para os motores inferiores. -- Peço que fiquem na contenção, Blaid está suturando o mais rápido que pode --  A voz de Skell ecoou e Mirai só conseguiu pensar em seus amigos que a essa altura estavam no kraken, sem  submarino como os tirariam de lá? 

-- Shigaraki me da isso. -- Exigiu e ele sorriu.

-- Sabe Diaba eu fiquei realmente puto com você, mas agora não acho que vá conseguir tirar seus colegas de lá sem a minha ajuda, Kurogiri não precisa de uma triangulação tão complicada para cumprir com seus trabalho se quiser mesmo salvar aquele bando de fracassados é melhor me deixar trabalhar. -- Apesar da ironia, sabia que ele estava certo, porém, não admitiria. Não o deixaria arriscar um plano tão perfeito e pensando desse jeito e pedindo perdão mentalmente a todos, foi em direção a Shigaraki e puxou o celular o jogando no chão e pisoteando-o, uma atitude tão controvérsia que deixou o prateado surpreso e a cabeça da garota passou a maquinar, se o casco do submarino fora rompido e seus amigos separados, provavelmente havia um traidor entre eles. 


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Gente não sei se avisei mais liberei o nsfw do Endeavor delícia então se quiserem ser a Sn desse imagine dá uma passadinha no livro imagination  e já estou escrevendo o próximo que será da Miruko ;)

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