69.Agridoce
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Agridoce
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Uma mês após o sumiço de Mirai:
Por AFO,
Meu corpo continua sem reagir, comprovando o quão forte a pirralha se tornou, não ter criado laços torna o meu plano mais fácil, se bem que mesmo que a tivesse criado como minha filha o que de fato é, não me impediria, ainda pretendo usar seu sangue. A cadeia continua me fornecendo os métodos que preciso, seja para me recuperar ou simplesmente para espalhar a ideologia através daqueles que buscam em mim as respostas, olhei para um guarda que entendeu o que deveria fazer, ou seja, preparar tudo para que minha ligação ocorresse no maior sigilo:
Uma videoconferência rápida seria realizada, Shiga apenas me olhava do outro lado da linha.
-- Já tem o sangue dela? -- Fui direto.
-- Não, ela desapareceu do mapa, acho que aquele cuidador descobriu o que íamos fazer e o projeto de Overhaul foi completamente usado para que nós apropriássemos do fênix.
-- Então, vamos esperar por Tomura. Ele irá até você por querer mais poder e então trará Mirai consigo. -- Shiga sorriu.
-- ALL for One, certas fontes afirmam que seu discípulo está apaixonado por ela. -- Dessa vez fui eu quem gargalhou. -
-- Se isso for verdade, talvez esteja na hora de eu o ensinar mais uma lição.
Off
Por Mirai,
Minha cabeça doía demais estávamos a horas na mesma situação: os homens de uniforme da me olhavam furiosos e ás vezes batiam na mesa.
—Расскажите нам, что мы хотим знать, и вы свободны.( Diga-nos o que queremos saber e você estará livre...) — Um dos homens mencionou e continuei sem entender.
— Não tem um tradutor nessa merda? — Baguncei meus cabelos estava cansada e a dois dias presa em uma cela fria sem comida e água. Os homens sorriram antes de me olhar, conversaram entre si e se aproximaram me deixando confusa, porém alerta. Infelizmente não tenho individualidade para atacá-los no momento justamente por estar fraca mesmo que ativasse a negação ainda assim como homens possuem força o suficiente para me dar muito trabalho e para completar no meu atual estado seria burrice.
— давай поиграем с ней? (Vamos brincar com ela?) — O da esquerda possuía uma lasciva sem fim, enquanto o da direita me olhava com nojo), revirei os olhos, ambos se aproximaram e o da esquerda me levantou me sacudi um pouco tentando me desvencilhar de seus toques senti o da direita fazer um sinal de silêncio com o indicador, a palma da mão dele brilhou e o mesmo passou sobre meu corpo, por um minuto senti meu corpo relaxar como se tornasse mais leve e estava completamente consciente quando eles me deitaram na mesa e o da esquerda passou a mão pelos botões da minha calça. eles iam mesmo tentar me estuprar? Por que minha mente parecia tão leve?
Ouvi o barulho do cinto dele abrir e virei minha cabeça turva para os lados tentei ativar a minha individualidade em vão, não me testando outra opção a não ser virar o rosto e esperar pelo pior.
Ouvi o ferrolho da porta e os homens tentando me colocar de volta sentada, meu corpo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido, mas a sensação se manteve, as palavras sem sentindo me deixando aturdida.
— Preciso falar com ela a sós. — Sussurrou e pela primeira vez compreendi. — Senhorita sou Serge encarregado da embaixada japonesa, o que você faz aqui? — Pisquei diversas vezes. — Senhorita?
— Eles... Eles fizeram algo comigo. — Sussurrei de maneira falha, minha garganta está seca.
— Só posso oferecer-lhe um acordo se tiver informações valiosas para nós. — Estava desesperada e de qualquer forma mentiria, não posso acreditar em um desconhecido com pretensão de salvador, os outros homens que tentaram me usar estavam do lado de fora e eu suspirei, como gostaria de estar cem por cento para fazê-los pagar. -- Fale de uma vez criança, por que portava tantas armas? Pra quem você trabalha?
Até mesmo respirar dói.
-- Água -- sussurrei, tão baixo que ele não compreendeu, mas ao olhar para a minha boca seca e rachada entendeu e não demorou muito para que eu compreendesse que ele pediria água, pois, minutos depois um copo me foi dado e como um animal desesperado eu bebi.
-- Agora fale de uma vez ou deixo que eles entrem aqui e ficará a mercê dos russos.
Respirei pesado, torcendo para que minha individualidade pudesse ser ativada, eu estou muito mal e se eu forçar meu corpo não sei o que pode acontecer.
— Sei como pegar os vilões de quem estão atrás. — Menti e mesmo turva senti os olhos dele brilharem.
-- Então fale criança. Me dê algo válido. -- Confirmei, sentido a vertigem passar e ativei minha individualidade.
-- Um daqueles ali ainda trabalha para a célula do Shi Hassaikai. -- Ele arqueou a sobrancelha descrente se preparando para levantar e ir embora. -- Não espera, eu posso provar. -- Menti e ele me olhou com desprezo.
-- Overhaul utilizou cobaias em inúmeros países, devem ter ouvido falar dos ataques na Suécia, Londres e outros locais, não estive em todos pois ele tinha outros planos para mim. Um deles possuem uma individualidade que mexe com você ao ponto de parecer que está bêbado e essa familiaridade é a mesma de um de seus principais preceitos. Se não acredita em mim pode ir e investigar. -- Recostei na cadeira, se eu estiver certa eles irão desconfiar de qualquer um, se eu estiver errada vão me matar.
O homem se sentou na cadeira e apoiou o queixo sobre as mãos me encarando seriamente:
-- O que sabe sobre o projeto de Overhaul? -- ele me interrogava com tanta cordialidade que nem parecia que me torturaram, balancei meu copo e ele sorriu. -- Te darei mais se colaborar.
-- Ele foi preso, vocês ao menos sabem disso não é? -- Ele Assentiu.
-- Você parece inteligente o suficiente para compreender que não podemos lhe soltar. -- Comentou e tive que sorrir.
-- E sou inteligente o suficiente para saber que se falar demais vocês me matam, sem saber quem eu sou. -- Eu estou tão cansada e com tanta cólica, que nem sei como ainda estou de pé, pela dor acabei apoiando a destra na minha barriga e respirando com pausas.
-- E quem você seria?
-- O braço direito de um grande herói e sobre a droga já devem ter percebido que as individualidades ou expandiram ao ponto de enlouquecer o usuário ou simplesmente não funcionam e antes que me pergunte não há reversão. -- Conclui. -- Mas há outro projeto que talvez seja mais terrível do que este e está em posse do maior vilão de todos os tempos.
Ele me encarou e eu apoiei minha mão no ferro da mesa segurando com força sentindo meu corpo doer cada vez mais.
-- Já ouviram falar do projeto fênix? -- Os orbes dele demonstraram espanto e o mesmo se levantou, bateu as mãos na mesa e me olhou de maneira fulminante.
-- O quanto você sabe?
— Que tal me tirar daqui primeiro e me dá um copo d'água? — Pedi, sentindo que minha individualidade estava a fazer efeito e ele se apressou em me obedecer antes de se afastar, bebi tudo correndo.
— Se não me der nada mandarei que te matem...— Exigiu e resolvi matar dois coelhos com uma cajadada só.
— Que tal se te disser que aqueles dois que estavam aqui tentarão me matar por que posso os reconhecer com perfeição durante a tentativa de roubo ao Grande Palácio do Kremlin, já que trabalhei nesse caso? — Sussurrei e naquele momento ele entendeu que eu não estava brincando, existe algo que torna os empregados por Hikai um trunfo em sua manga, uma vez por ano meu pai gosta de roubar lugares específicos pouco se importando com o grau de dificuldade já que possuía os vilões específicos para isso como Skell, Balaor, Fabricador, Sato, June e eu, temos um quadro do Louvre, uma joia da coroa britânica e um souvenir dos estados unidos e claro que a Rússia não ficaria de fora, em um de seus roubos ele pegou uma importante coroa ao qual o fabricador substituiu por uma peça bem vagabunda e agora que estou conseguindo usar a minha individualidade vou tentar sair daqui a qualquer custo, usando todos os subterfúgios que tenho e lembranças de meus trabalhos.
O homem saiu de minha presença, falando ao telefone quando voltou tratou de arrumar o paletó e sorrindo me estendeu a mão, naquele momento soube que faria o pior acordo da minha vida
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..
...
Desde que o representante da embaixada me tirou daquele lugar fiquei presa ao governo russo por dois meses, eles não sabiam nada a respeito da minha individualidade, mas tinha plena consciência de que funcionava muito bem e descaradamente como agradecimento diziam ter recebido a minha liberdade. Serge vinha três vezes por semana trazia tudo o que eu precisava e as vezes até mais, na verdade quando sai daquele local que mais parecia uma prisão antiga ele me levou para uma casa vigiada e por horas me fez falar, eu posterguei ao máximo, não seria idiota, afinal uma hora minhas mentiras acabariam e nada o impediria de por uma bala na minha cabeça, quando ele entendeu que eu não confiaria nele, me deu duas opções, falar algo útil ou morrer. Então fiz a minhas escolha, corroborando sobre o projeto fênix da maneira mais chula possível.
O tal do Serge está longe de ser burro e até que eu entenda se ele é corrupto ou não, não posso oferecer dinheiro a ele, porém, preciso permanecer viva e entrar em contato com Hikai, algo me diz que minha família não está nada bem...
No momento atual estou sobre custódia da embaixada japonesa, sem direito a ligações e muito menos contato com outros que não seja ele, o intérprete do governo e me pergunto o quanto esse homem conhece para ser usado dessa maneira.
-- Senhorita Mirai, preciso que faça uma consulta ao médico, anda sonolenta demais ultimamente e tenho tido notícias de constantes enjoos. — Exigiu, minhas unhas tamborilavam pelo tampo da mesa, em toda a minha vida homens tentaram me controlar como uma espécie de ferramenta e eu já estou mais do que cansada disso, ainda quando me soltou e me deixou naquela casa decaída para me interrogar, quando o meu corpo atingiu o cansaço extremo eu tive um sangramento e como me queriam viva me levaram as pressas para um médico que me tratou sem ao menos dizer o que eu tenho e apesar disso tudo é feito de maneira precária deixando claro o quanto sou descartável.
— Estou bem.— Assenti saindo dos meus pensamentos.
— Senhorita isso não é um pedido. — Gentilmente ativei minha individualidade já estou há tanto tempo nesse local recebendo boa comida e bebida em troca de informações que me sinto revigorada e isso me faz pensar no que vai ocorrer quando arrancarem tudo de mim, será que me deixarão livre? Eu acho que não, qualquer governo que se preze mataria uma informante que aparentemente conta menos do que sabe e aparenta ser um problema, me levantei da cadeira e andei até o quarto sendo seguida por ele.
— Entendo completamente. — Abri o armário e peguei as peças de roupa que me deram enfiando na mala que haviam trazido e deixado embaixo na cama.
— Aonde a senhorita pensa que vai?
— Esqueceu que vamos a Paris? Foi sua ideia. — Reforcei.
— Eu não... É claro que iremos, preciso reservar o jato para no máximo meia hora. — Se repreendeu — Como pude ser tão esquecido?
Off
Mirai sorriu por plantar a semente tão bem, em questão de minutos o homem a ajudava a terminar de guardar as coisas que ele mesmo trouxe a pedido e poucas horas estavam no céu a caminho de Paris, pelo menos foi o que ele pensou.
A garota habilmente conseguiu o que queria, ou seja, uma transferência de vinte mil dólares que foi sacada de imediato por via das dúvidas assim que chegaram no aeroporto e no meio da multidão ela desapareceu deixando para trás apenas um rastro de perfume e a certeza de que finalmente faria o que quisesse.
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