22.Seus propósitos

Por Mirai,

Minha mente estava confusa, como se eu fosse uma presa completamente indefesa, tudo ao meu redor girava e como se grandes faróis estivessem direcionados para os meus olhos não enxerguei com precisão, senti minhas pernas fraquejarem um pouco conforme dei alguns passos, me escorei no que parecia ser uma parede e ali permaneci em silêncio. Não faço a menor ideia de onde estou e pelo meu estado sei que não conseguirei ativar minha individualidade e por um momento senti medo, medo do que poderiam fazer com uma garota atualmente fragilizada na rua, não sei por quanto tempo fiquei ali, mas algo me chamou atenção: um cara enorme e sua voz cada vez mais distante.

Off

A garota dormia tranquilamente sem saber que era vigiada de perto. Um dos homens suspirou:

— Não é possível! Essa garota só se mete em confusão — virou a garrafa de bebida nos lábios, é no mínimo engraçado que estivesse bêbado antes das oito horas da manhã, mas sua individualidade lhe permitia tal façanha.

—  Leva  ela pro jovem mestre, ao melhor leva pro laboratório. Do jeito que está vamos conseguir colher o sangue e até onde me lembro Overhaul está doido por isso. —  O Kendo assentiu e sem delicadeza alguma pegou a garota nos braços carregando-a até a ala médica.

...

Os orbes esfumaçado miravam o teto e rapidamente se levantou colocando a mão na cabeça pela dor que sentiu.

— Onde eu estou? — Vislumbrou o quarto massageando as têmporas e logo se tocou de onde estava. — Como foi que cheguei aqui?

— Kendo te achou largada no meio fio, pelo visto sua diversão foi boa.

A garota preferiu ignorar por completo a provocação dele apenas passou a mão pelo rosto tensa antes de finalmente encarar o moreno.

— Preciso sair daqui.

— Você não vai a lugar nenhum, nem tirou os pontos e saiu pra beber se não me for útil vou deixar que ... Te deem o tiro.

Ela revirou os olhos, não era isso que tinha em mente quando falou que iria para casa.

— Overhaul eu estou falando sério. Preciso falar com Hikai. 

Eram raras as vezes que o chamava pelo codinome

— Hikai nem está na cidade, está cuidando dos meus assuntos na fronteira, então o que tiver que dizer, fala pra mim.

Ela cruzou os braços visivelmente chateada, mas se deu por vencida.

— O que exatamente fui roubar pra você naquele navio?

— Isso não te diz respeito não acha?

— Até concordaria se o seu problema não tivesse vindo atrás de mim.

— "Diga a ele que eu quero o que é meu." Foi esse o recado que me deram e se não se importam eu prefiro ser mantida em alerta quando alguém vai tentar ferra comigo.

O moreno riu.

— Interessante, as peças do governo começaram a se mexer e eu vou adorar jogar esse jogo. — Se levantou, olhando-a de cima. — Só mais uma coisa garota, não existe mais negócios de Hikai, ele trabalha pra mim então se, se meteram com um dos meus é claro que irei responder há altura. Por hora descanse você ainda não terminou a contabilidade e temos um carregamento extremamente valioso para despachar amanhã e é claro que você vai.

Kai não deixou que a mesma esperneasse ou dissesse uma palavra, saiu do quarto trancando a porta só para se certificar de que Mirai ficaria ali quietinha. A garota podia até reclamar mas dentro daquele quarto aconchegante tinha bem mais do que precisava inclusive muita comida disposta sobre a mesa da varanda de vidro engaiolado e não poderia negar que estava com fome, cansada e acima de tudo precisava urgentemente de um bom banho.

As horas foram passando e quando Mirai deu por si já havia escurecido, sem sono voltou a mexer na contabilidade do moreno e se deu conta não só dos gastos enormes para manter a propriedade como a utilização dos recursos para a organização, foi então que recordou do laboratório e teve ciência que provavelmente deveria ter mais.
A porta foi destrancada e aos poucos a garota deixou os papéis de lado.

— Se vista vamos sair.

Ela arqueoou a sobrancelha.

— Não foi você mesmo que disse que eu precisava descansar?

— Mudança de planos, vamos entregar o carregamento agora.

—  Pelo menos posso saber da localização? — Indagou mais uma vez, não fazia parte de seu jeito ser tão curiosa, mas algo nele despertava á isso e apesar de meticuloso Overhaul não viu problema algum em revelar a localização:

— Londres. Você tem dez minutos. — Sem demora saiu do quarto, a garota piscou diversas vezes: nunca saiu de Musutafu e agora iria para Londres? Chegou a pular de alegria ao ir até a mala tirou todas as roupas e as dispôs  na cama e de forma rápida escolheu uma calça de cós alto preta um blusa sarja na cor areia e tênis pegou o celular colocou as joias e pegou o dinheiro reserva, dinheiro esse que confiscou de um dos bolsos escondidos de Shigaraki, quando se preparou para por o batom batidas soaram na porta.

— Vamos de uma vez e você vai ter que usar isso.

Ela olhou para a peça descrente: uma máscara da peste em tons manchados de verde rosa e um leve pastel.

— Nem ferrando que eu vou por isso. — Reclamou.

— A mais vai sim, seus olhos são incomuns demais e é muito fácil associar a esse cabelo vibrante e  dê-se por satisfeita por sua máscara ter sido feita especialmente pra você. — Ela revirou os olhos antes de pegar a peça das mãos e a contragosto colocar e olhar rapidamente no espelho.

— Eu estou ridícula. — Concluiu.

— Discordo, ficou bem em você. Até parece um dama dos preceitos. — Kai retrucou e ela riu.

— Você não quis dizer sua dama senhor Overhaul? — Ele não respondeu apenas desconversou.

— Vamos logo garota não tenho a noite toda.

Mirai o seguiu pelos corredores da mansão até chegarem na sala onde seus olhos brilhavam ao vê-lo tão bem e mesmo que ele não pudesse enxergar sabia que ela estava bem.

— My baby.... — Não terminou de falar pois no momento seguinte ela o abraçava.

— Achei que estivesse fora, pelo menos foi o que o Kai disse.

— Kai? — Hikai arqueou a sobrancelha.

— Não ouse me chamar assim ou acabará morto.

— Entendo. Overhaul pediu um portal então vamos logo, pois a manobra do porto está dando mais trabalho do que o esperado.

— Abra o portal para esse edifício aqui. — Com as palavras de Kai, Nemoto se aproximou com um tablet mostra do fotos da rua, da área externa e interna. Afinal, Hikai precisava se contextualizar para onde estava indo e passaram bom minutos ali até ter o aval do portal inferior.

— Não sei se vou conseguir manter aberto para que voltem, não costumo abrir portais para o desconhecido. — Informou.

— Se a entrega não for feita da forma adequada quem pagará as consequências não sou eu. — Na mente de Hikai, Overhaul era desprezível, mas não daria o braço a torcer.

— Se for por Mirai deveria te cuidado, pois my baby sabe de virar como ninguém.

Ele Vislumbrou a confiança mútua entre os dois e sorriu.

— Se você tem certeza disso.

E com o diálogo curto ele abriu o portal, os primeiros a passar foram Shin e Kendo esse último carregando algo grandioso e por fim Mirai e Overhaul, a lilás não demorou a perceber que estavam em um galpão.

— É sério isso? Com tantos lugares interessantes para fazer transações você escolheu um galpão? Que falta de criatividade Haul... — Implicou e ele arqueou a sobrancelha.

— Garota, até o fim desses trabalhos vou domar a sua língua! — E assim seguiram para o objetivo deixando uma maleta enorme sobre uma caixa de madeira, abriu e ela observou frascos com um líquido azul semitransparente.

— Quantos são? — Overhaul perguntou.

— Quinhentos frascos. Da pra fazer um bom teste. — Shin informou.

— Quero ver do quê eles serão capazes e o dinheiro onde está?

— ESTÁ AQUI, HÁ QUE PREVISÍVEIS! — A voz empolgada de Kendo soou forte e Overhaul mandou que o mesmo pegasse a mala após conferir e voltasse para casa, Kendo e Shin passaram tranquilamente, mas quando foi a vez de Mirai e Kai o portal cedeu, de imediato o moreno ligou para seu braço direito:

— O que aconteceu?

— Esse fraco precisa recarregar, ao que parece excedeu o limite dele.

— E de quanto tempo precisa?

— Preciso de quatro horas. — A voz de Hikai soou e Mirai tomou o telefone das mãos dele.

— Vai com calma pai não estou com pressa, fora que nunca vim em Londres.

Overhaul pegou o aparelho de volta.

— Cuide da nossa carga e lembre-se que caso algo ocorra vocês morrem. — Desligou o aparelho observando-a se afastar. — Onde pensa que vai?

— Eu que não vou ficar presa aqui dentro, estamos em Londres! E estou ficando com fome. — Sem esperar pela resposta saiu em busca da entrada agradecendo a si mesma por ter ido de tênis.

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Notas: A fotinho da máscara que foi dita no capítulo, o local de onde foi retirado está descrito na própria imagem.

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