3.Mudanças, a família Von Stain

Aquela noite seria curta, triste e escura para a menina de cabelos castanhos e olhos violeta. Sua mãe se encontrava em coma e ela permanecia agarrada aquele braço quase sem vida, Harlequin havia passado a noite com ela, mas a mesma não conseguia se distanciar de Matrona, seu subconsciente trabalhava contra ela sempre mostrando imagens desesperadoras de uma garota no orfanato sofrendo, outrora sozinha e no final das contas sabia que esse seria o seu destino. Lágrimas insistiam em cair toda vez que ela pensava nisso, ficar sozinha sempre foi motivo de pânico, já havia passado tantas horas agarrada aquele braço que nem percebeu que o dia já dava sinais de sua chegada.

- Diane você precisa deixa-la descansar – Dr.Dana havia voltado ao quarto para verificar o estado de Matrona, seus outros quinze pacientes estavam bem havia realizado 4 operações, mas apenas uma pessoa continuava em coma.

- Mas... mas... Eu quero ficar com a mamãe – a morena respondeu abraçando o corpo da mãe.

- Vem Diane, vamos ficar lá fora com o meu tio. Você não está com fome? - Harlequin perguntou se levantando e puxando a menina teimosa.

- Vá Diane eu a examinarei e tome, leve os pertences dela com você – Dr.Dana lhe entregou a bolsa.

Assim que saiu Diane e Harlequin perceberam que havia uma movimentação em volta da montanha, olharam pela janela do local avistando alguns helicópteros de resgate e algumas instruções sendo dadas ao que era possível ouvir os feridos e doentes seriam retirados primeiro.

- Diane você tem algum documento de identificação com você? - O homem de cabelos coloridos perguntou seriamente.

- Não, mas posso procurar na bolsa da minha mãe – Sussurrou enquanto Gloxinia apenas esperava pela tal identificação, a morena abriu a bolsa e se deparou novamente com a pasta número 03 escrita confidencial, decidiu que mais tarde tentaria ler aquilo, continuou a procurar e achou uma pasta com seu nome Diane C. Giusy retirou os documentos e entregou a Gloxinia, assim que homem passou os olhos sob aquele documento seu olhar aparentou uma paz como se soubesse mais do que aquela garota poderia imaginar.

- Hum... Imaginei que se tratando de Matrona toda precaução ainda assim seria pouca.

- Como você conhece a minha mãe? - A morena estava bem curiosa.

- Digamos que eu sou um cliente antigo do escritório dela – mentiu para a criança sem nenhum remorso, Gloxinia conhecia aquela família como se fosse sua.

- E então tio, o que diz ai? - Harlequin perguntou.

- Se acalme King! Tudo que precisam saber é que iremos a Megadozer quando sairmos daqui. - Ele fechou os documentos e entregou nas mãos da criança para que a mesma pudesse guardá-los novamente.

Já havia se passado uma hora desde a última conversa de Diane com seus mais novos conhecidos. Harlequin cuidava de sua irmã mais nova que no momento dormia em seu colo, enquanto Gloxinia e Gerheade conversavam com o doutor Dana, tudo sendo observado pela morena. Após alguns minutos de conversa um homem fardado com o símbolo do brasão de Camelot estampado no seu braço se aproximou dos adultos.

- Com licença, preciso saber do médico quais pacientes estão apitos a ser retirados daqui agora?

- Tenho dezesseis pacientes em estado grave desses quinze cinco foram recém operados e uma está inconsciente.

- Bom vamos começar a removê-los, todos serão levados para o centro médico de traumatologia de Camelot, pois é o único com espaço para reter todos os acidentados de Denzel.

- E quanto ao paciente inconsciente preciso leva-la para Camelot sendo que sua filha não tem mais nenhum responsável legal, logo me responsabilizarei pela criança. – Gloxinia falou.

- Eu quero ir com a minha mãe! - Diane exclamou.

- Nós iremos, todos no mesmo avião. – Gloxinia respondeu.

- Senhor creio que isso não será possível já que somente os doentes e feridos serão removidos primeiro – o homem fardado afirmou.

- Creio que isso não seja uma opção – Gloxinia mostrou o emblema que portava no blazer.

- Perdão senhor não sabia que estava por aqui, avisarei ao meu superior – o homem fardado que havia feito uma pequena reverência se preparou para sair.

- Não há necessidade disso, o quadro dela é estável então retire os feridos primeiro e quando vierem busca-la nós iremos. – Gloxinia sorriu de maneira singela, enquanto Harlequin revirava os olhos. O homem fardado se retirou e seguiu com o planejado enquanto a garota tentava entender o que estava acontecendo.

...


Foram cinco horas até a remoção completa, todos os feridos aqueles que não possuíam nenhum tipo de trauma severo foram transferidos para Windol e de lá para Camelot, a família Van Stain e Giusy acompanhadas do Dr.Dana estavam dentro do jatinho particular alugado que foi devidamente preparado para receber Matrona na sua atual situação, partiram as pressas para Megadozer a grande cidade empresarial, a viagem levou cerca de três horas assim que o jatinho aterrissou na pista de pouso particular, ainda do alto era possível ver a enorme mansão.

- Nossa o que estamos fazendo aqui ? - a morena perguntou saindo do jatinho.

- Viemos resolver a sua situação criança, me de a pasta de antes – Gloxinia pediu sorrindo enquanto Diane lhe entregou os documentos.

Dr. Dana e sua equipe levaram Matrona pra dentro da mansão, enquanto Gerheade levou Elaine para cozinha, Harlequin preferiu ficar ao lado da garota de orbes violetas e ambos seguiram seu tio até o rolls royce preto que os aguardava.

- Siga para o Phanternom – o chofer seguiu o caminho que Gloxinia mandou e assim que chegou ao enorme banco foram recebidos pelo gerente, adentraram o enorme prédio dourado, subiram o elevador até o ultimo andar desaguando na sala da presidência:

- Então o que o traz aqui Rei Gloxina?

- O futuro da jovem Giusy meu caro – ele entregou a pasta o homem, seu nome? Alex e assim que leu o nome abriu um enorme sorriso.

- Então a senhorita Matroná esta na cidade? Por que não veio pessoalmente, afinal só os responsáveis legais podem tratar da herança.

- Alex, creio que a página 3 seja de suma importância nesse caso. A Matrona está em minha mansão no momento sendo cuidada pelo Dr. Dana, há uma cópia do prontuário dela dentro da pasta.

O gerente leu com calma todo o contrato e se espantou com a astúcia da maior advogada pra quem já havia lhe prestado serviços.

- Hum...A senhorita Matrona é extremamente inteligente, nesse caso eu acho que podemos prosseguir. – O documento em questão continha a emancipação de Diane caso alguma coisa ocorresse com sua tutora, assim toda a fortuna iria pra ela estipulando em cinco mil por mês durante os próximos dez anos, assim ela deverá aprender a se controlar, tudo que restava era nomear um tutor que deveria permanecer com a garota até os 15 anos. - Só falta nomear um tutor, senhorita Diane isso fica a seu critério, precisa me apresentar uma pessoa de sua confiança para te mentorear pelos próximos quatro anos.

- Mas eu... Eu não entendo. - A criança falou.

- É simples Diane, você precisa e alguém para ficar temporariamente no lugar de sua mãe e zelar pela sua educação e segurança – Gloxinia gentilmente explicou.

- Mas... Não tenho mais ninguém – As lágrimas se formavam no canto de seus olhos e Harlequin tentou consolá-la.

- Nesse caso seu tutor será escolhido pelo banco – Alex falou seriamente.

- Não! Tio você pode fazer isso não é? Pode ser o tutor da Diane? - Harlequin se meteu na conversa.

- Não sei Harlequin, isso depende da senhorita Giusy – seu tio respondeu calmamente.

Diane pensou por exatos quinze minutos e se manteve calada, não conhecia aquela família a muito tempo porém não queria ficar com um completo estranho, lembrou que Gloxinia já conhecia a sua mãe e tinha certeza que a explicação dele foi uma mentira.

- Eu aceito. O Harlequin e a Elaine moram com você né ? - Perguntou para o homem de cabelos coloridos.

- Sim, eles são meus filhos – O homem respondeu sorrindo.

- Nesse caso senhor Von Stain assine o contrato para que eu possa registrar tudo e bloquear a fortuna da garota, pelos próximos quatro anos ela viverá com apenas dois mil... - Alex explicava.

- Não preciso desse dinheiro, abra uma conta a parte no nome de Diane e quero que esse valor de dois mil seja depositado todo mês sem falta assim quando ela alcançar os quinze terá mais que o suficiente para começar seu próprio negócio sem precisar mexer na herança. - Gloxinia entregou o contrato assinado se levantando. – Vamos? - Ambos assentiram e partiram em direção aquela enorme porta.

- Diane espero que você goste de morar com a gente, a Elaine e você se darão muito bem! – Gloxinia sorriu.

- Vamos morar aqui nessa cidade?

- Ah não Diane, nossa casa fica em Camelot, você vai gostar de lá. Tudo é tão bonito e colorido – King lhe explicava

- Eu conheço a cidade, mamãe adorava passar as férias lá.

- Adorava não, ela adora Diane. Ainda está viva e dentro de quatro dias todos nós estaremos em Camelot. - Gloxinia entrou no carro e as crianças o seguiram enquanto Harlequin falava animado sobre o que poderiam fazer nesse meio tempo a modo de entreter a garota, Diane se perdia encarando a janela do carro.

Sua vida acabara de mudar por completo e dentro de quatro dias estaria oficialmente em sua nova casa.

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