29.Uma conversa entre garotas

Por Diane,

O caminho para longe de Bérnia fora tranquilo e eu não conseguia parar de pensar em todas as coisas boas que ocorreram. Depois de uma hora de estrada paramos na via que cruzava caminho para Danafor e por 10 minutos esperamos no acostamento.

— Tomara que ela esteja inteira.— King sussurrou e eu não pude deixar de gargalhar de leve e discretamente, seu amor pela moto chega a ser fofo.

— Relaxa que Elizabeth deve estar com ele e o capitão é muito responsável quando se trata dela. — Ban alisou os fios dourados de sua esposa e eu suspirei alto chamando atenção.

— Quem foram os padrinhos? — Questionei, se eles acham que sou esquentada imagina quando Elizabeth souber, claramente teremos um guerra dentro da pick up

— Ah Di, não houve.

— É relaxa garotinha que a Elaine jamais viraria as costas pra vocês. — O sorriso faceiro me deixou preocupada, não tive tempo de fazer mais perguntas pois a moto logo parou no acostamento, Meliodas fora o primeiro a descer seguido por uma Elizabeth visivelmente envergonhada.

— E ai será que podemos ir? — Meliodas jogou as chaves da moto para King que pegou no ar. — Acho que não amassei muito o seu brinquedo, apenas uns arranhões. — Sorriu ao ver a cara de preocupado de King que apenas se apressou em procurar por qualquer coisa fora do lugar o que levou o loiro a gargalhar profundamente. — Cara você precisa levar as coisas na esportiva.

— Isso não tem graça nenhuma. — King esbravejou, sentou-se na moto e levou-a, Ban e Meliodas apressaram-se em arrumar toda a parte detrás da pick up para que pudéssemos ir embora.

— Gente da pra acelerar isso? Eu não estou gostando de ficar aqui. — Elizabeth retraiu-se e eu entendi perfeitamente seu raciocínio, mesmo estando em seis, no momento nosso carro é o único parado na estrada.

— Meninas relaxem nada vai acontecer com vocês enquanto estivermos aqui. — Meliodas esgueirou-se até Ellie e abraçou-a sem segundas intenções, nunca pensei que ele fosse capaz de tal movimento, talvez a gravidez tenha o amolecido e por mais 10min. Permanecemos na estrada quando finalmente acabaram o trajeto ocorreu normalmente, nunca fiquei tão feliz por voltar para Camelot.

— Será que a Merlin e o Arthur destruíram o nosso ap? — Elaine perguntou.

— Depende de quanto tempo estavam sem se ver ou transar. — Ellie gargalhou e eu me deixei levar, quando finalmente adentramos a mansão Von Stain nos jogamos no sofá.

— Finalmente vocês retornaram é um saco ficar aqui apenas na companhia do Helbram!— Victória sorriu lindamente e percebi pela face exaltada de Elizabeth que a mesma estava prestes a agredir a garota.

— Vickyzinha achei que você estivesse com o irmão pulha do Arthur. — A platinada não media palavras e Victoria que agora estava com os fios rosados gargalhou.

— Não, ele é muito esnobe, infantil e possessivo beirando a doença!Eu não quero nem pensar naquele embuste. Agora me contem como foi a viagem, Helby não me deixou ligar pra ninguém até sugeriu que fossem me matar. — Por alguns minutos eu senti pena da garota, na verdade não tenho nada contra ela, não conversamos e não nos conhecemos para tanto.

— Que isso Vichy não é pra tanto acho que ninguém aqui te odeia. — A voz tranquila dele fez com que Elizabeth respirasse fundo antes de olhar para mim:

"Eu continuo não gostando dela." — Sussurrou e eu segurei meu gargalhar.

— Relaxa Elizabeth, Vichy não é uma ameaça, agora temos diversos assuntos a tratar, como por exemplo o fato de que você está grávida! E eu e Elaine estamos noivas. — O olhar espantado da platinada além das piscadas excessivas levaram Elaine a gargalhar e inconscientemente Elizabeth alisou o ventre.

— Eu passo um dia fora e sou excluída de todas as novidades. — Esbravejou.

— Na verdade eu contei o ocorrido ontem, Elaine também não sabia. — Desviei meu olhar para King que estava com rosto vermelho enquanto Helbram e Victoria gargalhavam, não pude deixar de reparar em como a amizade deles é bela.

— Bom temos que preparar uma despedida de solteiro para os noivos! Eu conheço um bar que adoraria sediar esse acontecimento. — Meliodas gargalhou.

— Se for o chapéu de javali eu concordo, do contrário creio que até Elizabeth irá te matar. — As palavras de Ban não eram nada comparado ao olhar furioso de Ellie. 

— Não se preocupe amor o nosso será o próximo. — Nunca imaginei que Ellie pudesse ficar tão vermelha o que levou o grupo a gargalhar novamente.

...

Depois da nossa tarde resumida a conversas agradáveis e novas lembranças recém formadas,  sob relutância voltamos para o ap e se não fosse pela faculdade teríamos dormido aqui,  porém sinto saudades da minha cama e do meu cantinho, não que a mansão Von Stain não seja confortável porém temos tanto a conversar que a presença de homens será um atraso.

— E então Elizabeth conte tudo o que aconteceu nesse seu rompante. — Elaine exigiu enquanto nos jogávamos no sofá.

— Acho que primeiro deveríamos ver se Merlin e  Arthur não estão. — Comentei.

— Se estivessem escutaríamos os gritos, relaxa Di estamos sozinhas agora abre o bico Elizabeth Liones! — Minha cunhada deixou claro que estava com pressa e que não aceitaria um não como resposta e se tratando de Elizabeth qualquer assunto extra ela se esgueira. — Anda logo com isso Beth você e o Meliodas vão morar juntos, vão se casar ou o quê?

— Conta de uma vez Ellie do contrário Elaine não vai te deixar em paz. — Gargalhei.

— Ok-ok, eu fui pra casa da Gelda de certa forma eu sabia que Meliodas me encontraria, pois não é a primeira vez que faço uma coisa dessas e me desculpem se eu preocupei vocês, não foi minha intenção. Na verdade eu só precisava me afastar da minha vida para ter certeza do que eu queria, crianças não planejadas exigem o dobro de cuidado além do mais eu ainda não conversei com o meu pai e digamos que ele não faz a menor ideia de que eu e  Meliodas temos um relacionamento "conturbado". — Ellie estava tão tranquila que não pude deixar de me sentir feliz por ela, são raros os momentos que nós três conseguimos aproveitar do mesmo sentimento, Elaine riu de leve e na hora percebi que a paz cessaria.

— Bom imagina quando descobrirem que essa criança foi concebida em cima da mesa de um bar. — Elaine ironizou, senti minhas bochechas ficarem vermelhas e a face de Elizabeth estava da mesma forma. 

— Merda Elaine! Você tinha que lembrar dessa parte? Se bem que foi tão gostoso que não tenho do que me arrepender... — Elizabeth arremessou uma almofada na direção de Elaine. — Agora me contem o que rolou enquanto eu estava com minha cunhada. 

— Bom resumidamente, eu estou noiva perante a sociedade e casadíssima diante de uma "capela chinfrim" e a Di também está noiva, logo iremos nos casar numa cerimônia conjunta e provavelmente você será a nossa madrinha. — As palavras da loira foram cuspidas com tanta intensidade que por um curto período de tempo Elizabeth manteve-se em silêncio. — Perdeu a voz gatinha? — Elaine ironizou.

—Porra... Você não está dando uma trégua hoje hein? Vamos lá, como assim você está noiva Diane? A Elaine eu até entendo e olha que Ban demorou muito pra fazer esse pedido, mas você? Até alguns meses atrás se recusava a passar uma noite acompanhada e agora já vai se casar! — A face preocupada fez com eu repensasse algumas das minhas decisões.  — Diane eu não quero estragar sua felicidade, só estou preocupada com você creio que esse sentimento nunca vai me deixar. 

— Não se preocupe Ellie dessa vez não tenho motivos para deixar de crer que irá correr tudo bem, além do mais eu amo o Arlequim. — Assumi isso é algo tão óbvio que nunca pensei que me causa-se tanto desconforto. 

— Realmente você deixou de lado aquela vergonha que tanto cultivava. Eu juro que se o King por um segundo estragar isso eu vou matá-lo. — Ellie me abraçou e percebi que a mesma estava chorando, Elaine alisou os fios prateados e ficamos ali apreciando o momento. 

— Hormônios... — Ellie sussurrou antes de gargalhar e pelo resto da tarde deixamos de lado nossas alegrias e colocamos a casa em dia, quando acabamos assistimos um filme e sem perceber adormecemos no sofá, são dias como esses que me fazem ver que tudo valeu a pena.

...

O toque do meu telefone estava cada vez mais alto, lutei para sair do abraço das minhas amigas já que dormimos amontoadas no sofá, consegui alcançar minha bolsa com dificuldade e vislumbrei o numero desconhecido na tela:

— Diane? — A voz despertou o resto que faltava do meu sono.

— Sim?

— Aqui é o doutor Dana. — Balancei a cabeça ao ouvir o nome que de certa forma me causava euforia, afinal se ele estava me ligando tão tarde poderia ter boas notícias ou até mesmo... Balancei minha cabeça com força tentando deixar de lado esse último pensamento cruel. — Ainda está na linha?

— Sim doutor boa noite, aconteceu alguma coisa? — Senti meu coração palpitar, o Dr. Dana nunca me ligou tão tarde antes.

— Na verdade sim, eu quero que mantenha a calma e se possível sente-se confortavelmente. — Ao ouvir tais palavras meu mundo se entorpeceu com lembranças ruins do fatídico dia em que tive que me separar da minha mãe, senti uma lágrima verter pela pele involuntariamente e tive que respirar fundo até obrigar meus próprios pensamentos a retomarem a razão.

— Diane? — A voz do doutor foi o que eu precisava para retomar rainha compostura.

— Estou bem doutor, seja o que for peço que seja rápido. — Tentei ser o mais firme possível.

— Se te tranquiliza saiba que está tudo bem e que você tinha razão. Os sinais vitais de sua mãe nunca foram tão instáveis, creio que a Senhora Gupsy possa acordar a qualquer momento. Eu diria que há chances de vê-la bem disposta agora. — As palavras dele me deixaram atônita um misto de alegria e desespero invadiram meu peito, depois de tantos anos finalmente poderei sentir um abraço da minha mãe. 

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Notas finais: 

A fic está chegando no fim, teremos no máximo uns 10 capítulo depois desse. Então preparem os lencinhos porque estou escrevendo um fim bem bonitinho. Até o próximo capitulo pessoal.😘

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