19.Um grande mal entendido
-- Kingo! Que saudade que eu estava de você! -- Abraçou o garoto sem se importar com Diane que encarava aquela cena com certo desprezo no olhar.
-- Quem é você? -- A voz da garota de cabelos castanhos ecoou e só então Victoria olhou-a.
-- Eu sou Victoria para os íntimos Vick, sou a ex dele -- a menina de expressão divertida foi encarada pelo olhar confuso do garoto que não era nada comparada a expressão abalada de Diane que agora estava em duvida se subia ou não naquela moto.
-- Você é a irmã do Helbram? Suposta amiga do King? -- Diane começou a ligar os pontos.
-- Sim, pode me chamar de Vick! E pela descrição que o Kingo me deu, você é a Diane a ex-namorada dele? -- Abraçou a garota que estava parada feito uma pedra.
-- Vick, o que você faz aqui? E por que está contando mentiras ? -- Diane olhou para o seu amado que agora alisava a testa com calma tentando conter sua impaciência.
-- Ah não Kingo você também não, poxa eu pensei que alguém aqui fosse ficar feliz em me ver! -- Ela olhou a mulher que ainda abraçava e percebeu que Diane mantinha uma expressão confusa, o que deixou-a curiosa.
-- Então seu cretino você trouxe a sua ex pra cá? -- Elizabeth se preparou para partir pra cima de King, porém Meliodas a segurou pelos seios.
-- Se controla amor, vamos deixar o King se explicar, né King?! -- A voz de Meliodas era suave e Elizabeth aceitou sua proposta.
-- Comece a falar King! -- Elaine cruzou os braços e todos encaravam o futuro rei de Fairy Florest que estava devidamente constrangido com aquilo e antes que ele pudesse abrir a boca Victoria se meteu:
-- Nossa vocês são uns caretas, eu estou brincando. Eu e King nunca tivemos nada sério além de uns amassos, somos amigos -- o constrangimento no rosto dele foi maior ainda e a cara de nojo de Helbram também.
-- Eu não acredito que você pegou a minha irmã! Que nojo cara! -- Helbram falou.
-- Olha eu e a Victora somos apenas amigos e se ela parasse de mentir eu agradeceria, agora eu vou levar a minha namorada para casa! Então não me atrapalhem -- não percebeu suas palavras apenas subiu na moto e ficou no aguardo de Diane que no momento estava interessada numa explicação por parte dele, subiu na moto e apenas encarou Vick com ódio.
-- Gente, o que foi que eu fiz? Vocês não sabem brincar! -- Victoria observou a moto ao longe enquanto todos ali reprovavam sua presença.
-- Falou merda garota. -- Elizabeth encarou-a enquanto todos se afastavam, Victoria havia pisado na bola com suas brincadeiras fora de hora.
Enquanto isso no apartamento de Diane:
A moto foi estacionada na garagem e a mulher desceu sem dizer uma palavra, entregou o capacete e agradeceu, deu longos passos em direção ao elevador e seu amado a seguia com calma.
-- King onde você pensa que vai? -- Parou na porta do apartamento destrancando-o com calma.
-- Nós, ao melhor eu preciso me explicar -- se apoiou na parede e esperou que ela estivesse disposta a escutar.
-- Bom... Entre, eu quero ver se será capaz de explicar essa bagunça -- tirou os sapatos e foi em direção a cozinha enquanto King se desfazia dos sapatos e trancava a porta, Diana voltou da cozinha com dois copos d'água na mão, entregou uma a ele que agradeceu.
-- Tudo o que falei da Victoria é verdade, somos apenas amigos ela é avoada e tem um gênio terrível, mas é uma boa pessoa e sobre os amassos, só aconteceu uma vez e eu estava muito bêbado remoendo tudo a minha volta ai acabei beijando-a e depois pedi desculpas e isso nunca mais aconteceu. Me perdoe por ter omitido, eu não me orgulho de ter beijado a minha amiga e por conta disso deixei de fora, eu vou entender se você não puder mais acreditar em mim. -- Diane analisou cada expressão dele enquanto falava, conhecia-o bem o suficiente para saber quando o mesmo estava mentido ou não.
-- Você precisa parar de esconder ao melhor omitir suas vergonhas... Se me diz que não teve com ela eu acredito em você e se tivesse algo também não me importaria, afinal não estávamos juntos só vou me importar se mentir ai não vou mais olhar na sua cara, o seu passado é somente seu, mas no momento em que resolveu se abrir comigo saiba que cada palavra dita será levado a sério. Agora eu preciso me trocar, quero ver como esta a minha mãe. -- King não se mexeu, permaneceu sentado no sofá e Diane o encarou por longos cinco minutos só então ele entendeu.
-- Vou deixá-la á vontade -- se levantou.
-- Espera, será que podemos sair hoje? -- Nem mesmo ela compreendeu de onde havia tirado coragem para tal pedido.
-- Um encontro Diane, é isso? -- Tentou conter o meio sorriso.
-- S-sim -- corou com o óbvio.
-- Então te pego ás sete -- sorriu enquanto a mesma o levava até a porta -- Vou vir de carro dessa vez -- ironizou o fato dela odiar andar de moto.
-- Melhor, eu te entrego sua camisa assim que lava-la.
-- Elas ficam ótimas em você, na verdade se quiser pode usá-las sempre. -- Acariciou o rosto feminino.
-- Até mais tarde King -- se despediu antes que seus lábios se tocassem de novo e quando fechou a porta cheirou a camisa masculina e sorriu pois, o perfume dele estava por toda parte, puxou o celular do bolso do macacão e percebeu que pelo horário sua visita teria que ser curta. Dr. Dana era o médico encarregado de sua mãe, mas não o dono do hospital sendo assim não era fácil conseguir todos os benefícios e por mais que Gloxinia pusesse a ajudar com sua influência, Diane optou por não incomodá-lo com isso, só conseguia passar um noite por semana no hospital e o resto de suas visitas corria normalmente contando com duas horas para poder vê-la. -- Droga não vai dar tempo nem de trocar de roupa! -- Caminhou rapidamente até o quarto e pegou o cartão de visita do hospital, apanhou dentro do armário uma calça jeans qualquer e seguiu para o carro agradecendo aos céus por seu jeep está intacto já que a Última vez que Elaine o dirigiu ele foi parar no concerto por duas semanas. Diane dirigiu com calma até a floricultura, o trajeto costumeiro que fazia toda vez que ia ver sua progenitora...
-- Doutor Dana, como ela esta? Ela voltou a se mexer? Quando minha mãe vai acordar? -- Estava eufórica com a possibilidade de sua mãe finalmente voltar para casa.
-- Diane... Nós estamos monitorando-a há dias e nada, creio que talvez ela nunca acorde criança -- as palavras dele a fizeram chorar. -- Não fique assim, essa é a minha opinião como seu amigo, já como o seu médico, podemos estender o estado vegetativo por mais 10 anos se essa for a sua decisão.
-- Eu sei que perdi a hora mas gostaria de vê-la -- segurou as flores com um sorriso forçado nos lábios, se por um lado de sua vida sua relação com king aos poucos se ajeitava por outro tudo desmoronava, entrou no quarto com a expectativa baixa, trocou as flores como de costume e se deitou do lado dela: -- Ah mamãe, eu tinha tantas coisas para te contar, mas agora tudo o que eu quero é que a senhora volte -- abraçou forte e sentiu um afago em suas costas seus olhos se alarmaram ao olhar a face de sua mãe sorrindo e mesmo de olhos fechados ela continuava a afagar suas costas, levantou-se aos poucos e correu para chamar o doutor e assim que entrou no consultório percebeu que a garota estava com a razão, sua mãe poderia acordar a qualquer momento -- E então doutor? -- Estava sendo difícil para ela conter toda a felicidade.
-- Vamos conversar lá fora -- seguiu o doutor até a sala de espera: -- Diane eu quero que mantenha a calma, há 10 anos atrás sua mãe entrou em coma por *intoxicações exógenas e a perda de sangue não ajudou muito, mas agora ela começa a dar sinais de recuperação e pode acordar a qualquer momento, pode levar horas como também pode levar anos, por isso eu peço que mantenha a calma e aguarde com fé em seu coração que tudo correrá bem -- as palavras dele deixaram-na emocionada e era impossível contar suas lágrimas de felicidade, passou o resto da visita contando os planos que fariam assim que ela acordasse.
─•••─
O relógio marcava pontualmente 1dezenove horas e a mulher de cabelos castanhos estava sentada na varanda do quarto admirando o céu pouco estrelado de Camelot com um sorriso fixo devido a tudo que ocorrera no dia, a campainha tocou e ela não deu importância, tocou novamente e só então se deu conta de que estava sozinha, suas amigas estavam aproveitando a folga na casa de seus respectivos namorados, levantou do sofá e não se importou em calçar os pés, apenas seguiu até a sala e abriu a porta, lá estava ele, vestido no seu melhor estilo social despojado, estava lindo e por um momento ela se perguntou o por que de estar tão arrumado.
-- Boa noite Diane -- lhe entregou o buquê de violetas delicado do jeito que ela gostava.
-- King! -- Se lembrou do encontro e corou por não estar pronta, ao invés disso usava um short de pijama curto e por cima um moletom que cobria tudo além de seus fios estarem úmidos.
-- Você se esqueceu do encontro não foi -- se escorou na porta.
-- N-não, eu apenas me atrasei, vem entra vai ficar aí parado me olhando? -- Passou a mão nas pétalas do buquê e saiu andando em direção ao quarto enquanto ele se acomodava no sofá.
-- "Droga eu esqueci mesmo!" -- Pensou enquanto arremessava as roupas de seu corpo pelo quarto, pegou um macacão de corte fino e costas nuas na cor preta e sapatilhas da mesma cor, se arrumou rapidamente se agradecendo por ter tomado banho á minutos atrás e passou um batom de cor cereja, não queria deixá-lo esperando.
-- Nossa Diane você está linda.
-- Obrigada, você também está maravilhoso e ai aonde vamos? -- King se levantou e foi em sua direção, colocou uma mecha do cabelo para trás e sorriu por ela ficar sem graça, ela não havia mudado nada nesses últimos anos quando se tratava de suas emoções visíveis.
-- Vamos ao teatro.
-- E depois? -- Deixou que a curiosidade falasse mais alto.
-- Espere e verá -- um beijo lhe foi roubado e o mesmo seguiu até a porta enquanto ela analisava aquelas atitudes demasiadas confiantes demais, seus passos possuíam cautela não por medo ou receio e sim por ter certeza de que ele estava aprontando alguma coisa e não tinha a menor ideia do que seria.
Notas finais:
Intoxicação Exógena -Pode ser definida como a consequência clínica e/ou bioquímicas da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isolada.
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