v. finding a fairy

Uma mulher apareceu em seus sonhos naquele noite.

Ela usava um traje de dançarina, um top verde com detalhes em dourado e uma saia longa da mesma cor com fendas laterais e um cinto de moedas cintilantes, e parecia mais deslumbrante que uma mulher enfeitada da cabeça aos pés com as mais belas jóias. Seu cabelo era como seda dourada sob a luz do sol e ia até os quadris em cachos soltos e macios.

Ele conseguia escutar um zumbido que era semelhante a um cantarolar. E conforme ele se aproximava mais, ficou cada vez mais alto e claro. A letra da canção era em um idioma desconhecido pare ele, mas soou extremamente agradável aos seus ouvidos.

Ele não podia ver seu rosto, mas algo nele se agitou só de observar suas costas e escutá-la cantar tão docemente.

A mulher mexeu os quadris, ainda cantarolando. Seus passos eram suaves e graciosos enquanto ela se movimentava como se fosse começa dançar a qualquer a momento, mas ela apenas continuou caminhando pela grama com os pés descalços. Sua voz doce e melódica e o tilintar da sua tornozeleira traziam um ar etéreo a cena. Suas costas se distanciaram cada vez mais, assim como sua figura.

Quase automaticamente, ele ergueu a mão, tentando alcançá-la. Sua boca se abriu como se ele fosse dizer algo, mas nada saiu.

Não vá!

E então, como se sentisse que estava sendo observada, ela parou, olhando para trás por cima do ombro.

E ele parou de respirar.

Um acessório em forma de lágrima verde em sua testa combinava com seu traje, e qualquer um que a visse pensaria que ela era uma ninfa que veio ao mundo mortal agraciar os humanos com sua presença. A mulher sorriu ao ver uma mão estendida na sua direção, tão linda como uma rosa desabrochando. E era um sorriso tão lindo que o fez sentir como se ele pudesse mover montanhas.

Seu rosto se tornou ligeiramente embaçado, mas, quando seus olhos se encontraram antes que a escuridão o consumisse por completo, jóia azul contra jóia azul, ele só viu amor e carinho no oceano que eram seus olhos. Ele piscou, e de repente desejo e saudade nublaram seus olhos antes que a expressão dela se tornasse triste.

"Você deve acordar,
meu amor."

E enquanto acordava, os olhos ainda fechados e tentando dormir apenas para vê-la novamente, a mente turbulenta e o coração gritando de necessidade, ele só conseguiu pensar em encontrá-la.

E ele jurou que o faria.

.

Claude odiava.

Ele odiava aqueles sonhos, onde aquele mulher sorria tão docemente para ele. Ou talvez ele odiava porque ela era um fruto da sua imaginação?

Ele tinha aqueles sonhos desde sempre; ainda pequeno e ingênuo, desejando tão intensamente o amor. Sua mente o forneceu uma amiga imaginária, uma fada de cabelos como raios de sol e olhos de jóias azuis mais brilhantes que os dele. Ela estava gravada no seu cérebro, como se fosse uma parte de quem ele era.

E ele odiava mais porque ele muito desejou que ela fosse real.

Ele queria poder sentir a maciez dos seus fios. Abraçá-la e nunca mais soltar. Beijá-la como um amante apaixonado faria e ver se seu gosto era tão doce quanto seu sorriso. Tocar seu corpo sedutor até conhecê-lo completamente e escutar os sons que saiam por seus lábios deliciosos quando ele finalmente a amasse.

Mas isso não era possível.

Ele olhou pela janela do seu escritório, seu olhar demorando no jardim que ficava mais próximo do Palácio Garnet. Ele estava prestes a voltar para os papéis na sua mesa, antes que captura-se uma estranha movimentação no jardim sempre tão vazio.

Seu coração martelou com força contra o peito, o surpreendendo. Seus olhos se arregalaram ligeiramente, uma expressão surpresa no rosto, quando ele teve a visão de uma mulher dançando numa parte mais isolada do jardim.

Claude se levantou da mesa, os olhos ainda direcionados na mulher.

"Felix, fique aqui" ele ordenou para seu braço direito, sem se importar em falar mais nada para o ruivo.

"Mas, Majestade-!"

Ele saiu da sala a passos largos e rápidos, quase correndo. Os poucos criados que passavam ali para a limpeza nem mesmo o encararam, com medo por suas vidas. Claude estava sentindo algo desde muito tempo sem sentir absolutamente nada além de raiva e ódio, mas e se não fosse real e sim apenas sua mente ardilosa pregando peças nele?

Por muito tempo, ele apenas viveu. Sem motivação, sem desejos. Apenas uma casca vazia, e seus olhos comprovam isso; opacos e sem vida, assim como ele. Claude via no sofrimento dos outros uma forma de descontar suas frustrações. Ele odiava se sentir fraco e desprezava sentimentos quando tudo que ganhou ao se levar por eles foi apenas mais dor e traição. Mas os sonhos com aquela mulher o acalmaram.

Seus olhos vagaram ao redor do jardim, ansioso. Um cantarolar baixinho soou e ficou mais alto conforme ele se aproximava.

E lá estava ela.

Ele a observou dançar, completamente hipnotizado.

Ela usava o mesmo traje de dançarina do ventre do sonho, mas algo parecia diferente. Claude deu um passo a frente. Ela parou de cantar e dançar, virando a cabeça para trás.

Diferente do sonho, tudo nela estava visível para ele.

E céus, ela era deslumbrante.

Seu rosto jovem era emoldurado por cabelos loiros platinados ligeiramente encaracolados que iam até os quadris. Seus olhos de jóias azuis eram grandes e brilhantes e pareciam enxergar através da alma. Tudo nela era de tirar o fôlego; seu nariz de botão, suas bochechas de romã com um toque adorável de rosa e seus lábios vermelhos e carnudos.

E seu corpo... Ela era pequena, ele percebeu, mas voluptuosa e seus membros eram longos e esguios. Ela parecia delicada e frágil, como se fosse quebrar ao mais gentil dos toques.

Claude a viu arregalar os olhos, um brilho de reconhecimento aparecendo neles. Seus lábios se abriram um pouco e ela parecia que ia dizer algo, mas nada saiu. Eles se encararam no que pareceu uma eternidade.

"Você..." Claude começou, ainda hipnotizado pela sua beleza e seus olhos tão parecidos, mas tão diferentes dos dele. "Quem é você?"

"Eu sou Lippe, Sua Majestade."

....

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