𝐕𝐈. 𝐔𝐌𝐀 𝐀𝐋𝐈𝐀𝐍𝐂𝐀
𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈; o início de uma aliança.
🥀
𝐏𝐎𝐑, 𝐇𝐀𝐍𝐍𝐈;
Tobi me encarava por detrás daquela máscara. Eu não sabia como reagir, eu vi ele apenas algumas vezes de longe, e a única vez que conversamos foi estranho pois ele conversou de uma forma comigo e de outra com Deidara. Como se tivesse duas personalidades ou como se fossem duas pessoas diferentes. O mais estranho era esse sharingan. Isso significava que era um Uchiha...
— Está longe de casa. - ele dizia com a voz imponente. Enquanto foi se aproximando. — E se afastou muito de sua dupla, não acha?
— O que faz aqui, Tobi?
— Estava por perto e... - ele parou de falar e me encarou. — Não... Venha. - segurou minha mão me tirando dali em segundos, ele nos levou até uma caverna úmida. — Aqui está melhor para conversarmos.
— Eu preciso voltar e encontrar Itachi. - cruzei os braços.
Tobi levou a mão em meu manto e retirou o mesmo, olhei espantada para ele que apenas encarou a bandana em minha cintura.
— Por quê? - ele murmurou devagar. — Não faz sentido...
— O que não faz sentido? - não entendia o que ele questionava.
— Ele devia ter dito que você não é de Sunagakure... Por que ainda anda com a bandana de lá?- suas palavras me fizeram o encarar. Abri a boca para murmurar algo mas ele me interrompeu antes que eu começasse a falar. — Entendi. Hanni, você pode dominar um kinjutsu poderosíssimo. Por isso que eu te trouxe aqui.
— Qual? - aquilo de certa forma me chamou atenção. Me tirando toda atenção daquilo que eu queria perguntar. — Me fale sobre esse kinjutsu, Tobi.
— Imagina dominar uma violação da natureza. Decidir entre a vida e a morte. - suas palavras pareciam me conduzir a querer aquilo. — Reparar danos irreversíveis, você pode ser tão poderosa...
— E quais as consequências? Um jutsu tão poderoso deve haver uma consequência. - o encarei. — É uma violação da natureza, como você mesmo disse.
— Poucas... - me encarou. Tobi aproximou as mãos as colocando sobre meus ombros deixando nossos rostos próximos. Eu podia sentir sua respiração por detrás daquela máscara. — Mas deve valer a pena... Hanni, você é como um deus, decide quem vai viver.
— O que pode acontecer comigo? - voltei a questionar. — Eu só me importo comigo mesma.
Tobi segurou meu queixo e me encarou com o olho visível exibindo um vermelho inconfundível, eu tenho certeza que é um sharingan ativado. Um Uchiha... Apenas manteve me encarando por longos segundos enquanto eu processava que Tobi era um Uchiha.
— Precisamos fazer um teste... - soltou meu queixo.
— Eu não compreendo o que você realmente quer, Tobi. - me aproximei dele e dessa vez eu segurava seus ombros. — Me diga o que quer comigo? - senti suas mãos segurando minha cintura a apertando me atracando um suspiro.
— Você se atrai pelo que não pode nem ver...
— E você pelo que não pode ter. - senti suas mãos me apertando com ainda mais força.
— É só questão de tempo até eu ter você. - disse abaixando a cabeça até meu ouvido deixando sua voz bem próxima de mim, para que eu o ouvisse perfeitamente. — Hanni... - meu nome foi a última coisa que ele disse antes de desaparecer totalmente da minha frente.
Inacreditável como que em um piscar de olhos eu perdi Tobi de vista dentro de uma caverna fechada. Foi a primeira vez que vi algo assim, não era um teletransporte comum como o que eu aprendi.
Minha atenção foi tomada por Itachi que apareceu na porta da caverna me encarando. Um suspiro pode ser percebido mesmo com a distância.
— Eu senti outro chakra. - disse enquanto mantinha os olhos em mim. — De quem era? - ele agia como se já soubesse, mas queria que eu dissesse.
— Não tem. - dei de ombros e caminhei até Itachi. — Se não acredita em mim, é só procurar.
— Tem uma vila pequena ali na frente, vamos ficar por lá essa noite. - disse Itachi sério. — Eu preciso resolver algumas coisas por lá.
Não disse nada, apenas caminhei para fora da caverna e ele fez o mesmo. Seguimos caminho até a vila em questão. Ao chegar lá fomos direto procurar por um hotel, ficamos por lá. Fizemos o mesmo processo de antes, ficamos em apenas um quarto o dividindo e dessa vez eu fiz questão de pagar.
— Vamos dormir, se acordarmos cedo, poderemos chegar na akatsuki o quanto antes. - disse Itachi ao passar pela porta do quarto. — Alguma objeção?
— Não, mas era você que disse que havia algo para resolver aqui. - dei de ombros.
— Não se meta nas minhas coisas, Hanni. - ele se deitou sobre a cama.
Respirei fundo e me deitei ao seu lado. Soltei um suspiro tedioso e me levantei em seguida. Sai do quarto e caminhei sobre a vila, achei a torre mais alta e subi em seu telhado, fiquei observando as estrelas sentindo o vento frio soprando pelo meu rosto. Fechei meus olhos aproveitando o momento.
— O que quer? - questionei ainda de olhos fechados ao perceber a presença de Itachi.
— Onde você conheceu ele... O Sasuke.
Sua frase me fez abrir os olhos e o encarar. A curiosidade de Itachi me fez enxergar pela primeira vez que ele era o irmão de Sasuke. Não uma pessoa qualquer, mas sim o irmão mais velho dele.
— Eu o conheci por acaso, quando eu fiz um favor para Orochimaru. - olhei nos olhos de Itachi. — Aliás seu irmão é lindo igual você, aliás, vocês se parecem muito. - dei de ombros. — E antes que pergunte. Sim. Ele me contou sobre você e o que fez.
— Por que você matou tantas pessoas em sua vila? - ele questionou mudando o assunto.
— Não é óbvio? Porque eu quis. - minha expressão se fechou de uma vez. Não gostava de falar sobre isso.
— Você não parece o tipo que mata assim, só porque quer. - Insiste Itachi.
— Mas eu sou assim.
— Você é uma péssima mentirosa. - Itachi se deitou sobre o telhado levando os braços para debaixo da cabeça como um travesseiro.
Começo a me perguntar se devo ou não contar para ele... Temos em comum o fato de termos feitos chacinas, mas cada um teve seus motivos... Mas claro que eu não iria contar tudo, não somos próximos para tal coisa.
— Bom... - me deitei ao seu lado fazendo o mesmo movimento com os braços. — Foi para vingar a morte de meu pai.
Eu nunca havia falado o real motivo para ninguém, inventaram essa história de eu ter matado porque queria provar que eu era extremamente forte, eu apenas abracei a mentira que o próprio Kazekage contou, afinal ele apenas queria que eu me tornasse uma nukenin enquanto ele ficasse em uma boa. Itachi ficou em silêncio após minha resposta.
— Aposto que ficou vazia após essa vingança... - ele diz me fazendo rir.
— Fiquei frustada por não ter conseguido matar o Kazekage naquela noite, apenas isso.
Sua expressão estava totalmente séria, ele me olhava com um certo desprezo, talvez fosse pela forma fria que eu dizia essas palavras. Mas eu realmente não conseguia me sentir mal só porque eu fiz isso. Sei que morreu inocentes, mas naquele dia minha humanidade havia morrido primeiro.
Ficamos ali por vários minutos em silêncio.
Dava para ouvir a respiração de Itachi que fechou os olhos.
— Vamos dormir aqui? - perguntei chamando a atenção de Itachi que apenas manteve o silêncio.
— Acho que... - suspirou. — Sabe, Hanni, você parece ser uma grande mentirosa. - fiquei em silêncio e ele continuou. — Você falhou na sua primeira missão pra ajudar alguém, como essa pessoa pode dizer palavras tão frias em relação a vida de seres humanos?
— Itachi... Eu não me importo com muita coisa nem com muitas pessoas. - olhei para o Uchiha. — Mas eu quero descobrir mais coisas sobre mim mesma.
— Isso não responde o que eu te questionei.
Me levantei ficando de pé enquanto ele encarava meus olhos.
— Assim como você não confia em mim, eu também não confio em você. Eu fui instruída a não confiar em Uchihas. - desci do telhado e voltei ao hotel. Decidi dormir e antes de me deitar Itachi chegou no quarto também.
— Durma! - ordenou. — Acordaremos cedo para voltar a Akatsuki.
— Uma pena que só vamos dormir né -digo em tom de descontração. — Boa noite, Uchiha.
Ele abaixou a cabeça e por um segundo tive a impressão de ter visto um sorriso de canto escapando de seus lábios. Voltei a reparar em como Itachi era lindo. Seus cabelos negros caíam sobre seu rosto deixando ainda mais lindo.
Era só um homem desse na minha vida, sendo meu.
— Durma, Hanni! - ordenou mais uma vez. Dei de ombros e me virei, deixando o sono se aproximando devagar.
Acordo com a claridade invadindo o quarto. Deslizei o braço pela cama percebendo que estava sozinha. Me levantei e vi que o manto de Itachi não estava no quarto também. Provavelmente ele havia voltado sozinho. Caminhei até o banheiro e deixei a água fria percorrer pelo meu rosto, me olhei no espelho vendo que as olheiras estavam mais visíveis, fiz um ninjutsu que as fez desaparecer. A vida seria mais fácil se feridas emocionais pudessem serem curadas assim.
Voltei até o quarto e vi Itachi sentado sobre a cama.
— Demorou acordar. - pronunciou essas palavras ao me ver.
— Bom dia, Uchiha. Eu achei que você já tinha ido.
— De fato eu deveria, te chamei umas cinco vezes e você não acordou.
— Que seja. - dei de ombros. Peguei meu manto e o vesti em seguida.
— Eu realizei a missão nessa vila também enquanto você dormia. - ele diz retirando uma garrafa com suco de uma sacola e algo para comer que eu não reparei o que era. — Come depressa para irmos, você já nos atrasou demais.
— Não me acordou por que não quis. - o encarei enquanto Itachi começou a se servir.
— Não sei porque você está agindo assim comigo mas saiba que eu não me importo. - ele levou o copo de suco até a boca tomando um gole.
Terminamos o café e saímos em seguida. O caminho todo foi o maior silêncio, não que eu estivesse me importando com isso. Eu realmente amava ouvir apenas o cantar dos pássaros.
Chegamos na entrada da Akatsuki e senti Itachi me encarando. Questionei algo mas fui ignorada. Entramos e não tinha ninguém na cozinha, subi direto para meu quarto para tomar banho, quando sai do banheiro apenas enrolada na toalha vejo Itachi no meu quarto e me assusto com tamanha audácia.
— O que está fazendo aqui? - questionei enquanto minha mão apertava o nó da toalha. — Fala logo.
— Pode entregar o pergaminho e o relatório para o Pain, eu preciso sair. - disse já saindo do meu quarto e deixando o pergaminho em cima da minha cama.
Suspirei ao vê-lo saindo e em seguida peguei o pergaminho e resolvi abri-lo. Afinal, nunca falaram sobre ser proibido abrir os pergaminhos das missões. Meus olhos percorreram pelas letras e desenhos que continham ali. Havia uma flor, a mesma que havia em meu braço, não conseguia traduzir o que tinha ali, mas eu sabia que se tratava do meu clã.
Vesti uma roupa rapidamente e fui direto para o escritório de Pain. Bati na porta e assim que ele autorizou, entrei com o pergaminho já aberto em mãos. Vi sua expressão mudar drasticamente.
— O que significa essa flor? - questionei.
— Você não podia ter aberto isso... - ele ia dizendo mas o interrompi.
— Você nunca disse que não podíamos abrir, se era proibido você devia ter avisado nas regras no dia em que cheguei aqui.
Pain me encarou e acertou a mesa com a mão aberta sobre o pergaminho fazendo um barulho ecoar pela sala.
— Foi um erro meu, admito. - sua expressão era de ódio. — Mas o que te fez pensar que você podia simplesmente abrir algo que não era seu?
— Eu... Só queria saber sobre o que se tratava, afinal, só vamos à procura de pergaminhos. Pain... - o encarei. — O que você sabe sobre meu clã?
Pain desviou o olhar do meu e voltou a me encarar. Era óbvio que ele não falaria nada, mas também era óbvio que ele sabia de alguma coisa.
— Saia! - ordenou.
— Não. - cruzei os braços. — É a minha marca que está nesse pergaminho. Eu tenho o direito de saber.
— Procure por conta própria! Agora saia antes que eu me estresse mais com você.
Eu sentia como se precisasse fazer algo. Não era justo sair dali sem nenhuma justificativa. Então me aproximei de Pain e coloquei uma mão sobre a sua e encarei em seus olhos. Senti a marca em meu braço dar uma leve queimação e ficar avermelhada.
— Ketsueki sōsa (manipulação de sangue) - o jutsu falha. — O quê? - minha expressão era de medo enquanto Pain me olha receoso.
— O que foi isso? - ele questiona. — Se está tentando qualquer jutsu de processão não vai funcionar.
— A manipulação de sangue não funciona. - meus olhos estavam arregalados ainda. — Pain... O que é você?
O homem a minha frente se aproxima apertando meu pescoço. Os olhos dele estavam repleto de ódio.
Seus dedos apertavam cada vez mais, seguindo para o olhar sanguinário o qual me olhava.
— Você está querendo saber demais, Hanni.
— Eu não estou querendo saber nada, mas se a manipulação de sangue não funciona em você.. Significa que você não está vivo.
Pain esticou uma das mãos me jogando contra a parede fazendo minhas costas doerem ao se chocar contra a parede e me puxou em sua direção apertando forte meu pescoço me fazendo perder a respiração devagar novamente.
— Eu posso te matar aqui mesmo... - ele ia dizendo mas foi interrompido.
— Solte-a. - a voz imponente de Tobi fez com que Pain me soltasse imediatamente. Tossi um pouco e senti a mão de Tobi sobre meus ombros.
— Ela ousou me desafiar. - disse Pain. — E ninguém faz isso comigo.
— Não a machuque assim de novo, Pain. - disse Tobi. — Volte para seu quarto, Hanni, e esqueça o que aconteceu aqui. - Ele sumiu novamente em nossa frente.
Olhei para Pain e apenas me virei saindo daquela sala. Agora mais que nunca, perguntas perseguiam minha mente. Mas por agora preciso descansar, mas isso não acabou. Sobre Pain, seja o que for esse homem, melhor eu me manter longe dele. Não quero problemas por enquanto.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top