𝐈𝐈. 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐌𝐈𝐒𝐒𝐀𝐎
𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐈𝐈; missão com Zetsu.
🥀
Estava andando por um bosque cheio de árvores verdes e bonitas, pétalas de flores caiam sobre meus ombros indicando que o outono estava próximo. A coloração estava mudando por causa da estação dando a cor mais amarelada, mas ainda assim, estava lindo. Ousava dizer que estava perfeito.
A frente uma mulher observava, seus cabelos eram longos e negros, além disso, a única coisa que eu conseguia ver era seu sorriso. Quem é essa mulher mesmo? Droga, eu não consigo me lembrar.
Meus pensamentos estavam perdidos tentando se lembrar dessa mulher, seu rosto me era familiar mesmo eu tendo a certeza que nunca a vi antes.
Seus olhos transmitam amor ternura e afeto. Mas por quê?
— Querida Hanni... A flor de lótus... - sua voz era calma e serena. Chamou minha atenção mas não sabia do que ela estava falando. — A flor que está em você... Querida... Se lembre... - repetia sobre a flor até eu me lembrar da marca em meu pulso.
O que significa essa flor de lótus?
O barulho do despertador me fez acordar desse sonho. Outra vez o mesmo sonho por tantos anos a mesma mulher em meu subconsciente tentando me dizer algo porém agora parecia que estava mais recorrente.
Me sentei sobre a cama esfregando as mãos no rosto até me levantar e caminhar até o banheiro onde tomei um banho frio. Desci as escadas olhando pelos cantos, mas não vi ninguém. Ainda me sentia um pouco sem lugar ali, mas como era o primeiro dia, esperava que tudo melhorasse.
— Oi... Eu sou Zetsu e serei seu parceiro. - um cara um pouco peculiar disse chamando minha atenção. Me causando um leve susto por ser repentino. Ele estava sentado esperando. Sorri para o mesmo e caminhei até ele.
— Vamos para a missão?
— Tome café primeiro, não tenha pressa, ainda temos tempo. - ele diz de forma gentil.
Sorri pela gentileza e peguei o copo iniciando meu café. Durante todo esse tempo, Zetsu me encarava, ele não parecia ser alguém que queria me fazer mal, porém ao mesmo tempo parecia se incomodar com minha presença. Seu olhar parecia procurar algo pelo meu corpo, não era um olhar com conotação sexual, era um olhar curioso, como se ele soubesse de algo sobre mim.
— Já sabe onde é a missão? - questionei e ele concordou positivo.
— Assim que nos aproximarmos, te contarei tudo que precisa saber.
Assenti e ao terminar de tomar o café, nós dois saímos dali na intenção de ir até a missão. Começamos a caminhada e Zetsu mantinha o silêncio, não dava brecha para iniciar um assunto, porém eu queria saber mais como funcionava essas missões já que essa era a minha primeira.
— Zetsu, qual é a nossa missão? - perguntei. — Pain não me disse qual era. Algum assassinato?
— Não. - me olhou. — Como é sua primeira missão será algo fácil apenas para você se adaptar, só teremos que roubar um pergaminho na vila da grama e entregar para Pain.
— Mas não precisava ser fácil. - dei de ombros. — Eu me dou muito bem em qualquer situação. Afinal, ele me escolheu por ser uma ótima assassina.
Esse tipo de missão sem dúvidas era estranho para mim. Não ia matar alguém, nem nada do tipo, apenas roubar um pergaminho. Foi uma mudança radical na minha zona de conforto. Não sabia ao certo o que sentir em relação a isso. Um suspiro de frustração saiu de meus lábios fazendo Zetsu me olhar.
Andamos por algumas horas até chegarmos na vila da grama, onde não era difícil uma infiltração. Ao chegar Zetsu decidiu sozinho o que faríamos o que me incomodou. Não tinha costume de ter alguém decidindo as coisas por mim.
— Melhor eu entrar e você fica aqui me esperando, vamos evitar entrar em combate. - disse Zetsu já desaparecendo no chão enquanto eu me mantive escondida.
Um suspiro tedioso escapou de meus lábios. Odiava ficar assim sem nada para fazer enquanto esperava, e principalmente queria entender porquê mandar duas pessoas para resolver uma coisa que apenas uma pessoa facilmente resolveria.
Mas não demorou muito para Zetsu retornar com um pergaminho em mãos. Apenas disse para irmos rápidos saimos daquela vila, novamente sem sermos vistos, isso era o que achávamos. Ouvimos uma voz feminina vindo em nossa direção.
— Devolva! - gritou a mulher. — Isso é importante para nossa vila. Por favor! - suplicou
— Precisamos ir. - disse Zetsu.
— O que é este pergaminho? - questionei.
— É um ninjutsu médico, eu desenvolvi ele para curar meu filho. - ela se ajoelhou. — Eu ainda não o aperfeiçoei mas preciso do pergaminho.
— Zetsu, por que precisamos de um ninjutsu médico? - questionei. — E que nem está aperfeiçoado ainda?
— Não questione as decisões de Pain, Hanni.
— Onde está seu filho? - questionei.
— Em casa, ele não consegue andar.
— Me leve até ele. - exigi. — Eu posso ajudá-la.
— Hanni, não faça isso. - disse Zetsu. — Eu irei embora sem você. E relatarei a Pain que você falhou na primeira missão.
Dei de ombros e caminhei para a vila junto da mulher. Ao entrar na casa percebi o quanto era simples, caminhamos até um quarto, nele havia uma garoto de mais ou menos uns doze anos deitado desacordado. A mulher explicou que ele não andava, nem conversava, faziam dois anos que ele apenas vegetava, por isso ela estava desenvolvendo um jutsu para cura-lo.
— Me deixe sozinha com ele. - ordenei.
A mulher saiu sem questionamentos, afinal, eu era sua última opção de ajuda.
Ergui as mangas do manto e comecei a fazer alguns selos, suspirei sentindo minha pele arder e vi a marca da flor de lótus se destacando, ficou avermelhada me causando uma leve dor que foi aumentando de acordo com que o jutsu dava certo.
Um grunhido de dor escapou de meus lábios e ouvi uma tosse vindo do garoto que chorou em seguida e chamou por sua mãe que não demorou aparecer.
— Meu filho! Eu não acredito! - ela disse em meio as lágrimas. — Eu não sei como te agradecer. - ela se ajoelhou. — Obrigada! Obrigada! - ela repetia essas palavras pra mim.
— Levante-se. - a olhei. — Cuide dele, ainda não está totalmente bem.
Apenas disse e sai de lá sem esperar por mais. Uma exaustão tomou conta de meu corpo então parei em um vilarejo qualquer antes que eu desmaiasse. Tomei uma água e pedi algo para comer. Olhei para meu braço e vi que a marca estava voltando ao normal, pelo visto curar alguém em quase morte consumia mais chakra que eu imaginei.
Quando cheguei na Akatsuki, Zetsu já havia chegado então já entregou o relatório e é óbvio que havia falado que eu o desobedeci.
Tomei um banho quente e sai do banheiro enrolada na toalha, me sentei na beirada da cama e deixei o corpo deitar para trás fazendo as minhas costas se repousarem no colchão macio sentindo um alívio momentâneo. Mas isso durou pouco após ouvir batidas na porta.
Me levantei de uma vez, vesti uma roupa qualquer e abri a porta vendo Deidara ali parado. O loiro me olhava mostrando muito mais amigável do que no dia anterior que nos conhecemos, talvez ele tivesse tentando alguma aproximação.
— Precisa de alguma coisa, loirinho?
— Hanni... -ele diz meu nome envergonhado. — É... Eu queria... - seu rosto corou.
— Pode falar. - olhei nos olhos do loiro. — Não precisa hesitar, Deidara.
— Quer dar uma volta?
— Precisa do manto?
— Não. - sorriu. — Só usamos ele para missões, e isso não é uma.
Assenti e fechei a porta do quarto, me vesti e saímos dali passando por uma floresta e durante o trajeto Deidara me encarava e desviava o olhar sem graça como se quisesse algo ou pedir algo.
— Onde estamos indo? -perguntei e ele ficou em silêncio. — É algum tipo de abate? -questionei irônica. — Eu sei lutar viu?!
— Eu sei. -Deidara sorriu. — Mas por que você não lutou contra entrar na Akatsuki? -me olhou intrigado. Deidara sentia a necessidade em saber porque alguém iria entrar na Akatsuki por vontade própria.
— Eu não tenho ninguém. -suspirei. — Não tenho ninguém me esperando quando o sol se põe. Nem um lar eu tenho, então por que eu não iria querer entrar?
— Mas você nem lutou.
— Eu não sei como você entrou, Deidara. Mas certamente tivemos experiências diferentes, e a minha é do tipo... Eu não me importo para onde vou, ou quem eu precise matar, eu apenas sobrevivo.
Deidara me olhou tentando entender tudo o que eu dizia. Certamente ele entendia a parte que tivemos experiências diferentes, e pela forma que eu dizia, a Akatsuki nem de longe era a minha pior opção, pelo contrário, era a melhor.
— Aqui... -disse Deidara deixando um sorriso escapar dos lábios. — Não é grandes coisas mas achei que seria bom. -ele apontou para um lago logo afrente.
— Incrível. -sorri. — Vamos entrar?
— Claro.
Chegamos juntos na margem do lago, comecei tirando as roupas ficando só com as íntimas, por um segundo eu até me esqueci que Deidara estava ali, observando. Mergulhei de uma vez e ao voltar para a superfície, vi Deidara terminando de tirar as roupas e mergulhando também.
Os minutos se passavam devagar quando estava em contato com a água fria. Era relaxante e prazeroso estar ali dentro.
Mergulhei mais uma vez indo o mais fundo que consegui. De longe vi o sol borrado ficando para trás enquanto tentava alcançar o fundo do lago.
Fiquei ali por vários segundos, talvez uns dois minutos ou pouco mais que isso, talvez eu tivesse me perdido no tempo enquanto me mantinha ali, quando voltei novamente Deidara estava apavorado me procurando.
— O que foi, Deidara? -questionei.
— Achei que tivesse se afogado. -se aproximou segurando meus braços. — Você está bem? Você sumiu por muito tempo embaixo da água.
— Relaxa loirinho, eu sou acostumada com água. -sorri. — Se eu soubesse que iria ficar tão preocupado teria segurado a respiração um pouco mais. -brinquei.
— Não seja idiota. -deu de ombros. — Vamos indo? -perguntou e eu apenas assenti.
Vesti minhas roupas primeiro e Deidara logo depois. O fino tecido estava marcado pelas partes molhadas do meu corpo causando certo incomodo. Odiava me sentir assim, mas era inevitável.
— Devia ter vindo com o manto. -murmurei.
— Pode vestir minha camisa, se quiser. -disse Deidara já entregando a peça.
Não questionei, apenas agradeci e peguei a peça já vestindo para voltarmos a caminhar logo.
O caminho de volta para a Akatsuki foi tranquilo, conversamos sobre as missões e sobre os outros membros que eu ainda não conhecia. Deidara explicou melhor como era a divisão das duplas e aproveitou para xingar seu outro parceiro além de Sasori, segundo ele, o cara era insuportável.
Chegamos e ao abrir a porta, Hidan estava parado ali e nos olhou de cima a baixo, deu um sorriso de canto e já era de se esperar que ele dissesse alguma coisa.
— Onde vocês estavam? -perguntou curioso.
— Nos divertindo. -disse encarando o platinado de volta.
— Da próxima me chamem. -ele disse em tom de flerte enquanto sorria de forma maliciosa.
— Com certeza, Hidan. -sorri para ele e passou indo pegar um copo de água.
Meu olhar se cruzou com o de Itachi, por alguns segundos senti um frio estranho na barriga. Ele estava com alguns pergaminhos em mãos e apenas desviou o olhar voltando a atenção para eles.
Algo no moreno me chamava a atenção, ele me lembrava muito alguém. Alguém bem importante em minha vida.
Terminei de tomar a água e subi até o quarto. Me joguei na cama após terminar de tomar banho. Konan chamou para o jantar e eu desci, haviam várias pessoas que eu ainda não conhecia ali.
O que mais te chamou atenção foi o ruivo, Sasori estava fora de sua marionete.
Pain aproveitou os reunidos para me apresentar como novo membro, ter tanta atenção causou um pouco de constrangimento, todos me encaravam ao mesmo tempo.
Todos tinham uma expressão séria, menos Konan e Hidan.
Terminamos o jantar, lavamos a louça e cada um subiu para seu quarto, mas antes Pain me avisou que queria conversar sobre a falha da minha primeira missão. Me deitei na cama e fiquei rolando de um lado para outro. A luz da lua invadia a janela, suspirei e decidi sair um pouco.
Caminhei pela casa e desci até o jardim enquanto ouvi vozes conversando e logo percebi que Deidara estava brigando com alguém, me aproximei mais olhando e vi Itachi ali parado apenas ouvindo o que o loiro dizia.
— Não é legal ouvir conversas. - disse Itachi percebendo minha presença.
— Quem está aí? -perguntou Deidara.
— Ah, sou eu. -sorri sem graça me aproximando.
Itachi me encarou com desdém e deu de ombros saindo dali me deixando sozinho com Deidara.
— Não liga pra ele. -Deidara sorriu. — Ele é um chato que não merece atenção.
— Não vou ligar. -sorri fraco.
— Você tem missão amanhã, Hanni? -pergunta Deidara mudando o assunto.
— Só a noite e você?
— De manhã, uma pena que você não é minha parceira de missão...
— Ué, como assim?
Deidara ficou de frente para você olhando em seus olhos. Uma das mãos do loiro foi subindo por um de seus braços causando arrepios. A língua da mão deslizou pela pele causando um certo frio.
— Se você fosse minha, parceira, poderíamos fazer outra coisa além da missão - ele sussurra em meu ouvido e olha com um sorriso de canto.
Vários pensamentos tomaram conta de minha mente nesse momento. Os prós e contras. E principalmente, estava muito cedo para qualquer coisa. Mas para quem eu queria negar. Era inútil tentar fugir daquilo que se quer.
— Dependendo do que seja essa outra coisa, não precisamos esperar uma missão para fazer.
Ele sorriu de canto enquanto colou seus corpos. Levou uma das mãos segurando sua cintura.
— Hanni... -ele sussurra meu nome e desce beijando meu pescoço. — Ah querida Hanni...
— O que você quer, Deidara? - perguntei sussurrando no ouvido do loiro.
— Você, Hanni... -ele diz no meu ouvido com a voz baixa. — Eu quero você...
Mas talvez esse não fosse o momento...
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