𝗰. 𝘁𝗲𝗻

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DAUGHTER OF THOR ─── c. ten

Um tempo antes da luta de Lydia contra Loki...

pov. THOR ODINSON

Quando Lydia saiu, me deixando sozinho com Lady Sif desmaiada, admito que fiquei preocupado com o fato da minha filha estar lutando com o louco do meu irmão.

Vejo Lady Sif acordar e se levantar lentamente, gemendo baixinho de dor.

─── Thor? Você está bem? ─── Ela arregala os olhos vendo meu ferimento causado por Loki.

─── Estou um pouco tonto, mas irei ficar bem logo. ─── Digo calmamente. ─── E como você está?

───  Preocupada. ─── Responde aflita. ─── Preciso ir lá acabar com essa guerra agora mesmo.  ─── Ela segue em direção a saída.

─── Sif, acalme-se. ─── Digo-lhe e ela para de andar. ─── Lydia foi para lá, e Uller também foi.

─── Acha mesmo que ela vai conseguir? ─── Ela me olha de soslaio.

─── É o destino dela. E além do mais, eu confio no potencial dela. ─── Falo orgulhoso sobre Lydia. ─── Tenho orgulho da mulher que a mãe dela a tornou.

─── Jane Foster? ─── Ela se vira para mim.

Como ela sabe o nome da Jane? Não me lembro de ter ido com Sif algum dia para a terra.

─── Como sabe quem é ela? ─── Pergunto.

─── Eu e ela tivemos uma breve conversa sobre ela interferir nos assuntos de Asgard estando com você. ─── Ela diz secamente.

───  O que quis dizer com isso, Sif?

─── Isso já são águas passadas, Thor. E eu não quero voltar ao passado, por favor...

─── Entendo.  ─── Digo e o silencio volta a reinar na sala.

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Após a luta de Lydia e Loki...

pov. LYDIA FOSTER

Algumas enfermeiras vieram me ajudar com alguns arranhões e ferimentos leves que foram causados em mim por causa da guerra.

Uma delas eu até reconheci como a enfermeira baixinha que me ajudou assim que eu cheguei em Asgard.

Agora, estou sentada em uma maca da enfermaria do palácio, onde vários guerreiros também estão sendo atendidos.

Entre eles, vejo Uller vir em minha direção.

─── Hey, princesa Lydia. ─── Ele fala coçando a nuca, um pouco atrapalhado. ─── Parabéns pela sua vitória.

─── Obrigada, mas acho que essa vitória não foi só minha.─── Digo envergonhada. ─── E não precisa me chamar de princesa Lydia. Apenas me chame de Lydia.

─── Ahn, tudo bem, então. ─── Ele sorri. ─── Eu vou indo. Tchau, Lydia!

─── Tchau, Uller. ─── Vejo ele indo embora.

É bom saber que fiz pelo menos um bom amigo em Asgard.

─── Lydia?

Escuto uma voz atrás de mim. Olho em volta e vejo meu pai ao lado de Lady Sif. Meus olhos devem estar brilhando de alegria.

Lady Sif sussurra algo no ouvido do meu pai e ele parece concordar ao ver ela saindo de perto dele, indo para a mesma direção em que Uller saiu.

─── Pai! ─── Corro e dou o abraço mais forte que posso nele.

No começo, ele parece tão tenso, mas logo suspira aliviado e retribui meu abraço de forma tão carinhosa. É tão bom ter o abraço do meu pai. Meu pai de verdade.

─── Ainda bem que o senhor está bem. ─── Digo e sinto meus olhos lacrimejarem. ─── Fiquei tão preocupada.

─── Acredite, mas eu fiquei mais preocupado com você. ─── Nós rimos em meio a tanta emoção e preocupação. ─── Mas onde está Loki?

─── No lugar de onde ele nunca mais irá nos atingir! 

─── Essa é a minha filha! ─── Ele ri.

─── Thor. ─── Nada mais, nada menos que o próprio Odin aparece no meio da enfermaria do palácio.

Os guerreiros cessam a conversa por verem o seu rei entre eles.

─── Sim, meu pai.

─── Preciso falar com a garota. Em particular. ─── Ele fala.

Sinto meu sangue gelar e olho receosa para o meu pai. Ele indica com a cabeça para que eu siga Odin e fale com ele.

Obedeço e ando com os olhares variados voltados para mim. Isso não ajuda muito...

Odin e eu vamos andando até o jardim do palácio. Calmo, mesmo após a guerra.

─── Lydia Foster. ─── Ele fala o meu nome com uma vez tão severa.

─── Sim... ─── Nem sei como descrever o meu nervosismo neste exato momento.

─── Eu sei que posso não ter sido o mais adorável e amável com você, mas sinto lhe dizer que tenho uma divida com você.

─── Dívida? Não. ─── Falo rapidamente. ─── Esse lugar é como uma segunda casa para mim. Não preciso de nada por lutar por algo que eu amo.

─── Mas como herdeira de Asgard, sempre terá que cuidar deste lugar... ─── Ele suspira lentamente.

─── Desculpe, mas ainda não entendi muito bem o seu raciocínio.  ―  Digo confusa e ainda nervosa ao mesmo tempo.

─── Como filha de Thor, o meu filho, você tem o direito do trono de Asgard. Mesmo sendo filha de um Deus com uma mortal. ─── Ele passa a examinar algumas flores douradas de um cheiro realmente agradável, ainda falando aflito.

─── Isso quer dizer que...

─── Você tem o direito de vir aqui quando bem quiser. ─── Ele completa a minha frase.  ─── Asgard sempre foi a sua casa e isso não vai mudar por mais que eu queira.

─── E quanto a Torunn? ─── Olho para a minha espada.

─── Ela é sua por direito, assim como qualquer coisa neste lugar. ─── Diz ele. ─── Farei seu juramento o assim que possível. As pessoas precisam saber quem é você. ─── Ele fala, mas mesmo que pareça que ele está me aceitando, as feições dele ainda não dizem isso.

─── Odin... Posso lhe pedir uma coisa? ─── Pergunto.

─── Depende do que for... Diga-me o que é e eu lhe digo a resposta.

─── Posso ir com meu pai à Terra? ─── Pergunto de forma rápida e ansiosa.

No começo, ele me olha como se fosse dizer um breve ❛não❜ e me mandar ir embora, mas ao contrário disso, ele diz:

─── Pode ir, mas não demorem. ─── Ele me responde.

───  Obrigada! ─── Me animo e involuntariamente dou um abraço nele. ─── Me desculpe...  ─── Digo meio sem graça.

─── Tudo bem. Agora vá. ─── Ele diz e eu vou andando sem olhar para trás.

Volto correndo pala a ala hospitalar do palácio a procura do meu pai e não o vejo.

Vou para a sala do trono e o vejo já arrumado e sem o sangue do ferimento causado por Loki.

─── Pai! ─── Chamo a atenção dele.

─── Ah, Lydia, querida. ─── Ele vem para perto de mim. ─── Como foi a conversa com o meu pai?

─── Depois a gente fala sobre isso, porque agora não vai dar. ─── Me animo novamente. ─── O senhor precisa se trocar.

─── Mas eu acabei de me trocar, Lydia. ─── Ele fala, confuso.

Olho para ele com a sobrancelha esquerda arqueada e ele olha para mim com uma cara de ❛é isso mesmo que eu estou pensando?❜.

Afirmo com a cabeça. Ele suspira e vai andando de volta em direção aos seus aposentos.

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─── Eu não acredito que você me convenceu mesmo a fazer isso, Lydia. ─── Meu pai resmunga mais uma vez.

Eu já contei toda a minha conversa com Odin para ele e agora estamos aqui na porta do apartamento de minha mãe, na Terra, esperando o grande Thor aqui criar coragem para falar com ela.

Ele não está usando a mesma roupa que estava antes em Asgard. Agora ele está com roupas comuns da Terra, assim como eu. E eu ainda não me acostumei a ver ele com roupas assim.

─── Ah, pai, vamos lá! Coragem. ─── Tento o incentivar. ─── Você ainda a ama, não é?

─── Amo ela mais que tudo nesse universo. Ela foi a minha única paixão de verdade. ─── Ele fala para mim, mas como se a minha mãe estivesse ali com a gente.

─── Então é só dizer isso para ela. ─── Digo como se fosse a coisa mais comum do mundo.  ─── Agora espera bem aí que eu vou bater a porta e esperar ela me atender.

─── Mas, Lydia, ela é casada e... ─── Ele fala me parecendo nervoso.

─── Pai! ─── O interrompo e ele olha para mim, ainda tenso. ─── Você precisa contar a verdade pra ela.

Ele suspira e concorda com a cabeça.

Toco a campainha e espero alguém atender. Espero que ela esteja em casa mesmo.

Escuto o barulho da trava da porta se abrindo e a vejo cabisbaixa e com feições tristes. Ela está com o cabelo todo bagunçado, com roupas simples e está com olheiras terríveis como se tivesse passado noites chorando.

Quando ela me vê, um sorriso enorme se forma em seu rosto e eu posso até ver a alegria nos olhos delas.

─── Ah, pelos céus, é você mesma minha filha! ─── Ela me dá um abraço bem forte, e eu apenas retribui. ─── Fiquei tão preocupada com você. Onde estava esse tempo todo, querida?

Saímos daquele abraço maravilhoso de mãe e filha.

─── É uma história um pouco longa, mamãe... ─── Me complico um pouco com as palavras. ─── Pode vir aqui, pai. ─── Chamo-o, ainda que não esteja totalmente confiante.

Minha mãe fica pálida ao ver que o próprio Thor está em sua frente agora mesmo, porque eu acabei de sair do meio entre eles dois.

Ela não diz uma única palavra. Como se estivesse perdida em seus pensamentos.

─── Jane, eu... Ah, não sei nem o que te dizer. ─── Meu pai coça a nunca, um tanto nervoso. ─── Eu sei que você pode até estar querendo ir até o fim do mundo para me xingar e me matar espancado ou coisa do tipo por ter sumido quando a Lydia nasceu, mas eu tive que fazer aquilo... Eu tinha tarefas importantes para cumprir e não pude... ─── Vejo uma lágrima cair do olho direito dele, mas ele logo enxuga. ─── A verdade é que... Eu ainda te amo, Jane. E então? Não vai dizer nada?

Um silencio reina entre os dois, que se entreolham com olhares confusos e surpresos ao mesmo tempo.

─── Eu também ainda te amo, Thor. ─── De repente, mamãe dá um abraço forte em meu pai.

O abraço mais cheio de sentimento que eu já vi.

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Eu e meu pai entramos no apartamento com a minha mãe, que antes já estava sozinha em casa.

Mamãe está sentada no sofá grande ao lado do meu pai e eu estou na poltrona, na frente dos dois.

Eu e papai contamos toda a nossa aventura em Asgard, e ela está tão surpresa por tudo isso que aconteceu nos últimos dias. Foi uma longa conversa, e é claro que tudo isso só vai ser digerido com o passar do tempo.

─── Está sendo uma ótima história, mas... E o seu casamento? ─── Meu pai pergunta com ciúmes na voz, que faz eu e minha mãe rir.

─── Vamos dar um passo de cada vez, está bem?  ─── Ela suspira tentando passar um ar de segurança. ─── Ainda é muita coisa para assimilar...

Meu pai também suspira, cansado. Olho para ambos, preocupada e com semblante triste. É nítido que eles nutrem um sentimento, mas não é algo que poderá voltar assim instantaneamente.

Apesar de tudo, Donald ainda é alguém muito importante para mim e para mamãe e nunca irá deixar de ser.

─── Sempre vou esperar por você, Jane Foster. ─── Meu pai responde, sorrindo como um bobo olhando para a minha mãe.

─── Então... Vai ficar tudo bem? ─── Pergunto esperançosa de que as coisas finalmente se encaixem em seu devido lugar.

─── Vai ficar tudo bem sim, filha. Portanto que fiquemos todos juntos. ─── O deus do trovão sorri para mim.

É, parece que eu estou finalmente me identificando neste mundo.

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