30. Sobrevivendo por aparelhos

🦋 CALLIE

Sorrio enquanto JJ faz careta pra mim ao acabar de servir uma mesa lotada de Kooks de treze anos. Nós sempre nos divertíamos com os projetos de riquinhos. Uma música pop animada tocava nos auto falantes e o dia estava bonito e ensolarado, o que era ótimo já que estamos embaixo do ar condicionado que tornava o ambiente mil vezes melhor do que meu quarto abafado.

Anoto os pedidos de mais algumas mesas e levo para a cozinha. Meu celular vibra em meu bolso, mostrando um número desconhecido que sou rápida em ignorar. James, do bar, empurra as limonadas da mesa nove em minha direção e as equilibro na bandeja, quase fazendo malabarismo para passar pelo salão cheio sem derrubar nada. Sinto meu celular vibrando novamente contra meu corpo.

— Pode trazer duas águas com gás? — uma Kook de meia idade pede, sorrindo pra mim.

Eu adorava quando pessoas educadas frequentavam esse lugar e isso não acontecia sempre. Anoto seu pedido e peço ao pessoal da cozinha para pegar as garrafas na geladeira enquanto equilibrava uma porção de batatas e dois sanduíches para a mesa doze. Meu celular vibra pela terceira vez.

Resmungo e coloco a bandeja no balcão, vendo o mesmo número desconhecido brilhando na tela.

— Alô? — digo, atendendo a chamada.

— Boa tarde, falo com Callie? — um homem com a voz rouca diz, do outro lado do telefone.

Imediatamente isso me preocupa.

— É ela. Quem é?

— Bem Callie, falo do hospital regional de Outer Banks. Lamento informar mas o senhor Rafe Cameron sofreu um acidente e seu nome estava na lista de contatos de emergência.

Sinto o gosto da bile na minha boca na mesma velocidade em que meu coração acelera. Me apoio na parede com medo de perder as forças.

— Espera, ele o quê? — murmuro, me sentindo desnorteada como se houvesse levado um soco. — O que aconteceu?

— Algumas fraturas e uma concussão. Parece ter sido resultado de alguma briga.

Uma briga com o Rafe pode significar varias coisas: socos, facadas e até mesmo um tiroteio. Pelo amor de Deus que ele fique bem.

— Ele vai ficar bem?

— Ainda é cedo pra dizer, só podemos ter certeza quando ele acordar.

Assinto pra mim mesma tentando me lembrar de onde havia colocado a minha bolsa.

— Eu estou indo pra aí — digo, já desamarrando meu avental.

— Obrigado pela atenção, te vejo em breve.

Enfio meu celular no bolso e passo a mão pelos cabelos enquanto penduro o avental no cabideiro. O gosto amargo em minha boca ficava pior a cada segundo e a vontade de chorar também, meus dedos tremiam e as coisas pareciam lentas enquanto procurava por JJ. Quando nossos olhares se cruzam ele sabe que algo está errado e vem em minha direção.

— O que houve?

— Rafe... Ele... — tento dizer mas meus lábios tremem.

JJ me segura pelos ombros.

— Ai meu Deus, o que aquele merda fez agora?

Fico magoada pelo xingamento.

— Está apagado no hospital... — explico, tentando olhar em seus olhos. — Tenho que ir vê-lo, você...?

Não consigo terminar a frase e nem ao menos preciso. JJ assente pra mim e me estende seu chaveiro.

— Leva a Twinkie e eu te cubro. Assim que acabar o turno eu te encontro lá.

O abraço, procurando pelo conforto de sua amizade. De repente, me sinto no lugar mais seguro do mundo.

— Obrigada J, não sei o que seria de mim sem você.

— Boa sorte.

A kombi é bem mais lenta do que um carro mas com certeza ia mais rápido que minha bicicleta. Os pensamentos que correm por minha cabeça em todo o percurso são os piores possíveis, talvez Barry tenha feito isso, ou pior, os traficantes do continente. Talvez ele morra, talvez já estivesse morto. Luto contra as lágrimas que insistiam em se acumular em meus olhos gerando dificuldade para enxergar a estrada. A última coisa que eu precisava era bater esse trambolho e acabar no leito ao lado de Rafe.

Quando chego no hospital minhas pernas trêmulas seguem em direção a recepção como se fossem desmontar a qualquer minuto, o sentimento em meu peito era o pior possível. A recepcionista diz que o médico em breve apareceria para me guiar e me pede o número de algum familiar, o que infelizmente sou obrigada a informar mesmo sabendo que Ward não ajudaria nem um pouco nessa situação.

Mas talvez ele pressionasse os médicos de alguma forma positiva.

— Senhorita Callie? — o doutor me chama depois de poucos minutos, indicando com a mão para que eu o siga.

Imediatamente forço meus pés a segui-lo e entramos dentro do elevador. Pelo crachá em seu peito descubro que seu nome é Dr. Andreas, um senhor pequeno e ruivo com uma barba cheia. Ele aperta o botão do quarto andar.

— Os ferimentos são um pouco graves — começa, olhando pra mim. — Concussão na cabeça, fratura na costela e alguns dedos da mão estão quebrados. Fizemos uma ressonância no cérebro para procurar alguma sequela mas não encontramos nada relevante, porém, com a gravidade dos ferimentos talvez ele demore um pouco pra acordar. De qualquer maneira só teremos certeza do seu estado quando isso acontecer e pudermos analisa-lo clinicamente.

Não sei quanto tempo permaneço em silêncio enquanto absorvo tudo que havia sido dito. Uso minha mão para afastar as lágrimas de meu rosto e conseguir enxergar com clareza.

— O que aconteceu?

— Parece que uma briga — Dr. Andreas responde, saindo do elevador. — Ele tem hematomas no corpo e rosto então... Bem, as coisas ficaram sérias e o atingiram com uma barra de ferro na cabeça, demos alguns pontos. Não sabemos quanto tempo ele ficou desacordado até a emergência ser acionada.

Uma barra de ferro na cabeça. Sinto a bile vir com tudo até minha boca mas a controlo, não querendo vomitar no meio do corredor. Dr. Andreas abre a porta do quarto com o número sete onde Rafe estava deitado cercado de tubos e máquinas que zuniam. Levo minhas mãos a boca mas não me mexo, com medo de ver o seu estado.

— Perdão, mas você é da família? — pergunta, ajeitando o óculos em seu rosto.

Nego com a cabeça.

— Sou a namorada.

— Certo. Você pode ficar o quanto quiser e a cantina fica no final do corredor caso sinta fome. Daqui há algumas horas eu volto para analisa-lo, certo?

— Tudo bem, eu... Obrigada.

O doutor assente, olhando minhas mãos trêmulas que balançavam minha bolsa como uma britadeira.

— Procure ficar calma, Callie — pede.

Ele sai e me deixa sozinha, o que me dá coragem para me aproximar de Rafe. Perco o ar quando o vejo. Sua cabeça estava inchada, seu nariz e bochechas também, além dos hematomas arroxeados que cobriam todo o seu rosto. Haviam cortes em sua boca e em seus supercílios, além de talas em ambas as mãos.

Me sento na poltrona ao lado de sua cama e choro como uma criança, temendo o pior para ele e consequentemente para mim. Isso me lembrava o meu pai e lembrar daquele dia... Faz com que eu queira trocar de lugar com ele.

🦋

JJ, Kiara e Pope aparecem nos dois dias seguintes, assim como o meu pai. Eles trazem comida, roupas e tentam me convencer a dormir pelo menos uma noite em casa mas não consigo pensar nisso. Conforme as horas passavam e Rafe continuava apagado o medo em meu peito se tornava ainda mais forte, temia que Rafe não acordasse. Passo o tempo todo deitada na poltrona me revezando em chorar como uma maluca e tentar ocupar minha mente com a televisão ou rede sociais.

Evito chegar perto do álbum de fotos, ve-lo bem e feliz em nossas lembranças so tornariam as coisas ainda mais difíceis pra mim.

Quando o terceiro dia chega estou completamente exausta. As noites eram mal dormidas, minha cabeça doía constantemente e meu rosto parecia engessado numa expressão triste, quase desesperada. Não aguentava mais chorar e isso me fazia chorar ainda mais, o cansaço físico e mental tomava minha mente ao ponto de começar a imaginar coisas.

Encaro as mãos de Rafe que a essa distância pareciam se mexer, apesar de seu corpo se manter imóvel. Franzo o cenho.

— Callie... — ouço ele murmurar.

Demoro alguns segundos para perceber que não estava alucinando e que sua mão se erguia lentamente em minha direção. Me levanto e vou até sua cama, segurando seus dedos gelados.

— Rafe! Graças a Deus! — exclamo, apertando sua mão contra a minha.

Rafe demora alguns segundos para realmente me enxergar e o sorriso em seus lábios diminui um pouco conforme ele raciocinava.

— Você está linda... — murmura, franzindo o cenho. — Por que está chorando?

— Por que estou chorando? — repito, sentindo minha voz falhar. — Você passa dois dias apagado e ainda tem a coragem de me perguntar por que eu choro?

Uma luz se acende em seus olhos.

— Ah... — diz, olhando para a agulha em seu braço. — Isso explica o soro.

Um sorriso divertido surge em seus lábios e controlo minha vontade de estapea-lo. Isso tudo me deixava maluca! Ele fica apagado por dias e ainda tem coragem de dar risada bem na minha frente?

— Eu... Rafe! Quase me mata do coração!

— Estava preocupada?

Fecho a cara, largando sua mão. Uso meus dedos para me livrar das lágrimas em meus olhos.

— Isso não vem ao caso! — rebato, fungando. — O que aconteceu?

— Nada demais — Rafe murmura em resposta, tentando erguer sua mão novamente até a minha. Desvio dele.

— Nada demais? — repito, exalando incredulidade. — Levou oito pontos na cabeça e está com duas costelas fraturadas.

— Não foi nada, foi só um desentendimento bobo.

Desentendimento bobo?

— Foi o Barry? — pergunto.

Rafe não olha pra mim.

— Não.

— Foram aqueles traficantes, né?

— Callie...

— Eu sabia que isso iria acontecer eu... — digo, tentando entender o que sentia ou o que eu realmente queria falar. As lágrimas voltam aos meus olhos e escorrem como torneiras abertas, fico engasgada com o bolo em minha garganta. — Você podia ter morrido!

— Mas eu não morri.

Observo seu rosto machucado e seus olhos azuis que agora pareciam tão pacíficos. Ele estava vivo! E se Deus quiser permaneceria assim por muito tempo porque não sei o que seria de mim sem Rafe me infernizando o tempo inteiro. Eu precisava dele, nem que fosse para manda-lo embora. Meu choro fica mais forte quando o canto de sua boca sobe, dando um sorriso em minha direção. Soluço, botando todos os sentimentos que engoli durante esses dias para fora.

— Vem cá — Rafe pede, tentando se erguer em minha direção.

— Não — respondo, de prontidão.

Sua mão continua cortando o ar como se tentasse agarrar algo invisível. Era bonitinho até.

— Eu não vou tentar te deixar pelada, acho que meu pau nem subiria com esse tanto de remédio — diz, me fazendo rir.

Eu não acredito que esse idiota quase morre e depois fica fazendo piada com a minha cara. Não tenho um bom motivo para não me aproximar então levanto seu lençol e me sento ao seu lado, rindo deliberadamente quando ele resmunga de dor ao me abraçar. Rafe não se importa e me abraça com carinho, colocando seu nariz contra meu pescoço.

— Que bom que está aqui — diz, inspirando meu cheiro.

Sorrio, me sentindo tranquila por ele estar bem e por tudo não ter passado de um susto. Me viro em sua direção, olhando seus olhos tão bonitos que no momento sabiam muito bem o que queriam. Eu. Sinto seu dedo em meu rosto e seu hálito começa a ficar próximo demais da minha boca.

Me viro pra frente.

— Rafe... — eu o censuro e consigo ouvir sua risada.

— É, eu me lembro mas não custava tentar.

— Não deveria — insisto. Principalmente porque eu poderia ceder.

— Eu te amo Callie... — murmura, encostando sua cabeça na minha. — Eu não sei mais o que dizer além disso.

Olho para nossas mãos unidas em meu colo.

— Isso não é o suficiente, você sabe que não.

— Não é o suficiente tentar?

— Preciso que você consiga.

Permanecemos deitados, colados um no outro e em silêncio. Era confortável ficar assim. Seus dedos brincavam com os meus enquanto ele cantarolava alguma música desconhecida pra mim, tinha a letra bonita apesar da sua total falta de ritmo. Eu sentia falta de ouvi-lo cantar no banho, no carro, enquanto fazia café da manhã...

O alívio e relaxamento em meu corpo é tanto, que caio no sono em algum momento, inebriada demais por sua companhia e seu calor. Só sei que quando acordo está escuro e a porta do quarto havia batido em um estrondo, me dando um puta susto. Nós pulamos em sincronia.

Ward havia entrado, com seus olhos azuis escuros irados que pesavam totalmente o clima no quarto. Ele aparecia geralmente uma vez por dia, conversava com o médico e ia embora sem nem olhar na minha direção, eu o agradecia por isso. Rafe geme ao meu lado mas não consigo decifrar se era de dor ou apenas uma reclamação por seu pai estar aqui.

— Ah. Vejo que já acordou! — Ward exclama, cruzando os braços bem na nossa frente. — Está achando isso bonito?

Engulo em seco enquanto me ergo, pronta para me levantar.

— Estou bem pai, obrigado pela preocupação — Rafe ironiza.

Ele não solta minha mão em nenhum momento me deixando confusa sobre o que eu deveria fazer. Minha vontade? Gritar e sair correndo. Ward não amolece nem um pouco ao ouvir as palavras do filho.

— Preocupação? Sabe que isso tudo só está acontecendo por sua culpa. Quando vai crescer e parar de arrumar confusão como um moleque? Será que não aprende?

Não tinha muita experiência em ser o pai de alguém mas eu tinha alguma em ser a filha. Sei que meu pai jamais me trataria desse jeito e sei que Rafe não merecia isso, não da única pessoa no mundo que tinha a obrigação de ama-lo.

— Senhor Camer...

— Eu acho que você deveria ir, Callie — Ward me interrompe.

Isso me deixa puta.

— Eu não quero que ela vá — Rafe diz, de prontidão.

— Agora!

Seus dedos se afrouxam dos meus e decido sair daqui, eu odiava ficar no mesmo ambiente que o Ward. Me ponho de pé e deposito um beijo na testa de Rafe, sem nem me preocupar em olhar na direção do seu pai antes de passar pela porta.

Resmungo uma longa lista de xingamentos enquanto marcho rumo a cantina, querendo tomar algum café e botar alguma comida pra dentro. Agora que eu sabia que Rafe iria sobreviver meu apetite havia voltado com força total, fazendo com que meu estômago roncasse. Como um grande sanduíche enquanto meus pensamentos se voltam a ele, preocupados com o efeito que seu pai causaria.

Meu celular apita e o desbloqueio.

JJ: Alguma novidade?
Kie: Gostaria de saber também.

Eu: Oi gente, esqueci de avisar
mas ele já acordou. Parece estar bem.

Pope: Isso é bom. Melhoras a ele!
JJ: Quer que eu vá te buscar?

Eu: Não precisa, acho que vou ficar
mais um pouco e depois pego um Uber.

Pope: Avisa quando chegar em casa.
Kie: E pelo amor de Deus vê se toma um banho.
JJ: É, já tá quase batendo o recorde do John B.

Dou risada e bloqueio o celular, sorrindo enquanto me lembrava dele. Era bom que agora citar seu nome havia se tornado um pouco menos doloroso, nós conseguíamos sorrir de suas boas memórias e fazer piadas sobre elas mas merda... Acho que sentiria falta dele pra sempre.

Demoro bem mais do que deveria na cantina não querendo voltar pro quarto antes de Ward já ter saído já que minha língua ardia para lhe dizer umas poucas e boas toda vez que eu o via. Eu lutava bastante pra me controlar, mas, com Rafe nessa situação e com meus nervos a flor da pele tenho a certeza que se o visse sendo um idiota seria capaz de armar um barraco. Isso não ajudaria Rafe a se recuperar.

Felizmente, quando volto ao quarto está tudo em silêncio mas para minha decepção Rafe não estava lá. A enfermeira me informa que ele havia ido ao oitavo andar fazer alguns exames. Dou pelo menos duas voltas em todo o hospital — demorando mais do que devia vendo os bebês da maternidade — até ele estar de volta. Era quase oito da noite e apenas um dos abajures está aceso em seu quarto quando eu apareço, enfiando a cabeça pela porta.

— Oi — murmuro, com medo dele estar dormindo. Rafe se vira imediatamente, fazendo careta no final, provavelmente por causa da dor. — Está tudo certo?

— Meu pai me odeia então é... Está tudo como sempre.

Assinto, fechando a porta atras de mim. Coloco minha bolsa em cima da mesa e me sento na poltrona bem ao lado de sua cama. Rafe me observava com cuidado o que me deixava nervosa de certo modo.

— Eu sinto muito — admito, em um murmuro. — Como foram os exames?

— Bem. Parece que vou ter alta amanhã.

Isso me deixa surpresa, eu esperava que ele ficasse aqui cercado de médicos e segurança por mais alguns dias. Talvez assim parasse de se meter em confusão.

— Já?

— Sem sequelas mentais eles disseram — ele diz, com um sorriso.

— Esse tipo de sequela você sempre teve.

— Idiota — murmura.

Sorrio pra ele, sentindo aquela vontade irracional de ficar ao seu lado. Fico de pé imediatamente, lutando contra isso.

— Eu vou indo então...

— Fica aqui — pede, me interrompendo.

— Rafe... — digo, tentando deixar que meu cérebro funcione e complete a frase com uma boa razão para que eu fosse embora.

— Olha, eu não vou te agarrar nem nada, muito menos te forçar a algo. Você sabe que não, eu só... Não queria ficar sozinho aqui, odeio hospitais.

E eu odiava ele. Ve-lo aqui, todo machucado e nessa luz que deixava qualquer pessoa pálida amolecia meu coração. Eu não queria que ele ficasse sozinho e muito menos conseguiria dormir se o deixasse aqui então não seria um grande problema unir o útil ao agradável. Rafe ficaria mais tranquilo comigo aqui e e vice-versa.

— Certo — concordo, usando meus pés para tirar meus tênis. — Mas vamos só dormir.

Rafe abre um grande sorriso.

— Eu prometo.

Me deito ao seu lado, deixando que ele se ajeite e me abrace por trás, como sempre costumávamos fazer. Rafe é bem quente e me passava segurança estar perto dele, imediatamente me sinto bem e sei que essa provavelmente vai ser minha melhor noite de sono desde quando terminamos. Seus dedos se entrelaçam nos meus e consigo sentir sua respiração contra meu ouvido.

— Obrigado por estar aqui — murmura, com o nariz no meu pescoço. — É mais do que qualquer um já fez por mim.

— Não precisa me agradecer por isso.

— Depois do que eu fiz eu preciso sim.



Quem é vivo sempre aparece :)
Final de período então o próximo deve demorar ainda mais pra sair mas não desistam de mim🙏🏽

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