15. As vantagens de dirigir um carro

🦋 CALLIE

Rafe gostava de passar o tempo perto de mim e isso significava uma boa grana entrando no caixa do Malone's. Ele até já havia feito amizade com o senhor Blood, que não se importou nem um pouco com sua presença constante contando que Rafe e seus amigos continuassem consumindo vários litros de cerveja. Eu ficava satisfeita em poder ficar de olho nele, apesar de saber que essa não é minha responsabilidade. Admito estar mal acostumada a vê-lo sorrindo pra mim durante minha jornada de trabalho.

Hoje meu horário era até as três da tarde e havíamos planejado passar o resto do dia na cama, assistindo filmes e se Deus quiser tirando um cochilo. Hoje minhas costas estavam me matando.

Observo do balcão Rafe e seus amigos do lado de fora, mais algumas pessoas haviam chegado e se juntado a eles incluindo algumas garotas. Uma delas com um longo e exagerado cabelo preto encostava muito no Rafe toda vez que falava com ele. Dou de ombros e resolvo ignorar, indo servir uma mesa lotada de mulheres.

Julie sai da cozinha com uma bandeja em mãos, bandeja essa que ia pra mesa do Rafe. Em poucos segundos meu cérebro me convenceu que eu deveria me aproximar para averiguar o que estava acontecendo.

— Posso ficar com essa? — pergunto a Julie, que obviamente saca minha intenção.

Nós olhamos a garota de cabelos pretos do outro lado do salão. Ela dava risada e se inclinava pra frente mostrando o decote.

— Isso é meio apelativo — Julie murmura, fazendo careta.

Nós gargalhamos.

— Só vou dar uma olhada — garanto, enquanto trocamos de bandeja.

— É. Se chama ver qual é a da concorrência.

— Vai se catar — murmuro, passando por Julie. Eu consigo ouvir sua risada enquanto seguia pra mesa das mulheres.

Coloco meu cabelo atrás da orelha enquanto me aproximo da mesa lotada de Kooks. Alguns deles estavam de pé, incluindo Kelce, a peituda, uma garota ruiva e Rafe. Pareciam discutir sobre algo que envolvia praia, pelo menos é o que pareceu.

— Aqui estão os drinks — digo, com um sorriso.

A garota ruiva sorri de volta e pega o seu suco de laranja. A peituda apenas tira seu copo da bandeja, assim como Kelce. Ambos bebiam cerveja. Rafe sorri pra mim e passa a mão pela minha cintura.

— Garotas, essa é minha namorada, Callie — anuncia, beijando o topo da minha testa.

— Oi — a ruiva diz, sorrindo pra mim.

Já sua colega do lado não esboça uma real reação, apenas me encara de cima a baixo.

— Tenho que voltar — murmuro no ouvido de Rafe.

Ele assente e me afasto, me sentindo melhor a respeito da situação. Rafe havia me apresentado e me abraçado, não havia motivo para se preocupar, certo?

Errado.

Os garotos estavam todos de regata e pareciam ter inventado algum assunto que envolvesse músculos. Kelce exibe o bíceps definido enquanto Rafe exibe o abdômen. Os dois dão risada junto com Topper e seus outros amigos enquanto a garota peituda sussurrava no ouvido da ruiva. O copo cai da minha mão no exato momento em que aquela vagabunda decide botar a mão na barriga do meu namorado.

— Callie! — Summer grita, lá da cozinha.

Sempre que algo quebrava, ela sabia que era eu. Resmungo uma extensa lista de xingamentos.

— Me desculpa — grito de volta, me agachando para pegar os cacos de vidro.

Agora os dois conversavam entre eles e a garota se sentia intima o suficiente para passar a mão no ombro de Rafe. Espero que ele olhe pra mim mas não olha, nem parecia pensar em mim nesse momento na verdade. Eu queria pegar uma garrafa e quebrar na cabeça dos dois.

— Ei, calma ai garota — Julie diz, se agachando ao meu lado.

Afrouxo minha mão da pá percebendo que os nós dos meus dedos já estavam brancos.

— Estou quase cometendo um crime — admito.

Julie faz careta enquanto olha pra eles.

— Por que não vão logo embora? Eu cubro você.

— Sério? — indago.

Julie assente.

— São só dez minutos e eu não quero que você seja presa.

Sinto alívio quase que instantâneo.

— Você é minha salvação. Eu fico te devendo essa.

Acabamos de juntar os cacos de vidro e me despeço do pessoal da cozinha antes de pegar minhas coisas e ir até Rafe. Os dois ainda conversavam e ficam em silêncio no momento em que eu apareço.

Isso aumenta minha ira.

— Vamos — é tudo o que eu digo e então dou meia volta, seguindo em direção a porta.

A chave do carro estava dentro da minha bolsa então tomo a liberdade de destranca-lo e entrar no banco do motorista. Seria bom focar em algo que não seja a vontade de quebrar a cara dos dois. Depois de alguns poucos minutos Rafe entra no carro e mal o espero sentar para arrancar. Ele demora um pouco para abrir a boca.

— O que foi? — pergunta, como se não tivesse a mínima ideia do que havia acabado de acontecer.

Diminuo a velocidade, temendo causar um acidente ou amassar a lataria desse carro tão caro. Com certeza todo o meu salário de meses seria necessário pra reparar um amassado.

— Nada — murmuro em resposta, torcendo para que pudéssemos esquecer esse assunto.

Eu odiava me sentir assim. Essa raiva crescente, essa vontade irracional de quebrar alguma coisa e ao mesmo tempo gritar a plenos pulmões enquanto choro todas as minhas lágrimas. Porra. A última vez que senti isso foi quando descobri sobre o John B e a Molly só que agora parece mil vezes pior... Droga! Pra que fui pensar no John B? Agora a vontade de chorar havia aumentado consideravelmente.

— Está meio emburrada — Rafe comenta, erguendo uma sobrancelha.

Desvio os olhos da sua cara de pau não querendo ver como ele se divertia as minhas custas. É sério isso? Ele realmente achava que era o momento ideal pra fazer chacota comigo?

— Não, não estou — insisto.

— Callie...

— Eu vou matar aquela vagabunda — digo, em alto e bom som.

Botar isso pra fora adianta um pouco mas ao mesmo tempo adiciona a vergonha a minha longa lista de sentimentos mal processados. Meu rosto fica quente conforme percebia que havia admitido isso.

— Quem? — Rafe pergunta, a inocência em seu tom de voz.

Isso faz com que eu perca minha paciência e acabe fazendo a curva com mais violência do que deveria.

— Você sabe muito bem quem! — exclamo, aumentando o tom de voz. — Maldita Kook de cabelo pintado... Ela me paga.

— Jenna?

— Eu não estou nem ai pro nome dessa vadia — resmungo.

Vejo de soslaio um sorriso surgir no canto de sua boca.

— O que ela fez?

— O que ela fez? — indago, chocada com sua audácia. — Ela estava quase esfregando os peitos dela na sua cara! Ela estava claramente flertando com você e você estava deixando. Porra, ela tocou na sua barriga!

O sinal fica vermelho, impedindo que eu cometa alguma atrocidade no trânsito. Observo duas senhoras atravessarem lentamente a faixa.

— Eu nem ao menos percebi!

Me viro para Rafe, fazendo questão que ele visse a expressão em meu rosto.

— Então ou é burro ou é sonso!

Isso arranca uma risada de seus lábios.

— Está com ciúmes — murmura, rindo ainda mais.

Aquele tipo de risada que você dá quando algo prazeroso acontece. Isso me faz querer xinga-lo e bater nessa sua... Careca. Idiota.

— Vai pro inferno — resmungo, pisando no acelerador.

— Pois é, está com ciúmes. Porra, você fica muito gostosa com ciúmes.

— E você devia agradecer a Deus por eu não ter te enforcado depois de dar mole pra aquela... Aquela...

— Piranha? — sugere.

— Aquela piranha!

Ele dá risada de novo. Que bom que ele estava se divertindo, pelo menos alguém tinha motivo pra rir. Minhas mãos ficam firmes no volante enquanto respiro profundamente, tentando não me estressar ainda mais.

— Pois é, por que eu, um homem comprometido, faria uma coisa dessas bem na frente da minha belíssima e super desapegada namorada?

Abro a boca em choque e o encaro.

— Você fez de propósito.

— Tinha que ver a sua cara — diz, entre risos.

Uso minha mão direita para estapea-lo bem no braço.

— Eu vou matar você, Cameron — praguejo, desacelerando só pra dar outro tapa em seu braço.

Ele desvia mas o sorriso ainda estava em seu rosto.

— Ah, eu estava cansado de ser o único a surtar e querer socar a cara de todo mundo.

Certo, e o que eu tinha a ver com o fato dele ter um amigo que não conseguia respeitar sua namorada?

— Você geralmente não fica só no querer.

— Mas você sim.

— Eu ainda preciso de um emprego — me defendo, erguendo meu nariz.

Subitamente sinto uma pontada de felicidade em mim ao perceber que eu havia conseguido me controlar muito bem. Sem mais brigas constantes, puxões de cabelo e rolar na grama na frente de toda a turma. É... A Molly realmente tinha sofrido na minha mão.

— Está brava? — Rafe pergunta, após alguns segundos.

Isso me faz lembrar que eu quase perdi o controle por uma razão bem específica.

— É claro que estou brava eu quase... Quase amassei o nariz dela.

— Para o carro — ele pede, calmamente.

— Estamos no meio da estrada — literalmente no limbo entre o Cut e o Figure 8.

— Para o carro, Callie — insiste, colocando sua mão sobre a minha no volante.

Resmungo alguns xingamentos mas faço o que ele pede, enfiando o carro no acostamento. Todo o matagal em volta se pressiona contra a minha janela. Cruzo meus braços e o encaro, pensando no que diabos Rafe estava pensando em fazer. Ele solta seu cinto de segurança e dá dois tapas em seu colo.

— Vem aqui.

— Eu não estou afim — digo de prontidão.

Não é como se ele pudesse me comprar com um pouco de carinho.

— Por favor — insiste, fazendo aquela cara terrível de cachorro que caiu da mudança.

— Alguém pode ver.

— Não vou fazer nada, eu prometo.

Penso nos prós e contras e decido que era impossível pra mim resistir a essa sua carinha. Suspiro, me sentindo derrotada mas sou rápida em me livrar do cinto de segurança. Rafe me segura pelo quadril enquanto em sento em seu colo, com uma perna de cada lado do seu corpo. Isso levanta um pouco a minha saia mas não o suficiente para que fique indecente.

Ele usa seus dedos pra tirar minha franja do rosto e a coloca gentilmente atrás da orelha. Só consigo olhar para seus olhos que no momento pareciam incrivelmente azuis, faziam com que eu me sentisse perdida e principalmente fraca por não conseguir resistir a eles. Rafe usa sua mão para me segurar pela cintura enquanto aproxima sua boca do meu pescoço. Ele arrasta seu nariz por toda a extensão até que encontra o meu ouvido.

— Você, Callie Atwood, não precisa se preocupar com nenhuma outra mulher no mundo, nunca — murmura, me gerando arrepios. — Quando eu fecho os olhos eu só vejo você, só sinto você. Eu penso em você todos os segundos do meu dia e quando te vejo consigo sentir o seu gosto na ponta da minha língua. E o seu cheiro... — ele inspira todo o aroma da minha nuca e então pressiona seu quadril contra o meu. — Porra. Só o seu cheiro me deixa assim. Entendeu?

Não sei quantos segundos se passam até que eu tenha forças para responder.

— Eu entendi.

Rafe sorri pra mim e me beija, com suas mãos em minhas coxas que agora estavam mais expostas do que antes graças a sua capacidade de ser sorrateiro. Me esqueço completamente de toda a palhaçada no Malone's e de todo o mal estar pelo ciúmes e só me foco no volume embaixo de mim. Eu me sentia quente... Pegando fogo. E só ele me deixava assim.

Seus lábios descem até meu pescoço enquanto sua mão vai até o meio de minhas pernas, arrastando minha calcinha pro lado. Não me atrevo a impedi-lo porque sei que não conseguiria e porque eu não queria. Todo o contato que eu fizesse com ele era pouco, todas as vezes que ele me fizesse sua ainda seriam mínimas comparado ao tamanho do meu desejo por ele.

Gemo quando ele enfia um dedo dentro de mim e Rafe sorri com o canto da boca enquanto seus olhos ganham um tom animalesco. Ele tira o dedo e o leva a boca, passando a língua em volta dele, sequer tive coragem de me mexer, hipnotizada demais por seus movimentos e sedenta para que ele estivesse dentro de mim.

— Exatamente como eu me lembrava — ele murmura, dando um sorriso.

Porra, eu odiava esse sorriso.

— Não consigo esperar até chegar em casa — é o que eu digo, segurando a barra da sua blusa.

Isso arranca uma risada dele.

— É claro que não.

O ataco como um animal, sentindo meu gosto em sua língua. É bruto, sedento e nada bonito mas é perfeito, porque nós éramos fogo e gasolina prontos para botar qualquer lugar abaixo, transformando tudo em cinzas. Rafe puxa minha blusa pra cima, exibindo meus seios e então arranca a sua camiseta, a atirando no banco do motorista. Ele gostava de quando nossos peitos se encontravam e sabia que eu gostava de morder seu ombro enquanto ele fazia eu chegar no meu extremo.

Me ergo com um pouco de dificuldade e desabotoo sua bermuda, a puxando pra baixo junto com sua cueca. Só um pouco, o suficiente para que seu membro se liberte e para que eu possa enfia-lo em mim. Nós dois gememos quando me sento nele, num misto de prazer e alívio. Rafe tira meu cabelo do rosto conforme eu me movimento, cravando seus olhos nos meus. Ele me ajuda nos movimentos de sobe e desce e esfrega meu clítoris com a mão livre, fazendo com que eu fique cada vez mais molhada.

— Você é linda — ele diz, erguendo seu tronco em minha direção, unindo nossos peitos.

Jogo minha cabeça pra trás enquanto ele beija o espaço entre meus seios. Rafe segura minha cintura com força, usando seu quadril para aumentar o ritmo das estocadas.

— Rafe... — eu gemo, querendo observa-lo enquanto ele faz isso.

Uma pequena gota de suor escorre por sua testa enquanto seus lábios se juntam aos meus, para que pudéssemos gemer em uníssono. Afundo meus dentes em seu ombro enquanto ele se afunda ainda mais dentro de mim. Minhas pernas agora doíam mas não consigo pensar em parar. Seu cheiro, seu calor, toda sua pele contra minha. Eu entendia o vício dele porque eu também tinha o meu.

— Porra — ele xinga, franzindo as sobrancelhas e entreabrindo a boca do jeito que me deixava maluca.

Ele era tão gostoso, tão quente. Aquela boca, os ombros, todo o seu corpo. Porra. E ele ainda tinha essa maldita boca suja.

— Você me deixa maluco — ele diz e depois geme, tantas e tantas vezes.

Nossos gemidos viram um só, numa melodia um tanto pornografica mas que de certa forma era muito afinada. A pressão em meu ventre aumenta e quando faço menção em levar a mão a boca Rafe segura meu braço para que possa me ouvir. Gozo enquanto gemo seu nome, sei lá quantas vezes.

Ele sai de mim e ejacula em nossas barrigas gerando uma bagunça e tanto. Nós damos risada.

— Seu pai vai querer o carro de volta? — pergunto, apoiando meu rosto em seu ombro.

Rafe me abraça, sem se importar se isso sujaria ainda mais nossas roupas.

— Eu espero que não, acho que gosto das vantagens de dirigir um carro.

Seu comentário me faz dar risada.

— E agora? O que vamos fazer?

Ele estica a mão e volta com sua camiseta.

— Limpar tudo.


Um capítulo mais descontraído pra hoje :D
Tem MUITA gente lendo sem votar então quem puder dar um voto nesse capítulo eu agradeço, quero ver se estão lendo até o fim ou só dando uma olhada.
Dependendo do engajamento solto mais dois!
Beijos!

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