maybe i just got crazy
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FIZ COMO ESME TINHA dito. Tomei um banho quente depois de tirar aquelas roupas rasgadas e sujas de terra. Vesti uma blusa, casaco e calça que Alice emprestou com um sorriso no rosto, apesar da peça jeans ter ficado um pouco justa para mim. Eu pude comer algo que pareceu bem mais delicioso depois da minha quase gritar de felicidade quando vi o prato.
Alimentada e limpa, consegui reunir um pouco das forças que me restaram para descer as escadas, a dor ainda era presente a cada degrau que alcançava. Fui na direção de onde lembrei ser a sala.
Não havia estado aqui muitas vezes que não fosse pelo lado de fora — sempre busquei Bella depois que ela e Edward tinham uma discussão, olhando para trás, acontecia com mais frequência do que notava — então dei graças aos céus de não ter me perdido já que a casa era gigantesca.
Ouvi vozes cada vez mais altas e quando apareci na porta, Jacob veio ao meu encontro.
— Jacob! — passei meus braços em volta de seu pescoço e apertei com força quando o garoto rodopiou comigo, meu coração sorria tanto que quase esqueci a insuportável dor que perdurava. Seus ombros largos e fortes não pareciam pertencer a aquele mesmo garotinho de cabelo longo que costumava fazer tranças.
Hoje quase não tem mais cabelo, vou sentir falta das tranças.
— você confia em mim? — ele disse, engolindo a seco e em consequência fazendo meu sorriso sumir aos poucos. Este tom firme me fez assentir.
Alguns rostos eram conhecidos o suficiente para saber seus nomes como os dos Cullens. Jacob estava ali e também um garoto mais novo que era familiar, acho que estava no casamento de Bella.
Mas então, meu coração descompassou algumas batidas ao ver um pouco mais distante, próximo a janela, me olhando com aqueles mesmos olhos castanhos intensos e penetrantes que não olhavam para mim, mas através de mim, diretamente dentro do meu ser. Como se tentassem desvendar meus segredos.
Era Sam e de uma maneira desconhecida, me senti protegida.
— você deve ter muitas perguntas para nós, merece saber o que aconteceu e o que acontecerá daqui por diante. — Carlisle se pronunciou, tomando-me a atenção. Ele fez um movimento simples com a cabeça para que me sentasse no sofá cinza e eu o fiz.
— aquele homem, ele era realmente um...
— sim, um vampiro como nós. — o loiro voltou a falar. Caminhando até mim, Carlisle sentou na poltrona em frente ao sofá onde me encontro, apática, encolhendo meu corpo contra mim mesma, sem acreditar nas palavras que havia acabado de ouvir. — nós somos diferentes daquele que te atacou. Nossa família não segue os métodos brutais e desumanos da maioria de nossa espécie, prezamos pela vida humana. Você está segura conosco, confie em mim.
Fitei Jacob e um vislumbre de seus olhos me disse que estava tudo bem.
Talvez eu tenha ficado louca.
— tem muita coisa... e-eu só preciso de um segundo. — levantei-me do sofá. Correndo para longe dali eu notei ter chegado na varanda, olhando o grande e vazio mar de árvores chegando até depois de onde os olhos alcançam.
Minha cabeça não conseguia permanecer no lugar.
Parece impossível acreditar no que acabei de ouvir, mas não existe nenhuma explicação óbvia para o incidente na floresta.
A dor que sentia latente em meus ossos e mente era prova de algo que jamais alguém normal conseguiria causar. Estava exausta como se toda minha energia fosse sugada por mim para manter-se de pé.
Vampiros existiam e estou numa casa cercada por eles... eu deveria correr neste momento e buscar a polícia, gritar por ajuda mas ainda assim, confio neles e permaneço aqui neste impasse.
— você está bem? — olhei para trás de solavanco e vi Alice com as mãos para trás, inclinada para frente como se estivesse realmente curiosa.
— eu estaria mentindo para você se falasse que sim, a vida que conhecia acabou de mudar completamente e então vocês, esses seres que só existiam nos livros são reais. — desabafei. — o Dr. Cullen falou que vocês são diferentes...
— nossa família, bem, nos alimentamos apenas de sangue animal. — Alice alcançou o horizonte e os meus olhos acompanharam os seus. Íris douradas que encarando a imensidão negra tomaram um tom ainda menos vivo. — nós nos escondemos de todos pois eles jamais teriam a reação que você teve.
Alice parecia confortável em conversar comigo então eu apenas a deixei que falasse.
Me contasse sobre os vampiros e como Bella descobriu sobre Edward... história que ela sentiu que eu deveria saber para enfrentar o que vinha pela frente.
— mas por que vocês querem me proteger? — perguntei afoita para saber sua resposta pois esta dúvida me consumia. — estou correndo perigo? Isaac é tão perigoso assim?
— eu queria dizer que não mas Isaac está decidido em te tornar sua companheira e ele é um pouco não convencional. Capaz de fazer tudo para conseguir o que quer, temo que neste momento ele esteja planejando algo. — todos os pelos do meu corpo arrepiaram ao pensar na possibilidade de estar sendo observada por ele. — não se preocupe, a casa está segura, os lobos estão de guarda.
— lobos?
— sim, foram os lobisomens que te salvaram de Isaac... não se lembra deles? — então aqueles grandes animais, eram na verdade lobisomens? — Sam, o alfa da matilha, foi quem te trouxe para nós depois que Isaac te atacou. Foi quem salvou sua vida.
Sam... me salvou?
Isso só poderia significar que aquele lobo grande e negro, o maior de todos era Sam e ele me trouxe para os Cullens pois sabia que eram os únicos que conseguiriam me ajudar.
eu devo minha vida a Sam. Ele se arriscou por mim. Mas por que ele fez isso?
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Fiquei algumas horas conversando com Alice e a cada palavra que saía de sua boca eu fiquei mais preocupada sobre meu amanhã.
Se Isaac for realmente tão possessivo e obcecado como Alice descreveu, eu poderia não estar viva para contar sobre meu café da manhã... ele viria atrás de mim.
Ao voltarmos para a sala, todos estavam quietos pensando numa solução para que eu fique a salvo.
— sabemos que Maya não estará segura em casa e também não estará com vocês. — Jacob falou um tanto inconformado.
— Isaac não vai parar de procurá-la, ele passará por todos se for necessário e receio que a única maneira seja negociarmos com ele. — Carlisle falou com calma.
— ele nunca vai querer ouvir o que temos a dizer, ela precisa ficar perto de alguém que a proteja. — Alice falou.
Foi então que Jacob teve uma ideia que me assustou mais do que me aliviou. Notei a troca de olhares dele com Sam e o mais alto parecer lançar um olhar de extrema reprovação.
— lembram quando levei Bella até o topo das montanhas, meu cheiro camuflou o dela e dessa forma os recém-criados não conseguiram a encontrar. — minha irmã foi perseguida por recém-criados? Eu tentei processar a informação, mas Jacob voltou a falar. — Maya deve ficar em um lugar onde esteja camuflada enquanto caçamos esse sangue-suga... como na casa de Sam. — Meus olhos abriram como duas portas ao ouvir a ideia maluca de Jacob.
— o cheiro de Sam irá camuflar o de Maya com certeza, impossível de ser encontrada. — continuou Carlisle. — Jacob pode ter razão.
— despista-lo tempo suficiente para o capturarmos. — falou Jesper.
— não existe lugar mais seguro do que ao lado de Sam... ele vai te proteger com sua vida. — Alice segurou minhas mãos. — vai ser só por alguns dias, pode ter certeza.
Olhei para Sam que em nenhum momento disse nada.
Seus olhos alcançaram os meus, ali estava minha única esperança, alguém que nem ao menos conseguia ficar perto de mim sem ter vontade de enfiar um garfo no pulso, alguém que não tinha nenhuma obrigação comigo mas que concordou com esse plano.
Eu me mudaria para sua casa.
Meu coração está batendo forte ao pensar que ficarei sozinha com ele, com Sam.
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