015²
~ Em frente ~
Os corredores ainda pareciam pequenos, mas a mão unida a sua apertava de forma não forte e reconfortante, que a mulher se obrigava a seguir em frente, iluminando o mapa para que Chan-yeong soubesse para onde iam.
Ela seguiria em frente. Por todos que perdeu, mas principalmente, por quem ainda tinha em sua vida. Young Hoo merecia uma irmã, Eunyu uma amiga, Hani alguém para afastar ela das drogas, e Chan-yeong da namorada.
Conseguia ouvir os passos da desconhecida atrás deles, não havia se oposto aquela ideia ou sequer dito algo. Se concentrando em não passar mal novamente.
Sua mão inconscientemente buscou o colar de Seok-Chan quando pararam em determinado momento, afim de verificar o caminho novamente.
—— Você é a enfermeira...
Chan-yeong ergueu a lanterna, colocando a namorada atrás de seu corpo por prevenção. Os três humanos estavam confusos, o coração da Kim acelerando a cada segundo, acenando para a infectada especial.
—— Ele me falou de você —— tossiu, perdendo o olhar ferido de Hye-na —— disse que não me machucaria, que a melhor amiga dele era enfermeira e que poderia confiar nele...
Hye segurou um sorriso, reconhecendo a fala de Seok-Chan. Era a cara dele ajudar desconhecidos, oferecer a própria roupa e contar a eles sobre ela.
A garota acabou ofegante, chamando a atenção da Kim, que se afastou do namorado para apoiar uma de suas mãos no ombro dela. Os olhos da mais nova se suavizaram com a ação.
Seok-Chan tinha razão afinal. Sua melhor amiga, era uma boa pessoa.
—— Eu tô bem —— afirmou para a Kim, que permaneceu imóvel —— Vamos tirar vocês daqui...
Hye-na acabou aceitando, voltando a seguir pelo caminho, vez ou outra verificando se eles ainda eram seguidos.
Hye-na se colocou a correr assim que ouviu barulhos de briga, e logo em seguida um grito. Ela conhecia aquela voz.
—— Young Hoo!
Seu irmão.
E não aceitava perder mais ninguém. Seus passos aceleraram ao ponto de ultrapassar Park Chan-yeong e Ye-seul, destravando sua arma assim que chegou ao destino.
Seus olhos se encheram de fúria ao ver seu irmão sendo atacado, apertando no gatilho três vezes, antes de sentir o namorado ao seu lado.
Havia tanto ódio em seu coração, que a mulher mal notava que o infectado queria atacá-la, sua próxima bala indo diretamente para a testa dele.
Hye-na sentiu a pele do rosto arder, antes de tocar o local com dúvida, então notando que havia sido atingida. Ye-seul ao seu lado, verificando a ferida com os olhos úmidos, tentando ajudar de forma desesperada. E Park Chan-yeong levantando a arma para quem atacou ela.
—— Se afasta —— pediu a menina mais nova, usando sua transformação para parar o antes aliado. Garras, ou tentáculos, a Kim não sabia, surgindo.
Hye-na zombou. Mal considerando a lógica. Ela queria ele morto.
Por todos que havia ferido. Incluindo seu irmão e principalmente o melhor amigo, por cada risada ridícula que deu, e cada pensamento contra humanos. Ele merecia o pior.
Sem compaixão.
—— Se cuida —— pediu ao Park, que franziu o cenho para ela, tentando segurar sua mão, como sempre fazia. A Kim se afastou com dor nos olhos, uma promessa ao dizer —— te vejo em um minuto.
Saltando pela gosma quente que o esquisito sem mão lançava, a Kim conseguia ouvir os gritos de Chan-yeong e até do irmão, antes de agarrar um dos canos de metal por ali, sua perna girando em um chute perfeito, atingindo diretamente a cabeça do infectado, o fazendo cair no chão.
—— Vocês vão todos morrer!
Hye-na se forçou para cima, vendo o irmão seguir da mesma ideia que ela. Afinal, ambos queriam vingança acima de tudo.
Diferente de Young Hoo que usava os braços para se manter seguro, a Kim acabou se sentando sobre o cano de metal, cada uma de suas pernas de um lado dele, como uma criança arteira.
Ela ficou aliviada em ver Chan-yeong e Ye-seul do lado da garota, que tentava os ajudar, disposta a salvar alguém e talvez se redimir. Ele ainda a olhando com preocupação evidente.
Mas acabou focando no alvo abaixo deles. Que tentava a todo custo acertar os humanos, e reclamava de forma patética.
Young Hoo prendeu o pescoço dele com suas pernas, e Hye-na alcançou um isqueiro que tinha em sua bolsa, satisfeita como uma piromaniaca, os olhos brilhando para as chamas quentes.
—— É bom queimar os outros? —— Ela zombou, se inclinando sobre o irmão, antes de colocar fogo na roupa do infectado. Seus gritos se sobreponto aos dele em seguida. —— Vão logo Chan-yeong e Ye-seul! Saiam daqui!
O Park não queria deixar a namorada para trás, e até mesmo Ye-seul queria ajudá-la de alguma forma. Os dois seguiram pela ponte, nojenta, improvisada que a garota fazia para eles.
O calor do ambiente os deixando agitados e perdidos, angustiados em estar ali.
Aquela ação toda acontecendo com tão pouco intervalo, que eles mal processaram o que viam a sua frente. O ambiente inteiro estava se enchendo de lava metálica, queimando o lugar, e quase alcançando os humanos ali.
Os gritos e resmungos de dor do infectado abaixo dela sendo música para seus ouvidos.
—— Porque tá chorando? Achei que gostasse de dar risadinha, filho da puta.
Hye-na alcançou o rosto dele com mais um chute, o isqueiro em sua mão implorando para ser usado novamente. Ela tinha ódio no coração.
—— Ri agora seu merdinha!
Notando que não tinham mais tempo, Young Hoo enfiou uma bomba na boca dele e ativou, enquanto os dois se preparavam para fugir dali em seguida. Hye-na se sentiu feliz, quase gargalhando ao dizer a seguinte frase, em voz alta:
—— Como se sente sabendo que dois humanos te enviou para o inferno? Vai rir no colo do capeta agora!
O Kim abraçou o corpo da irmã com força, pegando o impacto inicial do salto deles, para o lado seguro do estádio. Ele suspirou de alívio, com a testa franzida, para as altas risadas que a caçula dava, jogada ao lado dele.
—— Você é maluca —— Ele riu também, dando um tapa na cabeça da irmã.
—— Foi divertido —— brincou a mulher, se obrigando a sentar no chão. —— Eu te amo.
Young Hoo sorriu, também se sentando. Uma de suas mãos segurando a bochecha direita dela, onde havia um pequeno sinal de queimado.
—— Também te amo, sua teimosa...
Tãntãntãn
Ela foi recompensada!
Hye-na hoje;
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