013²

~ medo ~

O Sargento aceitou o plano rapidamente, disposto a fazer tudo para ajudar seus soldados a ficarem bem. A Kim até se sentiu mal por todo o tempo em que discordava dele, e achava que ele era alguém sem sentimentos.

Assim que o homem saiu da sala, a mulher começou a morder o canto das unhas, nunca elas, quase machucando, de medo e ansiedade. Torcendo para dar certo, e trazer seu irmão e Chan-yeong para dentro em segurança.

A enfermeira andou entre os sobreviventes, tentando se distrair, checando a saúde de alguns deles, e ouvindo sobre o plano de fuga do grupo. Jin-ho estava ao seu lado quando a porta próxima deles se abriu.

Seus olhos se ergueram automaticamente, e ela acabou deixando um senhor falando sozinho, ao ver o Park entrar. O Cabo procurando algo com os olhos no mesmo instante em que entrou ali, ambos aliviados em ver um ao outro.

Ignorando os títulos que os seguiam, e os comandos de defender os sobreviventes, Hye-na se lançou sobre o namorado com força, uma hora longe sendo suficiente para deixá-los preocupados.

—— Você está bem —— suspirou ele, acariciando os cabelos dela com carinho —— que bom que está bem...

—— Eu disse que sou foda —— brincou, apertando ele mais, rindo contra a orelha dele. —— Sou boa em tudo.

Park Chan-yeong riu um pouco, se afastando dela lentamente, encarando seu rosto sorridente e cansado. Ele sabia que ela era uma luz, mesmo que em meio ao caos e luto.

Os Corvos olharam a cena com um misto de diversão, desgosto e até tristeza. A maioria deles, todos eles, sabiam da paixão da Kim pelo rapaz, e a dele por ela, mas tinham esperanças, quebradas naquele instante, em que a mulher dava um breve selinho no namorado antes de se virar para os rapazes, segurando a mão dele.

—— Perdi uma barra de cereal —— reclamou Jin-ho, apesar de sorrir um pouco para a amiga —— tô feliz por você, agora pode parar de suspirar por esse idiota durante a noite.

Hye-na fechou a expressão, causando risadas nos mais próximos, inclusive em Chan-yeong e Hani, fingindo que iria bater no amigo.

Um breve momento de ternura, antes da ação.

Hye-na se sentia ansiosa enquanto aguardava o próximo passo, tendo reencontrado o irmão pouco antes, a mulher se encontrava ao lado do Sargento Tak, ouvindo os detalhes finais do plano, quando as luzes se apagaram repentinamente.

—— Isso não faz parte do plano —— disse óbvia, vendo Young Hoo se aproximar deles com o mesmo pensamento gritante.

—— Mas pode ajudar...

As pessoas começaram a se agitar, olhando para os militares com insegurança e esperança, de que eles conseguiriam salvar a todos. Hye-na rezou, a tudo o que conhecia, para que eles estivessem certos.

Não se considerava uma pessoa pessimista, sempre confiando no tempo, afirmando que tudo daria certo e que era apenas questão de tempo. Mas perder seus amigos a deixou abalada, chegando a questionar seu próprio treinamento e decisões.

Por um momento se imaginou com seu irmão e Seok-Chan, ela se conhecia, sabia que acabaria indo com eles, e se questionou, se conseguiria sair viva daquilo. Como fazia com a situação a sua frente.

Ela não demonstrava, fora para as duas pessoas que mais a conhecia ali, mas sentiu medo.

—— Tem mais indivíduos sintomaticos... mas dessa vez uma quantidade enorme.

Hye-na trocou um olhar com Chan-yeong, que havia se colocado ao seu lado, uma se suas mãos segurando a dela. Eles sabiam que significava que a menina realmente estava ali.

—— Hyun-su deve estar por perto —— sussurrou ela, engolindo em seco, de repente preocupada com Eunyu também.

A garota havia deixado de estar com eles quando foi atrás do próprio irmão, mas ainda era alguém importante para Hye-na.

A Kim andou entre os primeiros militares com uma lanterna em mãos, sua arma presa ao corpo, e coração a mil. Sentia a mão do namorado na base de sua coluna, como se estivesse dizendo que estava ali com ela, o que ela apreciava mentalmente.

—— Viramos aqui? —— Jin-ho mostrou a ela o mapa, falando tão baixo que a mulher iluminou seu rosto para entender o que foi dito, antes de acenar em concordância —— por aqui pessoal...

Hye-na seguiu atrás dele, iluminando o lugar escuro e úmido, sentindo uma breve tontura com a ideia claustrofobia que agarrou seus pensamentos. Era um péssimo momento para surtar com aquele detalhe.

Puxando o ar pelo nariz, e soltando pela boca, se obrigou a seguir em frente, ouvindo os passos dos sobreviventes logo atrás deles. Pessoas que dependiam dela, de sua mente em bom estado.

Descer aquelas escadas gastas talvez fosse o maior desafio deles, com tantas pessoas e tão próximos a um grande grupo de transformados. Hye-na manteve um dedo em frente a boca, pedindo por silêncio aos que passavam por ali. Seus olhos atentos se agitando entre todo espaço, tão escuro, úmido e pequeno que doía seu coração.

—— Já vamos sair daqui... eu prometo.—— sussurrou Chan-yeong contra a orelha dela, voltando a segurar sua mão.

Ela acenou, se agarrando aquela frase como sua tábua de salvação. Queria mesmo acreditar.

—— Tô nervosa...

Eles não precisavam dizer muito, aliviados em notar que todos haviam descido as escadas, indicando o caminho que deveriam seguir. Como uma última verificação os dois apontaram suas lanternas para os transformados, os vendo vagar de forma perdida.

Hye-na reconheceu alguns deles, pais, tios, pessoas que tinham família, transformados contra sua vontade, em algo mortal. Algo dentro de si a fez se sentir repentinamente mais triste, algo parecido com um suspiro saindo de seus lábios.

Chan-yeong a puxou para seguir o caminho, preocupado com ela, os dois mal deram um passo quando ouviram barulhos de choro baixo, voltando a encarar o local de antes.

Havia alguém ali. Entre eles.

O Park era conhecido por seu instinto de herói, e a Kim de segui-lo. Surpresa era pouco para explicar o que se seguiu, sendo Hye-na a primeira a seguir o som, tentando encontrar a pessoa que precisava de ajuda.

Se estivesse pensando bem, a Kim saberia que empatia em um momento como aquele levava a duas coisas: recompensa, ou, arrependimento.
 

HELLOOOO.

O que acharam?

Em resumo: fiquei tão doente, que estive internada e mal por dias, e depois tive que recuperar conteúdo da faculdade, porque o único atestado que aceitam é o de óbito.

Hye-na burlando o sistema!:

Hye-na:

Eu:

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