~ heroísmo ~

Sempre foi alguém que amava territorialidade, quando se cresce em uma casa com irmão mais velho, se aprende a lutar por suas coisas, como uma batalha diária pelo mais simples chocolate. Suas coisas eram apenas suas, e as que não fossem, daria um jeito de conquistar.

Conseguia se lembrar de marcar seu espaço com Chan-yeong durante todo aquele ano. Sempre aparecendo ao seu lado, andando com ele durante algumas rondas, se colocando de guarda só porque ele também estaria.

Sua parte favorita, no entanto, era abraçá-lo repentinamente, não apenas para afastar qualquer mulher que o olhasse muito, e a Kim admitia ter muitas, até porque o Park era um pedaço de mal caminho com cara de anjo. Mas principalmente porque gostava de deixá-lo tímido, observar ele perdido, suas bochechas ficando vermelhas, e como respirava fundo, controlando suas batidas de coração e até pensamentos.

Hye-na também fazia isso com o irmão. Quando Young Hoo começou a namorar, Hye-na se revirou de ódio. Ela, que era a garotinha do maninho, começou a dividir a atenção dele, a Kim passou a abraçá-lo mais, pedir para dormir com ele, marcar cinema juntos. Ele não se importava tanto, mas retribuiu toda aquela cena quando sua irmã passou a namorar também, invadindo seus encontros, chamando o cunhado para sair. Era engraçado.

Hye-na estava fazendo algo parecido naquele momento. Seus braços ao redor do homem, que agarrava seu corpo de volta, o casal esperava que Cha Hyun-su voltasse com Seo Yi-Kiung a salvo.

—— Quanto tempo faz? —— perguntou a Lee.

Hye, deitada contra o ombro do Park, resmungou, ganhando um beijinho na testa.

—— Relaxa —— sorriu a Kim, dando uma mordidinha no ombro em que deitava, o fazendo sorrir para ela. —— ele pediu para não ir lá, vai dar tudo certo...

No entanto, logo após aquela fala, um som monstruoso chamou a atenção do grupo. A Kim se afastou do homem levemente, sentindo sua mão ser puxada, os quatro indo para trás do trailer.

Chan-yeong movimentou a boca, tentando se comunicar sem usar a voz.

“fica abaixada.”

Hye-na acenou, antes de observar a criatura a sua frente, vista pela janela do trailer. Seu corpo por empurrado para baixo junto de Hani, por Lee Eun Yu que se preocupou com elas.

Chan-yeong colocou sua mão na base da cintura da Kim, a guiando em frente ao seu corpo. Ele sacou a pistola do cós de sua calça, pronto para atirar no monstro que se aproximava deles, tendo Hye-na acenando para sua ideia. Os quatro se assustaram com um grito repentino, vindo diretamente de onde o Cha estava, atraindo a atenção perigosa do monstro.

—— Você não vai —— sussurrou o Park, o corpo completamente inclinado a ela, os olhos atentos ao rosto da mulher a sua frente, que colocava garrafas em uma bolsa —— por favor...

—— Para —— mandou irritada —— se você acha que vou deixar que vá sem mim, então não me conhece mesmo.

Chan-yeong suspirou, e ela aproveitou aquele momento, roubando um selinho dele. Ambos aproveitando aquele formigar pelo momento curto, antes de voltar para perto de EunYu, que os aguardava para descer.

Hye-na quase se arrependeu quando pulou, o coração batendo forte contra o peito, e os cabelos voando, mesmo que amarrados.

Quando seus pés tocaram o chão, a Kim foi a primeira a atirar, atraindo a atenção para longe de Hyun-su. Em seguida, eles iniciam seu plano de ação, jogando garrafas e fogo no monstro, tentando distrair ou matar aquilo.

Imaginava qual seria a reação do irmão e de Seok-Chan, ao contar que havia se colocado em perigo daquela maneira. Eles provavelmente iriam tentar atacar o Park, o culpando por não protegê-la, e depois dariam um sermão na mulher.

Como quando ela entrou em um túnel não verificado, porque Young-su havia perdido seu brinquedo. Chan-yeong a puxou para cima, ela sorrindo para a criança e entregando a bola ao menino, e perdendo toda a alegria ao ver os rostos fechados dos três homens, que passaram minutos dizendo que ela não deveria ter feito aquilo, e sim pedir ajuda deles.

Como sempre, Hye-na acabou por ignorar, voltando a ajudar Young-su na semana seguinte.

Eles estavam perdendo o controle da situação. Suas armas estavam perdendo a potência inicial, apenas irritando o monstro, o álcool diminuía e Eunyu não queria deixar a dupla transformada ali.

Os olhos deles foram atraídos quando uma das cordas deles começou a pegar fogo. Incrédulos, aceitando que estavam ferrados naquele momento.

—— Que merda —— resmungou a mulher mais alta, vendo o fogo tomar conta.

O Park parou. Encarando Hye-na com os olhos atentos, o homem andou até as duas com passos pesados, amarrando na cintura da Kim e puxando a corda, e prendendo a mão de Lee Eun Yu também. Observou as duas sendo puxadas, momentaneamente aliviado, em salvá-las, ouvindo como a Kim o xingava.

—— PARK CHAN-YEONG!

Hye-na sentiu a respiração travar na garganta, uma tosse involuntária pela fumaça atrapalhando seus pensamentos. Seus joelhos bateram contra o chão, um corpo se jogando contra o seu, a prendendo no asfalto, notando então que involuntariamente tentará chegar muito próximo da borda novamente, Hani a segurava com força, os olhos arregalados tentando entender o que acontecia.

—— TEIMOSO DO CARALHO!

O grito saiu com um soluço. Seu peito doendo em preocupação e medo, se deixando ser abraçada por Hani, o rosto banhado em lágrimas, tornando seu nariz um ponto vermelho em segundos.

A Kim mal respirava quando o chão tremeu, fogo consumindo tudo, puxando veículos próximos para dentro do buraco. A mulher foi deixada pela garota e se forçou a levantar, as pernas bambas e joelhos Fracos, tentando visualizar o Park do outro lado.

Ela então entendeu, que não era apenas atração ou paixão. Já não se via longe dele por muito tempo.

Chan-yeong mal teve tempo de processar o que acontecia, antes de cambalear, sentindo Hye-na pular sobre ele, suas pernas ao redor da cintura dele, e os braços ao redor do pescoço. O militar a segurou, tentando controlar as batidas aceleradas do coração, e passando uma de suas mãos pelos cabelos dela, que chorava com o rosto escondido no vão do pescoço dele.

—— Está tudo bem... estou bem, amor. Estamos todos bem...

Até 👋🏻