004

~ Posse ~

—— Vou cuidar dessa ferida para você —— sussurou, sua boca ainda próxima a dele.

Chan-yeong acenou, se afastando dela timidamente. Encarando qualquer coisa naquele lugar menos a mulher.

Ele não entendia suas próprias ações, não era do tipo que beijava alguém que recém conheceu, e não desejava que aquele fosse a impressão dela.

—— Me desculpe —— ele pediu, ela abriu sua mochila, pegando seu kit de primeiros socorros, ignorando a fala —— Não quer-

—— Senta. —— Ela interrompeu, indicando uma cadeira.

Ele acenou imediatamente, se sentindo uma criança. O homem sentiu as mãos tremer e suar quando ela se aproximou de onde ele estava, uma maleta em mãos e expressão de quem estava no poder.

—— Porque estava pedindo desculpas? —— sua voz soou autoritária, ele sentiu a respiração falhar com isso, e ela desejou devorá-lo. —— Cabo Park!

—— Por tê-la beijado —— sussurou, envergonhado.

Ele chiou quando ela encostou um cotonete com álcool em seu corte, e ela desejou calar ele com outro selinho, mas se manteve fiel a ideia de fazê-lo desejar aquilo.

—— Eu que pedi —— ela balançou a cabeça, seus olhos atentos a ferida.

Mas sua mente ciente das mãos dele tremendo, e o nervosismo crescente no homem, que devido a posição, parecia menor que ela. Como deveria ser, ela era a autoridade.

—— Sim, mas eu não deveri-

—— Está arrependido? —— ela interrompeu, finalizando o curativo.

Havia um sorriso malicioso em seu rosto. Ele arregalou os olhos, negando com a cabeça com rapidez.

—— Acha que se aproveitou de mim?

Ele acenou. Se lembrando de como ela parecia tão debilitado, minutos antes, sem conseguir respirar.

—— Quer repetir, agora que estou bem? —— ela sussurou novamente, seu corpo para baixo, deixando um beijo na bochecha dele.

Park Chan-yeong sentiu o corpo borbulhar. E quase agarrou a cintura dela, estranhando os próprios pensamentos. Não era aquele tipo de homem.

—— Se te ajudar a não ficar mal —— ela brincou, acariciando os fios da nuca dele, feliz em vê-lo estremecer —— nem considerei um beijo, faltou você agarrar a minha cintura e colocar a língua na minha boca...

O homem se levantou rápido. A dois passos de distância dela e balançando a cabeça, como se livrasse seus pensamentos intrusivos.

—— Devo ir —— ele curvou o corpo em respeito, e ela mordeu os lábios —— o Sargento Kim, me aguarda.

Hye-na acenou, guardando suas coisas na mochila.

—— Cabo Park —— ela chamou, quando ele alcançou a porta. O homem travou, mas a olhou com respeito —— da próxima vez que me beijar, garanto que suas roupas não irão ficar no corpo.

O homem acenou, e depois se deu um tapa mentalmente. Totalmente perdido e envergonhado. Saindo da sala com rapidez. Seus pensamentos o xingando, por agir daquela maneira, culpando o Apocalipse, ou sua falta de relacionamento com mulheres bonitas.

Ele a achava deslumbrante. A inteligência e poder que exalava dela, como conseguia o deixar sem palavras com apenas um olhar.

—— Esse homem ainda será meu —— ela disse a si mesma, enquanto o observava correr até seu irmão.

Quando a última pessoa passou pela enfermaria, a mulher quase se jogou na poltrona e desejou um atestado de mais cinco dias, pronta para dormir como um belo anjo.

Seus olhos já se fechavam, e ela sabia que não deveria ser incomodada. Já que havia apagado o cientista com dose extra de remédio, para que ele não sentisse dor na mão e nem conseguisse ser irritante.

No entanto, parecia que seu irmão não pensava da mesma maneira, abrindo a porta com um grande estrondo, a fazendo cair no chão.

—— Mas o que?

—— Temos um ferido!

Hye-na pulou, pegando sua maleta com rapidez. Entrando em seu modo enfermeira de guerra, os olhos atentos buscando qualquer ferimento no irmão mais velho, feliz em não ver nada.

Sua respiração ficou presa na garganta quando Chan-yeong e Seok-Chan entraram, arrastando um dos militares com eles. Deixou suas tensões pessoas de lado, os olhos fixos na grande ferida que atravessava o corpo de um de seus colegas de equipe.

Os militares começaram a soltar várias perguntas atropeladas, enquanto a mulher pegava diversas gazes e pressionava contra a ferida, retirando uma camisa que antes estava no lugar, ensopada de sangue.

—— CALEM A PORRA DA BOCA!

A mulher saltou, abrindo os olhos dele com rapidez, e pegando uma lanterna, vendo que ele ainda tinha consciência. Ela pareceu aliviada.

—— Ele é sangue O+ —— ela se lembrou —— achem alguém compatível em cinco minutos ou ele morre.

Chan-yeong não deveria, mas congelou com aquela visão. As ordens dela o deixando aquecido.

—— Eu sou O+ —— Seok-Chan lembrou, esticando o braço para a ex-namorada que acenou, alcançando a agulha de transfusão em seguida.

■■■

Hye-na saiu da enfermaria cansada. Deixando o paciente e Seok-Chan dormindo nas macas. Do lado de fora havia um batalhão de Corvos, a espera de notícias.

—— Não posso fazer mais nada —— ela contou —— não temos as coisas necessárias para uma cirurgia completa, vai depender das próximas 48 horas.

Os homens acenaram, começando a perguntar a ela o que precisam buscar e o que ela necessitava.

—— O que tá feito, não dá para mudar. Só vamos esperar —— Young Hoo interrompeu os homens, dando a irmã um aceno, indicando que ela poderia sair do local.

Hye-na andou até o portão mais próximo, e bufou ao ser parada. Ela só queria respirar um pouco, mas ainda era noite e eles não deveriam sair daquela enorme prisão, como pensava.

—— Beba isso.

A mulher revirou os olhos, com um sorriso no rosto. Virando seu corpo para observar o soldado que lhe entregava uma garrafa de água, como dias antes.

—— Cabo, Park Chan-yeong —— ela disse lentamente.

O soldado engoliu em seco. Acenando para ela.

A mulher se aproximou dele, pegando sua água. Mas não parou de se aproximar, até que as costas dele estivessem contra a parede mais próxima e ela se encostasse contra o peito dele. Sua boca muito próxima da orelha do mais alto, pronta para sussurrar de forma provocante.

—— Me ignorou por sete dias —— ela sorriu, e deixou uma mordida no lóbulo da orelha dele, satisfeita em vê-lo se arrepiar —— Achei que me odiava.

—— Não, senhora —— ele disse, feliz em não gaguejar sob a visão da linda mulher a sua frente.

—— Sou três meses mais nova —— ela brincou com o botão da camisa dele.

Chan-yeong sentiu a palma da mão suar, quando ela abriu três deles, e o olhou de forma vidrada.

—— O que?

—— Li sua ficha —— contou abrindo o quarto botão, franzindo a testa ao não ser parada por ele —— Tenho acesso a elas e uma memória muito boa. Sou mais nova que você...

—— Achei que era enfermeira de guerra —— ele disse confuso, havia imaginado que ela era no mínimo cinco anos mais velha.

—— Mas sou uma gênia —— assegurou, passando para o próximo botão, dessa vez sendo parada. Ela sorriu, já que faltava apenas aquele e agora sentia a pele quente dele contra a sua —— finalmente me tocou...

—— Não sou um objeto —— ele falou firme, Hye-na acenou, os olhos fixos na boca dele —— Tenho sentimentos...

—— Eu sei, querido —— garantiu de forma gentil, olhando em seus olhos daquela vez.

—— Então porque me trata como se fosse um?

—— Você é lindo, tem ombros largos e quero você —— contou se afastando, dando a ele um espaço para respirar.

Chan-yeong se inclinou para ela inconscientemente. A deixando satisfeita.

—— Por que eu?

—— Porque você é lindo —— deu de ombros —— e eu adoro coisas lindas.

Ele arregalou os olhos, talvez pensando que ela fosse louca. Cogitando até voltar a evitá-la. Mas Hye-na se afastou primeiro, abrindo sua garrafa d'água, tinha diversão no olhar.

—— Vou cuidar dos meus pacientes —— sorriu, virando as costas —— não se atreva a fugir, porque eu te acho...

Hellouuuu

Como podem ver, a nossa protagonista é obcecada como a minha deusa Ko Moon Young... de Tudo bem não ser normal...

Beijos.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top