003
~ Sufoco ~
A catástrofe havia sido grande. Pessoas carregavam corpos de seus entes queridos para longe dos escombros. Hye-na conseguia ver uma jovem garota, vestida com uma saia sobre moletom e casaco vermelho, chorando em algum ponto, como crianças gritando por seus pais.
A Kim montou um pequeno grupo de resgate de feridos, como uma pequena tenda para os primeiros socorros. Enquanto seus companheiros corriam atrás de um refúgio e mantinham os monstros a distância, já que as explosões chamavam a atenção perigosa.
—— Pegue aquele bolsa para mim, por favor —— pediu quando um militar desconhecido passou por ela, apontando para uma de suas maletas que montou na hora anterior.
O homem acenou, sem a olhar nos olhos. Seguindo suas ordens de forma mecânica.
Hye-na ficou curiosa, mas negou dar atenção aquilo, enquanto saturação o braço de um menino de cinco anos, que chorava ao dizer ter perdido sua mãe. A Kim entrou em breve desespero, torcendo para que seu irmão aparecesse com uma boa notícia, tendo dificuldades em lidar com seres humanos pequenos e suas emoções, em principal as tristes.
—— Se parar de chorar, te dou um pirulito —— tentou, um sorriso estranho no rosto.
O militar desconhecido, riu de leve, observando-a e entregando a mulher sua maleta. Hye pegou dela um dos doces e ele finalmente notou, como ela estava assustada em lidar com uma criança.
—— Ele não precisa de um doce —— disse suavemente para a enfermeira, que o encarou confusa, como se implorasse por ajuda —— e sim de um abraço...
—— Isso é ótimo —— a Kim bateu palmas de leve, um sorriso forçado no rosto —— abrace ele.
—— O que?
—— Só abraçar ele —— a mulher deu de ombros, indicando a criança que agora se encolhia abraçando as próprias pernas, alheia ao curativo recém feito.
—— Não é enfermeira? —— indagou confuso.
Enquanto a Hye acenava com a cabeça, indo em direção a uma idosa que segurava um pano contra a testa, o desconhecido abraçou o menino gentilmente, o deixando soluçar.
—— Que tipo de enfermeira não sabe como cuidar de uma criança? —— tentou brincar, ganhando um sorriso da Kim, que limpava um novo hematoma.
—— Uma Tenente militar —— zombou.
Seus olhos castanhos o analisaram. Os ombros largos, a boca rosada, e expressão inocente. A Kim soube que ele era um novato no serviço militar, ainda o estudando, ela sorriu quando o homem baixou o olhar para o chão.
Tímido. Inocente. Novato.
Ela adorava aquilo.
—— Deveria cuidar dessa ferida.
Ela indicou o supercilio dele, que tinha um corte. O cabo nem havia notado tal ferimento.
—— Estou bem —— negou em tom baixo.
—— Posso ver que esta —— ela o olhou de cima ate em baixo, alegre em vê-lo envergonhado, a mulher mordeu o lábio inferior —— posso ser sua enfermeira particular, se desejar...
Ela odiava se sentir enjaulada. Então, quando foi informada de que moraria no subsolo, a Kim quase disse adeus a todos e se entregou ao primeiro infectado a sua frente.
Mas Kang Seok-Chan a fez prometer que não seria imprudente, e o Sargento Tak lhe deu uma enfermaria para cuidar, para que ficasse de olho no cientista maluco que resgataram, que por ela teria ficado por lá mesmo.
—— Olha o que ele fez com aqueles infectados —— dizia ao irmão —— não confio naquele homem...
—— Não confie em ninguém.
Duas horas depois, Hye estava observando todas aquelas pessoas com uma mistura de incerteza e curiosidade. Fora os militares com quem servia, a mulher não sentia ter nada em comum com aqueles sobreviventes. Alguns deles, certamente, só estavam ali por usar outras pessoas.
—— Senhorita —— uma senhora chamou, ela deveria ter seus 47 anos, vestia um vestido verde, longo, e um lenço escuro na cabeça, a Kim acenou —— aquele jovem me disse que era médica e poderia me dar uma ajuda...
Hye-na olhou para onde a mais velha indicava, sorrindo verdadeiramente para o cabo Park, que olhou para baixo, ela acenou para a mulher, pronta para ajudá-la.
—— Sou enfermeira, mas sim, posso ajudar.
■■■
A Kim sentiu tontura assim que seus olhos estudaram aquele ambiente, onde moraria. Em torno de quatrocentas pessoas amontoadas, sujas, com cheiro de suor, e morte no ar, todas se preparando para dormir no concreto frio e úmido do local, não precisava ter conhecimento de biologia para imaginar quantas bactérias e fungos estariam se proliferando ali. Teve náuseas.
O apertado e abafado, com pouca luz filtrando-se pelas fendas, Hye-na sentiu as náuseas começarem a se intensificar. A aglomeração de pessoas, todas buscando segurança no mesmo espaço reduzido, era avassaladora para sua claustrofobia. Ofegante, ela cambaleou em direção a uma passagem estreita, desesperada para escapar da sensação sufocante.
Desejou encontrar Young Hoo ou Seok-Chan.
Em um corredor desconhecido, a Kim encontrou uma porta entreaberta, adentrando rapidamente. O espaço mais amplo proporcionou um alívio momentâneo, mas sua respiração ainda estava acelerada.
-—— Isso vai ajudar...
Uma voz a assustou brevemente, mas Hye se obrigou a acalmar o coração, notando o soldado de antes entregar a ela uma garrafa d'água.
—— Tem muitas pessoas passando mal, respira devagar —— ele orientou, um sorriso pequeno no rosto.
A Kim bebeu pequenos goles, sabendo como acalmar as batidas do coração. Ela já estava melhor, mas achou adorável a preocupação do homem, que mantinha uma mão em seu ombro.
Ela ergueu os olhos, vendo como ela a encarava com atenção. Seus olhos se cruzaram, e ela fingiu soluçar, o deixando preocupado novamente e lhe dando tempo de observá-lo ainda mais de perto.
Ele parecia um daqueles personagens literários, que gritam gentileza, enquanto as leitoras só queriam prendê-los a cama e fazer loucuras.
O tipo de cara de vai atrás de alguém para protegê-la e que defende crianças e idosos.
O tipo que fazia seu coração aquecer e corpo tremer, em desejo e paixão. Ela então sentiu que o queria, teria ele para si.
—— Posso te beijar?
Ele tossiu, olhando os olhos dela novamente. Hye poderia se fazer de envergonhada, mas não queria, ainda encarando a boca dele.
—— O que?
Ele pareceu confuso, e ela sorriu. Seus olhos encontrando os dele novamente. A mulher se inclinou, e o Park não se afastou.
—— Posso te beijar? —— sussurou, seus lábios muito próximos aos dele.
O homem engoliu em seco, mas acenou. Tão imóvel, que parecia uma estátua aquecida. Adorável, gentil e inocente, pronto para ser corrompido pela mulher a sua frente.
Hye sorriu ainda mais. Colando sua boca na dele. A dela fria e a do soldado quente. E se afastou, após aquele breve selinho.
Contente em vê-lo tão vermelho, e tímido. Ele era gentil de mais para afastá-la, e Hye não iria abusar daquilo, iria deixá-lo em seu limite, fazê-lo querer tanto aquilo quanto ela.
A mulher leu o nome dele em seu crachá improvisado, sua mente iluminando.
Park Chan-yeong iria desejar suas mãos nele, todos seus sonhos seriam destinados a ela, seu corpo iria aquecer em ouvir seu nome ser chamado, e voltaria para Kim Hye-na todo dia.
Seria dela.
Olá!
Antes de tudo. Eu avisei e estou avisando, que essa fanfic não é fofinha e bobinha. É para matar nossa paixão por esse homem.
Novamente: Fanfic com muitas cenas +16/18.
Até porque é escrevendo essa que treino para as outras...
Ate daqui a pouco.
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