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não esqueça do seu votinho

A armadilha de um bom caçador nem sempre é tão garantida. Dúvidas há em todo canto, e a probabilidade do destino fazer o que aquilo aconteça, pode ser grande ou mínimo. Caçar um lobo não é tão fácil. Ter a sorte não é tão difícil. O peito arfa, mas nem sempre é de orgulho. As mãos suam, com o nervosismo transbordando para fora.

A mente de um perturbado é tão templo como uma escultura. A vários pensar, mas nenhum o ajuda. A adrenalina em seu corpo, o medo por trás de uma cortina. Respirar nem sempre é tão fácil. Pegar um drink para embriagar, nem sempre foi a melhor opção. Esquecer dos problemas, é mesmo que esquecer uma vida.

Toda vida há um problema. Perfeita demais. Complicada demais.

As escolhas são como armadilha em meio a floresta, você nunca sabe onde pisar. O que escolher ou o que aceitar. A mente ecoa. O destino te obriga. Você não pode ficar parado no mesmo lugar para sempre.

Com suas mãos esticadas, Jimin olhava para o homem passivamente medir seu corpo finalizando. Nesse meio tempo, pode parar para cogitar melhor. Aquilo era uma loucura. Tudo era uma loucura. Sua mente vagava em sua mãe e a próxima fábula que iria criar. Tudo estava por cima da hora, e ele tinha que encontrar uma desculpa mais aceitável para os seus pais.

Seus olhos deslizavam nas mãos ligeira do homem, medindo e anotando, centrado em cada ponto, como um verdadeiro profissional.

Um suspiro escapou entre sua angústia. Parecia cômico, contudo não tinha vontade de rir. Coisas em sua volta estivera acontecendo de um modo que jamais imaginou. Doação de empresa para si, evento com roupa que jurara custar um exagero. No fundo, Park via-se sendo comprado.

Ele não desejava empresa para si. Ele não desejava ir ao evento. Ele não desejava roupa nova. Isso não fazia parte do acordo.

- Eu vou ter uma roupa perfeita para você. Desenhei ela e já está com a costura começada e parece que irá cair perfeitamente bem em você. Garanto que até sábado vai estar em suas mãos. - O estilista o informava intercalando seu olhar para cintura do garoto e para o seu caderno. - Você vai ser a primeira pessoa a usar. - Comentou.

O loiro mordeu a bochecha, abaixando seus braços, podendo relaxar um pouco. Sua atenção voltada para o homem que explicava sua roupa. Anuiu levemente.

- Terminarei de conversar com o Senhor Jeon melhor sobre seu o look e informá-lo o tipo que você quer. Talvez ele aceite. - Começou a juntar suas coisas.

Ainda no mesmo lugar, olhava-o mover com agilidade, guardando todas suas coisas na bolsa incrivelmente de couro. O homem em sua frente parecia elegante. Sua voz calma e doce parecendo saber fazer cada coisa. Seu olhar analisador como um bom profissional estivera estampado em seu semblante.

- Com licença, Senhor Park. - Se retirou antes mesmo de ser respondido.

Fitou em volta. Jungkook ainda estaria a fazer uma reunião e mandou para que não saísse da sala reserva - como assim quis nomear. Mirou pela janela vendo a piscina ser limpada.

O sol ainda mostrara sua beleza, iluminando cada parte. O vento quente e bom adentrava calmamente pela janela. Era notório o som dos pássaros em volta, em cada galho das árvores que continha no imenso jardim.

Olhou para a mesinha, mordendo seu lábio hesitando se devia assinar. Não queria conflito e discordância de seu pai, mas Jeon queria de tal forma e não mudaria de opinião, visto que quando teve a oportunidade simplesmente descartou.

Aproximou-se da mesa, agarrando o primeiro papel que estava posto. Olhou as letras escritas em cada canto. Parecia tedioso passar horas apenas lendo e assinando, todavia começou a ler os básico e logo em sequência assinava, colocando-os de lado.

As horas passaram e com elas a vontade do garoto de ler diminuiu, apenas assinando sem pressa. O sol já estava querendo se pôr, dando seu último aviso em um iluminar alaranjado. E assim que concluiu, juntou todas as folhas em um perfeito aliado.

A tranquilidade do ambiente parecia-lhe deixar levemente com sono. Ansiava deitar sobre seu lençol e aprofundar seu rosto sobre o travesseiro, entrando em um profundo e gostoso sono, podendo acordar só no amanhecer para partir para faculdade.

Encostou mais sobre o sofá sentindo suas costas agradecer pela ação. Seu corpo entrou em um pequeno aflito, mas logo se relaxou. Soltou a caneta fitando a parede e admirando mais o silêncio ao redor. Ouviu a porta abrir.

- Assinou? - Ouviu a voz de Jeon penetrar em seu ouvido. Olhou-o mover-se para perto de si, pegando os papéis sobre a mesa, verificando cada um.

- Sim. - Proferiu em um suspiro, agradecendo por ter encerrado até a última folha. - Você tem certeza que você quer que eu vá nesse evento? - Indagou, depois de alguns segundos calado.

Jungkook desviou sua atenção para a folha, agora encarando o garoto em sua frente.

- Sim. Você será meu acompanhante.

- Por que eu? - Se ajeitou melhor no sofá.

-Porque eu quero que você seja. - Examinou desinteressado, voltando olhar atentamente para a folha.

Se manteve alguns minutos calado. Park ainda tinha sua mente invadida por perguntas que ansiava em dizê-las sem pudor, contudo se manteve quieto. Jungkook tinha o escolhido e simplesmente queria que o mesmo fosse ao evento de seu pai, sem incomodar-se com as circunstâncias em volta.

- Preciso descansar. - Comentou, com sua voz recheada de cansaço e exaustão. Se levantou agora tendo o olhar do homem em si, analisando cada movimento. - Vou para casa. - Informou, tendo apenas o silêncio como resposta.

E em um momento ousado, Jimin se aproximou, colando seus lábios, com receio do moreno o empurrar para trás e xingá-lo. Contudo sua surpresa preencheu seu corpo ao ouvir as folhas cair a mesa em um pequeno barulho e Jungkook alcançar sua cintura puxando-o para perto de si, colando perfeitamente seus corpos.

Suspirou sentindo aperto nas laterais de seu corpo, tendo sua boca invadida pela língua de Jeon que parecia faminto. Se afastou ofegante e a falta de ar. Os lábios finos pareciam vermelhos e chamativos, desejando o garoto a beijar mais.

- Tchau. - Proferiu, sentindo Jungkook gradualmente afastar as mãos de sua cintura.

[...]

- E como você quer que eu te ajude? - Kim olhava para o garoto alerta em cada situação.

- Eu não sei. Eu não sei o que mais inventar para os meus pais, já que os mesmo saibam que o único lugar que eu vou é para sua casa. - Sua frustração estivera sendo notório em sua fala.

Quicava a bola de basquete seguidamente no chão escuro daquela noite. A lua parecia charmosa em meio às estrelas, clareando cada canto do parque quase vazio, incentivando os insetos e bichos noturnos a acordarem para uma longa e demorada noite aventureira.

- Você pode dizer que conheceu uma pessoa nova na faculdade e está interessada nela ou nele. Diga que você não quer apresentar agora mas já está feliz ao lado dessa pessoa e quer apenas ter uma confirmação.

- E depois? - Park para de movimentar a bola, colocando em seu colo, agora fitando o acizentado ao seu lado que comia um lanche tranquilamente. - Quando nosso acordo acabar eu vou dizer o que?

Taehyung deu de ombro.

- Diga que vocês não deram certo e acharam melhor encerrar o encontro que andavam tendo. - Mordeu seu lanche.

- Isso pode ser uma loucura! - Decreta. - Mas pode funcionar. Faz um ano que terminei com Aiton. Só não sei se irei convencer dona Anne, uma vez que ela quase pirou quando soube que eu estava namorando e nem ao menos levei ele para conhecê-la.

- Hum...sua mãe vai ser uma pedra em seu caminho. Você vai ter que ter muita cautela relacionada a ela. Mas diga que não é nada sério e está pensando em afirmar ou não, enquanto preferem ficar por assim mesmo, sem conhecerem a família de ambos.

Analisou melhor o acizentado ao seu lado, cogitando se seria mais eficaz dar essa pequena mentira. De certo sua mãe respeitaria o tempo imaginário de Park, e quando tudo acabasse, contaria que o romance não deu certo e partiu para sua vida de costumeira.

- Acho que irei usar essa desculpa e direi que passarei a noite com essa tal pessoa. Eu honestamente espero que dê certo. - Suas mãos pressionaram a bola de basquete, evitando morder sua bochecha.

- Isso é muita loucura! Até no colégio você era nomeado como o mulherengo e olha agora. Você deveria ter sido aberto antes. - Comentou deixando seu alimento de lado.

- Deveria! Mas quando estive no colégio me sentia confuso no que eu queria ou aceitaria. - Deu de ombro não querendo dar palco e atenção para esse assunto.

Permaneceram alguns minutos calados, apenas aproveitando melhor a brisa suave do vento batendo contra seus corpos. Jimin mirava sua bola analisando cada ponto, encontrando um meio de se distrair em meio ao silêncio que se reinou. Taehyung parecia passivo ao seu lado, voltando a comer serenamente. Suspirou, retornando a encarar o garoto.

- E o seu pai? - Indagou a questão que desejava saber.

Kim, no momento, parecia enjoar de seu lanche, deixando de lado e soltando um longo suspiro.

- Meus pais terminaram. Você sabe, ele retornou para esse mundo. Não é compreensível quando se trata de Byun Baekhyun. Ele sempre foi um delinquente para nós. Nos maltratava e depois colocava comida em nossos pratos. Só minha mãe sabe o tanto que ela sofreu quando ele esteve no mundo dos crimes e agora não está disposta em passar por tudo isso novamente.

- E onde ele está?

- Na outra casa. Meus pais tiveram uma briga feia e ele acabou cedendo em ir embora de vez, mas claro, deixando seus insultos e xingamento, nos amaldiçoando que vamos passar fome e necessidade sem a presença dele. Minha mãe fez a melhor coisa.

- É estranho pensar que anos atrás tanto seu pai como meu pai, ficavam unidos brincando com a gente, mostrando ser nossos verdadeiros heróis, quando na verdade não passavam de um mero monstro. - Comentou, tendo a confirmação de seu amigo.

Taehyung riu nasal, sem humor.

- As máscaras caem, elas não duram para sempre.

No fundo, Park se lamentava. Sua desavença com o seu pai só piorava constantemente dentro de seu lar. Quanto mais os dias se passavam, era tratado como um desconhecido em seu olhar.

Recebia olhares duros do homem como se estivesse em dúvidas para ser tiradas, mas buscava não transparecer em meio a sua voz de pouco caso.

- Eu nunca soube que Jisung fazia parte desse mundo ilegal, mas eu desconfiava e hoje para mim não é novidade que ele esteja empenhado junto a seu pai. Mesmo nunca tendo ouvido da boca de minha mãe ou simplesmente dele...mas as evidências estavam amplas e claras em minha frente, que até mesmo o maior tolo seria capaz de desvendar sem algum esforço. E eu não sei qual foi a melhor coisa que minha mãe fez até agora além de aceitar tudo calada. - Comentou, sentindo o gosto amargo da decepção em sua boca.

- Apenas somos amigos porque meu pai e seu pai foram amigos. - Proferiu de repente.

Park anuiu, contragosto porém fez. Jimin e Taehyung se conheciam desde criança, por Jisung e Baekhyun serem amigos próximos, no que resultou automaticamente em o loiro conhecer o amigo e simpatizar de primeira, contudo, certamente tinha um grande empurrão de seus pais que insistia para que os dois fossem amigos. Escolinha juntos, colégio juntos, boxe juntos e faculdade juntos. Tudo por escolha de seus pais. Até mesmo em finais de semanas quando os pais resolviam se juntar com os filhos para um passeio de dois dias.

Era impossível ambos não se aproximarem.

- E o que você sabe mais sobre o seu pai no crime que está agora? - Indagou recebendo um olhar de desgosto e preocupação.

- Eu não sei! Ele não vai parar por aí, parece tão disposto a arriscar tudo que chega a dar medo desse lado que Byun está aflorando a cada dia que se passa. Ele está tão obcecado em matar Jeon Jungkook que sua cegueira está-o fazendo ir em lugares desafiadores e duvidosos.

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