5.Amanhecer nebuloso

Take me, I'm alive
Never was a girl with a wicked mind
But everything looks better
When the Sun goes down

"Verta-me em ódio, leve-me a desforra!" -- Queen the Vampire

Seus lábios jaziam sem vida diante sua respiração dolorida, seu vestido parecia petrificado em seu corpo assim como os longuíssimos cabelos caídos ao lado, suas mãos estavam apoiadas uma sobre a outra ao lado de seu rosto enquanto seus cílios pareciam congelados, aos poucos se tornou visível a fina camada de gelo em seus cílios e os olhos que pareciam de vidro e apesar disso sua audição ainda funcionava perfeitamente.

-- Até quando pretende brincar com ela? -- O moreno sussurrou atiçando uma risada leve.

-- Você é jovem e ainda tem muito a aprender, mas se está tão incomodado vá até ela e seja o seu cavaleiro em meio ao meu inferno gelado. -- Com o finalizar de tais palavras Douma passou pela porta carmesim que daria acesso ao seu verdadeiro palácio, fazendo com que Kaigaku suspirasse, o moreno desceu do buda congelado e parou a sua frente tocando sua pele fria e sentindo seus últimos suspiros de vida, as mãos contornaram seu corpo indobrável sem nenhum esforço e aos poucos caminhou com você para dentro do verdadeiro recanto do paraíso eterno:

-- Não é que ele mal, é que realmente não se importa com nada. -- O belo demônio de olhos intensos que ao seu ver se parecia com um belo homem te levou até o quarto de hóspedes, deitou seu corpo no acolchoado macio dos lençóis e ligou a lareira, o mesmo 'homem' te tocou com cuidado te deixando próxima do fogo.

-- Queria fazer bem mais do que isso, mas não me permitem, ao menos posso te dar um pouco de energia. -- E assim tocou seus lábios semi-mortos e como se um sopro curto de vida tomasse seus pulmões, foi capaz de piscar pela primeira vez e ao notar sua reação ele se afastou sumindo na escuridão curta do ambiente, seus olhos apesar de piscarem sentiam o peso descer sobre eles e por esse mesmo motivo os fechou ainda precisaria dormir e tentar recuperar ao menos seu corpo, em sua cabeça te tivesse forças seria capaz de fugir.

Um ledo engano...

O sol forte brilhava no céu, sua noção de tempo e espaço estava completamente comprometida, mas agora sentia o ressoar fofo e felpudo como se algo ou alguém deslizasse por seu braço, seus olhos finalmente se abriram em um susto apena para erguer o tronco e olhar para trás dando de cara com o nada, sentiu o calor das chamas que agora lhe pareciam eternas por estarem chamuscando em uma manhã tão fria, foi então que se aproximou do fogo e notou que a lenha debaixo do fogo estava intacta e pior do que isso foi o tecido deslizando por seu ombro fazendo se dar conta de que estava completamente nua, a vergonha lhe acometeu e pensamentos sensíveis e cruéis passaram por sua mente, teria sido o seu corpo violado de alguma maneira? Você se moveu sentindo as dores da noite anterior, notou que o local onde estava deitada estava limpo sem um resquício de sangue sequer e para sua felicidade ou tristeza havia um bilhete sobre a cama, suas mãos ainda trêmulas foram até o pedaço de papel bem dobrado com uma leve fita vermelha ao redor se cobriu com o lençol felpudo deixando a parte detrás exposta por onde seus cabelos caíam. O laço foi desfeito com calma e seus olhos pareciam não entender o que estava escrito, no primeiro momento parecia sânscrito e quanto mais olhava menos compreendia, dedilhando o papel não percebeu o quanto estava navalhado, somente sentiu o fino rasgo em seu dedo.

-- Ai! Bem que a mamãe dizia que um corte de papel dói tanto ou mais que uma faca. -- Sussurrou, levando do dedo a boca sem notar que a gota que escorreu pela folha foi absorvida e ao perder um tempo encarando o papel e vendo as letras tão legíveis piscou diversas vezes antes de se pôr a desvendar o pequeno mistério:

Não se preocupe, continua tão casta quando chegou, suas roupas fora levadas para a limpeza visto o estado da peça, há novas para você no armário e se quiser continuar viva, não fuja.

Por um momento imagens de um homem de cabelos escuros e olhos coloridos vieram a sua mente, assim como os lábios te tocando, sentiu-se mal por pensar em algo tão fútil em um momento tão crucial mesmo que se tratasse de seu primeiro beijo, respirou fundo mais uma vez e balançou a cabeça se concentrando no que realmente importa, ou seja, o papel.a sua frente ao qual não havia um remetente e a informalidade lhe pegou de surpresa, também não conseguia raciocinar se aquele que lhe escreveu tentava lhe ajudar, coagir ou assustar e tudo em ti estava fadado pelo instinto, era por causa dele que estava viva.

Sn Nethuns Amarantis tomou o papel em mãos, caminhou pelo quarto até o único armário do local, a sensação de está sendo observada se intensificava casa vez mais e por esse motivo fazia questão de apertar o tecido em seu corpo, o cobrindo ao máximo, ao estar de frente para o armário que notou ser de madeira com entalhes trançados e desenhados a mão seus dedos deslizavam por ali e seu corpo se abaixou na hora de abrir o armário temendo pelo pior, porém, nada saiu dali. Assim puxou delicadamente o vestido tão vermelho quanto o que usava anteriormente, as vestes íntimas brancas e uma escova de cabelo, primeiro se vestiu, sentindo o ar ao seu redor gelar e voltou para conferir a lareira que agora aos poucos se apagava, se abaixou para por mais lenha no fogo trançando o cabelo no processo e como na manhã nebulosa em que despertou, sentiu um toque suave e frio por suas costas arrepiando a coluna coberta pelo vestido, sua respiração acelerou sentindo todos os pelos do seu corpo se eriçar e para piorar foi capaz de ver a mão deslizando pelo corpete duro em sua cintura na intenção de contornar se tinha alguma dúvida do que fazer ela se materializou em sua frente pronta para dar-lhe um tapa e sua situação tendia a piorar, pois, agora, o demônio sussurrava em seu ouvido.

-- Não corra.


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Pré-revisado.

No próximo teremos mais Douma.
Música Make me wanna die- The Pretty Reckless

https://youtu.be/XAPxwx5iYcA

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