19.Somente servidão
I have screamed until my veins collapsed
I waited as my time's elapsed
Now all I do is live with so much fate
I've wished for this, I've bitched at that
I've left behind this little fact
You cannot kill what you did not create
Enquanto Sn estava na companhia de Daki
Douma aproveitava a água quente de olhos fechados, podia sentir um par de olhos extras sobre si como se o decorasse.
— Saia daí, Nala, é muito feio espiar. — Ironizou, e a mulher se aproximou.
— Sinto muito, lorde, eu não queria invadir sua privacidade.
Ele riu de leve.
— Mentir também é bem feio, Nala, e não combina em nada com você. Agora tire essa roupa. — Douma se ergueu, deixando o abdômen e quadril expostos. A mulher sorriu antes de começar a desamarrar o vestido, mas não terminou devido às mãos fortes que seguraram seu pulso.
— Akaza-dono, que surpresa boa!
— Pro inferno, seu maldito. — Olhou para a garota, que só faltou se ajoelhar e implorar pela vida.
— Solte-a, Akaza, essa mulher é irrelevante. — A voz veio daquele que estava no posto mais alto.
— Que alegria, saber que me adoram, mas estou em lua de mel.
Dessa vez, o olhar de Akaza aparentava desprezo.
— Ele estava prestes a por uma galhada na cabeça de Sn. Que porra de casamento é esse? — O rosado soltou a mulher. — Saia daqui agora.
Nala engoliu a saliva com dificuldade antes de correr em direção ao palácio.
— Que showzinho desnecessário. — Kokushibo se sentou sobre o banco de pedra, encarando o louro seriamente. — Você só tinha um trabalho. O mestre não aguenta mais esperar. Quando retornar, vai te partir ao meio.
Akaza revirou os olhos com as palavras do mais forte.
— Se esse é o caso, deveriam ter escolhido outro. Douma não sabe levar seus compromissos a sério e a prova viva disso é que nem engravidar uma simples mulher conseguiu.
Kokushibo massageou as têmporas como se procurasse pela paciência que perdeu.
— E você sugere o quê, Akaza? Descumprir uma ordem do mestre porque não concordamos com os métodos frívolos de Douma? Sabe muito bem o motivo dele ser o escolhido.
— Por mim, tanto faz. Só não me chamem até aqui à toa. — O rosado se preparou para sumir, entretanto, foi impedido pelo superior um.
— Convoque Hanâmi. — Tais palavras deixaram o rosado descrente enquanto Douma batia as pontas dos dedos. Akaza queria negar, afinal, foi só por isso que aceitou liberá-la. Ela estava mais segura casada com o herdeiro das chamas do que ao lado do demônio. E agora, mesmo com ódio e frustrado por tal pensamento, obedeceu:
— Hakai satsu. — Se afastou proferindo em um sussurro as palavras, e ambos aguardaram. Nada ocorreu a princípio, e demorou um pouco para que as folhas que estavam no chão próximo a Akaza se movessem em sentido contrário até subir, levantando poeira, e ao baixar, revelou a bela mulher. A Rengoku usava um vestido branco longo, pouco solto na cintura, e os cabelos estavam presos em uma trança. Os olhos dourados dele se fixaram nela.
— O que você quer comigo, Akaza? — O sussurro quebrou tal momento. Sentiu o rosado se aproximar e estender a mão, como sempre fez e nunca seria recusado. O beijo foi deixado na destra, que alisou a face do demônio com carinho.
— Eles querem te ver. — A resposta deixou-a momentaneamente em silêncio antes de olhar para os outros e avistar o superior dois na fonte.
— Sempre é por sua culpa, não é, Douma?
— Ah, Hanâmi-chan, também estou com saudades de você. — Ironizou.
— Me digam de uma vez o que querem. — Os orbes violetas foram de encontro aos do lua superior um, ignorando o loiro.
— Quero propor um acordo: sua maldição removida pela vida do nosso mestre.
Ela respirou profundamente. Sem as penalidades, poderia estar com Akaza livremente, além de Kyojuro, mesmo achando que ambos não saberiam dividir. No entanto, entendia com exatidão o que essa escolha desencadearia na sociedade humana.
— É só isso? — Kokushibo encarou-a levemente. — Eu recuso. Agora preciso voltar, meu marido está me aguardando. — Ao passar por Akaza, os olhares se cruzaram, e ela tocou-lhe os lábios com as pontas dos dedos. — Me leve para casa.
Era exprimível a saudade que não poderia ser demonstrada, do contrário, seria considerada uma fraqueza. Entretanto, metade de si desejava partir com o demônio.
— Talvez a escolha de Douma tenha sido muito prematura. Ele não está pronto. Tente anular o casamento e escolha uma mulher que fará o que tanto deseja e não uma sensata que merece muito mais do que esse sádico tem a oferecer. Sn é demais para ele, assim como Kotoa foi. — E assim sumiu, deixando um certo loiro irritado dentro da água, emoção a qual ele preferiu não demonstrar.
— Então anularemos. — A voz de Kokushibo ecoou enquanto o loiro relaxava.
— Não vai dar não. Se eu quebrar o contrato, serei morto, e o mesmo vale para minha amada dama.
Os três pares de olhos de Kokushibo foram de encontro a Douma, segurando firme no cabo da espada.
— O que foi que você fez?
— Um contrato eterno. — A resposta veio de Akaza, que se manteve distante e olhando para o mesmo lugar por onde Hanâmi havia sumido.
— Não é justo que só vocês mantenham esse contrato. — Respondeu despreocupado, e somente com a pressão do ar, manejando a espada tão rápido que não pôde ser vista, o loiro teve a cabeça decapitada. — Kokushibo-dono, seu humor está péssimo hoje.
Ironizou, e Akaza apenas sumiu.
— Dê um jeito nisso, do contrário farei com que Nefira peça um favor às irmãs Kocho, e elas lhe farão uma visitinha inesquecível. — Um certo arrepio passou pela espinha dorsal do demônio, comprovando que até ele tinha suas ressalvas.
— Sempre fui tão bem-educado com a lady, não há motivos para isso. — Riu despreocupado enquanto Kokushibo se afastava.
— Motivos? — Ele virou a cabeça levemente para o lado. — Você tirou o filho dela, quer mais motivos que esse?
— Kokushibo-dono, eu não tenho nada a ver com a morte do Kaigaku. O que posso fazer se ele não soube ser um bom discípulo? Talvez Lady Nefira precise de filhos novos!
O superior um se limitou a olhar para frente, estava irritado e só não o matou por ser proibido por seu mestre.
— Se vire, superior dois, e da próxima vez que fizer qualquer sugestão ou tocar no nome da minha mulher, eu te mato e foda-se as consequências.
E assim sumiu. Douma sabia que Nefira não podia gerar seus próprios filhos, e tocar em tal assunto era claramente ácido e uma forma de desestabilizar Kokushibo. Também tinha ciência do "casamento fracassado" do seis olhos e não pensou em medir as palavras. Na verdade, não pensou em nada e, no fundo, gostava de ser desprezível. Queria simplesmente ver as emoções daqueles com quem dividia os postos mais altos da Corte.
Você não sabia nem da metade dos problemas à sua volta, e ele não fazia questão de te explicar. Talvez, se assim o fizesse, tentaria tirar a própria vida em prol de levá-lo junto e acabar com essa situação.
O loiro colocou a cabeça no lugar e afundou nas águas quentes antes de apoiar os braços nas pedras que serviam de encosto e aparagem. Douma olhou para o céu e respirou tranquilamente, como se não houvesse uma corda bem amarrada em seu pescoço.
— Em toda a minha existência, nunca vi Kokushibo-dono tão irritado. Talvez isso se deva ao fato de essa ser a última tentativa de renascimento do mestre. Esse jogo está cada vez mais divertido.
Douma notou que Akaza também havia sumido, e como se uma luz chamasse por ele no meio da escuridão, o loiro teve uma ideia que considerou genuína. Assim, saiu da fonte e não se incomodou em andar nu até a porta, batendo duas vezes, muito menos se surpreendeu por ser Nala a abrir. Os olhos da loura percorreram o corpo alheio, travando abaixo do quadril, e teve o queixo seguido pelos dedos da esquerda, sentindo as unhas pontiagudas ralharem levemente na face.
— Preciso que faça algo pra mim. — Ela estava prestes a dobrar os joelhos levemente, e ele riu com a ideia tentadora. — Talvez mais tarde. Agora, seja uma boa serva e escute o que tenho a dizer.
Momento atual
Daki sumiu, deixando você completamente séria, e enquanto pensava em qual atitude tomar, ouviu o barulho de passos e um leve burburinho pelos corredores...
"O lorde está pensando em arrumar outra esposa."
— Será que o lorde assumirá outra esposa?
— Não sei, ele parece muito interessado na Lady Sn — outra falou.
— Ouvi dizer que ela não está sendo receptiva, e sabemos como o lorde gosta de mulheres — uma mulher de fios esverdeados sussurrou.
— De fato, nunca ouvimos Lady Sn gritar, ou um gemido sequer — você notou uma mulher de vestido laranja comentar e respirou fundo antes de contar até cinco e caminhar lentamente.
Será possível que minha vida pessoal é tão emocionante a esse ponto? E pior, meus gritos de pavor e desespero ninguém nesse castelo infernal escutou, inacreditável. — Caminhando lentamente com seus pensamentos à flor da pele, ainda ouvia as vozes pelo corredor.
— Nunca houve uma mulher tão boa nesse lugar depois de Lady Kotoa, e eu espero que esse boato seja mentira. O lorde parece tão mais calmo depois que se casou com a senhorita Sn.
— Eu realmente gostei dela, a maioria da casa gostou, nunca foi grossa ou sequer nos humilhou como Lady Daki costuma fazer quando vem — as divagações continuavam e você manteve seu queixo erguido. Se havia boatos, iria direto na fonte deles, não perderia seu tempo com aquelas que serviam o demônio, pois não tinham culpa de nada, nem mesmo da falsa divinação por um ser tão vil.
O rastro do seu perfume acompanhava seus passos leves e todas estavam concentradas demais para perceber o vulto do seu vestido arrastando no chão.
— Se isso for verdade, espero que ele não assuma a concubina. Ela não é boa coisa — seus passos iam em direção oposta ao restante da fofoca. Ao retornar à fonte, pôde ver seu demônio de cabelos presos, tendo as costas massageadas por uma das moças da casa, enquanto outra jazia sentada no colo dele dentro da fonte, cuidando dos cabelos e pescoço. Ao te ver, ele sorriu.
— Saiam — não queria ter soado tão grossa, mas estava com raiva e, segundo você, totalmente infundada. Afinal, se Douma arrumasse outra esposa, você estaria completamente livre, pelo menos foi o que pensou.
— Minha dama vai estragar os meus cuidados — você respirou pesado. Não entraria no jogo dele. Não dessa vez.
— Ou elas saem ou será desmoralizado na frente das suas servas — ameaçou, e ele se manteve de olhos fechados, erguendo o pescoço para que fizessem massagens, exigindo que usassem os lábios por serem macios demais, e seus punhos se fecharam antes que suavizasse a expressão.
— Depois não diga que não avisei — você se sentou sobre o banco de pedra. — Então quer dizer que pretende arrumar outra esposa.
O loiro sorriu.
— Hm, pelo visto as notícias correm rápido no meu palácio. O que você acha de eu escolher uma dessas duas? E vocês, minhas fiéis seguidoras, gostariam de me pertencer verdadeiramente? — pôde ver o olhar delas e o menear confirmador, e resolveu seguir os conselhos de Nefira e Daki, mesmo que não estivesse acostumada ou soubesse de fato agir assim.
— Eu acho a ideia fabulosa, querido, mas há um problema nisso.
— E qual seria, minha Washi no Miko?
— Douma, você não consegue dar conta de mim, quem dirá de outra esposa. Sejamos sinceros: aquela concubina que arrumou foi só uma fachada para não duvidarem da sua capacidade, e agora está aqui alarmando aos outros e tudo isso para quê? Precisa tanto assim se afirmar? — você se levantou notando os olhos dele fixos em ti como se quisesse te queimar, e até mesmo as seguidoras estavam completamente envergonhadas. Quando mencionou tal ato, se referiu ao fato dele não ter controle sobre você, mas obviamente que elas entenderam como um ato sexual ao qual não lhe passou pela cabeça. Entretanto, nunca desejou tanto ter um dos leques dele em mãos como agora para poder esconder o sorriso.
Valeu a pena reter a prepotência do demônio, contudo, pagaria por isso.
— Belas seguidoras, nos deixem sozinhos e tranquem as portas quando saírem — tudo foi dito em meio aquele semblante angelical de sempre.
Elas obedeceram tão rapidamente que você apenas respirou imaginando o que Douma faria. E como pensou, o ambiente ficou frio de repente.
— Tão previsível — seus olhos não demonstravam a emoção que ele esperava, pelo contrário, não demonstravam nada. E então, todo o frio sumiu. O demônio sorriu sem mostrar os dentes e se levantou minimamente. Conforme andava, você assistia parte de seu corpo nu se movendo pela água cada vez mais rasa até que não restou nenhuma gota para cobrir. Seu olhar se manteve nos belos arco-íris infernais tentando não se fechar. Nunca lidou com isso antes e não queria que Douma percebesse que você estava cheia de vergonha. O loiro se curvou apoiando o braço direito no encosto, o deixando congelado, arrepiando suas costas, enquanto os pingos d'água que caíam iam em direção ao seu corpo.
— Então quer dizer que sou previsível? — ele mordeu o lábio inferior observando sua nuca arrepiar pelo frio praticamente congelante.
— E estou errada? Agora, por exemplo, tenho certeza de que você vai me torturar — seu semblante estava tedioso e ele detestou.
— Ah, eu vou mesmo! — a voz cada vez mais baixa enquanto se aproximou ao ponto dos lábios dele roçarem em sua orelha direita. — Acha que minha única arma é o frio? — respirou fundo — está redondamente enganada.
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Pré-revisado.
Eu deixei nos avisos, mas para quem não entendeu ainda o Douma usa fear play com a personagem em boa parte do tempo, só que no caso dele é não consensual.
Música: Duality - Slipknot
https://youtu.be/HgS_kSkZC1A
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