|Capítulo 02|

P.O.V Jackie Maybank

Na manhã seguinte após o furacão, rolei na cama e percebi que JJ não estava ao meu lado. Suspirei, sentando na cama e esfregando os olhos. Levantei e fui até a minha mochila, tirando de lá um maiô. Troquei rapidamente as roupas que tinha usado para dormir, vesti o maiô e um short marrom por cima, e uma blusa preta larga.Depois de arrumar meus cabelos curtos com os dedos, calcei as sandálias e saí do quarto.

Assim que abri a porta, dei de cara com John B.

— Bom dia — murmurei, quase ao mesmo tempo que ele.

— Cadê o JJ? — perguntei, ainda meio sonolenta.

— Deve estar lá fora — respondeu ele casualmente, enquanto saía em direção à varanda. Eu o segui.

Quando chegamos lá, a destruição era evidente. Árvores caídas por toda parte, folhas espalhadas como se tivessem sido jogadas pelo vento sem piedade. Parecia que o furacão Agatha havia deixado um rastro de caos.

— Nossa... — murmurei, descendo as escadas lentamente. — Agatha fez um bom estrago, hein?

— Fez mesmo, diabinha — concordou John B, já ocupado removendo galhos de um dos barcos na frente da casa.

De repente, JJ apareceu encostado no batente da porta, segurando uma lata de cerveja.

— Bom dia, pequena — disse ele, com aquele sorriso despreocupado que só ele tinha.

— Bom dia — respondi, revirando os olhos ao vê-lo com cerveja logo cedo. Enquanto isso, John B continuava a murmurar algo sobre o estado dos barcos. Me aproximei dele, curiosa.

— E aí, o que vamos fazer agora? — perguntei, encarando-o enquanto ele afastava mais galhos.

John B sorriu de canto e bateu de leve com o dedo no meu nariz.

— Bom, pequena diabinha, a tempestade provavelmente jogou caranguejos nos manguezais. Os peixes vão atrás deles.—respondeu ele—Então, temos que pescar.

JJ riu ao ouvir isso e levantou a lata de cerveja como se brindasse à ideia.

— E o juizado? — perguntou JJ, arqueando uma sobrancelha. — Não era hoje?

John B deu de ombros, ainda ocupado com os barcos.

— Eles não vão pegar a balsa hoje. Deus está mandando a gente pescar — disse ele com uma tranquilidade que só ele tinha.

Eu fiquei tão animada com a ideia que dei alguns pulinhos, já imaginando a aventura.

— Vamos pescar! — exclamei, me virando rápido demais e, claro, tropeçando no meu próprio pé. O tombo foi inevitável.— Ah, droga! — resmunguei, deitada no chão enquanto JJ gargalhava alto.

— Pequena, você é inacreditável — ele comentou, ainda rindo.

John B balançou a cabeça, tentando conter o riso, e estendeu a mão para me ajudar a levantar.

— Agora irei te chamar de desastrada— disse ele, rindo junto.

(...)

O som de pássaros e água batendo contra o barco. Estava sentada na ponta, balançando os pés acima da água enquanto JJ e John B me observavam com olhares desconfiados. 

— Jackie, para de balançar esses pés antes que você caia aí dentro — JJ resmungou

— É um barco pequeno demais pra gente estar relaxando assim hoje — comentou John B, enquanto remávamos por entre os destroços que o furacão Agatha deixou.

Passamos por outros barcos, acenando para conhecidos pelo caminho. O cenário era desolador, com galhos quebrados e lixo espalhado pela água. 

— Olha só esse lugar... — falei, apontando para o caos à nossa volta. — Agatha fez um estrago enorme. Vai levar o verão inteiro pra limpar tudo isso. 

— Infelizmente, você tá certa, diabinha — concordou John B, com o olhar fixo nos barcos danificados. 

Quando passamos pela casa do Pope, avistei-o do lado de fora, limpando algumas coisas. Sorri ao vê-lo, digamos que tenho uma queda pelo Pope, mais o azar de eu ser menor de idade, se eu tivesse 16 anos pelo menos

— Ei, Pope! — acenei animada. 

— Ei, cópia do JJ! — respondeu ele, rindo, enquanto John B começou a imitar uma transmissão de rádio. 

— Atenção, Pope! Temos uma reunião de segurança, presença obrigatória! — disse John B, fingindo ser sério. 

— Não dá, meu pai não quer que eu saia — Pope respondeu, olhando para nós no barco. 

— Seu pai é um fracote. Câmbio? — JJ provocou, segurando o riso. 

— JJ! — repreendi, olhando feio para ele. 

— Foi só uma brincadeira, pequena! — respondeu ele, levantando as mãos como se fosse inocente. 

— Eu ouvi isso, seu mal-educado! — a voz do Sr. Heyward ecoou enquanto ele aparecia atrás do Pope, já parecendo irritado. — Não entendo como Jackie anda com vocês, em vez de crianças da idade dela. 

— Precisamos do seu filho, tio Heyward! — disse John B, tentando parecer convincente. 

— Conheço as regras. O dia depois do furacão é folga!

— Quem inventou isso? — questionou o Heyward mais velho irritado

— Acho que foi o Pentágono — JJ respondeu, vasculhando os bolsos. — Tenho autorização aqui no meu cartão, ó. 

— Vocês acham que sou burro? O Pentágono? — Heyward retrucou, a irritação aumentando, não resisti e abri um sorriso provocativo. 

— Tio, quer sinceridade? — perguntei com um tom de provocação. 

— Nem começa, Jackie. Conheço a sua "sinceridade". 

Levantei as mãos como se estivesse me rendendo, mas não pude deixar de alfinetar. 

— Vai lá comer sua mulher, tio. Relaxa, estamos de férias. 

Heyward me lançou um olhar indignado, mas Pope aproveitou a brecha e começou a andar na nossa direção. 

— Dá uma corridinha, Pope! — JJ incentivou, rindo enquanto Pope saltava para dentro do barco, ignorando as reclamações do pai. 

— Vamos trazer o seu filho de ouro em segurança, tio Heyward! — gritei, acenando enquanto nos afastávamos. — Agora vai lá transar com sua mulher! 

Os meninos começaram a gargalhar assim que nos distanciamos, e John B balançou a cabeça. 

— Jackie, você não tem jeito.— disse ele.

— Falei só a verdade. — dei de ombros, sorrindo enquanto Pope se sentava ao meu lado. 

— Tem certeza de que você tem 13 anos? — perguntou Pope, claramente desconfiado. 

— Claro que tenho, mas tenho um irmão mulherengo. — Apontei para JJ, rindo. 

— Eu ouvi isso, Jackie! — JJ retrucou, indignado. 

— Ainda bem que você não está surdo. — respondi, fazendo todos rirem enquanto continuávamos navegando. 

Quando chegamos ao pier da casa da Kiara, ela já estava nos esperando com uma caixa nas mãos. JJ a ajudou a subir no barco, colocando a caixa no chão. 

— Bom dia, gente! — disse ela, sorrindo. Ao se aproximar de mim e Pope, deu um beijo na minha testa. — Oi, minha garota favorita. 

— Oi, minha Moana — respondi, provocando risadas. 

— O que tem aí? — JJ perguntou, apontando para a caixa com curiosidade. 

— Umas coisinhas pra gente — respondeu Kiara, abrindo a tampa. Ela pegou uma cerveja e jogou para JJ. Depois puxou um refrigerante e jogou pra mim. 

— Por que eu não posso beber cerveja? — perguntei, inocente. 

— Por motivos óbvios — respondeu Pope. 

Mas JJ, sendo JJ, se aproximou com uma lata de cerveja na mão e me provocou.

— Toma, bebe aí, vai. 

— JJ! — gritaram John B, Pope e Kiara ao mesmo tempo, indignados. 

Ri, peguei a lata e dei um gole, mas cuspi na cara do JJ no segundo seguinte. 

— Que nojo! — resmunguei, enquanto Pope arrancava a lata da minha mão e a entregava de volta ao JJ. 

— Fica longe das cervejas, Jackie — ele disse, balançando a cabeça. Abri meu refrigerante e tomei um gole para tirar o gosto amargo. 

Enquanto John B conduzia o barco, todos ainda riam da minha reação exagerada.

Mais um capítulo postados amores espero que gostem 🥰 ♥️

O que acharam desse capítulo amores???

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Meta 20 curtidas e bastante comentários.

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