﹙⠀I𝐕. ﹚⠀who's in control?

CADA PALAVRA TROCADA na sala parecia pesar mais que a anterior. Os gestos e sorrisos educados, meticulosamente ensaiados, formavam uma coreografia silenciosa que eu tentava seguir. Aquela refeição em família não era apenas uma refeição; havia algo subentendido, uma tensão palpável que todos pareciam entender, mas ninguém mencionava.


Quando Rika e Banks chegaram, o ambiente se carregou de uma tensão quase elétrica. O som da porta se abrindo fez com que todos ao redor da mesa congelassem por um instante, e o silêncio que se seguiu foi apenas interrompido pelos passos delas. Todos os olhares se voltaram para a entrada, onde Rika e Banks estavam, e a surpresa foi visível em cada rosto. Ninguém esperava por elas.

Elas trocaram olhares rápidos com Damon, e, por um breve momento, o sorriso de Dag se desfez, substituído por uma expressão que me fez questionar o que realmente estava acontecendo.

- Finalmente chegaram - disse Winter, com a habitual gentileza, mas com um alívio perceptível em sua voz. Seu olhar, no entanto, traiu uma leve surpresa, como se a presença de Rika e Banks não tivesse sido esperada. - Estávamos começando a nos preocupar.

- Desculpe pelo atraso - respondeu Rika, lançando um olhar breve em minha direção antes de se dirigir ao restante da família. - Tivemos alguns... assuntos pendentes para resolver.

O tom de Rika fez meu desconforto crescer. Havia uma tensão subjacente, como se palavras não ditas pairassem no ar, esperando para ser reveladas.

Enquanto Rika e Banks se acomodavam à mesa, os olhares ao redor se tornaram ainda mais intensos, como se eu estivesse sendo avaliada com uma severidade redobrada. O que quer que estivesse acontecendo, eu percebia que estava longe de controlar a situação.

Dag, ao meu lado, colocou uma mão sobre a minha. O gesto deveria ser reconfortante, mas apenas acentuou a seriedade do que estava por vir. Embora cercada por aquelas pessoas, sentia-me como se estivesse sob uma análise meticulosa.

O jantar prosseguiu de maneira formal, com conversas superficiais e cortesias que disfarçavam o verdadeiro clima do ambiente. A cada momento, sentia o olhar de Damon sobre mim, como se ele esperasse que eu revelasse algo oculto.

Quando o jantar se aproximava do fim e todos começavam a se levantar da mesa, Damon rompeu o silêncio.

- Astrella - chamou ele, com uma calma carregada de uma intensidade que fez todos na sala voltarem seus olhares para nós. - Você está se sentindo confortável aqui? Sente-se em casa?

A pergunta parecia simples, mas carregava um peso invisível. Damon não estava apenas perguntando se eu estava confortável na casa dos Torrance; ele estava sondando algo mais profundo.

Engoli em seco, forçando um sorriso ao encarar seu olhar penetrante.

- Claro, Damon. Todos têm sido muito gentis comigo.

Damon manteve o olhar fixo em mim, como se esperasse algo mais na minha resposta.

Ao meu lado, Dag se remexeu, visivelmente desconfortável com a direção da conversa. Ele sabia que havia algo mais por trás daquela pergunta, algo que poderia alterar o curso da noite.

- Que bom ouvir isso - disse Damon, com um sorriso que não chegava a alcançar seus olhos. - Porque, afinal, uma Torrance deve sempre se sentir em casa. Não é?

O silêncio que se seguiu era palpável; todos pareciam prender a respiração. As palavras de Damon pairavam no ar, carregadas de um significado oculto, e eu sabia que qualquer resposta errada poderia desencadear algo inesperado.

Naquele momento, percebi que um passo em falso poderia ter consequências imprevistas. A tensão na sala era densa, e o ar estava carregado de palavras não ditas. Damon estava jogando um jogo perigoso, sondando minhas reações, procurando uma fraqueza que eu não podia revelar.

- Sim, claro - respondi, tentando manter a voz firme. - Estou grata por todo o acolhimento.

Damon arqueou uma sobrancelha, como se ponderasse minha resposta, mas antes que pudesse dizer mais, Winter interveio, sua voz suave cortando a tensão no ar.

- Que bom que você se sente assim, querida. A família é fundamental para nós, e queremos que você faça parte dela.

Seus olhos azuis fixaram-se nos meus, e por um breve instante, vi algo diferente em seu olhar - uma mistura de preocupação e advertência. Ela parecia me alertar, silenciosamente, para que tomasse cuidado e não caísse nas armadilhas ao meu redor.

- E sempre vamos proteger quem é nosso - acrescentou Rika, com um sorriso que não alcançou seus olhos. Ela então se levantou da mesa, sinalizando o fim do jantar.

O restante da família seguiu o exemplo, todos se levantando quase em sincronia. Dag apertou minha mão, um sinal silencioso de que estava ao meu lado, mas a tensão em seus olhos era inconfundível. Ele estava tão ciente quanto eu do subtexto daquela conversa.

Enquanto os outros começavam a sair da sala de jantar, Damon se aproximou de mim, sua postura casual, mas seus olhos fixos nos meus.

- Espero que tenha gostado do jantar, Astrella - disse ele, com uma voz educada, mas com uma faísca de algo mais sinistro por trás de suas palavras.

- Foi maravilhoso, Damon, obrigada - respondi, mantendo o sorriso apesar do desconforto que crescia dentro de mim.

Ele se aproximou ainda mais, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido, de forma que apenas eu pudesse ouvir.

- Tome cuidado, Astrella. Nem todos aqui são o que parecem ser.

Com essas palavras, Damon se afastou, o mesmo sorriso educado de antes voltando ao seu rosto enquanto ele se juntava ao restante da família, que agora se movia em direção à sala de estar.

Fiquei ali por um momento, processando suas palavras, sentindo uma onda de apreensão tomar conta de mim. O aviso de Damon, por mais enigmático que fosse, estava claro: algo estava por vir, algo que poderia mudar tudo.

E eu precisava estar preparada.

Fiquei ali por um momento, processando suas palavras, sentindo uma onda de apreensão tomar conta de mim. O aviso de Damon, por mais enigmático que fosse, estava claro: algo estava por vir, algo que poderia mudar tudo.

Quando finalmente me levantei da mesa, um frio percorreu minha espinha. O ambiente estava mais silencioso agora, e cada passo que dava parecia ecoar com um peso maior. A sensação de estar em um campo de batalha invisível era quase palpável. Meus sentidos estavam alerta, absorvendo cada detalhe da casa, cada expressão dos presentes.

Cheguei à porta da sala de estar e dei uma última olhada para trás. Todos estavam em uma conversa animada, mas a máscara de normalidade parecia frágil, prestes a se romper. O sorriso de Damon e as palavras de Winter ainda ressoavam em minha mente. Eu sentia como se estivesse sendo puxada para um jogo complexo e perigoso, onde cada movimento meu seria observado e julgado.

ᰙ 𝒊. Oi, pessoal. Sei que mencionei que demoraria para postar, mas queria agradecer pelas 1,2k visualizações. Os capítulos ainda não estão como eu gostaria, mas estou trabalhando para melhorar. Nos próximos, prometo trazer mais adrenalina.

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