CHAPTER TWELVE - Revelations
CAPÍTULO DOZE -
Revelações
"Já que é a única opção."
POV NARRADORA
À MEDIDA QUE o mês de novembro se desdobrava, a atmosfera em Hogwarts estava carregada de tensão e antecipação. A expectativa para a temporada de quadribol crescia, e a rivalidade entre Grifinória e Sonserina atingia níveis intensos. Olhares ferozes eram trocados entre as duas casas, criando um clima eletricamente carregado no castelo.
Na véspera do aguardado jogo entre Grifinória e Sonserina, Harry, Hermione, Rony e Clarissa decidiram passar o intervalo das aulas na quadra congelada. O frio cortante do inverno não os impediu de explorar o espaço vazio, enquanto Hermione, habilidosa como sempre, conjurava um fogo azulado para mantê-los aquecidos.
Parados de costas para o calor reconfortante, desfrutavam da pausa entre as aulas quando Clarissa avistou Snape do outro lado do pátio. A expressão dela mudou, lembrando-se que havia novamente se esquecido de falar com o professor.
— Vocês estão vendo isso? O morcegão da Sonserina está mancando. — Disse ela enquanto apontava discretamente com a cabeça para onde o professor estava.
Harry, ao perceber a presença de Snape, endureceu. Em um gesto rápido, fez sinal para os amigos se juntarem a ele para esconder o fogo, evitando chamar a atenção do professor.
Parece que a movimentação brusca deles chamou a atenção do professor Snape, ele notou o quarteto cochichando então resolveu ir até eles.
Rony, visivelmente nervoso, murmurou para o resto do grupo enquanto Snape se aproximava:
— Estamos ferrados ou pior, mortos
O frio na barriga deles crescia à medida que imaginavam as possíveis consequências desse encontro inesperado.
Harry esbugalhou os olhos na direção de Snape, soltando uma risadinha nervosa. Rony, geralmente destemido, traía seu nervosismo quando se tratava do professor Snape, incapaz de ocultar seus sentimentos diante do olhar penetrante do mestre das poções.
Snape, por sua vez, parecia empenhado em encontrar motivos para aplicar uma severa detenção aos estudantes diante dele. A expressão fria do professor sugeriu que ele estava à caça de infrações, mesmo que não tivesse notado o fogo azulado que ainda ardia na quadra.
— O que tem aí, Potter? — inquiriu Snape, suspeitoso.
Harry, com um livro de quadribol em mãos que Clarissa gentilmente emprestara, mostrou-o ao professor. A resposta de Snape veio com uma murmuração, e ele prontamente confiscou o livro das mãos de Harry, penalizando Grifinória com a perda de cinco preciosos pontos.
— Livros da biblioteca não podem ser levados para fora — declarou Snape antes de se afastar mancando, como se satisfeito por punir os estudantes.
Harry, exalando raiva contida, murmurou:
— Ele inventou essa regra.
— Se ele inventou ou não, aquele é o meu livro, e eu não vou deixar que ele leve — afirmou Clarissa com seriedade, decidida a seguir Snape.
Hermione, que parecia ter acordado de um transe, deu um pulo assustado e tentou dissuadir Clarissa:
— Nem pensar nisso, você vai acabar perdendo mais pontos para a Grifinória.
Apesar dos protestos de Hermione, Clarissa seguiu adiante, determinada a recuperar seu livro.
— Por que será que ela nunca me escuta?
Harry, tentando adicionar um toque de leveza ao momento, respondeu com uma risada forçada:
— Escutar ela escuta, agora obedecer é outra coisa.
Ronald lançou a Harry um olhar confuso antes de retornar sua atenção para Clarissa, que já se aproximava do Professor Snape.
— Professor Snape, com todo o respeito, aquele é meu livro, e eu gostaria de tê-lo de volta.
Snape a encarou com um olhar penetrante antes de retrucar:
— Regras são feitas para serem seguidas, Srta. Granger. E você deveria escolher melhor suas amizades.
As palavras afiadas do professor atingiram Clarissa, mas ela não se intimidou. Em vez disso, ela respondeu com firmeza:
— Regras devem ser justas, professor. E se eu errar, estou disposta a aceitar as consequências, mas eu não errei. Esse livro é meu, não da biblioteca. Professora McGonagall que me deu.
Snape e Clarissa trocavam olhares desafiadores. Hermione e os outros observavam em silêncio, cientes da coragem que Clarissa demonstrava.
— Talvez você precise de uma lição para aprender a respeitar as regras, Srta. Granger. Detenção, na sala de poções. — Decretou Snape, sua expressão impassível.
— E o meu livro? — Clary gritou de volta.
Clarissa, ainda em chamas de determinação, voltou para perto de seus amigos, uma expressão aborrecida pintada em seu rosto. Era evidente que ela estava à beira de uma explosão iminente.
Os amigos de Clary, observando a cena, compartilhavam olhares de incredulidade misturada com admiração. Hermione, preocupada, tentou entender a situação.
— Sobre o que estavam falando? — indagou assim que se aproximou do trio.
Rony, ainda processando a ousadia de Clarissa, comentou com Harry:
— Ela não tem mesmo noção do perigo, né?
Harry, por sua vez, olhando na direção de Clarissa, respondeu:
— Eu acho isso muito corajoso. Ela não tem medo de enfrentar as consequências para defender o que acredita.
Hermione, preocupada com as possíveis consequências, tentou aconselhar Clarissa:
— Você precisa ter cuidado, Clary. Desafiar Snape... isso pode trazer problemas.
Clarissa, porém, permanecia firme em sua decisão, com os olhos focados na figura distante de Snape se afastando.
— Não posso deixar ele levar meu livro assim, Hermione. Isso é injusto — retrucou Clary, sua voz carregada de determinação.
Rony, mesmo ainda abalado pela audácia da amiga, tentou aliviar a tensão com um toque de humor:
— Vamos, deixem a Clary, ela é uma Grifinória corajosa, corajosa demais, eu diria.
— Eu diria inconsequente. — Hermione murmura.
Hermione, com sua voz carregada de preocupação, continuava expressando seu desagrado pela atitude impulsiva de Clarissa.
— Eu acho isso idiota! Você não pode fazer as coisas sem pensar nas consequências... você estaria prejudicando todos os Grifinórios, se já não prejudicou né... Quantos pontos você perdeu? — resmungou Hermione, os olhos brilhando com a mistura de irritação e apreensão.
Harry, tentou acalmar os ânimos:
— Não precisa falar assim com ela.
Clarissa agradeceu com um olhar a Harry antes de responder com uma tranquilidade surpreendente:
— Não se preocupe, Hermione. Só foi uma detenção.
A resposta de Clary deixou Hermione praticamente sem palavras, seus olhos quase saltando do rosto diante da aparente indiferença.
— Pelo Merlin! Uma detenção? Como assim você não está chorando por isso? — exclamou Hermione, cruzando os braços de maneira desafiadora.
Ronald acrescentou com seu toque peculiar de humor:
— Nem todo mundo é que nem você, Hermione.
A troca de olhares e o silêncio que se seguiu indicavam um ambiente tenso, carregado de emoções à flor da pele.
— Sobre o que estavam falando? — Clarissa questionou novamente, observando atentamente os amigos.
Hermione, desde o momento em que ouviu a palavra "detenção", soltou um suspiro assustado, como se antecipasse o caos iminente.
— Snape estava mancando. — Rony respondeu, sua voz carregada de desdém. — E eu espero que esteja doendo bastante.
Um tapa sonoro de Hermione no braço de Rony fez com que ele desse um pulo involuntário.
— Está doida? — Perguntou Rony, surpreso e esfregando o local atingido.
— Você não pode desejar o mal para as pessoas, Ronald. — Hermione ensinou, elevando um tom de seriedade na voz.
Enquanto Rony esfregava o braço e lançava olhares acusadores para Hermione, Harry e Clarissa não conseguiam mais conter o riso.
— Rony, acho que a Hermione acabou de dar um toque de "educação moral" em você. — Harry provocou, segurando o riso.
— Isso mesmo, um tapa ético. — Clarissa acrescentou, rindo. — Seu braço vai sobreviver, Rony.
Rony, mesmo que ainda tentasse manter um semblante sério, acabou cedendo à gargalhada de seus amigos.
— Acho que acabei de receber uma lição sobre ética à moda Hermione. — Rony comentou, esboçando um sorriso.
Hermione, agora com um sorriso vitorioso, não conteve sua risada.
— Às vezes, um tapa ético é necessário para manter a ordem. — Brincou ela, e todos riram ainda mais.
— Bem, acho que aprendemos uma lição valiosa hoje: tomar muito cuidado com as tapas educativos da Hermione. — Harry comentou, provocando mais risos.
— Pode deixar, Harry. Na próxima vez, eu me certificarei de que o tapa seja ainda mais educativo. — Hermione disse com um olhar travesso, desencadeando mais risadas no grupo
( . . . )
A sala comunal da Grifinória pulsava com energia e agitação naquela noite animada. O crepitar do fogo na lareira misturava-se aos risos e conversas animadas dos estudantes, criando uma sinfonia peculiar de Hogwarts.
O quarteto encontrou um canto aconchegante perto da janela, onde a luz da lua filtrava-se suavemente, adicionando um toque mágico à atmosfera. Hermione, sempre dedicada, folheava seus livros com intensidade, enquanto Rony, intrigado, não conseguia conter sua curiosidade.
— O que tanto procura Hermione? — Rony perguntou, seus olhos brilhando com um misto de brincadeira e interesse genuíno.
Antes que Hermione pudesse revelar sobre Amélia e a família Bennett, Clarissa interveio com um sinal discreto, indicando que era melhor não abordar aquele assunto naquele momento. Hermione, compreendendo o gesto, optou por manter o silêncio.
— Tenho detenção, até mais. — Clarissa se despediu, dirigindo-se em direção à sala dos professores.
Ao chegar à porta dos professores, Clarissa bateu três vezes, mas o silêncio persistiu. Decidida, bateu novamente, mas nada aconteceu.
Curiosa, ela abriu a porta cuidadosamente, esperando encontrar Snape. Entretanto, a cena à sua frente era surpreendente: Snape e Filch estavam no recinto. Snape segurava suas vestes acima do joelho, revelando uma perna ferida, enquanto Filch, o zelador, fornecia ataduras com uma expressão de servidão resignada.
— Não há como lidar com três cabeças ao mesmo tempo. — Resmungou Snape.
O sangue na perna ferida dava indícios de uma luta recente ou confronto inesperado. Clarissa, observando a cena inusitada, não pôde evitar a curiosidade que começava a despertar em sua mente.
Clarissa fechava a porta da sala dos professores com cuidado, mas antes que pudesse se afastar completamente, a voz exasperada de Snape ecoou:
— GRANGER!
Um arrepio percorreu a espinha de Clarissa, que suspirou baixinho e entrou na sala, apresentando um sorriso nervoso.
— E aí, pessoal? Tudo tranquilo? — tentou parecer descontraída, embora soubesse que a situação não estava a seu favor.
A expressão de Snape era uma mistura de fúria e perplexidade. Ele não entendia como Clarissa ousava invadir seu espaço.
— O que você está fazendo aqui? — questionou Snape, seu rosto quase uma máscara de irritação.
— Bem, professor, o senhor me colocou de detenção, mas esqueceu de mencionar quando. Então, decidi resolver o mistério pessoalmente. — Clarissa explicou, tentando soar casual.
A fúria de Snape aumentou, percebendo o mal-entendido.
– A detenção é amanhã, Granger! Agora saia. – Ele rosnou, os olhos faiscando de raiva.
Clarissa assentiu apressadamente, sentindo-se aliviada por ter escapado de uma possível retaliação. Não queria dar a Snape a chance de tirar mais pontos da Grifinória. Com um movimento rápido, ela deixou a sala dos professores, fechando a porta delicadamente atrás de si
( . . . )
Clarissa adentrou o salão comunal, ainda ofegante pela escapada da sala dos professores. Rony, demonstrando seu jeito peculiar de expressar preocupação, foi direto ao ponto:
— Ué, já acabou? Estou surpreso por você ainda estar viva.
Ofegante, Clarissa se acomodou junto aos amigos e começou a relatar o que presenciara na sala dos professores, a cena inusitada de Snape e Filch juntos.
— Sabe o que isso significa? — indagou Harry, capturando a atenção dos três. Seus olhos se moviam entre os rostos dos amigos, buscando compreensão.
— Que ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas. — respondeu Rony.
— Ele deve querer a coisa que o cachorro está guardando. — completou Harry, conectando os pontos em sua mente.
— Ele falou algo sobre ser difícil lidar com três cabeças ao mesmo tempo. — disse Clarissa.
— E se foi ele que deixou o trasgo entrar? — indagou Harry, suas preocupações evidentes.
— Snape pode não ser simpático, mas duvido que tentaria roubar algo que Dumbledore guarda tão secretamente. — Hermione interveio.
Clarissa soltou um suspiro derrotado e empurrou o ruivo para o lado, logo sentando-se na enorme poltrona.
Uma chama de curiosidade iluminou a mente de Rony quando ele trouxe à tona um assunto pendente:
— Clary, você até agora não explicou sobre aquela coruja que recebeu de uma pessoa desconhecida — ele se recordou do dia em que Clarissa ganhara o colar.
Clarissa soltou um suspiro cansado, preparando-se para compartilhar uma história que até então permanecera em segundo plano nos últimos tempos.
— Pensei que tinha esquecido. — ela deu uma pausa dramática antes de começar. — Tudo começou em um sonho que eu sempre tive, desde quando era mais novinha. Eu sonhava com um cara que era malvado, ele nem tinha nariz! — continuou.
— Que horror! Quem não tem nariz? — indagou Harry, franzindo a testa com incredulidade.
— O cara malvado, Harry. Acompanhe. — Hermione murmura revirando os olhos.
— Ele entrava no quarto em que eu dormia e procurava algo, mas quando ele me via, ele me olhava de um jeito diferente... ele parecia querer me matar. Ele me tirava do berço e falava "Me dê o que eu procuro, criança insolente". — Clarissa explicou calmamente, relembrando cada detalhe do sonho perturbador.
Um arrepio percorreu o pescoço de Clarissa enquanto compartilhava seu sonho. Enquanto isso, Harry e Rony estavam cada vez mais curiosos.
Hermione, surpresa pela atenção de Rony, percebeu que talvez havia subestimado o amigo.
— Ele falava para eu dar o que ele estava procurando, mas eu não sei o que era. Teve uma hora que eu levei a mão no rosto dele e começou a queimar. — Clarissa disse, evidenciando o quão estranha era aquele ocorrido. Contar sobre esse sonho era um desafio, como se estivesse revivendo uma experiência que não conseguia totalmente lembrar.
— E depois ele disse que eu era a criança herdeira do sagrado — finalizou Clarissa, deixando um silêncio tenso pairar sobre a sala, enquanto a revelação se infiltrava nos pensamentos dos meninos.
— Que sagrado? — Rony perguntou, sua curiosidade evidente no tom de voz.
— E eu vou saber, Rony? Eu não entendo direito isso tudo. — Clary resmungou.
— Ele realmente não tinha nariz? — Harry parecia genuinamente chocado com essa peculiaridade.
— É sério que isso foi a coisa que mais te chocou? — Hermione perguntou, provocando risos nos demais.
Percebendo que sua irmã não queria mais falar, Hermione assumiu o papel de porta-voz de Clarissa:
— Logo depois, ele lançou a maldição da morte, e foi assim que o sonho chegou ao fim.
— Mas, é só um sonho, certo? — Perguntou Rony, tentando minimizar a gravidade do relato.
Nem Clarissa sabia como responder a essa pergunta, pois tudo relacionado àquele sonho era uma tremenda confusão.
— Vocês ainda nem ouviram o pior. — Falou Clary após se recuperar. — Ele tem o mesmo nome do bruxo que matou seus pais, Harry.
Harry e Rony estavam com os olhos arregalados. Clarissa esperava uma reação pior.
— Isso não é bom, não é bom mesmo! — Falou Rony, expressando preocupação.
— Antes eu achava que ele era um monstro dos meus sonhos, digo, pesadelos. — Disse Clarissa. — Mas, eu acho que é real. Acho que ele é o mesmo que matou os pais de Harry.
Harry olhou para Clarissa e colocou a mão em seu ombro, mostrando que estava ao lado dela caso precisasse de apoio.
— Por que será que ele te chamava de criança herdeira do sagrado? — Perguntou Harry, tentando entender o mistério.
Clarissa balançou os ombros em sinal de confusão, perplexa com a mesma pergunta que martelava em sua mente.
— Você não deve ser como nós, então. — Falou Rony, sua expressão revelando uma surpresa inusitada. — Nunca pensei que ia falar isso, mas... Temos que ir para a biblioteca.
— Nós já procuramos, Rony. Não tem nada sobre a Amélia... — Começou Hermione, mas Clarissa tapou a boca dela instintivamente.
Rony, agora ainda mais curioso, insistiu:
— Tem mais coisa que vocês não contaram?
Harry permaneceu em silêncio, aguardando uma resposta.
— Na verdade... Tem sim. — Falou Clarissa, soltando um suspiro de derrota.
Hermione lançou um olhar de desculpas para Clarissa antes de revelar:
— Vocês lembram-se de quando Clarissa ganhou a Melly? — Questionou, mantendo o suspense no ar.
Harry e Rony assentiram rapidamente, suas expressões indicando uma curiosidade intensificada.
— Foi uma tal de Amélia Bennett que a presenteou. — Assim que mencionou esse nome, Rony ficou perplexo.
— Rony? O que foi? Você sabe algo sobre essa mulher? — Perguntou Clarissa, sacudindo Ronald em busca de uma resposta.
— Eu já ouvi minha mãe e meu pai falarem sobre ela. Eles ficavam se lamentando, dizendo que ela não merecia o destino que teve. — Explicou Rony, seus olhos carregando a tristeza das histórias que ouviu.
Clarissa sentiu uma pontada de confusão. Se Amélia Bennett estava realmente morta, quem teria mandado a carta então?
— Ronald, ela manda cartas e presentes frequentemente. E teve uma carta em específico que ela botou um "ps: não estou morta". — Falou Hermione nervosamente, enquanto seus olhos fixavam a reação de Rony.
— Que por sinal, é um "ps" bem esquisito. Que tipo de pessoa diz que não está morta por meio de um "ps"? — Murmurou Clarissa.
Rony ficou pensativo por um momento e finalmente falou:
— Tem outra coisa, qual era o sobrenome dela mesmo?
— Bennett.— Respondeu Clarissa.
Os olhos de Rony se arregalaram e Clarissa ficou curiosa e nervosa ao mesmo tempo. Hermione, não aguentando mais o suspense, instigou:
— Vamos, Ronald! Se sabe de algo, conte.
Rony suspirou, tentando encontrar as palavras certas para explicar o que pouco sabia.
— Minha mãe sempre mencionava que os Bennett eram ligados a algo... bem mais mágico, mas nunca entrava em detalhes. Dizia que era algo ancestral, uma linhagem distinta. Eles pareciam ter habilidades ou conhecimentos únicos.
Harry inclinou a cabeça, intrigado. Hermione perguntou:
— Você já tentou descobrir mais sobre a família Bennett?
Rony balançou a cabeça.
— Na verdade, não. Era um daqueles assuntos que minha mãe não gostava de tocar, e eu acabei respeitando isso. Mas essa história da Amélia estar viva... isso é novo.
— Talvez alguém queira que você descubra mais sobre as raízes mágicas da família dela. — Sugeriu Harry.
— Ou talvez seja algo mais sinistro. — Comentou Hermione, pensativa.
Clarissa olhou para Rony, preocupada com a reviravolta inesperada na narrativa.
— O que a gente faz agora? — Perguntou ela.
— Acho que temos que descobrir mais sobre essa tal de Amélia Bennett e o que ela quer. E, claro, o que ela quis dizer com aquele "ps". — Decidiu Hermione.
— Concordo. Precisamos entender o que está acontecendo. — Afirmou Harry.
— Ei, pelo menos uma coisa boa aconteceu hoje. — Rony tentou aliviar o clima tenso. — Snape está machucado.
Os quatro sorriram com a tentativa de Rony de trazer um pouco de humor à situação. No entanto, todos sabiam que algo misterioso estava se desenrolando e que a descoberta sobre a família Bennett abria portas para um novo capítulo de mistérios em suas vidas em Hogwarts.
( . . . )
Ao atravessar os corredores, Clarissa capturou a efervescência do ambiente. Estudantes discutiam estratégias, trajando suas vestes de quadribol e trocando palpites sobre o desempenho dos times.
Clarissa dirigiu-se ao salão principal, onde encontrou Harry, Rony e Hermione reunidos. Hermione exibia uma expressão irritada e frustrada, enquanto Rony devorava seu café da manhã com entusiasmo desmedido. Harry, por sua vez, exibia uma ansiedade, ponderando sobre o desafio que aguardava no campo de quadribol.
— Dia, pessoal. — Cumprimentou Clarissa, sentando-se ao lado de Hermione, que a abraçou de lado.
— Por que "dia" e não "bom dia"? — Indagou Rony, entre uma mordida e outra.
Clarissa lançou um olhar para Rony e respondeu:
— Meu querido Rony, hoje é um dia complicado, e espero sinceramente conseguir atravessar as aulas sem tirar um soninho.
Uma risadinha escapou dos lábios de Rony, que prontamente voltou sua atenção para a comida.
O ambiente fervilhava de animação no salão principal de Hogwarts, onde a antecipação pela partida de quadribol impregnava o ar. As mesas estavam repletas de estudantes animados, aproveitando o café da manhã antes do aguardado evento esportivo.
Hermione, sempre atenta às necessidades dos amigos, insistiu para que Harry desfrutasse de pelo menos um pedaço da deliciosa torta que decorava as mesas.
— Coma pelo menos um pedacinho de torta. — Insistiu ela, observando a expressão cabisbaixa de Harry.
Simas, um colega, decidiu se intrometer na conversa, compartilhando um conselho.
— Harry, você precisa de energia. Os apanhadores são sempre os que acabam aleijados pelo time oposto.
Os olhares dos quatro amigos se voltaram para Simas, enquanto Clarissa, com um olhar reprovador, conteve a vontade de dar um tapa no braço dele, percebendo que sua observação poderia aumentar a ansiedade de Harry.
— Harry, que tal fazermos um acordo? Você come essa torta, que parece estar uma delícia, e em troca, eu te empresto minhas anotações da matéria que quiser. — Propôs Clarissa, visando trazer um toque de leveza à situação.
Os olhos de Harry brilharam diante da oferta tentadora de Clarissa, e, sem hesitar, ele assentiu, pegando os talheres para saborear a torta que prometia ser um deleite para o paladar.
Enquanto Harry saboreava a torta, o clima entre os amigos começou a se tornar mais leve, dissipando a tensão pré-jogo.
— E aí, pessoal, alguém já apostou em quem vai ganhar o jogo hoje? — Indagou Clary.
Rony, com a boca cheia de comida, tentou responder:
— Apostei cinco galeões na Grifinória. Temos que ganhar essa, não é, Harry?
Harry concordou com um aceno, e Hermione, ainda concentrada em sua própria refeição, acrescentou:
— Espero que a partida não seja interrompida por alguma tragédia. Já basta a confusão com o trasgo e tudo mais.
Clarissa riu, tentando amenizar a preocupação de Hermione.
— Relaxa, Mione, acho que o pior já passou.
Simas, que continuava presente na conversa, decidiu compartilhar sua opinião:
— Concordo com a Clary. Hoje é só um dia para celebrar e se divertir. Deixemos as preocupações de lado por enquanto.
Hermione, porém, não conseguia se desvincular completamente de seus instintos cautelosos.
— Sim, mas nunca é demais estar preparado para qualquer coisa. Afinal, o inesperado sempre acontece em Hogwarts.
Enquanto isso, a ala da Sonserina estava visivelmente confiante, exibindo seus emblemas e cores com orgulho. Clarissa, notando o clima rival, brincou:
— Será que deveríamos fazer uma aposta com os Sonserinos? Quem perder tem que usar as cores da casa vencedora por um dia inteiro.
Com a ideia da aposta, Rony estava particularmente empolgado com a possibilidade de ver seus rivais usando as cores da Grifinória.
— Imaginem só, eles andando pelo castelo como se fossem grifos gigantes. Seria hilário! — Rony ria ao visualizar a cena.
Harry, ainda saboreando a torta, estava mais descontraído do que antes e participava das especulações sobre as possíveis reações dos Sonserinos.
— Talvez deveríamos incluir alguma tarefa adicional, algo mais constrangedor. — Sugeriu Harry, entrando na brincadeira.
Hermione, mesmo se divertindo com a conversa, não conseguia deixar de expressar uma preocupação.
— Acho que precisamos nos concentrar no jogo primeiro, pessoal. E se algo inesperado acontecer?
Clarissa, querendo manter o clima leve, respondeu com um sorriso confiante:
— Hermione, hoje é dia de descontrair. Vamos torcer para a Grifinória. Não vamos criar problemas antes mesmo de a partida começar.
( . . . )
O clima no castelo estava eletricamente carregado, pois a tão esperada partida de quadribol se aproximava. Clarissa e Rony decidiram ir até a área onde normalmente Malfoy e Cassandra costumavam ficar, sabendo que seria o local mais provável para encontrá-los.
Ao chegarem, encontraram Malfoy e Cassandra cercados por outros estudantes da Sonserina, todos discutindo animadamente sobre as chances de vitória do time deles. Malfoy exibia sua confiança habitual, enquanto Cassandra observava a cena com um sorriso enigmático.
Clarissa e Rony se aproximaram, e Malfoy, ao vê-los, arqueou uma sobrancelha com desprezo.
— O que querem por aqui? — Malfoy questionou.
— Viemos propor uma aposta, Malfoy. — Clarissa respondeu, ignorando o tom de desprezo.
Rony se aproximou, sorrindo sarcasticamente.
— Apostamos que a Grifinória vai vencer a partida, e se perdermos, faremos o que quiserem.
Malfoy e Cassandra trocaram olhares de diversão, evidentemente prontos para explorar essa oportunidade.
— Ah, vocês querem fazer uma aposta? Ótimo, estou ansioso para ver vocês pagarem por sua confiança cega na Grifinória. — Malfoy riu.
— Claro, e se nós vencermos, vocês terão que usar roupas da Grifinória durante uma semana. — Rony sugeriu, provocando um murmúrio dos colegas de Malfoy.
Cassandra, com um sorriso malicioso, acrescentou:
— E, claro, se ganharmos terão que admitir publicamente que a Sonserina é a melhor casa.
Clarissa e Rony trocaram olhares, aceitando o desafio.
— Fechado. Que vença o melhor. — Clarissa estendeu a mão, selando o acordo.
Rony seguiu o exemplo, e a aposta estava feita. A rivalidade entre as duas casas atingiu um novo patamar, alimentada pela aposta ousada que acabara de ser firmada.
( . . . )
À medida que o relógio marcava onze horas, o burburinho crescente nas arquibancadas indicava que o momento tão esperado estava prestes a começar. O estádio estava repleto de estudantes ansiosos, cada um vibrando com a animação do iminente confronto de quadribol.
Clarissa, imersa na atmosfera elétrica, observava a multidão colorida ao seu redor. Rostos pintados, cartazes vibrantes e bandeiras tremulando davam vida ao cenário, transformando as arquibancadas em um mar de emoções e lealdades divididas.
Entre a multidão, Clarissa segurava com orgulho seu cartaz personalizado: "Vai Grifinória!" Ela dedicou boa parte da noite anterior para criar o artefato, um grito automático de encorajamento que ecoaria pelas arquibancadas: "A, A, A. Grifinória vai ganhar!"
Binóculos eram a ferramenta da vez, com os estudantes tentando superar as barreiras de distância para vislumbrar o que ocorria lá embaixo. A ansiedade era enorme, e as apostas estavam nas mentes de todos.
Ao se juntarem a Neville, Simas e Dino, Rony, Hermione e Clarissa estavam prestes a mergulhar no clima fervoroso do estádio. O momento em que avistaram Harry emergindo dos vestiários foi o gatilho para a explosão de entusiasmo.
Clarissa não pôde conter sua empolgação e, com a voz potente, bradou na direção de Harry:
— VAMOS LÁ HARRY, VOCÊ CONSEGUE!
Os olhos de Harry, procurando familiaridade nas arquibancadas, encontraram seus amigos. Um sorriso amplo iluminou seu rosto, conectando-os em um instante de encorajamento compartilhado antes da batalha aérea que estava prestes a começar.
O campo de quadribol estava vibrante de expectativa, e Clarissa observava atentamente cada movimento. Mesmo sem escutar as palavras de Madame Hooch, a postura de Harry ao montar em sua Nimbus 2000 indicava que a ação estava prestes a começar.
O som agudo do apito de Madame Hooch ecoou pelo estádio, e as vassouras dos jogadores responderam, erguendo-se no ar como uma dança sincronizada. A partida estava oficialmente em andamento.
Clarissa, junto com a multidão, focou sua atenção nos jogadores, acompanhando cada mergulho, giro e ziguezague pelos ares. O comentarista, Lino Jordan, animado, não resistiu em elogiar a destreza de Angelina Johnson ao rebater a goles de forma rápida e precisa.
— E a goles foi de pronto rebatida por Angelina Johnson, de Grifinória. Que ótima artilheira é essa menina, e bonita, também. — Lino Jordan falou e logo Minerva o repreendeu. — Desculpa professora!
Um leve sorriso escapou dos lábios de Clarissa diante do comentário audacioso.
Enquanto o jogo se desdobrava, a tensão aumentava. Os espectadores aplaudiam, gritavam e expressavam sua paixão pelo quadribol. Clarissa sentiu-se envolvida pela atmosfera eletrizante, como se estivesse imersa em um espetáculo hipnotizante.
A cada movimento, ela vibrava com a agilidade de Harry e a habilidade dos outros jogadores. A expressão de determinação em seus rostos era perceptível, e o céu se tornava o palco de uma batalha épica entre as casas de Grifinória e Sonserina.
É... Aquela ia ser uma longa partida.
• Trechos tirados de Harry Potter e a pedra filosofal, créditos a autora (JK Rowling).
• O que vocês acham sobre essa família Bennett? O que acham que eles tem de diferente das outras pessoas?
• Comentem no decorrer do capítulo, os comentários de vocês me motivam muito a continuar a escrever!!
• Espero que tenham gostado.
Ela tem algo de especial que um dia todos irão descobrir...
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