CHAPTER THREE - Diagon Alley
CAPÍTULO TRÊS -
Beco diagonal.
"Prazer, me chamo Clarissa Granger."
POV. Narradora
Grã-bretanha,
31 de julho de 1991
DESDE O MOMENTO em que as irmãs Granger descobriram que eram bruxas, suas vidas sofreram uma reviravolta. Uma transformação que irradiava positividade em todas as direções.
Minerva as presenteou com uma abundância de livros, e Clarissa, sendo agraciada pelo seu aniversário em julho, até ganhou alguns extras, que compartilhou de bom grado com sua irmã.
Esses volumes variavam desde criaturas mágicas a densas teorias da magia, passando por manuais sobre bebidas mágicas e poções. A coleção era uma verdadeira mina de conhecimento.
Passando horas a fio com o nariz enterrado em páginas mágicas, Clarissa estava em uma missão: chegar a Hogwarts e se destacar como uma aluna exemplar. Nesse momento, ela estava em seu quarto, olhando pensativa para a bolsa de livros que havia ganhado de Minerva. No fundo, algo chamou sua atenção.
Com a curiosidade crescendo, ela mergulhou a mão na bolsa, como se sondasse as profundezas de um oceano de magia, e retirou de lá um objeto que parecia ter caído ali por acidente. Quando o objeto emergiu de sua bolsa, percebeu que era uma foto antiga de um grupo de adolescentes
A fotografia, evidentemente tirada há muito tempo, estava amassada, e o pergaminho que a sustentava era antiquado. Clarissa a estudou minuciosamente. No centro da imagem, destacava-se uma mulher de cabelos ruivos que se derramavam até sua cintura, seus olhos verdes brilhavam como amêndoas.
Ao lado dela, havia um homem com os braços em volta de sua cintura, alto e magro, cabelos desgrenhados e óculos redondos. De alguma forma, esse homem lembrava Harry, o garoto que ela conheceu na Casa dos Répteis.
Ao lado do homem de óculos, tinha um outro rapaz , era alto, parecia ser um tanto arrogante, com olhos cinza e uma expressão que parecia de tédio junto de um sorriso astuto. Seus cabelos eram compridos e pretos.
Ainda ao lado desse rapaz misterioso, havia outro, com o braço envolvendo o pescoço do anterior. Cicatrizes marcavam seu rosto, mas seu sorriso era amigável e acolhedor. Ele possuía cabelos castanhos claros, era bastante alto, de olhos castanhos com um brilho travesso em seu olhar.
Próxima a esse homem das cicatrizes, estava uma mulher incrivelmente bela, com cabelos castanho-dourados longos que fluíam e olhos verdes cheios de felicidade, seu sorriso era deslumbrante, Clarissa engoliu em seco, ela podia jurar que aquela era uma das mulheres mais lindas que ela já havia visto em toda a sua vida.
Junto a ela, um homem mais baixo que os outros, com olhos azuis pequenos e bochechas vermelhas, sua expressão demonstrava que ele não queria estar tirando aquela foto.
Clarissa olhou para o lado e notou a sombra de alguém que não aparecia na foto, presumindo que fosse a pessoa que a tirou.
— A Professora Minerva deve ter mandado isso por engano. — Murmurou para si mesma, deixando a foto sobre sua escrivaninha, com a intenção de devolvê-la a Minerva mais tarde.
A empolgação de Clarissa para o tão aguardado dia de visitar o Beco Diagonal era quase palpável. Os dias que antecederam essa aventura pareciam se arrastar lentamente aos olhos de Clary, e todas as noites ela ia para a cama mais cedo, consumida pela ansiedade que borbulhava em seu peito como uma poção prestes a entrar em ebulição.
À medida que as irmãs se preparavam para o grande dia, Hermione entrou no quarto de Clarissa e imediatamente franziu a testa ao avistar a foto do grupo de amigos cuidadosamente posicionada sobre a escrivaninha.
— O que é isso? — Ela questionou apontando para a fotografia.
— Não sei ao certo, estava jogado nas coisas que a Minerva deu, deve ter sido engano. — Clarissa disse dando de ombros.
Hermione direcionou seu próprio olhar para a escrivaninha delas e logo retornou seu olhar a sua irmã, lançando um daqueles olhares, que se fossem capazes de matar, matariam.
— Espero sinceramente que você não transforme a nossa escrivaninha em uma bagunça como aquela vez. Eu a arrumei cuidadosamente ontem! — Hermione exclamou com uma não tão leve dose de irritação, enquanto tentava dominar seus cabelos volumosos com gestos impacientes.
— Não seja tão exagerada, Hermione. É apenas uma foto, e ela ficará aqui temporariamente, já que pretendo entregá-la à professora McGonagall em breve. — Clarissa respondeu com um tom ligeiramente irônico, revirando os olhos.
Hermione assentiu com a cabeça e, após um último olhar no espelho para garantir que tudo estava no lugar, deixou o quarto. Vestia uma regata azul, um short jeans e tinha os cabelos soltos, que, apesar de volumosos, ela tentava em vão ajeitar.
Enquanto isso, Clarissa usava uma regata amarela adornada com desenhos, um short jeans e uma linda trança que Diana, com destreza, fizera em seu cabelo.
O som da campainha ressoou, interrompendo seus pensamentos eufóricos. Clarissa, ansiosa para iniciar sua jornada mágica, lançou um último olhar ao espelho, assegurando-se de que estava devidamente apresentável.
Com a pressa da animação, Clarissa percebeu que esquecera de pegar seu livro e correu de volta para o quarto. Ela o enfiou apressadamente em sua bolsa. Afinal, carregar um livro na bolsa era uma regra sagrada de Clarissa
De relance, ela viu novamente a foto sobre a escrivaninha. Rapidamente, ela a pegou.
— Senhora McGonagall, estamos prontas para sair. Clarissa pode ser um pouco esquecida, sempre esquece algo antes. — Clary podia ouvir sua irmã falar, ela conseguia até mesmo imaginar sua expressão, ela tinha plena certeza que Hermione estava com um sorriso travesso em seu rosto.
Clarissa, consciente de que sua mãe repreenderia qualquer sinal de pressa, desceu as escadas com passos deliberadamente lentos e calculados. Cada degrau era uma pequena eternidade, mas ela não se importava, afinal, o dia que aguardava a tanto tempo, havia chegado.
Depois de finalmente pisar no último degrau, ela caminhou até onde seus pais estavam. Com um toque de deboche, ela dirigiu-se a Hermione.
— Obrigada, Hermione. Pela descrição levemente exagerada de mim. — Clarissa falou, um sorriso brincando nos lábios.
Os adultos presentes compartilharam uma risada calorosa.
— Se cuidem... — Diana sussurrou enquanto abraçava Clarissa e, logo em seguida, a Hermione.
Diana tinha uma aversão a despedidas, mas suas palavras transmitiam um desejo genuíno de que suas filhas voltassem em segurança
Adam, o pai, aproximou-se e deu um beijo afetuoso no topo da cabeça de cada uma delas.
— Quando voltarem, quero saber de tudo! — Ele disse, com uma expressão carinhosa.
Clarissa, sempre animada, não pôde deixar de responder com entusiasmo.
— Contaremos T-U-D-I-N-H-O! — Ela exclamou com energia.
Minerva McGonagall, a responsável pela emocionante jornada que aguardava as meninas, sorriu com ternura enquanto observava a animação delas.
— Bom dia, senhora McGonagall, podemos ir? — Clarissa perguntou, apertando e mexendo na mão da professora Minerva de maneira rápida e entusiasmada.
Minerva soltou um leve sorriso, achando a empolgação das irmãs encantadora.
— Claro que sim. Cada uma de vocês, segure em um lado do meu braço. — Minerva estendeu seus dois braços, com Clarissa agarrando o direito e Hermione o esquerdo.
— O que nós iremos faz...
Antes que Clarissa pudesse terminar sua pergunta sobre o que fariam em seguida, Minerva fechou os olhos e se concentrou na localização desejada.
Clarissa e Hermione mal tiveram tempo de concluir a frase, pois uma sensação estranha e inebriante percorreu seus corpos. Um aperto no braço de Minerva os alertou para o que estava prestes a acontecer. Tudo ao seu redor começou a se obscurecer e seus corpos foram subitamente pressionados em todas as direções, deixando a respiração quase impossível.
Quando finalmente abriram os olhos, estavam imersas na visão do famoso Beco Diagonal. O sentimento nauseante que as acompanhou durante o transporte ainda persistia, e Clarissa não pôde deixar de suspirar aliviada por pelo menos, terem já chegado no local.
— Essa foi definitivamente uma das experiências mais desconfortáveis da minha vida! — Clarissa falou, enquanto segurava a sensação de náusea que ameaçava emergir.
Hermione, aparentemente em melhor estado após o transporte, retrucou com uma perspectiva mais otimista.
— Pelo menos valeu a pena. — Ela disse, com seus cabelos volumosos como de costume, mas com suas roupas impecáveis.
Clarissa, por outro lado, estava com a roupa um pouco amarrotada e alguns fios de sua trança haviam se soltado durante a viagem mágica.
Minerva, não querendo perder tempo, interrompeu o breve diálogo das meninas.
— Chega de conversa, temos muitas compras a fazer. — Minerva declarou e seguiu à frente, liderando o caminho em direção às lojas do Beco Diagonal.
Percebendo que as duas ainda estavam paradas, maravilhadas pelo cenário mágico que as cercava, Minerva voltou atrás e pegou firmemente nos braços das irmãs, conduzindo-as com firmeza até a loja onde tinham que comprar penas e tintas para pergaminho.
( . . . )
Hermione e Clarissa já haviam feito a maior parte de suas compras no Beco Diagonal. Agora, faltavam apenas suas vestes e varinhas.
— Senhoritas, preciso ir ao Gringotes resolver alguns assuntos. Querem me acompanhar? — Perguntou Minerva, com um olhar gentil.
— Eu adoraria, quero conhecer! — Exclamou Hermione, animadamente, enlaçando o braço de Minerva com entusiasmo. Ela estava fascinada com cada aspecto do mundo mágico e estava disposta a explorá-lo.
Clarissa, no entanto, tinha outros planos.
— Será que eu poderia ir adiantar minhas compras de vestes e varinha enquanto vocês vão ao Gringotes? — Perguntou com uma carinha de cachorro abandonado.
— Claro, querida. Você sabe onde fica. Só tome cuidado. E aqui, leve esse dinheiro. — Minerva entregou uma quantia suficiente para Clarissa comprar o que precisava.
— Muito obrigada. — Agradeceu Clary, dando um tchau rápido para as duas e partiu em direção à loja de vestes, Madame Malkin, Roupas para Todas as Ocasiões.
Ao chegar à loja, Clarissa foi recebida por uma mulher adorável com uma expressão alegre e acolhedora.
— Boa tarde, senhora. — Cumprimentou Clarissa ao se aproximar dela.
— Boa tarde, querida. Hogwarts, não é? — Perguntou a mulher, que Clarissa deduziu ser Madame Malkin.
— Sim, exatamente. — Respondeu com um sorriso.
— Ótimo! Já tem dois garotinhos aqui fazendo ajustes em suas roupas. — Comentou, pegando o braço de Clarissa e conduzindo-a para os fundos da loja. — O seu rosto parece familiar. Já esteve aqui antes? Não costumo esquecer rostos conhecidos...
— Na verdade, não... A senhora deve estar me confundindo com alguém parecido. — Murmurou Clarissa enquanto era praticamente arrastada pela mulher, que não parecia tão delicada quanto aparentava.
— É, deve ser coincidência. — A mulher murmurou, não parecia ter mudado ideia quanto a sua opinião, mas ficou calada.
No fundo da loja, dois garotos estavam tendo suas vestes ajustadas. Um deles era loiro platinado, com um ar superior, e o outro era o garoto que Clarissa havia conhecido no zoológico, embora sua distração a tivesse impedido de percebê-lo. Clary era um pouquinho... lerda.
Clarissa acomodou-se em uma poltrona, esperando ser chamada. Enquanto aguardava, o garoto loiro platinado decidiu que era um bom momento para falar.
— Andem logo, estão tomando todo o meu tempo. — Comentou, com impaciência.
Clarissa conteve um revirar de olhos.
"Que ele não seja aluno de Hogwarts, que ele não seja aluno de Hogwarts, que ele não seja aluno de Hogwarts...", repetiu mentalmente, esperando evitar o pior.
Mas então ela se lembrou de que Madame Malkin já havia mencionado que havia dois alunos de Hogwarts ali.
Uma bruxa que não era Madame Malkin fez um gesto para que Clarissa se aproximasse. Ela obedeceu e ficou ao lado dos garotos. A bruxa trouxe uma vestimenta comprida, que enfiou pela cabeça de Clarissa, começando a marcar a bainha na altura correta.
Clarissa mal conseguia respirar enquanto a mulher fazia movimentos bruscos e rápidos.
— Olá. — Cumprimentou o garoto loiro, dirigindo-se a Clarissa.
— Olá... — Respondeu ela, olhando-o de soslaio. Não podia evitar pensar que ele parecia bastante chato, considerando sua fala anterior.
Então, quando finalmente virou a cabeça para o lado, fez uma descoberta surpreendente.
— Harry? — Perguntou, incrédula.
Harry olhou surpreso na direção de Clarissa, parecendo confuso.
— Você está me seguindo ou algo assim? — Questionou, com um ar de desconfiança. Harry parecia estar ignorando o garoto loiro platinado.
Clarissa franziu a testa e replicou:
— Harry, querido, como eu poderia estar te seguindo? Eu sou uma bruxa, e pelo visto, você também. — Respondeu, sorrindo ao reencontrar um rosto familiar. — Não me leve a mal, mas, com tudo o que está acontecendo, é bom ver um rosto conhecido.
Harry respondeu com um sorriso tranquilizador, pronto para continuar a conversa, mas foi interrompido pela costureira.
— Terminei. — Anunciou Madame Malkin, dirigindo-se a Harry.
— Harry, você se importa de esperar um pouco? Queria terminar minhas compras e poderíamos sair juntos. — Perguntou Clarissa, pegando Harry de surpresa.
O garoto loiro platinado, apontando para Hagrid e seus enormes sorvetes, comentou com surpresa:
— Caramba! Olha aquele homem.
Harry, reconhecendo imediatamente o gigante, respondeu entusiasmado:
— É o Rúbeo.
Clarissa observou Hagrid, com seu imenso tamanho e semblante amigável, e em seguida, voltou seu olhar para Harry. Era evidente que eles já compartilhavam um vínculo especial, e sem perceber, Clarissa se pegou sorrindo.
O garoto loiro platinado não parecia estar disposto a deixar Clarissa em paz e continuou provocando:
— Já ouvi falar... É uma espécie de empregado, né? — Continuou o garoto loiro pálido.
Porém, Clarissa, lembrando-se das conversas com Minerva sobre os funcionários de Hogwarts, esclareceu com um tom de voz carregado de acidez:
— Que eu saiba, ele é o guarda-caça, funcionário de Hogwarts.
Essa resposta lançou uma sombra de surpresa no rosto do garoto loiro, que claramente não estava acostumado a receber desafios à sua arrogância habitual.
— E quem seria você? — Perguntou ele com sua típica voz enjoada.
— Clarissa Granger.
— Não me lembro de seu sobrenome... deve ser uma sangue... — Antes dele conseguir terminar a frase, Clarissa o interrompeu, ela não estava disposta a aceitar qualquer preconceito infundado.
— Antes de começar com seu típico preconceito de garotinho mimado, pense bem antes de me ofender. — Ela falou com um tom ameaçador que aparentemente fez efeito, já que ele se afastou um pouco dela.
— Terminei, querida. — Falou a mulher que estava ajustando as roupas de Clary.
A garota agradeceu, enquanto lançava um sorriso encantador. Ela pagou pelos serviços e estava prestes a sair com Harry quando decidiu deixar uma última resposta para o garoto loiro:
— Eu até ia te chamar de doninha, mas isso chega a ser uma ofensa para elas. — Clarissa disse com um ar de superioridade. — Bom, queria dizer que foi um prazer te conhecer, mas seria uma mentira.
Em seguida, Clarissa entrelaçou seu braço com o de Harry, fazendo-o corar ligeiramente.
— Até Hogwarts, azedo. — A Granger diz com um sorrisinho falso para o garotinho loiro, enquanto caminha em direção a saída, junto de seu amigo.
Harry, claramente impressionado com a atitude destemida de Clarissa, elogiou-a:
— Você foi incrível lá atrás.
Clarissa respondeu com um sorriso:
— Não sou de brigar, mas aquele garoto mereceu. — Ela preferiu não mencionar a vez em que quebrou o nariz de um garoto em sua escola, não queria causar má impressão em seu novo amigo.
Do lado de fora da loja, encontraram Hagrid. Hagrid é um homem gigantesco, mede aproximadamente 3 metros de altura. Ele tem uma figura robusta e imponente, com ombros largos. Sua cabeça é coberta por cabelos desgrenhados e barba espessa, que esconde parcialmente seu rosto. Os olhos de Hagrid são pequenos e brilhantes. Seu nariz é largo e achatado, e ele tem mãos enormes que podem parecer desajeitadas, mas de acordo Minerva, ele é incrivelmente gentil quando se trata de cuidar de criaturas mágicas.
— Harry, olha só esses sorvetes que comprei. — Hagrid parecia estar transbordando de entusiasmo, mas então, percebeu a presença de Clarissa ao lado de Harry. — Olá, quem seria você? — Ele perguntou, seu olhar fixo em Clarissa.
— Prazer, me chamo Clarissa Granger. — Clarissa respondeu, estendendo a mão para cumprimentá-lo, mas Hagrid, em vez disso, a puxou para um abraço caloroso.
— Harry, era essa garota que você conheceu no zoológico? — Hagrid virou-se para Harry, ainda segurando os sorvetes. — Bom... tome! Foi sorte eu ter comprado dois. — Ele estendeu um dos sorvetes para Clarissa, que deduziu ser de chocolate.
— Muito obrigada, Hagrid! — Clarissa pegou o sorvete com um sorriso agradecido nos lábios.
— Clary é aquela menina que eu conversei, eu a encontrei na casa dos répteis. Ela também falou com a cobra. — Falou Harry, Hagrid a olhou espantado.
— Nossa, a conversa está boa... — Hagrid começou, mas subitamente interrompeu a si mesmo. — Mas vocês podem ir à frente que eu... eu me lembrei que tenho coisas a resolver... — Ele murmurou rapidamente antes de começar a se afastar. — Mais um Ofidioglota... isso não pode ser boa coisa. — E logo desapareceu na multidão movimentada do Beco Diagonal.
Clarissa e Harry trocaram um olhar antes de assentirem e continuarem seu caminho pelo beco, aproveitando a animação ao redor enquanto a figura gigantesca de Hagrid desaparecia de vez da vista de ambos.
Eles foram conversando no caminho, e por isso, mal perceberam que já haviam chegado a loja.
A fachada da loja de Olivaras era estreita e alta, com uma aparência ligeiramente desgastada, como se tivesse visto muitos anos de negócios. A vitrine é iluminada de forma suave, fazendo com que as varinhas brilhem de maneira misteriosa, atraindo a atenção dos compradores. As paredes de tijolos escuros têm uma aparência desgastada, e algumas videiras mágicas crescem em volta da janela, acrescentando um toque de mistério ao local.
— Vamos. — A menina de cabelos ondulados diz com um sorriso enquanto puxava o menino da cicatriz, antes de abrir a porta do estabelecimento, ela observa o lugar, até mesmo a porta da loja transmitia mistério, ela era feita de madeira escura e polida, com uma maçaneta de bronze desgastada pelo uso. Clarissa inclina a cabeça para o alto e nota que acima da porta, um letreiro antigo com letras douradas e elegantes dizia "Olivaras: Fabricante de Varinhas finas desde 382 a.C.".
A Granger empurra a porta levemente, ela se abre com um som sinistro, logo em seguida, um sino soa assustando os dois amigos, que imediatamente dão pulos assustados
— Pelo biscoito de mel da mamãe... — Clarissa murmura colocando uma mão em cima de seu coração enquanto a outra ainda estava encaixada no braço de Harry.
— Isso foi um pouco sinistro. — Murmura o garoto de cicatriz. — Olá? — Harry diz com curiosidade, mas o silêncio que o recebeu foi quase palpável. — Olá? — Ele tentou novamente, e então, como se por magia, um senhor idoso, com olhos astutos e vestido com roupas que pareciam pertencer a outro século, surgiu diante deles. Clarissa, que observava a loja atentamente, reconheceu de imediato que aquele devia ser o Sr. Olivaras.
— Eu estava esperando a sua visita, senhor Potter. — Olivaras pronunciou as palavras de maneira suave e enigmática, antes de girar seu olhar na direção de Clarissa. — E você, quem seria? — Perguntou, observando-a com curiosidade.
Olivaras fixou os olhos nela de uma maneira que a fez se sentir como se estivesse sendo examinada de alguma forma inexplicável. No entanto, Clarissa não permitiu que sua expressão vacilasse e se apresentou com confiança.
— Me chamo Clarissa, Clarissa Granger. — Ela estendeu a mão, mas Olivaras não a cumprimentou, seus olhos permaneceram cravados nela como se estivesse tentando decifrar algum segredo profundo. — Tudo bem... — Ela murmurou voltando com a sua mão.
Harry não pôde deixar de notar o brilho nos olhos da garota. Era como se ela estivesse imersa em um mundo de maravilhas e mistérios, e ele se perguntou quais segredos ela carregava.
— Pelo visto sua amiga gostou do local. — Olivaras comentou, rompendo o silêncio tenso que havia se instalado.
Clarissa não pôde deixar de sorrir, impressionada com a loja de varinhas.
Harry e Clarissa logo se viram diante de um balcão polido, com inúmeras caixas de varinhas empilhadas ao redor. Olivaras, que parecia ser uma enciclopédia ambulante de varinhas, pegou uma delas e a levou para Harry.
— Experimente! — Ele instou, entregando uma das varinhas a Harry. Enquanto Harry a segurava, uma sensação estranha o envolveu. Parecia que a varinha estava avaliando-o tanto quanto ele a ela. Com um movimento desajeitado, uma lâmpada da loja de Olivaras fez uma leve explosão, indicando que aquela não seria a correta.
— Acho que não... — Logo a pegou de volta da mão do menino de cicatriz. — Senhor Potter, parece que foi ontem que sua mãe e seu pai vieram aqui comprar suas primeiras varinhas. — Olivaras diz pegando mais uma varinha e a levando até Harry.
— Experimente! — Falou Olivaras depois de entregar a varinha a Harry e ele ficar paralisado a analisando.
Harry fez um movimento desleixado com a varinha, e, subitamente, as gavetas que antes estavam fechadas começaram a se abrir violentamente, criando um estrondo ensurdecedor. Clarissa, que até então estava examinando uma caixa próxima, deu um pequeno pulo de susto.
— Parece que não. — Olivaras murmurou, recolhendo a varinhas com um olhar inquisitivo.
— Tome essa daqui. — Disse Olivaras, estendendo solenemente uma varinha para Clarissa, o dono da loja de varinhas fixando seus olhos em seu rosto com uma expressão misteriosa. — Macieira, pelo de unicórnio, 26 centímetros, flexível. — Suas palavras pairaram no ar, carregadas de expectativa.
Clarissa pegou a varinha com cuidado, sentindo seu coração bater mais rápido. Ela fez um movimento com as mãos, mas em vez de uma simples reação, uma explosão de um vidro próximo a deixou boquiaberta.
— Desculpe. — Murmurou ela, corando de vergonha.
Olivaras sorriu com compreensão, como se já tivesse visto esse tipo de coisa muitas vezes antes.
— Essas coisas acontecem sempre, não ligue! — Ele disse, tentando acalmar os nervos de Clarissa.
Enquanto isso, Harry observava ansiosamente. Olivaras entregou uma varinha a ele com um gesto cuidadoso, como se estivesse manipulando uma joia preciosa. Mas quando Harry fez um movimento, um vaso de flores delicadas se despedaçou em cacos no chão.
— Aqui, talvez essa. — Murmurou Olivaras, entregando outra varinha a Clarissa, que já estava começando a ficar desanimada. Ela tentou novamente, mas outra explosão a deixou frustrada. — Não e não. — Disse Olivaras com uma expressão preocupada.
Clarissa bufou de frustração.
— Eu devo ser um alien, como é que até agora nenhuma varinha deu certo comigo?
Harry, sentindo uma ligação instantânea com Clarissa, apertou a mão dela com simpatia e lhe deu um sorriso tranquilizador. Ele já havia quebrado uma varinha antes, então entendia o sentimento.
— Pelo menos nós dois estamos sendo aliens juntos, eu também não consegui uma varinha. — O garoto murmurou.
Ela sorriu de volta e Harry notou mais uma vez o brilho encantador em seus olhos. Era estranho, como se tivessem compartilhado uma história muito longa em apenas alguns momentos.
— Aliens não, especiais. — Disse Olivaras, sua voz carregada de mistério. Ele vasculhou as prateleiras da loja em busca de algo. — Será que? Não, não pode ser possível... ou será que pode? — Murmura ele para si mesmo.
— Isso é a idade? — Questiona Clarissa para Harry sobre Olivaras estar falando sozinho.
— Acho que não. Eu também falo sozinho. — Ele retruca soltando uma risada, logo sendo acompanhado por Clarissa.
Eles viram o dono da loja lentamente dirigir-se ao fundo do local. Lá, ele pegou duas varinhas que estava guardadas no topo de uma estante, em caixas perfeitamente cuidadas e polidas, como se tivessem sido guardadas perfeitamente a espera de alguém. Ele começou a caminhar de volta em direção a Harry e Clarissa.
Ao se aproximar de Harry, ele entregou-lhe uma das varinhas. Num instante, um vento começou a rodopiar pela loja, criando uma aura de magia que fez os cabelos na nuca de todos se eriçarem.
Clarissa, que estava ao lado de Harry, arregalou seus olhos. Num gesto ansioso, ela bateu palmas, feliz por seu amigo, mas também animada para experimentar a sua próxima varinha, como se pedisse a ela que cooperasse.
Olivaras, normalmente confiante e calmo, estava visivelmente surpreso. Com cautela, ele entregou outra varinha a Clarissa, que a pegou com um olhar de animação. Quando ela fez um gesto com a mão, algo extraordinário aconteceu. Faíscas douradas e azuis começaram a dançar em torno da varinha de Clarissa, como se uma energia poderosa estivesse sendo liberada. Parecia que nada mais iria acontecer, mas então a ponta da varinha se iluminou com uma luz avermelhada, e uma criatura que se assemelhava a um dragão emergiu, apenas para desaparecer instantaneamente no ar.
Olivaras estava com os olhos arregalados, sua expressão alegre cedendo espaço a uma expressão séria e misteriosa.
— Incrível — ele sussurrou. — Harry, a sua é de Azevinho, com 28 centímetros, pena de fênix, boa e maleável... Senhorita Granger, a sua é de Sabugueiro, com 31 centímetros, corda de coração de dragão e flexibilidade constante — Olivaras disse com um tom enigmático. — Curioso... Muito curioso — ele repetiu, deixando um ar de suspense em suas palavras.
Clarissa, ainda fascinada com sua varinha, levantou o olhar para Olivaras e percebeu que ele já a estava observando atentamente. Ela não sabia se ele a estava apenas observando ou se seu olhar também se deslocava entre o garoto com uma cicatriz em forma de raio na testa.
— Desculpe-me, mas o que é tão curioso? — Harry perguntou, enquanto Clarissa permanecia perdida em sua alegria inexplicável
— Lembro-me de cada varinha que vendi, Sr. Potter — Olivaras começou, capturando a atenção completa de Clarissa. — Acontece que a fênix, cuja pena de cauda reside em sua varinha, produziu uma outra pena... Apenas mais uma. É curioso que esteja destinada a esta varinha — ele disse com um tom misterioso. — Porque a irmã dela... causou essa cicatriz em sua testa — Olivaras explicou, apontando para a testa de Harry.
— E senhorita Granger, já vendi inúmeras varinhas, e posso afirmar com clareza que nunca vi nenhuma varinha fazer o que a sua acabou de fazer — ele acrescentou, dirigindo-se a Clary, referindo-se ao dragão que emergiu de sua varinha. — Exceto... — Ele murmura e rapidamente fecha a boca.
Antes de Clarissa poder iniciar sua série de perguntas, Harry é mais rápido e questiona, com interesse:
— Mas de quem é a outra pena da varinha?.
— Nós não falamos o seu nome... A varinha escolhe o bruxo, nem sempre fica claro o porquê — disse Olivaras, ainda com os olhos fixos em Clarissa, que já estava começando a se sentir desconfortável. — Mas eu acho que está claro... Que podemos esperar grandes coisas dos senhores, afinal, aquele-que-não-se-deve-nomear fez grandes coisas... Terríveis! — Olivaras comentou, deixando Clarissa curiosa sobre esse tal "aquele-que-não-se-deve-nomear". Ela se lembrou de Minerva mencionando um lorde das trevas e deduziu que se tratava dele.
— Senhor Olivaras, será que poderia me explicar melhor do que compõe minha varinha? — perguntou Clarissa, demonstrando interesse em sua varinha.
— Claro — respondeu Olivaras animado, sabendo que a maioria das pessoas que passavam por ali não estavam de fato interessadas em conhecer a composição de suas varinhas.
— Na sua varinha, existe uma madeira que se chama Sabugueiro. É bem curioso que esteja destinada a essa varinha... Esta é a madeira de varinha mais rara de todas, conhecida por trazer muito azar. Essa varinha é famosa por ser a que mais surpreende o seu mestre — explicou para Clarissa. — Ela contém uma magia muito poderosa, mas insiste em não obedecer a qualquer um que não seja seu mestre verdadeiro. É preciso ser um bruxo memorável para manter-se com uma varinha de sabugueiro por muito tempo... — completou, deixando Clarissa surpresa.
— Ótimo! Mal comecei o ano e já ganhei uma varinha azarada — reclamou Clarissa com uma expressão emburrada.
— Não julgue o livro pela capa, senhorita Granger... Se ela a escolheu, é por um motivo. Varinhas de sabugueiro são extremamente especiais. somente pessoas excepcionais se dão bem com esse tipo de varinha, mas nas raras ocasiões em que isso acontece, eu sei que o bruxo ou bruxa em questão tem um destino muito especial — disse Olivaras. — A última pessoa que minha velha mente se lembra de ter vendido uma varinha de sabugueiro foi para... — Ele foi interrompido por uma batida em sua vitrine, era Hagrid, mostrando que já estava esperando do lado de fora.
— O seu núcleo senhorita Granger, corda de coração de dragão produz as varinhas mais poderosas, e que são capazes de fazer os feitiços mais elaborados. — Disse Olivaras. — Varinhas de dragão tendem a aprender mais rápido do que as feitas de outros objetos. — Falou Olivaras.
— As varinhas de dragão são melhores com Artes das Trevas, embora ela não vá mudar por vontade própria. Esse também é dos três núcleos, o mais inclinado a acidentes, sendo um pouco temperamental — revelou Olivaras.
— Se me arrisco a dizer, seu núcleo combinado com sua madeira é uma combinação muito poderosa e possivelmente letal — acrescentou ele, deixando Clarissa um tanto assustada, afinal, ela não queria machucar ninguém. — Acredito que seria tolice para qualquer bruxo ficar no caminho de quem a porta — finalizou, deixando um ar de mistério no ar.
— Muito obrigada pela explicação, senhor Olivaras — agradeceu Clarissa, apertando a mão do fabricante de varinhas. — Quanto fica, senhor Olivaras? — perguntou Clarissa, pegando dinheiro de seu bolso.
— Não se preocupem com isso, foi um prazer conhecê-los — respondeu Olivaras, retornando ao seu lugar atrás do balcão.
Clarissa agradeceu mais uma vez e encaixou o braço no de seu novo amigo.
Hagrid, com sua típica exuberância, saudou Harry com um "Feliz Aniversário!" enquanto os dois saíram da loja de Olivaras. Ele agitou os braços, mostrando uma coruja que estava em seu ombro.
— Harry, é seu aniversário? — perguntou Clarissa para Harry, que assentiu com a cabeça. — Feliz Aniversário, desculpe, eu não sabia — disse Clarissa, dando um abraço em Harry, que inicialmente ficou um pouco sem saber o que fazer.
— Meu aniversário foi esse mês também... foi até um pouco esquisito, uma coruja bateu lá na minha casa — Clarissa murmurou rapidamente enquanto ainda abraçava Harry. — Se eu soubesse que era seu aniversário e que eu te veria, teria comprado alguma coisa para você — Clary murmurou com as bochechas vermelhas. — Aqui, gosta de biscoitos de mel? Minha mãe que fez — ela tirou de sua bolsa um potinho rosa com a tampa transparente e o ofereceu ao garoto da cicatriz na testa. — Não é exatamente tão especial, mas...
Os olhos de Harry brilharam, e ele abriu um enorme sorriso, aceitando rapidamente o presente.
— Muito obrigado, Clary — ele disse. — É perfeito.
Clarissa o abraçou novamente, e Harry, mesmo não estando acostumado com demonstrações de afeto, sentiu uma sensação boa e retribuiu o abraço.
— Obrigado — disse Harry após sair do abraço de Clarissa, com um sorriso. — E feliz aniversário atrasado. — completou.
— Obrigada, Harry — Clarissa murmurou baixinho.
— Olá novamente, Clarissa — falou Hagrid, dando uma tossida para que eles se lembrassem de sua presença. — Acho melhor você ir, Minerva está extremamente nervosa atrás de você — disse ele.
— Ah, tudo bem então. Tchau, Hagrid, foi um prazer conhecê-lo. Tchau, Harry, nos vemos no trem? — perguntou Clarissa, referindo-se à viagem a Hogwarts. Harry assentiu com a cabeça, e eles seguiram caminhos separados.
— Estou frita — murmurou Clary ao se afastar, indo na direção oposta de Hagrid e Harry, determinada a encontrar Hermione e Minerva.
— Ela parece ser muito legal — foi a última coisa que Clarissa ouviu Hagrid dizer antes de seguir seu caminho.
— Ela é incrível. — respondeu Harry.
O beco diagonal estava cheio de vida, com bruxos indo e vindo, cada um com sua própria história e destino. Clarissa seguiu pelo movimentado beco a procura de Minerva e Hermione, com a mente cheia de expectativas e antecipação pelo que a esperava em Hogwarts, e com uma nova amizade que já começava a se formar.
( . . . )
Enquanto Clarissa caminhava pelo movimentado Beco Diagonal, sua mente estava repleta de pensamentos e expectativas para o início de sua jornada em Hogwarts. Ela estava tão imersa em seus próprios pensamentos que não percebeu a figura nas sombras que observava-a de um beco próximo.
Escondido nas sombras, uma pessoa com vestes escuras observava atentamente Clarissa. Seu rosto estava parcialmente oculto, mas seus olhos estavam fixos nela, cheios de mistério. A figura misteriosa sabia que algo especial estava acontecendo com aquela jovem bruxa, algo que acompanharia com grande interesse.
Os olhos da pessoa misteriosa brilham, com uma mistura de emoções, e logo, sussurra para si:
— Ela irá dar trabalho.
Graphics do capítulo:
• Clarissa e Hermione aparataram com Minerva para chegarem até o beco diagonal. Aparatar = Aparatar é se transportar de um lugar para o outro sem ter que atravessar fisicamente o espaço.
• Gostaram dos elementos que compõe a varinha de Clarissa?
• Vocês já criaram alguma teoria? Se sim me contem! Adoro ler suas teorias.
• Gostaria de lembrar vocês que eu tenho uma conta no tiktok, lá eu posto alguns edits da Fanfic, então caso se interessem, me sigam lá. O meu user lá é _LunaPotterr.
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• Trechos tirados de Harry Potter e a pedra filosofal, créditos a autora (JK Rowling).
Ela tem algo de especial que um dia todos irão descobrir...
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