CHAPTER SIX - The Vampire
CAPÍTULO SEIS -
O Vampiro
"Me desculpe, eu... Esqueci mesmo!"
POV NARRADORA
CLARISSA ESTAVA atrasada, uma situação que ela considerava inaceitável para uma bruxa tão dedicada como queria ser. Correndo pelas cento e quarenta e duas escadas em Hogwarts, a Granger tentava alcançar o tempo perdido, tomando cuidado para não se embolar nas escadarias estreitas. Entretanto, era um desafio e tanto memorizar os inúmeros corredores e recantos que pareciam mudar de lugar como se Hogwarts tivesse vontade própria.
Clarissa já havia se perdido tantas vezes que perdera a conta, mas agora, naquele momento, era diferente. O motivo para sua pressa era inusitado: Hermione Granger, sua própria irmã, havia esquecido de acordá-la.
— Hermione, eu vou te matar! — resmungou Clarissa enquanto corria, evitando esbarrar em outros alunos que transitavam apressadamente pelos corredores.
Num desses esbarrões, Clarissa chocou-se com uma figura de cabelos pretos curtos, a qual reconheceu pela voz.
— Sua imunda, cuidado por onde passa. — Clarissa lançou um olhar irritado para Pansy Parkinson, uma das lacaias de Malfoy.
— Desculpe, vossa majestade. — Em resposta, Clarissa fez uma reverência exagerada e debochada antes de voltar a correr.
— Que menina... que menina idiota! — Pansy gritou atraindo olhares dos alunos que corriam para suas respectivas salas. — O que vocês estão olhando? — E logo depois, saiu andando entre as pessoas, sumindo rapidamente na multidão.
Clarissa corria o mais rápido que podia, sentia-se envergonhada por não estar com sua roupa impecável e seu cabelo minimamente apresentável, mas ela tinha prioridades, como por exemplo fazer sua higiene matinal.
Apenas havia dado tempo de escovar os seus dentes e colocar suas roupas. Ainda por cima, a coitada da menina nem havia tomado café da manhã.
Um fato notório sobre Clarissa: Ela fica extremamente mal-humorada quando não come de manhã, coitada da pessoa que cruzar o caminho dela estando dessa forma.
Naquele dia, Clarissa estava vivendo essa situação, sua barriga roncava em protestos audíveis enquanto corria pelos corredores para chegar a tempo à aula de Transfiguração. As escadas pareciam conspirar contra ela. A cada desvio, Clarissa se perguntava se conseguiria chegar à sala sem esbarrar novamente em algum colega de classe.
Finalmente, ela chegou à sala ofegante, um pouco atrasada. Minerva McGonagall, em sua forma animaga de gato, a observava com um olhar inquisitivo.
— Professora McGonagall, desculpe o atraso tive um imprevisto. — Disse Granger ofegante, acostumada com esse olhar da mulher. McGonagall, ainda em forma animada, assentiu com a cabeça e apontou com seu focinho na direção da cadeira livre ao lado de Hermione, Clarissa logo direcionou-se até a mesa.
— Poxa! Conseguimos... — Harry e Rony entraram na sala também ofegantes.
— Olha lá, Harry, sua amiga é meio doida mesmo. Ela estava falando com um gato. Eu falei que ela tinha um parafuso a menos! — Rony provocou, mas a expressão de Clarissa permaneceu imperturbável. O antigo "gato" voltou à sua forma humana.
— Olá, senhor Weasley e Potter. Vejo que estão atrasados, e a Senhorita Granger está ótima de cabeça, os senhores que acho que não estão. Chega de papo e se sentem, que isso não se repita... Aos três! — Minerva interrompeu qualquer comentário adicional.
— Me desculpe, eu... eu esqueci mesmo! — Hermione pediu desculpas.
— Eu estava com muita raiva de você. Sorte sua que não consigo guardar rancor, ainda mais de você. — Clarissa se ajeitou na cadeira, oferecendo um sorriso a Hermione.
Clary passou a mão em seus cabelos, tentando, sem sucesso, arrumá-los.
— A Transfiguração é uma das mágicas mais complexas e perigosas que vão aprender em Hogwarts. Quem fizer bobagens na minha aula vai sair e não vai voltar mais. Estão avisados. — Minerva proferiu sua advertência após os alunos atrasados se sentarem e, em seguida, transformou a mesa em um porco e de volta em mesa.
Alguns alunos estavam impressionados e animados para experimentar a magia por si mesmos, enquanto outros, como Rony, preferiam a opção de cochilar ou conversar com amigos.
Minerva deu uma introdução sobre a transfiguração, e os alunos fizeram anotações. Em seguida, ela entregou um fósforo para que tentassem transformá-lo em agulha. Alguns alunos falharam, mas Hermione Granger foi bem-sucedida.
— Estão vendo? É assim que se transforma um fósforo em agulha. Sigam o exemplo da senhorita Granger, 10 pontos para Grifinória. — Minerva sorriu para Hermione, enquanto os alunos grifanos batiam palmas comemorando os pontos recém-adquiridos. A professora parecia genuinamente orgulhosa.
Depois desse evento, a aula transcorreu tranquilamente. Algumas opiniões divergentes sobre Minerva circulavam pelos corredores de Hogwarts, mas para Hermione e Clarissa, ela era uma mulher incrível.
( . . . )
O descontentamento pairava no ar após a frustrante aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com o Professor Quirrell. Clarissa ansiava por uma experiência memorável, mas o professor exótico não correspondia às suas expectativas. Sua excentricidade era palpável, e o incidente em que ele se queimou ao toque de Clarissa só aumentou a estranheza.
O episódio deixou Clary desconfiada e seu instinto alertava para possíveis perigos. Contudo, ela hesitava em confiar totalmente em sua intuição, pois, como sabia, sua mente poderia pregar peças. Talvez ele nem tivesse se queimado, ou Clarissa apenas imaginara o incidente. O mistério em torno de Quirrell persistia, mas Clarissa preferiu deixar essa questão de lado temporariamente.
Com a próxima aula, que seria Poções, ministrada pelo Professor Snape, as irmãs Granger se apressaram para sair da sala de Quirrell. Este havia solicitado que ficassem, fazendo perguntas estranhas e prolongando a presença delas no ambiente saturado com o odor insuportável de alho.
Clarissa estava com um pé atrás em relação a casa das cobras, ela não considerava a Sonserina como uma casa maligna, como Rony andava espalhando o boato. Uma coisa ela sabia: é certo que a Sonserina teve bruxos das trevas, mas generalizar todos Sonserinos como malvados é um tanto quanto injusto e Rony parecia não entender isso.
Ao chegaram a sala do professor Snape, Clarissa sentou-se no lugar livre ao lado de Harry. Hermione, sem opção alguma, bufou estressada sentando-se ao lado de Ronald Weasley.
— Olá, Harry, nós mal nos vemos! — Cumprimentou Clarissa, deixando um beijo carinhoso na bochecha de Harry. A reação de Rony, por sua vez, era um misto de confusão e aversão.
— Ugh! — Rony fez uma careta, simulando um gesto de vômito.
Clarissa, ignorando a reação de Rony, começou a observar a sala de Poções. A tensão era notável, especialmente entre os alunos da Sonserina, que já estavam ocupando seus lugares. A reputação sombria da casa continuava a precedê-la, e Clarissa ponderava sobre a verdade por trás dos rumores propagados por Rony.
— Oi, Clary. Parece que não te vejo faz séculos. — Harry diz com um sorriso fofo, mostrando suas covinhas.
O Professor Snape entrou na sala, sua figura magra e cabelos oleosos adicionando uma aura de mistério ao ambiente. Ele estava vestindo vestes negras que farfalhavam, Clarissa logo se lembrou de um morcego, ela se segurou para não soltar nenhuma risadinha.
Severo Snape lançou seu olhar penetrante sobre os alunos, deixando claro que sua aula não seria lugar para brincadeiras ou feitiços tolos. A luz pálida das velas dançava nas prateleiras repletas de ingredientes e frascos misteriosos, criando uma atmosfera sombria e carregada.
— Pois bem... Eu não espero que vocês realmente entendam a beleza que é um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir. Posso ensinar-lhes a engarrafar a fama, a cozinhar a glória, se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar. — A voz de Snape ecoou, como se a própria sala estivesse enfeitiçada pela sua presença. Ao avistar Harry, lançou-lhe um olhar um tanto quanto estranho.
— Sr. Potter, nossa nova celebridade. Diga-me, o que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna? — A pergunta desafiadora deixou Harry sem palavras.
Clarissa, que prontamente se lembrava de um presente dos pais, a enciclopédia vitoriana de flores, franziu a testa. A enciclopédia se destacava em sua estante como um tesouro precioso, presente de Minerva.
— Eu não sei, senhor. — A resposta de Harry foi embaraçada, e Clarissa sentiu uma pontada de compaixão pelo garoto, ciente de que nem todos tinham a mesma sorte de ganhar livros educativos.
— A fama pelo visto não é tudo. — Snape proferiu, sua voz grave ecoando no silêncio que pairava sobre a sala.
— Vamos tentar outra vez, Potter. Se eu lhe pedisse, onde você iria buscar bezoar? — A pergunta de Snape pairou no ar, enquanto Hermione esticava sua mão o mais alto possível, ansiosa para contribuir. No entanto, Harry, completamente desconcertado sobre o que era bezoar, não sabia por onde começar.
Clarissa percebeu as risadas abafadas de Malfoy e seus comparsas, rindo à custa de Harry. Uma expressão de desdém cruzou o rosto de Clarissa, e seus olhos reviraram involuntariamente diante da infantilidade de Malfoy. A atmosfera tensa da sala de Poções estava carregada com o desafio da aula.
O cheiro forte de ingredientes mágicos pairava no ar, causando um leve formigamento no nariz de Clarissa. As mesas de trabalho eram organizadas em fileiras, e os alunos, apreensivos, observavam Snape desafiar Harry com perguntas complexas.
Harry, visivelmente desconfortável, não sabia como responder às questões. As palavras de Snape pareciam lançar um véu de desespero sobre ele.
— Não sei, senhor. — Disse Potter cabisbaixo.
— Achou que não precisava abrir os livros antes de vir, hein, Potter? — Snape prosseguiu, ignorando completamente a mão levantada de Hermione. Clarissa, por sua vez, ainda estava intrigada com a frase anterior de Snape. Decidiu que, após a aula, iria à biblioteca buscar informações sobre o que ele havia dito.
Snape, sem dar trégua a Harry, continuou a desafiar seus conhecimentos. O silêncio na sala era interrompido apenas pelos sussurros das chamas nas velas.
— Qual é a diferença, Potter, entre acônito licoctono e acônito lapelo? — indagou Snape, enquanto Hermione se erguia com entusiasmo, sua mão esquerda erguida em direção ao teto da masmorra. No entanto, Snape a ignorou completamente, focando apenas em Harry.
Clarissa sentiu a necessidade de intervir, pois a situação parecia injusta.
— Com licença, senhor. — Falou ela, atraindo a atenção de Snape. Quando seus olhares se cruzaram, uma tensão perceptível se estabeleceu entre eles. — Mas eu acho que o senhor não está sendo nada justo com o resto da classe, já que só faz perguntas para o Harry. — Acusou Clarissa, surpreendendo Snape com sua audácia.
A sala silenciou, todos os olhos agora voltados para a inusitada troca de palavras entre Clarissa e Snape.
— Por que você não faz pergunta para o Malfoy? Vi que ele estava se divertindo muito com o senhor fazendo perguntas ao Potter. — Desafiou ela, enquanto a atmosfera tornava-se palpável de expectativa.
Snape, momentaneamente desconcertado, não esperava uma repreensão tão direta.
— E você é? — Questionou o professor cruzando os braços.
— Clarissa Granger, senhor. — Disse ela com a voz firme.
— Tudo bem, senhorita Granger, já que você quer tanto atenção, vamos ver se você é mesmo inteligente. — Retrucou Snape com uma voz imperturbável, aceitando o desafio proposto por Clarissa.
— Quais são os ingredientes para o preparo da poção Redutora? — Perguntou Snape, impondo sua autoridade. A classe aguardava, a respiração contida, pela resposta de Clarissa.
— Raízes de margarida, pinhão, lagartas mortas, um baço de rato e, hm... — Clarissa pausou, Snape já esboçava um sorriso de triunfo. — e, por último, sumo de sanguessuga. — Com essa resposta, o sorriso de Snape desvaneceu, e a sala testemunhou uma inversão inesperada de poder.
— Muito bem, Granger... — A voz do professor cortou o silêncio da sala, mas a tensão ainda pairava no ar como uma poção aguardando seu último ingrediente.
Os olhares dos alunos, anteriormente fixados na intensa interação entre Snape e Clarissa, agora pareciam terem liberado a respiração que seguravam inconscientemente. Alguns cochichos discretos ecoaram entre as fileiras de mesas, revelando a surpresa compartilhada pelos jovens bruxos.
— O que estão olhando? — A voz de Snape cortou o murmúrio crescente. Seus olhos negros e penetrantes examinaram cada rosto. — Copiem o que a Senhorita Granger falou! — Com um tom alto e autoritário, ele ordenou.
A sala de poções estava impregnada com o característico aroma de ingredientes mágicos e substâncias borbulhantes. Cada caldeirão soltava vapores coloridos, criando uma atmosfera densa e misteriosa. A voz do Professor Snape, penetrante e fria, ecoava pelas paredes de pedra.
Hermione, sentada ao lado de Rony, lançou um olhar sutil para sua irmã, celebrando silenciosamente o feito dela. No entanto, o ruivo ao seu lado, parecia mais interessado em manter um ar de desinteresse, embora um pequeno sorriso de orgulho se esgueirasse em seu rosto.
Clarissa manteve a postura ereta, mas seus olhos expressavam a satisfação de provar seu conhecimento perante o exigente e prepotente professor. Ela começou a tomar notas meticulosas, compartilhando as informações que Snape destacava sobre o caldeirão.
— Senhorita Granger, o que acha disso? — A voz de Snape interrompeu seus pensamentos, direcionando a atenção para Clarissa.
— Desculpe, Professor, poderia repetir a pergunta? — Clarissa respondeu rapidamente, tentando esconder sua distração.
Snape, com um olhar crítico, reformulou a pergunta, e Clarissa respondeu corretamente, sentindo um leve alívio por não ter cometido uma erro na frente do professor de Poções.
Ao final da aula, Snape, com uma expressão indescritível, anunciou a tarefa para a próxima aula. Os alunos se apressaram a guardar seus materiais, e a sala de poções voltou ao silêncio, agora preenchida com o zumbido de conversas ansiosas enquanto os alunos se dirigiam para a próxima aula.
( . . . )
Clarissa decidiu passar seu tempo livre na biblioteca. Era um refúgio tranquilo para a bruxa.
Ao entrar na biblioteca, Clarissa viu Hermione se afastando, ansiosa para discutir uma lição com um dos professores. Ela acenou com a cabeça para Hermione, indicando que ficaria bem sozinha.
A biblioteca, com suas prateleiras cheias de livros empoeirados, sussurrava histórias e segredos não contados. Clarissa passeava pelos corredores, mergulhando no aroma característico de papel velho e tinta. Seu objetivo era claro: encontrar um livro específico, a "Enciclopédia Vitoriana das Flores", já que ela havia esquecido do seu na sua casa.
— Livrinho, cadê você? Por favor, apareça. — Clarissa murmurou em voz baixa, consciente das regras da biblioteca. Uma reprimenda anterior da bibliotecária ainda ecoava em sua memória.
Foi quando uma voz inesperada se fez ouvir. Uma garota, com duas tranças, se aproximou.
— Falando sozinha, novata? — provocou a garota, revelando-se como Cassandra, da Sonserina.
Clarissa sorriu.
— Novata? Você também é primeiranista, Cassandra. — Ela disse. — Estou procurando um livro há algum tempo, mas tenho aula em breve.
— Posso te ajudar, se quiser. — Ofereceu Cassandra, surpreendendo Clary com sua oferta amigável.
— Seria muito bom. Eu estava procurando a enciclopédia vitoriana das flores.
Cassandra revirou os olhos com desdém.
— Esse livro deve ser um tédio total.
— Não precisa ajudar se não quiser. — Clarissa rebateu, mas Cassandra não recuou.
As duas começaram a vasculhar as prateleiras, e Cassandra, apesar de seu ar desafiador, mostrou-se habilidosa em encontrar o livro desejado.
— É claro que você não está achando, novata! Não estava procurando na sessão de plantas e medicamentos. — Cassandra exibiu o livro triunfante. — Tome.
Com a "Enciclopédia Vitoriana das Flores" finalmente em suas mãos, Clarissa sentiu uma mistura de alívio e empolgação.
Cassandra, a inesperada aliada, observou com uma expressão que misturava curiosidade e desdém enquanto Clarissa folheava as primeiras páginas.
— Aposto que você só precisa disso para alguma lição chata de Herbologia. — Cassandra provocou, mas Clarissa respondeu com um sorriso confiante.
— Na verdade, é mais por interesse pessoal.
Cassandra ergueu as sobrancelhas, surpresa com a resposta.
— Interessante... suponho que nem todos os grifinórios são tão previsíveis quanto parecem.
Clarissa riu.
— As aparências enganam, não é mesmo? Bem, tenho que correr para a próxima aula. Obrigada novamente pela ajuda.
Com um aceno rápido, Clarissa partiu em direção ao corredor, mas antes que pudesse desaparecer totalmente, Cassandra chamou por ela.
— Ei, novata! — chamou Cassandra, e Clarissa virou-se para encará-la. — Se precisar de mais alguma coisa, talvez eu possa ajudar. Não faço isso por qualquer um.
Surpresa com a oferta, Clarissa sorriu.
— Anotado.
Com isso, Clarissa desapareceu pelos corredores movimentados de Hogwarts, mergulhando na profusão de rostos e vozes. A biblioteca, agora mais silenciosa sem sua presença, guardava segredos que apenas esperavam ser descobertos por curiosos como ela.
( . . . )
O salão principal estava repleto de estudantes, cada um imerso em suas tarefas. Simas Finnigan, contudo, parecia estar prestes a adicionar um toque de caos à tranquila atmosfera. Com uma mistura de animação e confiança, ele tentava transformar água em rum, mas a tentativa acabou se transformando em uma pequena explosão que o deixou encharcado.
Entre risos, os colegas observavam a cena, alguns limpando gotas d'água dos rostos. Hermione Granger, como de costume, tentou esclarecer a situação para Neville Longbottom, que segurava um estranho objeto fumegante
— Isso é um Lembrol, Neville. Se a fumaça ficar vermelha, você esqueceu de algo. — Hermione explicou, mas a expressão de Neville revelava uma mistura de confusão e preocupação.
— O único problema é que não lembro o que eu esqueci. — confessou Neville, enquanto tentava em vão recuperar a memória.
— Calma, Neville, alguma hora você vai se lembrar. Não se preocupe. — assegurou Clarissa, lançando-lhe um sorriso tranquilizador.
Enquanto o alvoroço pela explosão se dissipava, Harry Potter pegou um jornal e pediu a Ron Weasley para lê-lo. Logo, uma notícia chamou a atenção de Clarissa e Hermione, que trocaram olhares significativos.
— Parece que tentaram roubar Gringotes, escuta... — Harry começou a ler em voz alta, e quando mencionou o cofre 713, a expressão de Clarissa e Hermione se tornou ainda mais intrigada.
Quando todos acreditavam que as entregas do correio tinham chegado ao fim, uma coruja com lindas penas, única em sua beleza, sobrevoou o salão à procura de seu destinatário. Com precisão surpreendente, a ave depositou uma carta e uma pequena caixa diretamente nas mãos ágeis de Clarissa.
— Clary, de quem é isso? — indagou Hermione, curiosa, enquanto os olhares dos demais estudantes se voltavam para a dupla, ansiosos para descobrir o conteúdo do misterioso envio.
— Eu... Eu não sei, nós nem temos uma coruja! — Clarissa respondeu, perplexa, antes de abrir a carta com uma cautela curiosa.
"Minha querida Clary,
Sei muito bem que você não sabe quem eu sou ou, porém isso tudo está prestes a acabar... Deve estar bem confusa com estar recebendo uma carta de uma estranha.
Desculpe se estou te assustando, não fique com medo de mim, eu sou uma das pessoas que você nunca deverá ter medo, aliás te vi crescer, não só você, vi sua irmã também.
Não posso revelar quem eu sou, e nem a minha missão... por enquanto. Estou te enviando um presente que te protegerá.
Essa coruja que mandei, agora será sua, o nome dela é Melly, cuide bem dela.
Até mais, minha querida Clary.
Amélia Bennett."
Clarissa estava absorta na leitura da carta, relendo suas palavras intrigantes várias vezes. Hermione, ao seu lado, compartilhava da mesma curiosidade.
— Vamos, não fique parada aí relendo essa carta! Abra logo. — Hermione instigou, apontando para a pequena caixa que acompanhava a mensagem de Amélia Bennett.
Clarissa hesitou por um momento, segurando a caixa com cuidado antes de retirar a tampa. O interior revelou um objeto que refletia a luz, envolto em um delicado papel de seda.
— Uau, isso é lindo! — Exclamou Hermione, observando o conteúdo com olhos brilhantes.
Dentro da caixa estava um colar dourado com um pingente contendo uma pedra brilhante. As cores dançavam na superfície da gema, criando um efeito hipnotizante.
— Parece mágico. — Clarissa murmurou, segurando o colar com admiração. — Deve ser o presente que ela mencionou na carta.
As duas irmãs examinavam o colar, tentando decifrar se havia algum significado oculto naquela peça.
— Será que isso tem alguma ligação? — Hermione indagou, intrigada.
Antes que pudessem formular uma resposta, Neville se aproximou, atraído pela conversa animada.
— O que é isso? — Perguntou Neville, curioso ao ver o colar.
— Recebi um presente misterioso. — Explicou Clarissa, mostrando o colar para Neville.
— Nossa, isso é incrível! — Neville admirou. — Eu gostaria de ter ganhado um presente assim.
Clarissa e Hermione trocaram olhares, compartilhando a mesma incerteza sobre o significado do presente. As palavras de Amélia Bennett ecoavam em suas mentes, criando um enigma que apenas o tempo revelaria.
Clary não perdeu tempo e colocou o colar no pescoço, sua expressão calma contrastava com a curiosidade brilhante em seus olhos. Ao posicionar o colar, algo peculiar aconteceu: Hermione jurou ter visto os olhos de Clary se transformarem momentaneamente, mas antes que pudesse analisar melhor, a mudança desapareceu quando Clary piscou.
— Uau, isso foi estranho. Você percebeu, Clary? — Perguntou Hermione, ainda chocada com a visão fugaz.
— Percebi o que? — Questionou ela confusa.
— Algo diferente. Não tenho certeza do que foi. Vamos descobrir o que significa esse presente. — Respondeu Hermione, desencadeando uma nova onda de curiosidade entre as duas.
Decidiram investigar a biblioteca, buscando por qualquer referência sobre colares mágicos ou símbolos semelhantes. No entanto, ao se dirigirem para a seção correspondente, Clarissa percebeu que o colar estava vibrando levemente. Era uma sensação sutil, mas o suficiente para chamar sua atenção.
— Há algo de estranho com esse colar. Sinto uma espécie de... vibração. — Comentou Clary, tocando suavemente no pingente do colar.
Hermione, fascinada, observava cada movimento de Clary enquanto ela explorava o mistério do presente. Elas encontraram um livro antigo sobre artefatos mágicos e começaram a procurar qualquer informação relacionada a colares com propriedades especiais.
— Vamos verificar as páginas sobre encantamentos e conexões mágicas. Talvez encontremos algo parecido. — Sugeriu Hermione, virando as páginas com cuidado
A busca continuou por algum tempo, mas, mesmo com a vasta coleção de livros da biblioteca, não conseguiram encontrar uma correspondência exata para o colar de Clary.
— Devíamos desistir. Não tem nada parecido. — A Granger mais nova murmura aborrecida.
Hermione concorda com a cabeça e juntas, saem da biblioteca, estavam tão cansadas e distraídas, que mal perceberam algo atrás delas entre as prateleiras.
( . . . )
Clarissa seguia pelos corredores, perdida em pensamentos, quando virou à esquerda e, sem perceber, esbarrou no Professor Quirrell.
— Me desculpe. Não vi o senhor aí. — Murmurou, tentando se desculpar pelo impacto.
— É... t-tudo b-bem. — Gaguejou Quirrell, saindo apressadamente, desaparecendo na escuridão dos corredores.
Ao olhar para o chão, Clarissa notou que o professor tinha deixado um livro cair. Ela hesitou por um momento, pensando em devolvê-lo, mas não sabia para onde Quirrell tinha ido.
Pegou o livro e percebeu que havia um marcador em uma página específica.
"Sangue de unicórnio é uma substância espessa e prateada, retirada das veias de um unicórnio. O sangue de um unicórnio pode ser bebido para manter uma pessoa viva. No entanto, matar um unicórnio trará uma vida amaldiçoada ao bebedor."
— Estranho... — Sussurrou consigo mesma, guardando o livro na bolsa. Continuou a andar pelos corredores, contemplando as palavras que acabara de ler, com a mente cheia de perguntas. O mistério ao redor do Professor Quirrell e suas ações intrigavam Clarissa, mas ela decidiu deixar essas questões de lado por enquanto e prosseguir para o dormitório.
( . . . )
O dormitório estava envolto em uma atmosfera de mistério, com os tons escuros das cortinas e o bruxulear suave das velas iluminando os rostos das duas irmãs. Clarissa, vestida em seu pijama de listras vermelhas, perambulava de um lado para o outro enquanto expressava suas preocupações.
— Estou dizendo, Hermione. Por que Quirrell estaria interessado em unicórnios? Eu já desconfiava dele, mas agora isso? Está ficando muito estranho. — Clarissa deixou escapar uma preocupação profunda, seu olhar fixo na janela da Torre de Grifinória.
— Clary, ele é professor. Professores se interessam por essas coisas. — Hermione murmura de maneira óbvia, pela décima vez naquela noite, enquanto prendia seus cabelos para que não atrapalhassem durante a noite. — E de qualquer forma, ele é um professor contratado por Dumbledore. Você realmente acredita que ele é perigoso? — Hermione questionou de forma ponderada, seus olhos castanhos focados na irmã.
— Falando assim, até me deixa sem argumentos. — Clarissa murmurou, movendo-se de um lado para o outro.
Felizmente, o quarto estava vazio além das duas meninas; as outras garotas estavam no banheiro, ocupadas com máscaras faciais e desconhecendo a tensão que pairava sobre a conversa.
— Você está sendo dramática. — Hermione se recostou em sua cama. — Vamos investigar então. Se você estava certa sobre falar com uma cobra, talvez também esteja certa sobre o Professor Quirrell.
— Precisamos pesquisar sobre a família Bennett. Não é possível que eles me conheçam, certo? Eu nem sei quem são. — Clarissa falava enquanto seus pensamentos se misturavam com as sombras do quarto.
Quando Clarissa percebeu, estava envolvida em uma conversa consigo mesma, já que Hermione, exausta, entregara-se ao sono.
Com cuidado, Clary cobriu a irmã com uma coberta, proporcionando-lhe o merecido conforto. Ao apagar a luz, a tranquilidade do dormitório começou a se instalar.
Observando o ambiente sereno, Clarissa ponderou sobre deixar a luz acesa para as demais colegas de quarto. Contudo, a ideia logo foi descartada. A escuridão reconfortante da noite pairava sobre o quarto.
Ela tentou sorrir, consciente de que precisava manter uma postura confiante. Afinal, desejava ardentemente estar errada sobre suas suspeitas em relação ao Professor Quirrell. Era um desejo egoísta, mas ela ansiava por um ano calmo e absolutamente normal em Hogwarts.
No entanto, Clary não percebia que esse anseio por normalidade estava prestes a ser desafiado. O perigo espreitava em cantos inesperados do castelo, e ela estava prestes a ser arrastada para um turbilhão de acontecimentos extraordinários. O início aparentemente tranquilo era, na verdade, apenas o prenúncio do que estava por vir.
• Trechos tirados de Harry Potter e a pedra filosofal, créditos a autora (JK Rowling).
• Quem será que é essa tal de Amélia?
• Eu estava pensando aqui, quando a Clarissa crescer quem vocês sugerem que seja a nova faceclaim dela?
• Vocês já estão criando alguma teoria? Se sim, me contem, eu adoro ler suas teorias.
• Não esqueçam de me seguir, pois as vezes eu posto alguns avisos sobre a Fanfic no meu mural, e seguidores são avisados quando eu posto algo lá.
• Espero que gostem.
Ela tem algo de especial que um dia todos irão descobrir...
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